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Panorama sobre o sistema financeiro

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Prévia do material em texto

Panorama sobre o sistema �nanceiro
Prof.ª Fernanda Almeida Ribeiro de Jesus
Descrição
Apresentação do funcionamento do sistema financeiro de uma
economia capitalista. Exposição sobre a importância da moeda e da
taxa de juros para os agentes econômicos (consumidores, firmas e
governos).
Propósito
Compreender o funcionamento do sistema financeiro como premissa
fundamental para a análise do comportamento dos agentes
econômicos e, especialmente, das decisões sobre investimento e
poupança.
Objetivos
Módulo 1
Funções do sistema �nanceiro
Identificar as funções do sistema financeiro e seus instrumentos.
Módulo 2
Moeda e intermediários �nanceiros
Reconhecer as funções da moeda e a importância dos intermediários
financeiros.
Módulo 3
Agregados monetários e taxa de juros
Estudar agregados monetários e a taxa interna de retorno (TIR).
Módulo 4
Taxa de juros e títulos
Distinguir a taxa de juros real e o mercado de títulos.
Introdução
Começaremos pelo estudo da principal função do sistema
financeiro e como este pode ser dividido. Posteriormente,
veremos a relação entre ativos, instituições e prazo de
aplicações, bem como os principais instrumentos financeiros
usados pelos agentes econômicos. Além disso, entraremos em
contato com a história da moeda e as suas principais funções.
Compreenderemos, também, como os intermediários financeiros
são vitais para o bom funcionamento do sistema financeiro, já
que mitigam problemas de assimetria de informação. 

Posteriormente, aprenderemos a calcular os agregados
monetários. Eles serão importantes para a compreensão futura
do processo de criação de moeda por parte das instituições
financeiras.
Ademais, analisaremos a principal maneira de calcular as taxas
de juros usadas pelos economistas: a taxa interna de retorno. Por
fim, reconheceremos a relevância da taxa de juros real e seremos
capazes de analisar como a oferta e a demanda por ativos
(moeda e títulos) interagem com a atuação dos agentes
econômicos.
1 - Funções do sistema �nanceiro
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as funções do sistema �nanceiro e seus
instrumentos.
A principal função do sistema
�nanceiro
Apesar do glamour e da controvérsia em torno do sistema financeiro,
sua função é vital para o funcionamento de uma economia capitalista.
Como há agentes econômicos (indivíduos, firmas etc.) que necessitam
de recursos, além dos que já os possuem e outros que os têm em
excesso, é natural que eles queiram realizar trocas.
O sistema financeiro tem, portanto, a seguinte função primordial:
Canalizar recursos dos poupadores para aqueles que
necessitam destes para a sua atividade.
Há duas maneiras pelas quais os agentes obtêm recursos no sistema
financeiro:
Quando o poupador (ou seja, o “dono do dinheiro”) empresta
dinheiro para um amigo ou compra ações de uma firma;
Quando há um intermediário entre as duas partes. Por exemplo,
você deposita seu dinheiro em um banco, que usa esse valor para
conceder um empréstimo para outra pessoa. O analista financeiro
de um banco trabalha exatamente na avaliação de firmas e projetos,
e pode ter capacidade maior que os poupadores comuns para
escolher a quem emprestar.
Considere uma operação do sistema financeiro na empresa Amazon. Se
ela quer investir em mais armazéns de distribuição, mas não possui
caixa para tocar o projeto em questão, pode, então, emitir
títulos (também chamados de debêntures) no sistema financeiro e
captar os recursos necessários junto aos investidores interessados.
Ações
Veremos a definição mais à frente. Na prática: quando você compra uma
ação, se torna um dos donos da firma.
A Amazon terá que devolver esses recursos ao mercado, acrescidos de
juros. Ou seja, a empresa recebe hoje recursos de diversas pessoas e
assina um compromisso de que devolverá o valor no futuro, mais uma
compensação adicional (os juros). Essa dimensão temporal está
sempre presente na atuação do sistema financeiro.
