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Responsabilidade Tributária

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DIREITO TRIBUTÁRIO
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	3
2. CONCEITO DE RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO	3
3. TIPOS DE RESPONSABILIDADE	4
3.1. RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO	5
3.2. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA	7
3.2.1. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES	7
3.2.1.1. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO DIREITO TRIBUTÁRIO	13
3.2.2. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS	16
3.2.3. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES	17
3.2.3.1. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO AGENTE	18
3.2.3.2. DENÚNCIA ESPONTÂNEA	20
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	21
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	22
ATUALIZADO EM 17/12/2021[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA[footnoteRef:2] [2: Por Tássia Neumann Hammes.] 
1. Introdução
Como vimos na FUC 4, o sujeito passivo da obrigação tributária pode ser um contribuinte ou um responsável tributário. Será contribuinte quando tiver relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; caso contrário, será denominado responsável. Em ambos os casos, a sujeição passiva depende de expressa previsão legal.
Assim, o responsável integra a relação jurídico-tributária como devedor de um tributo, sem possuir relação pessoal e direta com o respectivo fato gerador.
2. Conceito de responsável tributário
O art. 121, parágrafo único, II, do CTN define responsável tributário como sendo aquele devedor que “sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei”.
De forma mais analítica, pode-se conceituar responsável tributário como o “sujeito passivo da obrigação tributária, vinculado ao fato gerador, que, sem enquadrar-se na condição de contribuinte, tenha sua obrigação decorrente de expressa disposição legal”.
Para esclarecer, o conceito apresentado pode ser assim dividido:
a) Responsável tributário é o sujeito passivo que não se enquadra na condição de contribuinte: O Código Tributário Nacional optou pela utilização do critério residual para conceituar responsável tributário. Assim, para o CTN, todo devedor que não seja contribuinte deve ser considerado responsável tributário;
b) Obrigatoriamente vinculado ao fato gerador: a lei só pode eleger como responsável uma pessoa que, embora não realize o fato gerador, participe da relação jurídica no contexto da qual o fato gerador ocorre. Portanto, podemos afirmar que enquanto o contribuinte tem relação pessoal e direta com o fato gerador (porque realiza a conduta descrita na hipótese de incidência), o responsável tributário deve ter relação pessoal e INDIRETA com o fato gerador (está vinculado ao fato gerador sem realizá-lo). Ex.: no caso de uma lei que atribuísse a um condômino a responsabilidade pelo pagamento de IPTU na hipótese de inadimplemento referente à unidade autônoma pertencente a outro morador. Embora ambos residam no mesmo prédio, inexiste qualquer vinculação entre o responsável eleito pelo legislador e a propriedade alheia;
c) Tem sua obrigação decorrente de expressa disposição legal: todos os aspectos da hipótese de incidência tributária dependem de previsão legislativa e os casos de responsabilidade, em última análise, envolvem a definição do aspecto pessoal (devedor) da hipótese de incidência.
#TABELALOVERS
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: É inconstitucional lei estadual que disciplina a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa da matriz geral estabelecida pelo Código Tributário Nacional (CTN). Há, neste caso, uma inconstitucionalidade formal. Ao ampliar as hipóteses de responsabilidade de terceiros por infrações, prevista pelos arts. 134 e 135 do CTN, ou tratar sobre o tema de maneira diferente, a lei estadual invade competência do legislador complementar federal para estabelecer as normas gerais na matéria (art. 146, III, “b”, da CF/88). Caso concreto: é inconstitucional lei estadual que atribui responsabilidade tributária solidária por infrações a toda pessoa que concorra ou intervenha, ativa ou passivamente, no cumprimento da obrigação tributária, especialmente a advogado, economista e correspondente fiscal. STF. Plenário. ADI 4845/MT, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/2/2020 (Info 966).
*(Atualizado em 17/12/2021) É inconstitucional lei estadual que verse sobre a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa das regras gerais estabelecidas pelo CTN. 
É formalmente inconstitucional norma estadual que atribui ao contabilista a responsabilidade solidária, quanto ao pagamento de impostos e de penalidades pecuniárias, no caso de suas ações ou omissões concorrerem para a prática de infração à legislação tributária. Tese fixada pelo STF: “É inconstitucional lei estadual que verse sobre a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa das regras gerais estabelecidas pelo Código Tributário Nacional”. STF. Plenário. ADI 6284/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 14/9/2021 (Info 1029).
