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Crédito e Lançamento Tributário

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DIREITO TRIBUTÁRIO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
SUMÁRIO
1. CONCEITO	3
2. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO	4
2.1. INTRODUÇÃO	4
2.2. NATUREZA JURÍDICA	5
2.3. CONCEITO	6
2.4. FINALIDADES DO LANÇAMENTO	6
2.5. COMPETÊNCIA PARA LANÇAR	6
2.6. O LANÇAMENTO COMO ATIVIDADE PLENAMENTE VINCULADA	14
2.7. TAXA DE CÂMBIO APLICÁVEL AO PROCEDIMENTO DE LANÇAMENTO	15
2.8. LEGISLAÇÃO MATERIAL E FORMAL APLICÁVEL AO PROCEDIMENTO DE LANÇAMENTO	15
2.9. ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO REGULARMENTE NOTIFICADO	16
2.10. ERRO DE FATO E ERRO DE DIREITO – POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO	18
2.11. MODALIDADES DE LANÇAMENTO	20
2.11.1. LANÇAMENTO DIRETO OU DE OFÍCIO	21
2.11.2. LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO	22
2.11.3. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO OU AUTOLANÇAMENTO	24
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	25
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	25
 
ATUALIZADO EM 15/06/2019[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO[footnoteRef:2] [2: Por Tássia Neumann Hammes.] 
1. Conceito
Do ponto de vista do Fisco, o crédito tributário é o objeto da obrigação tributária. Para o devedor (contribuinte ou responsável), o conteúdo da obrigação consiste numa ordem de pagar, fazer ou não fazer; para o credor (Fisco), trata-se do direito de exigir o cumprimento daquilo que é devido.
Assim, crédito tributário é o direito que o Fisco tem de exigir do devedor o cumprimento da obrigação tributária.
Vale lembrar que, não obstante a obrigação tributária surja com a ocorrência do fato gerador, somente com o lançamento é que ocorre a constituição definitiva do crédito tributário (art. 142 do CTN).
Dessa forma, o regime geral do crédito tributário é definido pelo CTN nos arts. 139 a 141 podendo ser resumido nos seguintes pontos:
a) o crédito tributário decorre da obrigação principal;
b) o crédito e a obrigação têm a mesma natureza na medida em que integram uma única relação jurídica;
c) circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem;
d) somente lei complementar federal pode prever ou modificar o regime das causas de suspensão, extinção ou exclusão do crédito tributário;
e) qualquer hipótese de suspensão, exclusão ou extinção do crédito instituída de ofício pela autoridade administrativa enseja responsabilidade funcional.
EM SÍNTESE:
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
 Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.
 Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
2. Lançamento tributário
2.1. Introdução
Com a ocorrência do fato gerador nasce a obrigação tributária principal. Vale lembrar que o fato gerador da obrigação principal é “a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência” (art. 114 do CTN).
Contudo, o surgimento da obrigação tributária não é suficiente para que a dívida do contribuinte perante o Fisco possa ser paga. Isso porque, com a simples ocorrência do fato gerador, ainda não se sabe quem deve pagar o tributo, qual o valor, onde, como e qual a data final para o pagamento.
A definição de todos esses elementos necessários para a quitação da dívida tributária é feita por meio do lançamento.
O fato gerador dá nascimento à obrigação tributária, ao passo que o crédito tributário (direito de o Fisco cobrar) surge com o lançamento.
Assim, nos termos do art. 139 do CTN, “o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta”. Mas o art. 140, do mesmo diploma normativo, ressalva: “as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade, não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem”.
2.2. Natureza jurídica 
Segundo a legislação correlata, o lançamento é procedimento administrativo, ou seja, uma sequência ordenada de atos administrativos voltados à obtenção de finalidade específica.
Contudo, a maioria da doutrina tem outra visão, recusando a natureza de procedimento. O lançamento, para os tributaristas mais modernos, seria na verdade um ato administrativo unilateral privativo do Fisco.