A existência de um meio para que esse tipo de operação ocorra é
bastante importante para que não apenas as empresas, mas governos e
até mesmo pessoas possam realizar projetos importantes para a
economia do país. Tais projetos podem gerar empregos, impostos e
lucro para os empreendedores e para o governo. Sem tal ambiente,
agentes que não se conhecem ou que não estão próximos acabariam
não trocando recursos.
Neste caso, a Amazon teria um custo muito maior na angariação de
recursos para tirar os armazéns do papel, de modo que sua construção
poderia se tornar inviável.
Exemplo de ativo �nanceiro
Veja neste vídeo outro exemplo que retrata a função do sistema
financeiro.
Podemos usar esse exemplo para fazer a seguinte classificação do
mercado financeiro:

Mercado primário
As firmas podem emitir
ações e títulos: é como
João emprestando
dinheiro para Maria.
Mercado secundário
As ações e títulos são
revendidos aos
investidores: é como
João vendendo a
Helena seu direito a
receber um valor no
futuro.
Títulos
Às vezes chamados simplesmente de papéis.
Neste segundo mercado, estão as bolsas de valores, como a B3 (Brasil)
e a Bolsa de Valores de Nova Iorque (EUA).
Os prazos das negociações também são usados para classificar
mercados. Ao passo que:
Nos mercados de capitais ocorrem negociações de médio e longo
prazo.
Nos mercados monetários ocorrem negociações de curto prazo.
Veremos adiante como os principais instrumentos do mercado se
encaixam em cada um desses grupos.
Bolsas de valores
A negociação de ativos financeiros no Brasil tem uma longa história: já
ocorreu em uma série de locais, como Rio de Janeiro e Salvador, antes de
ficar concentrada na sede da Brasil, Bolsa, Balcão (B3), em São Paulo. Essa
empresa nasceu em 2017, após a fusão da BM&FBovespa com a Central de
Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP).
Instrumentos do mercado �nanceiro

Mercados monetários
Nesse mercado, os agentes econômicos podem negociar dívidas com
duração de, no máximo, um ano: as operações no mercado monetário
são de curto prazo.
Dessa forma, a liquidez dos papéis negociados tende a ser alta.
Liquidez
Capacidade de converter um bem em dinheiro. Quanto mais rápido, maior a
liquidez.
Com isso, os agentes econômicos podem emitir uma dívida que deve
ser paga aos credores em, no máximo, um ano.
Vamos observar alguns tipos de dívida que podem ser negociadas no
mercado em questão.
O Tesouro Nacional, no Brasil, emite títulos de curto prazo como
forma de obter recursos junto ao mercado e, com isso, financiar
a atuação do Estado. Dessa forma, há uma série de títulos, que
podem ser encontrados no site do Tesouro, com os mais
variados prazos e tipos de remuneração.
Uma nota promissória registra uma obrigação de pagamento
entre pessoas ou empresas. É uma forma simples de registrar
Títulos de curto prazo 
Nota promissória 
um empréstimo: o tomador do empréstimo assina um
compromisso de pagar de volta um determinado valor em data
definida na nota.
As operações compromissadas entre bancos são empréstimos
de curto prazo que utilizam recursos que os próprios bancos
mantêm depositados no Banco Central. As operações
compromissadas, também conhecidas como overnight, têm,
como garantia, títulos públicos.
A operação compromissada entre bancos acontece quando um
banco vende seus títulos com garantia de recomprá-los em prazo
determinado.
Os certificados de depósitos interbancários (CDIs) são títulos
emitidos pelos bancos referentes a recursos que eles
emprestam uns aos outros. Também são de curto prazo, como
as operações compromissadas, mas não têm garantias em
títulos públicos. A taxa DI diária, calculada a partir de
empréstimos diários referenciados no CDI, indexa diversas
operações no mercado financeiro.