3. Tipos de responsabilidade
De acordo com o momento em que surge o vínculo jurídico entre a pessoa designada por lei como responsável e o sujeito ativo do tributo, a responsabilidade tributária pode ser classificada como: a) por substituição; ou b) por transferência.
Resumidamente para fins de introdução, na responsabilidade por substituição, a sujeição passiva do responsável surge junto com a ocorrência do fato gerador. Já na responsabilidade por transferência, no momento do surgimento da obrigação, determinada pessoa figura como sujeito passivo, contudo, num momento posterior, um evento definido em lei causa a modificação da pessoa que ocupa o polo passivo da obrigação, surgindo, assim, a figura do responsável, conforme definida em lei.
Segundo as lições da doutrina, a responsabilidade "por transferência" abrange os casos de responsabilidade "por sucessão", "por solidariedade" e "de terceiros", conforme tabela a seguir:
3.1. Responsabilidade por substituição
Ocorre quando a legislação situa uma pessoa qualquer como sujeito passivo no lugar do contribuinte, desde a ocorrência do fato gerador. Nesse caso, a lei afasta o contribuinte previamente, independentemente de eventos futuros. Ex.: no recolhimento do IRRF, o empregado é o contribuinte, porém a fonte pagadora é responsável pelo recolhimento do tributo.
a) Substituição tributária progressiva (para frente): o legislador atribui ao responsável o dever de pagar o tributo quanto a fatos geradores futuros mediante a presunção de que estes irão ocorrer. Ex.: concessionária de veículos que recolhe o ICMS devido por toda a cadeia circulatória em razão de fatos geradores futuros.
	#ATENÇÃO: Em julgamento realizado em outubro de 2016, o STF alterou o entendimento anteriormente adotado (ADI 1851) e reconheceu o direito de o contribuinte sujeito a substituição tributária para a frente requerer a restituição dos valores recolhidos a maior quando a operação efetivamente ocorrida tenha valor menor que o previsto para fins de base de cálculo do ICMS-substituição. Neste julgamento, fixado por maioria, mas adotando a técnica da repercussão geral, foi fixada a seguinte tese: “É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais, no regime de substituição tributária para a frente, se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida. STF. Plenário. ADI 2675/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski e ADI 2777/SP, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgados em 19/10/2016 (Info 844). STF.Plenário. RE 593849/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 844).
b) Substituição tributária regressiva (para trás): a lei atribui ao responsável o dever de pagar o tributo quanto a fatos geradores passados, gerando um adiamento do recolhimento do tributo para um momento após a ocorrência do fato gerador. Ex.: o ICMS devido pelo produtor rural, relativamente ao leite cru que vende ao laticínio, é recolhido por este no lugar daquele, em virtude do adiamento do fato gerador; o ICMS devido pelo produtor rural, relativamente à cana em caule que vende à usina, é recolhido por esta no lugar daquele, em virtude do adiamento do fato gerador.
	#SELIGA: No que consiste o princípio da praticidade? #CESPE[footnoteRef:3] [3: Caiu na PGM-Fortaleza (2017)!] 
O princípio da praticidade conjuga os meios e técnicas jurídicas que proporcionam a simplificação e viabilidade de aplicação das normas jurídicas. Insere-se, portanto, no âmbito do princípio da praticidade a eleição pelo legislador de presunções e ficções jurídicas destinadas a assegurar exequibilidade e economicidade na aplicação das regras jurídicas. Além disso, o princípio da praticidade impõe a adoção de medidas simplificadoras de aplicação das normas jurídicas, evitando-se a excessiva oneração da administração pública.
Nessa perspectiva, a substituição tributária progressiva e a regressiva traduzem opções pragmáticas do legislador com a finalidade de otimizar a atividade arrecadatória e fiscalizatória, assegurando-se a justiça fiscal por meio da coibição de condutas ilícitas e fraudulentas realizadas com o objetivo de evadir-se ao pagamento do tributo.
	#DEOLHONAJURIS: O adquirente de boa-fé não pode ser responsabilizado pelo tributo que deixou de ser oportunamente recolhido pela empresa vendedora que realizou a operação mediante indevida emissão de nota fiscal. STJ. 1ª Turma. AREsp 1.198.146-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/12/2018 (Info 640).