Em provas para concurso público, considera-se mais seguro adotar o posicionamento expressamente adotado pela lei (no caso, colocando o lançamento entre os procedimentos administrativos).
Por outro lado, em relação a outra discussão, surge a dúvida se o lançamento possui natureza declaratória ou constitutiva.
Para Ricardo Alexandre, o legislador do CTN enxergou o fenômeno jurídico-tributário de maneira bastante diferente, entendendo que não existe crédito antes do lançamento, de forma que este teria, quanto ao crédito, natureza constitutiva. A tese foi expressamente adotada pelo art. 142, pois este afirma que "compete à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento".
Não obstante a natureza constitutiva do lançamento, no que se refere ao crédito é necessário que se perceba que o CTN claramente atribuiu-lhe natureza declaratória quanto à obrigação. A conclusão decorre da redação do mesmo art. 142, no ponto em que inclui no procedimento de lançamento a função de "verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente".
Isso porque, ao verificar formalmente que o fato gerador ocorreu, a autoridade fiscal declara - e não constitui - a obrigação tributária.
Dessa forma, seguindo à risca a tese adotada pelo legislador brasileiro, Ricardo Alexandre entende que o lançamento possui natureza jurídica mista, sendo constitutivo do crédito tributário e declaratório da obrigação tributária.
	#DEOLHONASÚMULA:
 Súmula 436, STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensando qualquer outra providência por parte do fisco.
2.3. Conceito 
Lançamento é o ato administrativo unilateral, privativo do Fisco, plenamente vinculado, declaratório da ocorrência do fato gerador e constitutivo do crédito tributário.
2.4. Finalidades do lançamento
Nos termos do que dispõe o art. 142 do CTN, podem ser identificadas seis finalidades do lançamento tributário:
a) constituir o crédito tributário;
b) verificar a ocorrência do fato gerador;
c) determinar a matéria tributável;
d) calcular o montante do tributo devido;
e) identificar o sujeito passivo;
f) propor a aplicação da penalidade cabível.
2.5. Competência para lançar
Conforme dispõe o art. 142 do CTN, a competência para o lançamento é da "autoridade administrativa''. O CTN não define qual autoridade administrativa possui tal poder legal, deixando para a lei de cada ente político a incumbência de fazê-lo. 
A exclusividade da competência para a realização do lançamento vincula até mesmo o juiz, que não pode lançar, nem corrigir o lançamento realizado pela autoridade administrativa. Assim, no caso de reconhecer algum vício no lançamento realizado, deve o juiz proclamar-lhe a nulidade, cabendoà autoridade administrativa competente, se assim entender, novamente constituir o crédito.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
2.6. O lançamento como atividade plenamente vinculada
Conforme dispõe o parágrafo único do art. 142 do CTN, a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
Dessa forma, como o tributo é cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, e o lançamento é o ato que formaliza o valor do crédito, conferindo-lhe exigibilidade, há de se concluir que a atividade de lançar é vinculada, no sentido de que a ocorrência do fato gerador dá à autoridade fiscal não apenas o poder, mas também o dever de lançar, não havendo qualquer possibilidade de análise de conveniência e oportunidade para que se deflagre o procedimento.
Art. 142. (...)
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
2.7. Taxa de câmbio aplicável ao procedimento de lançamento
Há casos em que o valor da base de cálculo do tributo é expresso em moeda estrangeira, sendo necessária sua conversão em moeda nacional. Nestas situações, poderiam surgir dúvidas sobre a taxa de câmbio a ser utilizada na conversão, se aquela vigente no dia da ocorrência do fato gerador da obrigação ou se a do dia do respectivo lançamento.
Sabe-se que o lançamento apenas formaliza obrigação surgida em momento pretérito. Dessa forma, em se tratando de aspectos materiais - e a taxa de câmbio é um deles -, devem-se levar em consideração aqueles presentes quando do surgimento da obrigação.
