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Direito Tributário | Material de Apoio 
Professor Helton Kramer
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
“podemos dizer que a competência tributária se traduz numa autorização ou legitimação para criação de 
tributo (aspecto positivo) e num limite de fazê-lo (aspecto negativo)” 
NÃO INCIDÊNCIA IMUNIDADE ISENÇÃO 
Não alcança o critério material 
da Regra Matriz de Incidência 
do tributo 
Dispensa constitucional do 
pagamento de tributo (regra 
negativa de competência) 
Dispensa legal do pagamento 
do tributo 
Pode haver impedimentos 
constitucionais (art. 88 ADCT e 
LC 157) 
IMUNIDADE RECÍPROCA (Art. 150 alínea "a" e §§ 2o. e 3o.). Vedação dos entes estatais instituírem 
impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Lembre-se que a imunidade em tela não 
se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividade econômica 
reguladas pelo direito privado ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário. 
Autarquias e Fundações A imunidade é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes (Art. 150 § 2º). 
Prestadora de Serviço Público: 
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos equiparam-se a autarquias e, por isso, gozam da imunidade 
recíproca (RE 424.227, em que foi relator o Min. Carlos Velloso) 
“A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista prestadora de serviço público de 
água e esgoto é abrangida pela imunidade tributária recíproca, nos termos da alínea a do inciso VI do art. 
150 da CF.” (RE 631.309-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 27-3-2012, Segunda Turma, DJE de 26-
4-2012.).
“As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja
majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF.”
(RE 580.264, Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 16-12-2010, Plenário, DJE de 6-10-2011, com
repercussão geral.)
A Infraero, empresa pública prestadora de serviço público, está abrangida pela imunidade tributária
prevista no art. 150, VI, a, da Constituição. (ARE 638.315-RG, Rel. Min. Presidente Cezar Peluso, julgamento
em 9-6-2011, Plenário, DJE de 31-8-2011, com repercussão geral).
IMUNIDADE TEMPLOS DE QUALQUER CULTO (alínea "b" e § 4o.). Vedação dos entes estatais instituírem 
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das 
entidades mantenedoras de templos de qualquer culto: 
Maçonaria - A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer culto 
religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião. IV - Recurso 
extraordinário parcialmente conhecido, e desprovido na parte conhecida. (RE 562351, Relator(a): Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 04/09/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 
13-12-2012 PUBLIC 14-12-2012)
Contribuinte de direito: “A imunidade prevista no art. 150, VI, c, do Diploma Maior, a impedir a instituição
de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, está umbilicalmente ligada ao contribuinte de
direito, não abarcando o contribuinte de fato.” (RE 491.574-AgR, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em
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21-8-2012, Primeira Turma, DJE de 6-9-2012.)
Ensino de línguas: “O ensino de línguas estrangeiras caracteriza-se como atividade educacional para
aplicação da imunidade tributária (art. 150, VI, c, da Constituição). A distinção relevante para fins de
aplicação da imunidade tributária é o conceito de ‘atividade assistencial’, isto é, a intensidade e a
abrangência da prestação gratuita ou altamente subsidiada do ensino da língua inglesa a quem necessitar.”
(RMS 24.283-AgR-segundo, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 21-9-2010, Segunda Turma, DJE de
8-10-2010.)
Colônia de férias: "Sindicato. Colônia de férias. Inexistência de imunidade tributária por não ser o
patrimônio ligado às finalidades essenciais do sindicato. Recurso extraordinário: descabimento." (RE
245.093-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-11-2006, Primeira Turma, DJ de 7-12-2006.)
PARTIDOS POLÍTICOS, SINDICATOS E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL: Vedação dos 
entes estatais instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços relacionados com as finalidades 
essenciais dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
Previdência: Súmula 730 STF: “A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins 
lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social 
privada se não houver contribuição dos beneficiários.” 
Imóvel alugado: Súmula 724 STF: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos 
aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.” 
Imóvel ocupada como residencia: A imunidade também vai ser aplicada quando o imóvel funciona como 
escritório ou residência para membros da instituição de educação ou de assistência social. 
SESC, SESI, etc. A imunidade também vai alcançar as entidades, como SESC, SENAC, SESI, etc. 