STJ: “DIREITO TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DA MULTA APLICADA EM DECORRÊNCIA DO NÃO RECOLHIMENTO DE IMPOSTO DE RENDA. Na hipótese em que a fonte pagadora deixa de efetuar a retenção do imposto de renda, expedindo comprovante de rendimentos o qual os classifica como isentos e não tributáveis, de modo a induzir o empregado/contribuinte a preencher equivocadamente sua declaração de imposto de renda, não é este – mas sim o empregador – o responsável pelo pagamento da multa prevista no art. 44, I, da Lei n. 9.430/1996” – 2ª T., REsp 1.218.222- RS, rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 4-9-2014.
3.2. Responsabilidade por transferência 
Ocorre quando existe de forma legal o contribuinte, e a lei atribui a outro o dever do pagamento do tributo, tendo em vista eventos futuros ao surgimento da obrigação tributária. Ex.: no caso de falecimento do proprietário de um imóvel urbano, devedor de IPTU, a responsabilidade passa a ser do espólio (art. 131, III, do CTN). 
Ela pode se dar de 3 modos:
a) por solidariedade: quando por força de lei duas ou mais pessoas são coobrigadas a pagar o mesmo tributo. Ex.: IPTU de condomínio pro indiviso;
b) por sucessão: quando o primitivo devedor desaparece deixando quem lhe faça as vezes. Ex.: falecimento de contribuinte com dívidas, caso em que os herdeiros, após o evento morte, respondem pelo pagamento do tributo, até o limite da herança;
c) por responsabilidade legal: quando a pessoa que tinha o dever legal de fiscalizar o recolhimento não o fez, o que produz, em determinadas situações, a obrigação de o responsável legal pagar. Ex.: tabelião que não fiscaliza o recolhimento do ITBI no registro da escritura.
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
3.2.1. Responsabilidade dos sucessores
Aqui, o desaparecimento do devedor original acarreta a transferência da obrigação tributária para outro indivíduo. São hipóteses:
a) Transferência causa mortis: transmissão para herdeiros, havendo, no caso, uma responsabilidade pessoal (art. 131, II e III, do CTN);
b) Transferência inter vivos: obrigação transferida para o comprador, nas seguintes hipóteses, previstas no CTN:
(i) 1ª Hipótese – Art. 130: transmissão de imóveis (sucessão imobiliária);
(ii) 2ª Hipótese – Art. 131, I: transmissão de bens móveis (sucessão mobiliária);
(iii) 3ª Hipótese – Art. 133: transmissão de estabelecimento comercial, industrial ou profissional (sucessão comercial);
(iv) 4ª Hipótese – Art. 132: transmissão decorrente de fusão, incorporação, transformação ou cisão (sucessão empresarial).
Assim, a responsabilidade dos sucessores, tratada nos arts. 129 a 133 do CTN, atingirá:
a) os créditos definitivamente constituídos (o lançamento já se realizou);
b) os créditos em procedimento de constituição, na data da ocorrência dos atos ou fatos determinantes da sucessão (o lançamento está em fase de realização);
c) os créditos ainda não constituídos, porém correspondentes a fatos geradores ocorridos antes da realização dos atos ou fatos determinantes da sucessão (o lançamento ainda não se realizou).
Em suma, o sucessor assume todos os débitos tributários do sucedido, relativamente a fatos geradores ocorridos antes da data do ato ou fato que demarcou a sucessão, sendo irrelevante o andamento da constituição definitiva do crédito. Portanto, é o fato gerador que vai regular o conjunto de obrigações transferidas.
Ainda, os débitos reconhecidos à data da sucessão, isto é, já lançados, bem como aqueles que estiverem em via de sê-los, ou mesmos desconhecidos, mas que serão lançados posteriormente, podem ser atribuídos aos sucessores.
	#DEOLHONAJURIS: “A responsabilidade tributária dos sucessores protege o erário de um tipo de inadimplência bastante específica, que é o desaparecimento jurídico do contribuinte, conjugado com a transferência integral ou parcial do patrimônio a outra pessoa jurídica. Assim, a desconstituição da pessoa jurídica faz com que o crédito tributário não possa mais ser exigido contra o contribuinte original, que deixa de existir juridicamente. O patrimônio – material ou imaterial – transferido deveria garantir o crédito. O sucessor, ainda que se trata de um ente federado, deve arcar com a dívida” – RE 599176/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 5-6-2014.
