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1 CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO

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Direito Tributário | Material de Apoio
Professor Helton Kramer
CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
Receita pública: marcada pela noção de definitividade, os valores ingressam nos cofres públicos sem a condição 
preestabelecida de saída. Os tributos são Receitas Públicas Derivadas. 
Conceito de Direito Tributário: “(...) o Direito Tributário é o ramo didaticamente autônomo do Direito, integrado pelo 
conjunto de proposições jurídico normativas, que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação 
e fiscalização de tributos”. (Paulo de Barros Carvalho . Curso de Direito Tributário. 16 ed, São Paulo: Saraiva. p. 15). 
Da leitura dos conceitos extraídos da doutrina extraímos os seguintes elementos do conceito de Direito Tributário: 
Ramo do Direito Público ou ramo autônomo da ciência jurídica atrelada ao Direito Público. 
Regula relações jurídicas entre Estado e contribuintes – obrigação tributária 
Atividade financeira do Estado 
Criação, fiscalização e arrecadação de tributos. 
SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 
Ao mesmo tempo em que a Constituição determinou a inviolabilidade dos direitos individuais (art. 5.º da CF/88), ela 
também sistematizou a forma do Poder de Tributar (aptidão de criar tributos), delimitando-o no intuito de assegurar 
os direitos dos contribuintes. Distribuiu o Poder Político em três esferas (municipal, estadual e federal). 
Pode-se entender que o sistema tributário possui três níveis distintos de normas, são elas: 
plano constitucional: as normas de competência - são as normas que, veiculadas pela própria Constituição, tratam da 
competência das pessoas políticas para criar e cobrar tributos (positivas e negativas). As imunidades tributárias e as 
competências tributárias estão previstas na CF/88. 
plano da lei complementar: normas gerais de direito tributário - São normas que, na diretriz do art. 146 da CF, 
dispõem sobre conflitos de competência, regulam as limitações do poder de tributar e estabelecem as normas gerais 
em matéria de legislação tributária. Estas normas vem trazer uma padronização para as normas de incidência1. 
Exemplo: Código Tributário Nacional, LC 116/03 (ISSQN), LC 87/96 (ICMS). 
plano da legislação ordinária: normas de incidência – Trata-se da lei de cada uma das pessoas competentes, portanto, 
que veicula a norma de incidência, ou seja, a norma que irá criar o tributo correspondente. 
REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA 
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Hipótese de incidência: “A hi é primeiramente a descrição legal de um fato: a formulação hipotética, prévia e 
genérica, contida na lei, de um fato (é o espelho do fato, a imagem conceitual de um fato; é seu desenho)”.2. Nas 
palavras de Geraldo Ataliba, “Se ele revestir as características antes hipoteticamente descritas (previstas) na lei, então 
determina o nascimento de uma obrigação tributária colocando a pessoa (que a lei indicou) como sujeito passivo, 
ligado ao estado até obter a sua liberação, pela prestação do objeto da obrigação”3. 
REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA 
TRIBUTÁRIA (Paulo de Barros 
Carvalho) 
HIPÓTESE (descritor) Critério material (circulação de mercadoria) 
Critério espacial (Estado Paraná) 
Critério temporal (10/03/2012) 
CONSEQÜÊNCIA (prescritor) 
Critério pessoal a) sujeito ativo; (PR)
b) sujeito passivo; (Fulado S/A)
Critério quantitativo a) alíquota (18%)
b) base de cálculo (valor operação)
Critério material OT principal (art. 114 CTN) 
Critério espacial ----------------OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA----- 
Critério temporal (art. 113 CTN) OT acessória (art. 115 CTN) 
Critério Pessoal -----SA (art 119 CTN) e SP (art 121 a 123 CTN)------Contribuinte (126 CTN) e Resp. (127 CTN) 
CONCEITO DE TRIBUTO 
Para Luciano Amaro é “a prestação pecuniária não sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou 
a entidade não estatal de fins de interesse público”. 
A definição mais exigida em concurso é a legal, mais exatamente a que esta prevista no art. 3º do CTN. Através desse 
conceito podemos extrair as seguintes características essenciais inerentes aos tributos: 
tributo é toda prestação = obrigação: 
pecuniária : Ex. precatório, dação pagamento imóveis 
Compulsória = “ex lege” em moeda ou cujo valor se possa exprimir: em regra o tributo deve ser pago em dinheiro- 
moeda corrente no país. 
que não constitua sanção de ato ílicito : “o tributo se distingue da penalidade exatamente porque esta tem como 
hipótese de incidência um ato ilícito , enquanto a hipótese de incidência de tributo é sempre algo lícito. 