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
2.8. Legislação material e formal aplicável ao procedimento de lançamento
O lançamento é realizado em determinado momento na linha do tempo, mas sempre com os olhos voltados para um instante passado, o da ocorrência do fato gerador da respectiva obrigação.
Caso a obrigação tributária surgida seja referente à penalidade pecuniária (multa), aplica-se ao lançamento a lei mais favorável ao infrator, dentre aquelas que tiveram vigência entre a data do fato gerador e a data do lançamento, ainda se garantindo ao contribuinte o direito de aplicar legislação mais favorável surgida posteriormente, desde que não haja coisa julgada ou extinção do crédito.
Quando se trata do lançamento de tributo, a autoridade competente deve aplicar a legislação que estava em vigor no momento da ocorrência do respectivo fato gerador, mesmo que tal legislação já tenha sido modificada ou revogada, nos termos do art. 144 do CTN.
Aqui devemos fazer uma diferenciação fundamental. Ao se referir genericamente à legislação aplicável ao lançamento, o CTN trata das regras materiais (legislação substantiva) relativas ao tributo correspondente, assim entendidas aquelas que definem fatos geradores, bases de cálculo, alíquotas, contribuintes etc.
Contudo, para realizar o lançamento, a autoridade competente deve observar, também, as regras formais (legislação adjetiva) que disciplinam o seu agir durante o procedimento. Trata-se das normas que estipulam a competência para lançar, o modo de documentar o início do procedimento, os poderes que possuem as autoridades lançadoras, os prazos para a conclusão das atividades etc.
A modificação de uma norma procedimental (formal, adjetiva) não muda a essência de qualquer obrigação já surgida, mas tão somente o modo de sua apuração. É justamente por isso que são aplicáveis ao lançamento as normas formais que estiverem em vigor na data da realização do próprio procedimento.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
 § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
2.9. Alteração do lançamento regularmente notificado
Após a realização do lançamento, a autoridade administrativa precisa comunicá-lo oficialmente ao sujeito passivo, para que este possa pagar o montante do crédito constituído ou, em caso de discordância, proceder à respectiva impugnação.
É a notificação que confere efeitos ao lançamento realizado, pois antes daquela não se conta prazo para pagamento ou impugnação. Porém, não se deve confundir o lançamento com a notificação do lançamento, pois esta é apenas a comunicação oficial da realização daquele.
Com a notificação, o lançamento se presume definitivo. A regra passa a ser que o mesmo não mais será alterado. O CTN, no seu art. 145, traz as hipóteses excepcionais em que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado. São elas:
a) Impugnação pelo sujeito passivo: A impugnação constitui uma maneira legal de se insurgir contra a pretensão do Fisco, instaurando um litígio; tudo em plena consonância com as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Como consequência desse raciocínio, o Superior Tribunal de Justiça entende irregular a notificação e, por conseguinte, nulo o lançamento a que esta visava a dar eficácia, quando não se abre prazo para que o sujeito passivo, querendo, exerça seu direito de impugnação (REsp 1.227.676/PR).
	#OLHAOGANCHO: O procedimento de lançamento pode ser dividido em duas fases:
a) Oficiosa: que se encerra com a notificação; e 
b) Contenciosa: que pode ser instaurada com a impugnação por parte do sujeito passivo. É na segunda fase que se verifica o contraditório (diferido). 
O objetivo do sujeito passivo com a impugnação é desconstituir ou alterar o lançamento realizado. O pedido é dirigido ao órgão de "jurisdição" administrativa responsável pela análise da legalidade do procedimento (na esfera federal, as Delegacias da Receita Federal de julgamento - DR)). O acatamento total ou parcial da impugnação formulada terá como consequência a anulação (ou alteração) do lançamento realizado.