Vamos analisar agora cada uma dessas hipóteses:
*(Atualizado em 03.06.2020)- Transmissão causa mortis: 
Com a morte, configurada está a abertura da sucessão, sendo que a transferência do patrimônio do de cujus ocorre imediatamente. 
Entre a abertura da sucessão (morte) e com o fim do processo de inventário (partilha dos bens), a responsabilidade pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data de sua morte, é do espólio. Com a sentença de partilha ou adjudicação, a responsabilidade por todo o período passado, passa a ser dos sucessores a qualquer título e do cônjuge meeiro, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação, nos termos do artigo art. 131, II do CTN. 
Assim, se o de cujus deixou créditos tributários em aberto, o espólio deve fazer o pagamento. Caso o pagamento não tenha sido feito e, mesmo assim, os bens tenham sido partilhados, os sucessores a qualquer título e o cônjuge meeiro deverão fazer o pagamento, sendo responsáveis. 
- 1ª Hipótese – Art. 130: transmissão de imóveis (sucessão imobiliária)
O dispositivo refere-se aos tributos incidentes sobre o bem imóvel, que passam a ser exigíveis do adquirente, no caso de sua compra e venda. O sujeito passivo passa a ser o novo proprietário, posseiro ou foreiro.
Caberá ao Oficial de Registro fiscalizar o recolhimento dos tributos, exigindo a apresentação de certidões negativas. Tal dispositivo apresenta duas exceções:
i) quando constar na escritura de transmissão de propriedade a certidão negativaexpedida pela Fazenda (art. 130, caput, parte final, do CTN): a certidão negativa vale como um atestado de inexistência de débitos, apresentando-se como uma forma de o adquirente eximir-se da responsabilidade. Segundo o atual entendimento do STJ, a sub-rogação prevista no caput do art. 130 do CTN tem caráter solidário, cumulativo, reforçativo e não excludente da responsabilidade do alienante, cabendo ao credor escolher o acervo patrimonial que melhor satisfaça o débito cobrado.
ii) quando o imóvel for adquirido em hasta pública (art. 130, parágrafo único, do CTN): refere-se ao leilão executado pelo Poder Público para a satisfação da dívida. O montante das dívidas existentes está incluído no montante pago pelo bem imóvel, cabendo à autoridade judicial zelar pela imediata quitação das dívidas.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
- 2ª Hipótese – Art. 131, I: transmissão de bens móveis (sucessão mobiliária)
No caso de transmissão de bens móveis, haverá a assunção das dívidas, anteriores à aquisição, pelo adquirente ou remitente. Em relação à remição, o remitente será o responsável pessoal por aquele bem remido.
Importante salientar que o art. 131 não contém hipóteses de exceção à responsabilização, como o dispositivo anterior, havendo sempre a responsabilidade do adquirente.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; 
- 3ª Hipótese – Art. 133: transmissão de estabelecimento comercial, industrial ou profissional (sucessão comercial / trespasse)
Trespasse é a alienação do estabelecimento comercial ou fundo de comércio.
O art. 133 do CTN disciplina a questão dos tributos devidos na hipótese de trespasse, tanto do ponto de vista de quem está adquirindo o estabelecimento quanto em relação ao alienante.
Em linhas gerais, o dispositivo deixa claro que no Direito Brasileiro quem adquire um estabelecimento comercial assume também todo o passivo tributário da empresa.
No entanto, o art. 133 do CTN distingue casos em que o adquirente assume o passivo tributário sozinho (integralmente) de outros nos quais a responsabilidade é dividida com o alienante (subsidiariamente).
Como o objetivo evidente da regra é proteger os interesses do Fisco, garantindo a satisfação do crédito, mesmo vendendo a empresa, o alienante só deixa de responder por dívidas do estabelecimento transferido se permanecer pelo menos seis meses sem exercer qualquer atividade comercial após a alienação.
Em suma, a responsabilidade pelo recolhimento dos tributos na hipótese de trespasse será:
a) integral do adquirente: se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade empresarial;
b) subsidiária do adquirente e alienante: se o alienante prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
- Trespasse sem assunção do passivo tributário:
Com o claro objetivo de tornar atrativa a aquisição de estabelecimentos em crise por grupos econômicos mais saudáveis, o art. 133, § 1º, do CTN determina que a aquisição da empresa não inclui as dívidas tributárias quando ocorrer:
a) em processo de falência; 
b) no caso de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
Porém, essas duas hipóteses excepcionalíssimas de trespasse sem assunção do passivo tributário deixam de ser admitidas pela legislação quando o adquirente for (art. 133, § 2º):
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios;
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
Nesse sentido, o §3º, do art. 133, do CTN reza que em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário.