FGTS (Súmula 353 STJ: As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS) 
Pedágio: 
Sacha Calmon N. Coelho e Ricardo Lobo Torres4 entendem que pedágio não possui natureza tributária, mas sim de 
preço público. 
Andrei Piten Veloso frisa que o STF não possui um entendimento pacificado. Tem autores que defendem que seja 
taxa (Carraza) e outros que seja tarifa (Sacha Coelho). Mas o autor lança um entendimento interessante, baseado na 
ADI 800 MC, “à aferição da subsunção do pedágio ao conceito do tributo, é essencial a identificação do seu caráter 
compulsório, que, a nosso ver, somente estará presente nas hipóteses em que não for disponibilizada aos cidadãos 
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uma via alternativa em condições razoáveis de rodagem”(p. 165). Porém a 2ª Turma do STJ concebeu o pedágio com 
natureza tributária. Ao final o autor rebate o entendimento do STJ, sob os argumentos de que ele foi criado via 
contrato e não poderia o pedágio (como taxa) não poderia ter BC igual de impostoi. 
Existe pronunciamento do Supremo no sentido de que pedágio é uma espécie de taxa ii. 
Funções dos Tributos: 
Fiscal, quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado; 
Extrafiscal: quando seu objetivo principal é a interferência do domínio econômico, buscando um efeito diverso da 
simples arrecadação de recursos financeiros; 
Parafiscal: quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não 
integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas. 
 Classificação dos tributos 
Bipartite – Pontes de Miranda; só existiria impostos e taxasiii 
Tripartite – Rubens Gómez de Souza; impostos taxas e contribuição de melhoria; Carraza e PBCiv. 
Quadripartite – Célio Loureiro; impostos taxas, contribuição de melhoria e contribuição que não seja de melhoria - 
Luciano Amaro. 
Quinquepartite (majoritária): O art. 5o. do Código Tributário Nacional e o art. 145 da Constituição Federal elenca 3 
(três) espécies de tributos. No entanto, a própria constituição prevê outras 2 (duas) modalidades, tipos ou espécies 
tributárias. Assim, vem se generalizando o entendimento, já consagrado pelo Supremo Tribunal Federal (RE 138.284, 
RE 146.733, entre outros), de que existem 5 (cinco) modalidades ou espécies de tributos. Hugo de Brito Machado, 
Vittorio Cassone, 
Classificação dos tributos II 
Direto ou indireto: Se o tributo for pago pelo próprio contribuinte de direito (aquele que a lei atribui o encargo de 
calcular e recolher o tributo), fala-se em imposto direto, a exemplo do IPTU, do IRPF. Caso, ao contrário, o ônus do 
recolhimento do tributo for repassado pelo contribuinte de direito para outra pessoa, o chamado contribuinte de 
fato, identifica-se o tributo como indireto. Ex: o ICMS e o IPI. 
Fixos ou variável: Fixos são aqueles cobrados a partir de um montante determinado que não se altera, 
independentemente do valor da mercadoria, serviço ou patrimônio tributado. Os variáveis, por seu turno, 
caracterizam-se pela fixação de uma alíquota incidente sobre uma base de cálculo, ainda que esta se altere. O 
imposto variável poderá ainda ser progressivo ou regressivo (art. 153, parágrafo 2.º, I, CF), cumprimento da função 
social da propriedade (art. 156, parágrafo1.º, CF), ou produtividade rural (art. 153, parágrafo 4.º, CF). 
Seletivos e não seletivos. O imposto é seletivo, quando a sua alíquota é aumentada ou diminuída em razão da 
essencialidade do bem. O imposto é não seletivo quando inexiste tal preocupação. Em regra, o ICMS é um imposto 
não seletivo. 
Cumulativos e não cumulativos. O imposto cumulativo incide em várias fases de circulação do bem, não sendo 
considerado o valor que já incidiu nas fases anteriores. No imposto não cumulativo (é o caso do ICMS), em cada fase 
de circulação, há sua incidência sobre o valor que se agregou ao bem ou sobre o valor acumulado do bem, 
descontando-se, na última hipótese, o valor que já gravou as fases anteriores. 