Os certificados de depósitos bancários (CDBs) são títulos
emitidos por bancos para captar recursos por um prazo
predeterminado e com pagamento de juros aos investidores que
os adquirirem. É a forma tradicional de o bancotomar recursos
emprestados para repassá-los a outros tomadores de
empréstimos, caracterizando seu papel de intermediário
financeiro.
No Brasil, o CDB é uma aplicação bastante comum para os investidores.
Qualquer poupador pode comprar CDBs de inúmeros bancos, com
prazos, taxas de retorno e valores mínimos de aplicação diversos.
Operações compromissadas entre bancos 
Certificados de depósitos interbancários 
Certificados de depósitos bancários 
Aplicações desse tipo são seguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito
(FGC), que cobre aplicações com valores até R$250.000,00, limitada a
um volume global de R$ 1 milhão por CPF.
Tal mecanismo funciona como um produto financeiro bastante seguro,
de baixo risco, para aplicações abaixo desse valor.
Fundo Garantidor de Crédito (FGC)
Criado em 1995, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) protege investidores
contra eventuais quebras de instituições financeiras onde estes possuem
aplicações. Este fundo é de caráter privado, sem fins lucrativos e mantido
pelas instituições financeiras associadas, que transferem uma parte de
todos os depósitos para mantê-lo com recursos suficientes.
Mercado de capitais
Nesse mercado, à diferença do mercado monetário, as negociações são
de prazo mais longo, acima de um ano, fazendo com que a liquidez dos
títulos negociados seja menor. Esse mercado tem grande participação
de instituições que administram recursos para poupadores a longo
prazo.
Exemplo
Alguns dos principais exemplos são os fundos de pensão, que
administram recursos para a aposentadoria dos seus correntistas, e as
seguradoras (de vida, automóvel etc.), que cobrem seus segurados de
eventuais adversidades, como morte, roubo e outros. Dentre os
principais instrumentos do mercado de capitas, estão as ações, as
hipotecas e os títulos corporativos.
Hipotecas
Empréstimos para famílias que desejam adquirir um imóvel, considerado
como garantia. Em outras palavras, a hipoteca oferece ao credor (ou seja,
quem oferece o empréstimo) o direito de receber um imóvel como garantia
do pagamento de uma dívida. A Caixa Econômica Federal possui linhas de
crédito para esse tipo de segmento.
Títulos corporativos
São títulos emitidos por empresas privadas que desejam angariar recursos.
Normalmente, os agentes que detêm esse tipo de ativo recebem
pagamentos semestrais de juros e, no vencimento (data do último
pagamento referente ao título), o pagamento da aplicação inicial que
realizaram para adquirir o título. Títulos corporativos de longo prazo são
denominados “debêntures”.
Dentre os papéis de médio ou longo prazo, as ações, possivelmente, são
os mais conhecidos, consistindo em direitos que um agente possui
sobre os ativos e o lucro de empresas de capital aberto, ou seja,
empresas que possuem ações negociadas em alguma bolsa de valores.
Se você tem ações de uma empresa, é um dos donos. Vale observar que
cada tipo de ações oferece direitos diferentes na administração da
empresa.
Assim como os títulos do Tesouro de curto prazo, os de longo prazo
também funcionam como forma de captação de recursos pelo governo
junto ao mercado.
A diferença é que o vencimento desses ativos ocorre em um período
mais longo que os primeiros.
Mercado de crédito
Empréstimos e financiamentos bancários fazem parte do mercado de
crédito. São as modalidades mais triviais do sistema financeiro. Tanto
firmas como famílias podem recorrer a alguma instituição financeira,
como um banco, para obter recursos para, por exemplo, adquirir um
automóvel ou uma máquina mais avançada que aumentará a sua
produtividade.
Mercados globalizados
Com o avanço da globalização, os mercados financeiros se tornaram
cada vez mais interligados. Tal evento foi especialmente facilitado a
partir da década de 1980, pois uma série de restrições à movimentação
de capitais foi removida ou mitigada.
Além disso, impostos foram reduzidos, a legislação passou a permitir
tais movimentações e a internet fez com que transferências de grandes
somas de dinheiro entre dois pontos distantes do planeta se tornassem
instantâneas.