Art. 133. (...)
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:              (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – em processo de falência;             (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.          (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for:              (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;             (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou              (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.         (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
4ª Hipótese – Art. 132: transmissão decorrente de fusão, incorporação, transformação ou cisão (sucessão empresarial)
Aqui a expressão sucessão empresarial é utilizada em sentido amplo, compreendendo todos os casos de operações entre empresas, como as fusões, cisões, incorporações, alienações de filiais, etc.
Isso porque a Administração Tributária deve seguir a manifestação de riqueza dessas entidades, de forma que o "desaparecimento" de uma entidade implicará a responsabilidade daquelas que lhe sucederem.
Assim, pode-se afirmar que a premissa fundamental é a de que a sucessão empresarial gera sucessão tributária.
Em suma, os casos de responsabilidade decorrentes das alterações societárias objeto de exame podem ser visualizados da seguinte forma:
O parágrafo único do art. 132 reza que a responsabilidade por sucessão será extensiva aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, em situações de continuação da exploração da atividade por sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Assim, a unidade econômica que ressurgir, continuada por sócio remanescente ou espólio, responderá pelas dívidas. Nesta situação, será aplicado também oart. 135, III, do CTN, que faz menção à desconsideração da pessoa jurídica.
No tocante às multas, doutrina e jurisprudência têm entendido que a responsabilidade dos sucessores deve abrangê-las, pois elas integrariam o passivo da empresa sucedida.
	#SELIGANASÚMULA: 
Súmula nº 554 do STJ: “Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão”.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
3.2.1.1. Desconsideração da personalidade jurídica no Direito Tributário
O art. 135 do CTN consagra o caráter excepcional da responsabilidade de diretores, sócios, gerentes ou representantes por dívidas da empresa. Isso porque vigora o princípio da autonomia patrimonial isolando os bens da pessoa jurídica em relação ao patrimônio de seus dirigentes.
Nessa esteira, o Código Tributário Nacional afirma que somente os atos praticados com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatutos têm o poder de afastar a autonomia patrimonial, autorizando o Fisco a redirecionar a cobrança contra os dirigentes da empresa.
Excesso de poder ou infração constituem sempre comportamentos dolosos, que exigem má-fé para sua caracterização, sendo inadmissível sua configuração na modalidade meramente culposa.
Trata-se das regras para desconsideração da personalidade jurídica em Direito Tributário.
Não se deve deixar de enfatizar que cabe ao Fisco o ônus de provar a ocorrência dos motivos circunstanciais que autorizam a responsabilização dos administradores. Assim, se o Fisco não puder demonstrar que ocorreram atos concretos de excesso de poder, infração à lei, ao contrato social ou aos estatutos, descabe a inclusão de diretores, sócios e gerentes na execução fiscal. Ocorrendo a ampliação ilegal do polo passivo da execução, a matéria deverá ser suscitada em sede de embargos ou exceção de pré-executividade.
	#DEOLHONAJURIS: “DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. HIPÓTESE DE NÃO SUJEIÇÃO DE SENTENÇA A REEXAME NECESSÁRIO. Não se sujeita ao reexame necessário, ainda que a Fazenda Pública tenha sido condenada a pagar honorários advocatícios, a sentença que extinguiu execução fiscal em razão do acolhimento de exceção de pré-executividade pela qual se demonstrara o cancelamento, pelo Fisco, da inscrição em dívida ativa que lastreava a execução” – 2ª T., REsp 1.415.603-CE, rel. Min. Herman Benjamin, j. 22-5-2014.
Comprovado o excesso de poder ou a infração, caracterizando comportamento doloso ensejador da responsabilidade pessoal do dirigente, como regra a pessoa jurídica deixa de ser a devedora principal do tributo, passando o dirigente a ocupar tal papel.
Segundo o STJ, o simples inadimplemento da obrigação tributária não autoriza o redirecionamento da Execução Fiscal. Veja-se, como exemplo, o seguinte julgado:
STJ: “EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO. SÓCIO NÃO GERENTE. QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DOS FATOS. A Turma reiterou o entendimento do STJ sobre a hipótese de redirecionamento da execução fiscal contra sócio-gerente, que depende de comprovação de conduta com excesso de mandato ou infringência da lei, contrato social ou estatuto, não bastando a simples inadimplência no recolhimento de tributos. Ademais, para haver o redirecionamento na hipótese de dissolução irregular da sociedade, exige-se a permanência do sócio na administração no momento da irregularidade” – 2ª T., AgRg no REsp 1.279.422-SP, rel. Min. Humberto Martins, j. 13-3-2012.