Registre-se, contudo, que a impugnação pelo sujeito passivo pode resultar em agravamento da exigência contra ele formalizada se, por exemplo, em diligência ou perícia determinada pela autoridade julgadora, for verificada alguma incorreção ou omissão. Nessa hipótese, será realizado um lançamento suplementar com a consequente devolução do prazo para impugnação relativa à parte modificada. Não há, portanto, proibição de alteração para pior (reformatio in pejus) no processo administrativo fiscal, uma vez que, nessa seara, deve ser observado o princípio da verdade material. No âmbito federal, a hipótese está expressamente prevista no art. 18, § 3º, do Decreto 70.235/1972.
b) Recurso de ofício e recurso voluntário: É a chamada "remessa necessária" ou "reexame necessário'; Em se tratando de processo administrativo fiscal, se o sujeito passivo discordou de lançamento realizado, impugnando-o, e a autoridade julgadora do processo administrativo instaurado, concordando total ou parcialmente com os argumentos da impugnação, desconstituiu total ou parcialmente o crédito, liberando o contribuinte de montante acima de determinado valor (denominado "valor de alçada), o processo necessariamente será remetido à segunda instância.
c) Iniciativa de ofício da autoridade administrativa: O ato/procedimento administrativodo lançamento deve ter a sua legalidade aferida pela própria administração responsável pela sua prática. Assim, verificado um vício no ato praticado, tem a Administração Tributária o poder-dever de corrigi-lo, independentemente de provocação do particular, em homenagem ao princípio da legalidade e ao seu corolário, o princípio da autotutela. Ex.: revisão de lançamento em virtude de impugnação intempestiva do sujeito passivo.
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
2.10. Erro de fato e erro de direito – Possibilidade de alteração do lançamento
Uma vez efetuado o lançamento, este não poderá ser alterado (princípio da imutabilidade do lançamento), a não ser pela ocorrência de uma das circunstâncias previstas no art. 145 do CTN: a impugnação do sujeito passivo, a interposição de recurso de ofício e por iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149 do CTN.
Daí surgem 3 novas figuras jurídicas a serem compreendidas: o erro de fato, o erro de direito e a inserção de novos critérios de interpretação. 
Nesse sentido, o erro de fato ocorre quando a autoridade administrativa apura fatos não conhecidos ou não provados por ocasião do lançamento tributário, seja por ignorância do fisco, seja por ocultação do contribuinte. Ciente destes fatos em tempo hábil, o fisco tem o dever de efetuar o lançamento.
Por outro lado, o erro de direito, ocorre quando o lançamento é feito ilegalmente, em virtude de ignorância ou errada interpretação da lei. 
Finalmente, a mudança de critério jurídico ocorre quando a autoridade jurídica simplesmente muda a interpretação da legislação tributária, substituindo por outra, não declarando que uma delas esteja incorreta.
Segundo a doutrina majoritária e de acordo com as decisões proferidas pelos Tribunais Superiores, o erro de direito não autoriza a revisão ou alteração do lançamento tributário.
Assim, tenta-se proteger o princípio da segurança jurídica e o seu corolário em matéria tributária, o princípio da não surpresa, de forma a garantir que as mudanças nos critérios jurídicos adotados pela Administração Tributária, no exercício da atividade do lançamento, só terão efeitos ex nunc, sendo aplicáveis somente aos casos futuros.
Nesse sentido, é importante reavivar que, segundo o parágrafo único do art. 100 do CTN, a observância das normas complementares (sempre gerais e abstratas) pelo sujeito passivo, exime-o do pagamento de acréscimos legais, mas não do pagamento do tributo. 
Assim, a administração pode alterar o critério jurídico adotado por considerar o anterior errado e cobrar o tributo eventualmente devido. Contudo, se o lançamento (sempre individual e concreto) já foi realizado, a administração não pode alterar o critério jurídico adotado, pois lhe é vedada a revisão por "erro de direito” de forma que o novo critério somente poderá ser adotado para os fatos geradores supervenientes à inovação (art. 146 do CTN).
Registre-se, por fim, que o chamado "erro de fato" pode - e deve – indiscutivelmente justificar a revisão de lançamento já realizado.