Pessoal ou Real: O imposto será considerado pessoal se a sua hipótese de incidência tiver como núcleo uma situação 
subjetiva do particular, como a variação de renda. Já o imposto real, por sua vez, quando a incidência é indireta sobre 
a pessoa, adotando-se como base para a tributação uma situação relativa aos bens ou operação do contribuinte 
(IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ICMS, etc.). Não esquecer que, diante do exposto no art. 145, parágrafo 1.º, da CF, os 
impostos sempre que possível terão caráter pessoal e serão cobrados, levando-se em conta a capacidade contributiva 
do particular, in verbis: 
Art. 145...§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade 
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as 
atividades econômicas do contribuinte. 
A doutrina majoritária e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal caminham no sentido da aplicabilidade do 
princípio da capacidade contributiva às taxasv. 
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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
Impostos 
Taxas 
Contribuição de melhoria 
Empréstimo compulsório 
Contribuições 
Contribuição da seguridade social (art. 195 CF) 
Outras contribuições sociais (residual – art. 195 § 6º CF) 
Contribuições sociais gerais (art. 149 CF – SESC, SESI, salário educação) 
Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE – art. 149 CF) 
Contribuições corporativas (CREA – art. 149 CF) 
Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (art. 149-A CF) 
Impostos 
Competência: privativa (art. 153, 155 e 156 da CF); Residual (art. 154 CF) e Extraordinário (art. 154 I CF); 
Base legal: art. 16 CTN 
Repartição de receitas: art. 158 e 159 CF. 
Espécie: 
Produção e circulação: ICMS, IPI 
Patrimônio e Renda: IRPF, IPTU, etc 
Comércio Exterior: II eIE 
Extraordinário: Imposto de Guerra 
Classificação: não vinculados (independem de qualquer atividade ou serviço do poder público em relação ao 
particular - art. 167, IV, CF) 
Taxas 
TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA) 
Regime jurídico tributário (legal) Regime jurídico contratual 
Regime jurídico de direito publico Regime jurídico de direito privado 
Não há autonomia da vontade 
(cobrança compulsória) 
Decorre da autonomia da vontade do usuário ( é 
facultativo) 
Não admite rescisão Admite rescisão 
Cobrança não proporcional a utilização Pagamento proporcional a utilização 
Sujeita aos princípios tributários 
(legalidade, anterioridade etc) 
Não sujeito aos princípios tributários 
Serviço uti singuli obrigatório Servico uti singuli facultativo 
Receita derivada Receita originaria 
Competência: comum da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios (art. 80 CTN); 
***cabe somente a União cobrar taxa sobre a fiscalização de entidades que operam no mercado financeiro (art. 21, 
VIII, CR/88); só o Estado pode cobrar taxa de incêndio, uma vez que a prevenção e extinção desses não se encontram 
deferidas à União ou ao Município; e compete ao Município instituir taxa relativa aos serviços públicos de interesse 
local, como a taxa de coleta domiciliar de lixo (art. 30, V, CR/88). 
Fato Gerador: 
Está no art.145, II, da CF e no art. 77 e 78vi do CTN.: 
Para Ricardo Lobo Torres, a taxa é, assim, um tributo contraprestacional, “posto que vinculado a uma prestação 
estatal específica em favor do contribuinte”vii. Pode consistir no: 
(i) exercício regular do poder de polícia (taxa de polícia) ou
(ii) na prestação, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível (taxa de serviço).
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***o exercício do poder de polícia (taxa de polícia) Para Roque Antonio Carraza “compreende atividades dirigidas a 
procurar uma utilidade genérica aos cidadãos uti universi, sem possibilidade de distinguir a quantidade de utilidade 
que cada cidadão obtém”. 
É ilegítima a cobrança de taxa anualmente, a título de mera renovação, sem que haja procedimento de fiscalização 
(STF - RREE 195788 e STJ – Resp. 236517) 
A fiscalização efetiva é presumida em favor da Administração, relativizando um pouco essa exigência de cobrança da 
taxa somente em virtude da fiscalização: 
STF - AI 699068 AgR / SP - RICARDO LEWANDOWSKI - Julgamento: 17/03/2009 -. II - Presunção a favor da 
administração pública do efetivo exercício do poder de polícia, que independe da existência ou não de órgão de 
controle. Precedentes. III - Agravo regimental improvido. 
***utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
CTN - Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade
administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de
necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
***Registre-se que a taxa não poderá ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, parágrafo 2.º, CF). Porém, é
permitida a utilização do imóvel como mero parâmetro de enquadramento:
Súmula 595 STF: É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja
idêntica a do imposto territorial rural.
Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de
cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
***Taxa do Lixo – Uma segunda discussão está na taxa do lixo. O STF já se manifestou sobre esse assunto e, em
diversas ocasiões falou: a taxa do lixo é constitucional:
AI 636528 AgR / RJ - RIO DE JANEIRO - RICARDO LEWANDOWSKI - Julgamento: 09/06/2009 -Primeira Turma - I - A taxa
de coleta de lixo domiciliar - TCDL, instituída pela Lei Municipal 2.687/98, reúne os pressupostos da especificidade e
divisibilidade. Legitimidade da cobrança. Precedentes do STF. II - Opostos embargos infringentes, o prazo para
interposição de recurso extraordinário relativo à parte unânime fica sobrestado até a intimação da decisão dos
embargos. O recurso extraordinário interposto anteriormente a esta publicação é extemporâneo, se não ratificado
posteriormente. Precedentes do STF. III - Agravo regimental improvido.
***Taxa de limpeza pública: se for taxa do lixo vinculada única e exclusivamente à coleta dos resíduos, tudo bem, é
constitucional porque específica e divisível, mas não podemos ter uma taxa do lixo que esteja vinculada a esse outro
serviço de natureza geral que se presta a servir a comunidade, como a taxa de limpeza pública:
STF - AI 245539 AgR / RJ - RIO DE JANEIRO - ILMAR GALVÃO - Julgamento: 14/12/1999 -Primeira Turma - EMENTA:
TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. ILEGALIDADE DA TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA PÚBLICA. ART.
145, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Tributo vinculado não apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também à limpeza
de logradourospúblicos, hipótese em que os serviços são executados em benefício da população em geral (uti
universi), sem possibilidade de individualização dos respectivos usuários e, conseqüentemente, da referibilidade a
contribuintes determinados, não se prestando para custeio mediante taxa. Impossibilidade, no caso, de separação
das duas parcelas. Agravo regimental improvido.
***Taxa de Incêndio:
TAXA DE COMBATE A INCÊNDIO – INADEQUAÇÃO CONSTITUCIONAL. Descabe introduzir no cenário tributário, como
obrigação do contribuinte, taxa visando a prevenção e o combate a incêndios, sendo imprópria a atuação do
Município em tal campo. (RE 643247, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2017,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-292 DIVULG 18-12-2017 PUBLIC 19-12-2017)
***Taxa de Sinistro:
E MENTA: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTERPOSIÇÃO DE DECISÃO MONOCRÁTICA E COM
INTUITO MODIFICATIVO. CONHECIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. OBSERVÂNCIA DO CONTRADITÓRIO.
TRIBUTÁRIO. ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO. IPTU. TAXA DE LIMPEZA. TAXA DE COMBATE A SINISTRO. VALIDADE DA
ÚLTIMA EXAÇÃO. CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Segundo jurisprudência desta Corte, é constitucional a
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Taxa de Combate a Sinistros, tal como instituída na espécie. (RE 403453 ED, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, 
Segunda Turma, julgado em 01/03/2011, DJe-074 DIVULG 18-04-2011 PUBLIC 19-04-2011 EMENT VOL-02506-01 PP-
00067) 
Contribuições de Melhoria (art. 81 e 82 CTN) 
HUGO DE BRITO MACHADO ensina que a função da contribuição de melhoria é tipicamente fiscal. A arrecadação de 
recursos financeiros para cobrir os custos da obra é o seu objeto. : 
Competência: comum 
Fato Gerador: 
a) relação entre a melhoria observada e a realização de uma obra pública.
b) Valorização Imóvel
Limites Base de Cálculo:
Decreto-Lei n. 195, de 1967, já mencionado. Importa destacar a existência de dois limites para a cobrança do tributo:
limite total ou global é o custo da obra (ou despesa realizada) e o
limite individual é o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Entende-se que a
contribuição de melhoria ao ser cobrada deve respeitar o menor destes valores.