Diversão pública do SESC: "A renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, 
mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada em suas finalidades 
assistenciais, estando abrangida na imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Carta República." (AI 
155.822-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 20-9-1994, Primeira Turma, DJ de 2-6-1995.) No 
mesmo sentido: RE 116.188, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 20-2-1990, Primeira Turma, DJ de 
16-3-1990
A cobrança de estacionamento no interior da propriedade das entidades imunes, não desmitifica a
imunidade.
Requisitos legais para a concessão da imunidade (art. 14 do CTN): a) não distribuam qualquer parcela de
seu patrimônio ou de sua rendas, a titulo de lucro ou participação no seu resultado; b) apliquem
integralmente, no pais, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais .c) mantenham
escrituração de sua receitas e despesas em livros e revestidos de formalidades capazes de assegurar sua
exatidão.
A Lei nº 9.532/97, em seu art. 12, estabelece os requisitos que as entidades de educação ou de assistência
social devem preencher para merecerem a imunidade prevista.
A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de afirmar a inexistência de direito adquirido a regime
jurídico, razão motivo pelo qual não há razão para falar-se em direito à imunidade por prazo
indeterminado. 4. A exigência de renovação periódica do CEBAS não ofende os artigos 146, II, e 195, § 7º,
da Constituição. Precedente [RE n. 428.815, Relator o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 24.6.05]. 5.
Hipótese em que a recorrente não cumpriu os requisitos legais de renovação do certificado. Recurso não
provido.(STF - RMS 27093/DF - Relator(a): Min. EROS GRAU - Julgamento: 02/09/2008 Órgão
Julgador: Segunda Turma)
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LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO. Segundo Roque Antonio Carrazza, a 
alusão ao papel da imprensa possui uma explicação histórica. 
O STF entende que essa imunidade pode ser estendida a filmes e ao papel fotográfico, utilizados na 
impressão de livros, jornais e periódicos, mas não para os equipamentos e outros insumos utilizados: 
Súmula657. A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos 
necessários à publicação de jornais e periódicos 
RE 324600 AgR / SP - Relator(a): Min. ELLEN GRACIE - Julgamento: 03/09/2002- Órgão Julgador: Primeira 
Turma - Publicação: DJ 25-10-2002 PP-00047 EMENT VOL-02088-05 PP-01030 - Ementa. Tributário. 
Imunidade conferida pelo art. 150, VI, "d" da Constituição. Impossibilidade de ser estendida a outros 
insumos não compreendidos no significado da expressão "papel destinado à sua impressão". Precedentes 
do Tribunal. - Incabível a condenação em honorários advocatícios na ação de mandado de segurança, nos 
termos da Súmula 512/STF. Agravos regimentais desprovidos. 
As listas telefônicas foram consideradas imunes? 
RE-101441 / RS - Relator: Ministro SYDNEY SANCHES - Publicação: DJ DATA-19-08-88 PP-20262 EMENT VOL-
01511-03 PP-00466 RTJ VOL-00126-01 PP-00216. Julgamento: 04/11/1987 - TRIBUNAL PLENO - EMENTA. 
IMUNIDADE TRIBUTARIA (ART. 19, III, 'D', DA C.F.). I.S.S. – LISTAS TELEFONICAS.- A edição de listas 
telefônicas (catálogos ou guias) e imune ao ISS (art. 19, III, 'd', da C.F.), mesmo que nelas haja publicidade 
paga. Se a norma constitucional visou facilitar a confecção, edição e distribuição do livro, do jornal e dos 
'periódicos', imunizando-se ao tributo, assim como o próprio papel destinado a sua impressão, e de se 
entender que não estão excluídos da imunidade os 'periódicos' que cuidam apenas e tão-somente de 
informações genéricas ou especificas, sem caráter noticioso, discursivo, literário, poético ou filosófico, mas 
de 'inegável utilidade publica', como e o caso das listas telefônicas. Recurso extraordinário conhecido, por 
unanimidade de votos, pela letra 'd' do permissivo constitucional, e provido, por maioria, para deferimento 
do mandado de segurança. 