No caso específico de sócios, segundo entendimento do STJ, se o nome estiver indicado na CDA, diante da presunção de liquidez e certeza da certidão, inverte-se o ônus da prova, cabendo ao sócio demonstrar que não houve excesso de poder ou infração. In verbis:
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ- EXECUTIVIDADE. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. INADMISSÃO. INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO DE PAGAR TRIBUTOS. RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS INDICADOS NA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE.
1. Admite-se a objeção de pré-executividade para acolher exceções materiais, extintivas ou modificativas do direito do exequente, desde que comprovadas de plano e desnecessária a produção de outras provas além daquelas constantes dos autos ou trazidas com a própria exceção.
2. O mero inadimplemento da obrigação de pagar tributos não constitui infração legal capaz de ensejar a responsabilidade prevista no art. 135, III, do Código Tributário Nacional.
3. Não se pode, diante da presunção de certeza e liquidez da Certidão de Dívida Ativa, inverter o ônus probatório para a exclusão dos sócios da execução fiscal.
4. Por possuir a CDA presunção juris tantum de liquidez e certeza, seria gravame incabível a exigência de que o Fisco fizesse prova das hipóteses previstas no art. 135 do CTN.
5. Recurso especial improvido”. (REsp 896493/SP REsp 2006/0232048-7)
Ainda a respeito da desconsideração da personalidade jurídica em relação aos sócios, entende-se que será sempre cabível nas hipóteses de:
1) confusão patrimonial deles em relação à empresa;
2) dissolução irregular da sociedade.
Isso porque nesses dois casos a circunstância fática evidencia o elemento subjetivo (dolo) caracterizador da infração à lei.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
3.2.2. Responsabilidade de terceiros
Tal responsabilidade se prende ao dever legal ou contratual que indivíduos (terceiros) devem observar em relação ao patrimônio alheio, normalmente pessoas naturais incapazes (menor, tutelado, curatelado) ou entes despidos de personalidade jurídica (espólio e massa falida).
Conforme o art. 134 do CTN, na impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, são solidariamente responsáveis:
a) os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
b) os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
c) os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
d) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
e) o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
f) os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
g) os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Contudo, observa-se que a responsabilidade tributária nas hipóteses referidas acima somente ocorre se o terceiro tiver participado diretamente da situação concreta que configura o fato gerador do tributo, assistindo o contribuinte ou em seu nome atuando. Ou então, se tinha o dever jurídico de assistir o contribuinte, mas deixou de fazê-lo, caso em que a responsabilidade tributária surge como decorrência de sua omissão.
Se o art. 134 estabelece um benefício de ordem, exigindo que primeiro o Fisco esgote as tentativas de cobrança junto ao contribuinte para depois acionar o responsável, então na verdade, existe o benefício de ordem, primeiro se tenta não se trata de responsabilidade solidária, mas subsidiária, pois existe uma ordem, só se busca os terceiros se for impossível a exigência do cumprimento da obrigação principalpelo contribuinte.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.
3.2.3. Responsabilidade por infrações
Em Direito Tributário, a consequência mais comum do cometimento de infrações é a aplicação de multas. Por conseguinte, é lícito afirmar que a infração à legislação tributária normalmente é fato gerador da obrigação tributária principal consubstanciada na respectiva penalidade pecuniária. Porém, há outras espécies de sanções aplicáveis aos ilícitos tributários, tais como a pena de perdimento e a proibição de gozo de regimes especiais de tributação, ambas comuns nos tributos aduaneiros (imposto de importação e de exportação).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Em regra, a empresa que aluga veículos não pode sofrer a pena de perdimento em razão de contrabando ou descaminho praticado pelo condutor-locatário, salvo se tiver participação no ato ilícito para internalização de mercadoria própria. O fato de a locadora não ter investigado os “antecedentes” do cliente não pode ser usado como argumento para se concluir pela responsabilidade da empresa. STJ. 1ª Turma. REsp 1.817.179-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 17/09/2019 (Info 658). 