A expressão ''erro de fato" se refere ao incorreto enquadramento das circunstâncias objetivas que não dependem de interpretação normativa para sua verificação. Assim, se houve importação de dez toneladas de trigo e o lançamento foi feito como se houvessem sido importadas apenas oito toneladas, está configurado erro de fato (não se trata de modificação de critério jurídico, mas de dado objetivo manifestamente incorreto), de forma que o lançamento deve ser revisto, com a observância do prazo decadencial previsto no art. 173 do CTN.
	#DEOLHONAJURIS: TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. REVISÃO. POSSIBILIDADE. FRAUDE. CARACTERIZAÇÃO. ART. 149, VII, DO CTN. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
1. A revisão do lançamento tributário, como consectário do poder-dever de autotutela da Administração, somente pode ser exercido nas hipóteses do art. 149 do CTN, observado o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário. Assim, a revisão do lançamento tributário por erro de direito (equívoco na valoração jurídica dos fatos) revela-se impossível, máxime em virtude do princípio da proteção à confiança, encartado no art. 146 do CTN.
2. No caso dos autos, ficou assente na origem que a revisão do lançamento se deu em virtude do reconhecimento de fraude, nos termos do art. 149, inciso VII, do CTN. Logo, considerando que a revisão não se deu por erro de direito, verifica-se justa causa para sua modificação.
3.Ademais, reformar o acórdão recorrido para afastar o fundamento adotado pelo TRF da 4ª Região quanto à ocorrência de fraude, requer, necessariamente, o reexame de fatos e provas, o que é vedado ao STJ, em recurso especial, por esbarrar no óbice da Súmula 7/STJ. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no REsp 1506189 / RS - Relator: Ministro Humberto Martins - DJe 09/10/2015)
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
2.11. Modalidades de lançamento
De acordo com a intensidade da participação do sujeito passivo no lançamento, a lei o classifica em três modalidades:
Numa linha imaginária em que, da esquerda para a direita, aumenta a colaboração do sujeito passivo com a atividade do lançamento, teríamos as modalidades organizadas da seguinte forma:
Pela imagem acima, percebe-se que, no lançamento de ofício ou direto, a participação do sujeito passivo é praticamente inexistente; no lançamento por declaração ou misto, há um equilíbrio entre a participação do sujeito passivo e a atividade do sujeito ativo; no lançamento por homologação ou "autolançamento", o sujeito passivo é responsável por quase todas as atividades que compõem o procedimento.
2.11.1. Lançamento direto ou de ofício
No denominado lançamento de ofício ou direto, a participação do sujeito passivo na atividade privativa da autoridade fiscal é nula ou quase nula. Isso porque, nesta modalidade, a autoridade fiscal, como decorrência do poder-dever imposto por seu ofício, diretamente procede ao lançamento do tributo, sem colaboração relevante do devedor. 
São casos em que a autoridade fiscal se utilizará dos dados que dispõe a respeito do sujeito passivo, identificando-o, declarando a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinando a matéria tributável, calculando o montante do tributo devido e, sendo o caso, aplicando a penalidade cabível. Ex.: IPTU, IPVA, contribuição de melhoria e taxas.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiroem benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
2.11.2. Lançamento por declaração ou misto
Conforme dispõe o art. 147 do CTN, o lançamento por declaração é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato indispensáveis à sua efetivação.
Assim, no lançamento por declaração ou misto, aparece, de forma bastante relevante, a colaboração do sujeito passivo - ou terceiro - com a atividade privativa da autoridade administrativa. Há, portanto, um misto de atuação (administração e sujeito passivo ou terceiro) na realização do procedimento.
a) Retificação da declaração: Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por declaração, após a entrega desta, deve haver a análise por parte do Fisco, que tomará as providências necessárias à constituição do crédito e à notificação ao sujeito passivo. Enquanto não concluídas essas etapas, o lançamento não estará completo ou ainda não gerará efeitos (no último caso, se faltar apenas a notificação). É por esta razão que o CTN admite a retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, com o objetivo de reduzir ou de excluir tributo, desde que seja feita mediante a comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento (art. 147, § 1º).