Livro eletrônico 
A imunidade dos livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua impressão não deve ser 
interpretada em seus extremos, sob pena de se subtrair da salvaguarda toda a racionalidade que inspira 
seu alcance prático, ou de transformar a imunidade em subjetiva, na medida em que acabaria por 
desonerar de todo a pessoa do contribuinte, numa imunidade a que a Constituição atribui desenganada 
feição objetiva. A delimitação negativa da competência tributária apenas abrange os impostos incidentes 
sobre materialidades próprias das operações com livros, jornais, periódicos e com o papel destinado a sua 
impressão. 3. A interpretação das imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em conta os 
novos fenômenos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas 
imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a constante atualização do alcance de seus 
preceitos. 4. O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de 
produção de livros, jornais e periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial ao conceito 
desses bens finais. O suporte das publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o 
conteúdo (corpus misticum) das obras. O corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo 
da imunidade, pois a variedade de tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro pode ter aponta 
para a direção de que ele só pode ser considerado como elemento acidental no conceito de livro. A 
imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro digital (e-book). TESE DA 
REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal 
do STF na internet, foi aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da 
CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.” 
(RE 330817, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 08/03/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 30-08-2017 PUBLIC 31-08-2017) 
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Até mesmo álbum de figurinhas e apostilas foram considerados imunes: 
RE 221239 / SP - Relator(a): Min. ELLEN GRACIE - Julgamento: 25/05/2004 Órgão Julgador: Segunda 
Turma - Publicação: DJ 06-08-2004 PP-00061 EMENT VOL-02158-03 PP-00597 - EMENTA. 
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, "D" DA CF/88. "ÁLBUM DE FIGURINHAS". 
ADMISSIBILIDADE. 1. A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua 
impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual, artística, 
científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à cultura, à informação e à 
educação. 2. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou 
didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. 3. Não cabe 
ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito 
tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou 
do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público infanto-juvenil. 4. Recurso extraordinário 
conhecido e provido. 
RE 183403 / SP - Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO - Julgamento: 07/11/2000 Órgão Julgador: 
Segunda Turma - Publicação: DJ 04-05-2001 PP-00035 EMENT VOL-02029-04 PP-00856 - EMENTA. 
IMUNIDADE - IMPOSTOS - LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL DESTINADO À IMPRESSÃO - APOSTILAS. O 
preceito da alínea "d" do inciso VI do artigo 150 da Carta da República alcança as chamadas apostilas, 
veículo de transmissão de cultura simplificado. 
A publicação de anúncios e publicidade em jornais é imune ao imposto sobre serviços de qualquer 
natureza: 
RE 91662 / SP - Relator(a): Min. DECIO MIRANDA - Julgamento: 04/11/1980 - Órgão Julgador: SEGUNDA 
TURMA - Publicação: DJ 28-11-1980 PG-10102 EMENT VOL-01194-04 PG-00969 RTJ VOL-00098-03 PG-
00802 - EMENTA. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. Não incide sobre anúncios e publicidade em 
jornal. Precedente: RE 87.049, Pleno de 13.04.78, RTJ 87/608. 
Saliente-se que a palavra livro não está empregada expressamente no Texto Constitucional no sentido 
restrito de conjunto de folhas de papel impressas, encadernadas e com capa. Entretanto, para os softwares 
(programas de computador), por não se caracterizarem como livros, jornais ou periódicos em formato 
tecnologicamente mais avançados, cabe a tributação (RE 176.626). 
INCENTIVO MUSICAL 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas
de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
ouro como ativo financeiro e cambial – (icms 153 § 5º CF, 155 §2º. X, c, CF)
imóveis rurais pequenos e os destinados a reforma agrária (art. 153 § 4º CF)
ITBI: não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; (art. 156, §
2º I CF)
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc75.htm#art1
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Princípios constitucionais tributários 
LEGALIDADE (Art. 150 I CF) 
CF/88 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantiasasseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
CTN - Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua ex 
tinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21. 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do 
artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
IV - a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 
57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras 
infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de 
penalidades. 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo
mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do
valor monetário da respectiva base de cálculo.
Interessantes decisões do Supremo Tribunal Federal, permitindo a alteração do prazo de pagamento ou
recolhimento de tributo por decreto (RE 182.971 e RE 193.531), sem ofensa à legalidade.