CUIDADO. Existem julgados do STJ afirmando que a pena de perdimento pode ser aplicada a veículos sujeitos a leasing ou alienação fiduciária: A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é dominante no sentido de permitir a aplicação da sanção de perdimento de veículo automotor objeto de alienação fiduciária ou arrendamento mercantil (leasing), independentemente da valoração sobre a boa-fé do credor fiduciário ou arrendante. A aplicação da aludida sanção administrativa não possui o condão de anular os respectivos contratos de alienação fiduciária em garantia ou arrendamento mercantil efetuados entre credor e devedor, os quais possuem o direito de discutir, posteriormente, os efeitos dessa perda na esfera civil. STJ. 1ª Turma. REsp 1268210-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/2/2013 (Info 517). STJ. 2ª Turma. REsp 1628038/SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 05/11/2019.
O art. 136 do CTN afirma que a responsabilidade por infrações da legislação tributária, salvo disposição de lei em contrário, independe da intenção do agente, não importando tampouco se o ato infracional chegou a produzir todos os efeitos, tratando-se, assim, de responsabilidade objetiva, em regra. Assim, são irrelevantes, nos casos de infração:
a) a intenção do agente; e
b) o resultado da conduta por ele praticada.
	#DEOLHONASÚMULA: 
STJ, Súmula 430: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
STJ, Súmula 509: É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda.
Vale lembrar que, em se tratando de infrações à legislação tributária, é aplicável a regra do in dubio pro reo, de forma que, se houver dúvida sobre a caracterização de sonegação, fraude ou conluio, o contribuinte deve ser punido com a multa mais suave. A base é o art. 112, 1, do CTN, que impõe a interpretação mais favorável em caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato. 
Ademais, não se deve confundir responsabilidade objetiva por infrações à legislação tributária com a inexistência do direito à defesa por parte do contribuinte. Apesar de a comprovação da infração gerar, como regra, a punição, independentemente da existência de dolo ou culpa, sempre é necessária a correta fundamentação, apontando os elementos de fato (descrição do que ocorreu no mundo) e de direito (demonstração de que os fatos se enquadram em previsão legal de punição), possibilitando ao contribuinte a formulação de defesa quanto a tais aspectos.
#IMPORTANTE #ATENÇÃO
Quando ocorre o redirecionamento da execução fiscal para atingir o sócio-gerente, a pessoa jurídica deixa de responder pelo débito? Tendo havido o redirecionamento, a execução irá prosseguir apenas contra a pessoa física?
NÃO. Nos casos de dissolução irregular da sociedade empresária, o redirecionamento da Execução Fiscal para o sócio-gerente não constitui causa de exclusão da responsabilidade tributária da pessoa jurídica. Apesar de o art. 135 do CTN falar em “responsabilidade pessoal”, o STJ consolidou o entendimento de que essa responsabilidade do sócio-gerente, por ato de infração à lei, é solidária (não excluindo a responsabilidade da empresa). Logo, responderão pelo débito o sócio-gerente e a pessoa jurídica, figurando ambos na execução fiscal, em litisconsórcio passivo. STJ, 2º Turma. REsp 1.455.490-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/8/2014 (Info 550).
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
3.2.3.1. Responsabilidade pessoal do agente
Em regra, tratando-se da responsabilidade por infrações, as consequências da prática de ato ilícito devem ser atribuídas pessoalmente ao infrator, pois a punição deve atingir direta e exclusivamente a pessoa (física ou jurídica) que agrediu o ordenamento jurídico.
Sabe-se que os atos praticados pelas pessoas jurídicas são exteriorizados por meio de pessoas físicas (administradores, diretores, gerentes, empregados etc.), o que poderia gerar dúvida acerca da pessoa a ser punida: se a própria pessoa jurídica ou se a pessoa física que praticou concretamente o ato ilícito (agente).
Em direito tributário, a regra é punir a própria pessoa jurídica pelos ilícitos que venha a cometer. Assim, a multa é aplicada contra a pessoa jurídica e não contra o agente (pessoa física) que concretizou, no mundo dos fatos, o ilícito. 
Há casos, no entanto, em que o ordenamento jurídico prevê a necessidade de que o ato punitivo recaia pessoalmente sobre o agente responsável. É nesse sentido que o art. 137 do CTN trata das excepcionais hipóteses de responsabilidade pessoal do agente.