Vale mencionar que, independentemente de manifestação do declarante, os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela (art. 147, §2º).
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
	
b) Lançamento por arbitramento: O lançamento por arbitramento se refere aos casos em que o valor que vai servir como base de cálculo na constituição do crédito tributário vai ser determinado com base numa prudente e razoável suposição da autoridade administrativa.
Não se trata de valor arbitrário, mas de valor arbitrado. Assim, a autoridade administrativa deve deflagrar um procedimento para encontrar um valor que a experiência e o bom senso demonstrem ser o que comumente se verifica em situações semelhantes.
	#DEOLHONASÚMULA: 
Súmula 431, STJ: É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetida ao regime de pauta fiscal.
Destaque-se que o arbitramento não se constitui numa quarta modalidade de lançamento, sendo apenas uma técnica para se definir a base de cálculo, para que se proceda a um lançamento de ofício.
Assim, sempre que na atividade de lançamento for adotada uma base de cálculo que não corresponda comprovadamente ao preciso valor ou preço do bem, direito, serviço ou ato jurídico, mas sim a um valor razoável fixado com base em pesquisas, estatísticas ou procedimentos semelhantes, haverá arbitramento.
	#SELIGA: A simples ausência de escrita fiscal regular não é motivo para que a autoridade fiscal promova o lançamento por arbitramento, uma vez que tal técnica não possui natureza punitiva. Não se pode, portanto, considerar legítimo o arbitramento de um valor que pode ser obtido com absoluta exatidão. Sendo possível chegar ao valor preciso do tributo, isto deve ser feito, sem prejuízo da aplicação de penalidades pela ausência ou desqualificação da escrita.
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
2.11.3. Lançamento por homologação ou autolançamento
O tributo é lançado por homologação quando, nos termos do art. 150 do CTN, a legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Ex.: ICMS, ISS, IPI e COFINS
Assim, é com a homologação que a autoridade administrativa manifesta sua concordância com a atividade do sujeito passivo, atestando sua correção. Como decorrência, nos tributos sujeitos a tal modalidade de lançamento, não é com o pagamento, mas sim com a homologação, que se pode considerar o crédito tributário definitivamente extinto.
Vale mencionar que o pagamento antecipado extingue o crédito sob condição resolutória da posterior aprovação do Fisco (§ 1º do art. 150 do CTN).
No § 2º do art. 150, o CTN tenta assegurar que a definitividade da extinção do crédito somente ocorre com a homologação. Como o crédito decorre da obrigação, não seria possível legitimamente efetuar lançamento se a obrigação estivesse extinta.
Claro que nada impede que o contribuinte se antecipe e pratique atos tentando adimplir corretamente a obrigação (fazendo pagamentos suplementares, por exemplo). Com relação a esta hipótese, o CTN afirma que tais atos serão considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação (art. 150, §3º).
Ainda, a homologação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando a autoridade administrativa editar ato em que formalmente afirme sua concordância com atividade do sujeito passivo, homologando-a. Será tácita quando a Administração Tributária deixar escoar o prazo legal para a homologação expressa.
Posto isso, esgotado o prazo para a homologação expressa, dá-se a homologação tácita, e o ciclo está completo. Nesse sentido, o §4º do art. 150 do CTN afirma que se a lei não fixar prazo para a homologação, será ele de 5 anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
	DISPOSITIVOSPARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Código Tributário Nacional
	Art. 139 a 150
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
Manual de Direito Tributário – Alexandre Mazza (2018).
Manual de Direito Tributário – Ricardo Alexandre (2017).
Direito Tributário Essencial – Eduardo Sabbag (2018).
Cavalcante, Márcio André Lopes, Informativos esquematizados do Dizer o Direito.
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