Base de cálculo IPTU: “Somente por via de lei, no sentido formal, publicada no exercício financeiro anterior,
é permitido aumentar tributo, como tal havendo de ser considerada a iniciativa de modificar a base de
cálculo do IPTU, por meio de aplicação de tabelas genéricas de valorização de imóveis, relativamente a
cada logradouro, que torna o tributo mais oneroso. (RE 234.605, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 8-
8-2000, Primeira Turma, DJ de 1º-12-2000.)
A constituição Federal também prevê exceções à reserva a lei formal, ou seja, pode-se alterar a alíquota (e
não a base de cálculo), do tributo nos limites da lei, dos seguintes tributos (art. 153 § 1º CF; art. 177 § 4º, I,
“b” da CF e art. 155, § 4º, IV, c da CF):
Imposto de Importação – II
Imposto de Exportação – IE
Imposto sobre Operações Financeiras – IOF
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI
CIDE combustíveis
ICMS combustíveis
Concessão de anistia, isenção ou crédito presumido: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:...§ 6º. Qualquer 
subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, 
relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, 
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente 
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no artigo 155, § 2º, XII, g. 
ANTERIORIDADE: (art. 150 III b e c CF) 
Clausula Pétrea: nenhum tributo será cobrado no mesmo exercício financeiro em que a lei que o instituiu 
ou aumentou tenha sido publicada; Numa de suas mais importantes decisões, o Supremo Tribunal Federal 
reconheceu que o princípio da anterioridade constitui garantia individual do contribuinte, não podendo ser 
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subtraído ou afastado nem por emenda à constituição (ADIN 939). Na oportunidade, a Emenda 3, de 1993, 
foi declarada inconstitucional ao tentar viabilizar a cobrança do IPMF, estabelecendo nova exceção ao 
princípio da anterioridade, ainda no ano de 1993. 
CF/88 - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
A Carta Constitucional apresenta as seguintes exceções ao princípio (Art. 150 § 1º CF): 
Imposto de importação; 
Imposto de exportação; 
Imposto sobre produtos industrializados ; 
Imposto sobre operações financeiras ; 
Impostos extraordinários de guerra; 
Empréstimos compulsórios somente aqueles instituídos em caso de guerra externa ou sua iminência e em 
caso de calamidade pública; 
Contribuições para financiamento da seguridade social (art. 195 § 6º CF). 
CIDE combustíveis – art. 177, § 4º, I, b, CF 
ICMS combustíveis – art. 155, § 4º IV, c, CF 
A Constituição Federal também prevê o Principio Nonagesimal, o qual determina que nenhum tributo 
poderá ser exigido antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b (anterioridade). Exceção: 
Emp. Compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou sua iminência; 
Imposto de importação; 
Imposto de exportação; 
Imposto de renda; 
Imposto de operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; 
impostos extraordinários de guerra. 
fixação de base de cálculo: propriedade de veículos automotores. propriedade predial e territorial urbana 
Prorrogação de alíquota 
“TRIBUTÁRIO. ICMS. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA. PRORROGAÇÃO. INAPLICABILIDADE DO PRAZO 
NONAGESIMAL (ARTIGO 150, III, C, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO 
E PROVIDO. 1. A Lei paulista 11.813/04 apenas prorrogou a cobrança do ICMS com a alíquota majorada de 
17 para 18%, criada pela Lei paulista 11.601/2003. 2. O prazo nonagesimal previsto no art. 150, III, c, da 
Constituição Federal somente deve ser utilizado nos casos de criação ou majoração de tributos, não na 
hipótese de simples prorrogação de alíquota já aplicada anteriormente. 3. Recurso extraordinário 
conhecido e provido para possibilitar a prorrogação da cobrança do ICMS com a alíquota majorada.” 
(Supremo Tribunal Federal. RE 584100 / SP - SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. 
ELLEN GRACIE Julgamento: 25/11/2009 Órgão Julgador: Tribunal Pleno) 
O art. 104 do CTN e o Principio da Anterioridade 
“Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte aquele em que ocorra a sua publicação os 
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
I – que instituem ou majoram tais impostos; 
II – que definem novas hipóteses de incidência; 
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III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, 
e observado o disposto no art. 178”. 