O dispositivo enumera situações em que a própria pessoa jurídica sofre os danos causados pela condenável ação daquele que atua em seu nome, de forma que a punição deve ser imposta ao próprio agente, permanecendo a pessoa jurídica na condição de sujeito passivo do tributo, mas não da multa.
O primeiro caso se refere às infrações mais graves, que, além da infração à legislação tributária, configuram ilícitos penais (crimes ou contravenções).
Sabe-se que, em matéria criminal, a regra é a punição das pessoas físicas (agentes) e não das entidades em nomes das quais atuam. Para manter a coerência do ordenamento jurídico, o CTN seguiu a mesma linha, determinando a responsabilização pessoal do agente.
Contudo, o CTN ressalva os casos em que o agente pratica o crime ou contravenção no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito.
O segundo caso de responsabilidade pessoal do agente é o das infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar.
São elementares todos os componentes essenciais para a configuração de um delito.Na definição de ilícitos, normalmente é necessária a análise de três elementos (as elementares): o objetivo (ou formal), o subjetivo e o normativo (ou valorativo).
Em suma, pode-se afirmar que o elemento objetivo ou formal é o que se refere à descrição da conduta, com o respectivo resultado e o liame existente entre os dois (nexo de causalidade). O elemento subjetivo é o que se refere à existência de dolo ou culpa no comportamento do agente. O elemento normativo (nem sempre presente) é aquele que exige um esforço interpretativo para a perquirição do conteúdo de conceitos jurídicos indeterminados, como segurança nacional, mal injusto, etc.
Como já mencionado, as infrações à legislação tributária são, em regra, objetivas, não dependendo da presença de dolo ou culpa. Porém, existem casos em que o legislador insere na definição de determinados ilícitos a presença de um elemento subjetivo, fazendo que sua configuração dependa da existência de dolo específico.
O último caso refere-se às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico de determinadas pessoas contra aquelas em nomes das quais praticam certos atos. A intenção é punir aquele que age com o objetivo específico de prejudicar pessoas cujos interesses deveriam defender. Assim, o normal é que a empresa seja responsável pelos ilícitos praticados pelos seus empregados. Caso se verifique, contudo, que o empregado praticou determinada infração tributária com a finalidade especial (dolo específico) de prejudicar a empresa, a penalidade tributária recairá sobre aquele e não sobre esta. Da mesma forma que nos' demais casos previstos no artigo, a responsabilidade do agente é relativa à infração, pois a sujeição passiva quanto ao tributo continua sendo da pessoa jurídica.
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
3.2.3.2. Denúncia espontânea 
Denúncia espontânea é a autodelação premiada no Direito Tributário. O próprio infrator confessa ao Fisco a prática de um comportamento irregular antes do início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionada com a infração, acompanhado do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do pedido para que o Fisco arbitre o valor devido.
Como recompensa, o art. 138 do CTN determina a exclusão da responsabilidade, afastando a aplicação de qualquer penalidade, sejam multas punitivas ou moratórias.
Frise-se o afastamento da espontaneidade depende da formal comunicação ao sujeito passivo do início do procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados com a infração. Assim, enquanto a autoridade fiscal investiga, faz pesquisas, coleta dados necessários ao lançamento do tributo ou multa, o sujeito passivo ainda tem a possibilidade de se beneficiar do instituto, faculdade que somente cessa com o conhecimento oficial por parte do interessado acerca da existência de procedimento instaurado relativo à respectiva infração.
Entretanto, de acordo com a jurisprudência consolidada do STJ, o benefício da denúncia espontânea não se aplica:
a) no caso de inadimplemento de obrigações tributárias acessórias autônomas sem qualquer vínculo direto com a existência do fato gerador do tributo. Ex.: atraso na entrega da declaração de rendimentos do Imposto de Renda (REsp 1129202);
b) quanto aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, declarados pelo contribuinte, mas recolhidos fora do prazo de vencimento (Súmula n. 360 do STJ);
c) se houver confissão do débito acompanhada de pedido de parcelamento, na medida em que parcelamento não pode ser confundido com pagamento (REsp 378795).
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Código Tributário Nacional
	Art. 128 a 138
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
Manual de Direito Tributário – Alexandre Mazza (2018).
Manual de Direito Tributário – Ricardo Alexandre (2017).
Direito Tributário Essencial – Eduardo Sabbag (2018).
Cavalcante, Márcio André Lopes, Informativos esquematizados do Dizer o Direito.
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