Nos julgamentos dos RE 116.147 e RE 115.863, o Min. Carlos Velloso, baseando-se nas posições de Geraldo Ataliba e
filiado, portanto, à corrente doutrinária que postula ser o limite individual o único vigorante nos termos da
constituição de 1988, manifestou-se no seguinte sentido:
“Não importa o custo da obra para a caracterização e para a cobrança do tributo, já que a obra pode ter tido custo
pequeno e ter causado grande valorização, como pode ter custado muito e causado diminuta valorização. Importa,
sim, o limite individual – o acréscimo de valor que da obra resultar para o imóvel beneficiado – que isto, sim, é da
essência do tributo”
Empréstimos Compulsórios (art. 148 CF) 
Competência: União Federal 
Características: restituibilidade, a causalidade e a destinação vinculada. 
Requisitos: 
instituição por lei complementar; 
ocorrência das situações urgentes descritas no referido art. 148; a) atender despesas extraordinárias nos casos de 
calamidade pública ou guerra externa (inclusive sua iminência) ou b) investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional. 
destinação legal dos recursos às despesas que deram origem à criação do tributo; e 
previsão legal para a restituição, pois o empréstimo compulsório é um ingresso de recursos temporários em favor do 
Estado. 
***A restituição, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal (RE 121.336 e RE 175.385), deve ser realizada em 
moeda (dinheiro). A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. 
Contribuições Sociais 
Contribuição da seguridade social (art. 195 CF) 
Outras contribuições sociais (residual – art. 195 § 4º CF) 
Contribuições sociais gerais (art. 149 CF – SESC, SESI, salário educação) 
Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE – art. 149 CF) 
Contribuições corporativas (CREA, SINDICAL – art. 149 CF) 
Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (art. 149-A CF) 
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***A União possui competência exclusiva para instituir contribuições sociais, conforme fixa o art. 149 da 
Constituição. As únicas ressalvas, previstas no mesmo artigo, consistem: 
***na instituição de contribuições previdenciárias para custeio dos sistemas de previdência e assistência social dos 
servidores dos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
***O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que não existe proibição constitucional a coincidência da 
base de cálculo de contribuição social com a base de cálculo de imposto (RE 228.321). 
***As contribuições não precisarão ser instituídas através de Lei Complementar, exceto a residual (art. 195 § 4° CF): ( 
RE 396266 / SC - Min. CARLOS VELLOSO -Julgamento: 26/11/2003) 
***Características da CIDE: 
A Cide somente poderá ser instituída e cobrada pela União, com caráter interventivo e nunca arrecadatório. 
Na vigente Constituição, a livre iniciativa da atividade econômica é regra, sendo a intervenção somente possível em 
casos excepcionais; 
A interpretação das normas pertinentes à instituição da Cide deve ser feita restritivamente; 
a) transitoriedade ou temporariedade da cobrança (até que desapareça a situação que motivou a instituição);
b) existência da necessidade de controle e/ou de intervenção (pressuposto necessário);
c) vinculação da receita exclusivamente para aplicação na intervenção (o que afasta o caráter arrecadatório da sua
instituição);
d) materialidade do fato gerador (vinculada a um fato econômico objeto da intervenção; e
e) os contribuintes somente podem ser aquelas pessoas vinculadas à atividade econômica objeto da intervenção
(sujeito do verbo que constitui a materialidade do FG).
Espécies Pessoas competentes Constituição 
Contribuições sociais gerais União Art. 149 
Contribuição para o custeio do 
regime previdenciário dos seus 
servidores 
Estados, Distrito Federal e 
Municípios (a competência da União 
para este fim já está no caput do art. 
149) 
Art. 149, § 1º 
Contribuição para o custeio do 
serviço de iluminação pública 
Distrito Federal e Municípios Art. 149-A 
Contribuição Previdenciária União. 195 
CIDE União 149 
Contribuição Corporativa União 149 
Contribuição Previdenciária 
Residual 
União 195 §4º 
TESTE 
(Ano: 2009 - Banca: ESAF - Órgão: Receita Federal - Prova: Auditor Fiscal da Receita Federal) Sobre as taxas, podemos 
afirmar, exceto, que5: 
a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e
por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam.
b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular do poder de
polícia.
c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na
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colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não. 
d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas.
e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo órgão
competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei
tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
GAB: C 
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