Há de se ressaltar que o ultimo julgamento do STF entendeu-se que a revogação de isenção se equipara a 
criação ou a majoração de tributo, sendo apenas a dispensa legal do pagamento de exação já existente, de 
forma que o tributo volta a ser imediatamente exigível, sendo aplicável o principio da anterioridade. 
IRRETROATRIVIDADE (art. 150 III a CF) 
a lei tributária só vale em relação a fatos geradores ocorridos depois do início da vigência da lei que os 
houver instituído ou aumentado; 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;
Apresenta-se como exceção ao princípio o art. 106 do CTN e a súmula 584 STF:
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha
sido fraudulento e não tenha implicado emfalta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
A Súmula 584 do Supremo Tribunal Federal sufragou os casos anteriores ao estatuir: "Ao Imposto de Renda
calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser
apresentada a declaração".
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (art. 150 II CF) 
Existe duas correntes doutrinárias a respeito do princípio: 
Cap. contributiva subjetiva - aptidão individual de determinado contribuinte para concorrer com os gastos 
públicos. O Fisco verifica no cálculo geral qual a riqueza da pessoa, pessoa física ou jurídica e cobra pelo 
que possui. 
Cap. contributiva objetiva - revela-se com o próprio bem. O sistema para o qual interessa o fato a ser 
tributado, individualizado. Ex.: quem tem Ferrari presume-se que supostamente deve pagar imposto (IPVA). 
Para o Estado não interessa se a pessoa tem condição financeira de pagar imposto. Para Roque Carrazza no 
Brasil a Capacidade contributiva é absoluta. Predomina a objetiva (absoluta) porque mesmo no Imposto de 
Renda não há uma consideração individual, mas as manifestações de riqueza como objetos. As 
manifestações de riquezas são fatos individuais. 
Art. 145.... § 1º - Sempre que possível(*), os impostos (**) terão caráter pessoal e serão graduados segundo 
a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir 
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o 
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
(*) tal expressão demonstra que o princípio irá se manifestar de acordo com as possibilidade técnicas da 
exação. 
(**) princípio deve ser aplicado a todas as espécies tributárias (RE 216.259). 
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Meios de exteriorização do princípio da capacidade contributiva: 
Seletividade 
IPI: Art. 153...§ 3º - O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em função da essencialidade do 
produto; 
ICMS: Art. 155...§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: III - poderá ser seletivo, em 
função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; 
Proporcionalidade 
Progressividade: Para Stuart Mill: “...na medida em que o capital aumenta, sua utilidade para o seu 
possuidor diminui, sendo legitimo sua apropriação pelo Estado em parcela maior” 
IR: Art. 153...§ 2º - O imposto previsto no inciso III: I - será informado pelos critérios da generalidade, da 
universalidade e da progressividade, na forma da lei; 
ITR: Art. 153...§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I - será progressivo e terá suas alíquotas 
fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; 
IPVA: Art. 155...§ 6º O imposto previsto no inciso III: II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do 
tipo e utilização. 
IPTU: § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto 
previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - ter alíquotas diferentes de 
acordo com a localização e o uso do imóvel 
NÃO CONFISCO (Art. 150 IV CF) 
o tributo deve ser razoável, não podendo ser tão oneroso que chegue a representar um verdadeiro
confisco; O problema reside na definição do conceito, na delimitação da ideia, como limite a partir da qual
incide essa vedação. Neste ponto, somente o exercício doutrinário e jurisprudencial, atento aos casos
concretos e a evolução legislativa, poderá firmar parâmetros mais precisos para o disposto no art. 150,
inciso IV da Lei Maior. A Constituição Federal não prevê a aplicação deste princípio às multas, só ao
fenômeno jurídico da incidência. Contudo, o artigo 5º da Constituição traz a intangibilidade do direito de
propriedade, o que gera o não confisco por multas
CF/88 - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
Esta última premissa foi consagrada pelo Supremo Tribunal Federal no reconhecimento da
inconstitucionalidade da contribuição previdenciária dos servidores públicos federais no absurdo patamar
de 25% (vinte e cinco por cento) (ADInMC 2.010).
Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal já decidiu pela aplicação do princípio às multas ou penalidades
tributárias no percentual de 300% (trezentos por cento) sobre o valor da mercadoria no caso de não
emissão de nota fiscal no ato de venda (ADInMC 1.075).
“Intricado e embaraçado, o objeto da regulação do referido art. 150, IV, da CF, acaba por oferecer
unicamente um rumo axiológico, tênue e confuso, cuja nota principal repousa na simples advertência ao
legislador dos tributos, no sentido de comunicar-lhe que existe limite a carga tributária”.
Hugo de Brito Machado abordando o princípio constitucional do não confisco, sustenta que em relação aos
impostos incidentes sobre o patrimônio, o melhor critério para indicar o caráter confiscatório é a renda
provável que o bem tributado pode gerar. então: "Se o imposto tiver alíquota superior à renda que se pode
razoavelmente esperar seja produzida pelo patrimônio, sobre o qual incide, será confiscatório. Por outro
lado, um imposto com alíquota inferior àquele limite, mesmo que o contribuinte, por inabilidade como
administrador, ou por qualquer outro motivo, não aufira renda para o respectivo pagamento, e tenha por
isto de privar-se de parte de seu patrimônio, não será considerado confiscatório."
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Andrei Veloso, citando Klaus Tipke, identifica que um tributo será confiscatório quando: 
a) inviabiliza o desenvolvimento das atividades empresariais;
b) absorve todos os rendimentos do patrimônio e do trabalho;
c) sacrifício da própria substância do patrimônio;
d) priva cidadão dos meios necessários de sua substância;
e) imposto de sucessão esvazia o direito sobre a herança
ATENÇÃO: 
Resumo das exceções aos princípios 
LEGALIDADE II IE IPI IOF Cide – 
combustíveis 
ICMS - 
combustívei
s 
ANTERIORIDADE II IE IPI IOF EMP. COMP. 
(Guerra e 
Calamidade) 
IMP. 
EXTRAORD. 
CIDE - 
combustíveis 
ICMS - 
combustíveis 
ANTERIORIDADE 
NONAGESIMAL 
II IE IR IOF EMP. COMP. 
(Guerra e 
Calamidade) 
IMP. 
EXTRAORD 
FIXAÇÃO BC 
IPVA E IPTU 
TESTE 
(Ano: 2014 - Banca: ESAF - Órgão: Receita Federal - Prova: Auditor Fiscal da Receita Federal) Sobre o 
entendimento do STF acerca da vedação da utilização, por parte da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, dos tributos com efeitos de confisco, pode-se afirmar que1: 
a) leis estaduais que estipulam margens mínima e máxima das custas, dos emolumentos e da taxa judiciária
e realizam uma disciplina progressiva das alíquotas – somente sendo devido o pagamento dos valores
elevados para as causas que envolvam considerável vulto econômico – configuram ofensa ao princípio
constitucional do não confisco.
b) a chamada 'multa moratória', que tem por objetivo sancionar o contribuinte que não cumpre suas
obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam em dia seus tributos aos cofres
públicos, não possui caráter confiscatório, independentemente de seu importe.
c) o isolado aumento da alíquota do tributo em dez pontos percentuais é suficiente para comprovar seu
efeito de confisco.
d) não é cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal
examinar se determinado tributo ofende, ou não, o princípio constitucional da não confiscatoriedade.
e) por veicular um conceito jurídico indeterminado, e não havendo diretriz objetiva e genérica, aplicável a
todas as circunstâncias, é permitido aos Tribunais que procedam à avaliação dos excessos eventualmente
praticados pelo Estado, com apoio no prudente critério do Juiz.
1 Gabarito letra ‘e’ 
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(Ano: 2012 - Banca: ESAF - Órgão: Receita Federal - Prova: Analista Tributário da Receita Federal) Responda 
às perguntas abaixo e em seguida assinale a opção correta2. 
I. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar imposto sobre o patrimônio, a
renda ou os serviços uns dos outros. Isso, em tese, impede à lei de um Município atribuir à União a
condição de responsável pela retenção na fonte do imposto sobre serviços?
II. Para combater o tráfego de gado infectado de uma região para outra, pode o Estado impor tributos
interestaduais ou intermunicipais?
III. Atende ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2 de dezembro de um ano, para
ser cobrado no exercício seguinte?
a) Sim, não e não.
b) Sim, sim e sim.
c) Não, não e sim.
d) Não, sim e não.
e) Não, não e não.
2 Gabarito letra ‘c’ 
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