A seguir, veremos os papéis que empresas, indivíduos e governos
passaram a utilizar para a captação de recursos no exterior.
Títulos externos
Permitem que empresas e governos obtenham recursos no
mercado externo. Esses títulos são emitidos na moeda do
próprio país estrangeiro. Tal como os títulos emitidos dentro do
país, possuem taxas de juros e prazo de vencimento.
Eurotítulos
São bastante comuns e semelhantes aos títulos externos.
Contudo, eles são emitidos no exterior e com moeda
estrangeira diferente da do país onde os títulos estão sendo
lançados. Isso ocorre, por exemplo, quando uma empresa
brasileira emite um título, em reais, nos EUA.
Euromoedas
São depositadas fora do país de origem do depositante. Por
exemplo, uma empresa brasileira pode deixar parte dos seus
recursos nos EUA.
Eurodolares
São depósitos em dólares feitos em bancos fora dos EUA.
Assim, uma exportadora brasileira pode, por exemplo, depositar
na Inglaterra parte de suas receitas.
Certi�cados de depósitos norte-americanos (American
Depositary Receipts ‒ ADRs)
Vem atraindo a atenção de investidores e fundos. Caso uma
empresa não possua sede nos EUA, como a Vale, por exemplo,
e queira negociar suas ações nesse país, ela não poderá lançar
ações em uma bolsa, como faz na bolsa de valores brasileira,
devendo lançar ADRs. Para que tal operação aconteça, os
bancos dos EUA precisam comprar um grande lote de ações da
Vale e, com isso, emitir certificados nas bolsas do país.
Certi�cado Brazilian Depositary Receipts ‒ BDRs)
São certificados, negociados na bolsa de valores brasileira, de
ações negociadas em outras bolsas.
Esse tipo de instrumento financeiro possibilitou ainda mais a
internacionalização dos investimentos, aumentando a mobilidade de
capitais.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Se você fosse o CEO de uma grande empresa e precisasse de
recursos de curto prazo, a qual tipo de mercado recorreria?
Parabéns! A alternativa C está correta.
A Mercado de câmbio.
B Mercado de títulos públicos.
C Mercado monetário.
D Mercado de capitais.
E Mercado de seguros.
É no mercado monetário que os agentes obtêm recursos a curto
prazo. Nesse mercado, os agentes econômicos negociam dívidas
com duração de, no máximo, um ano.
Questão 2
Suponha que você possui uma importadora e deseja depositar
parte dos seus lucros em dólares norte-americanos em uma conta
na Suíça. Como esses recursos poderiam ser classificados?
Parabéns! A alternativa C está correta.
Eurodólares são depósitos feitos em dólares fora dos EUA.
A ADRs
B Eurotítulos
C Eurodólares
D Petrodólares
E Petroeuros
2 - Moeda e intermediários �nanceiros
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as funções da moeda e a importância
dos intermediários �nanceiros.
Problemas de assimetria de
informação
Como foi visto anteriormente, a conexão entre empreendedores
(agentes que precisam de recursos) e investidores (agentes que
dispõem de recursos) é fundamental para o funcionamento de uma
economia capitalista.
Essa conexão, porém, apresenta problemas e — às vezes — bons
projetos acabam não sendo concluídos.
Vamos discutir brevemente os conceitos de seleção adversa e risco
moral. Em uma transação, é bastante provável que as partes não se
conheçam, o que gera risco, pois:
O investidor pode não receber o valor investido.
O projeto apresentado pode conter falhas técnicas.
O empreendedor pode acabar não recebendo os recursos
prometidos pelos investidores.
O fato de as partes não disporem de todas as informações relevantes
faz com que exista o que chamamos de assimetria de informação, que
apresenta duas formas principais:
Seleção adversa
A primeira forma é a seleção adversa. Nem sempre o investidor é
capaz de selecionar o projeto mais rentável. É semelhante ao que
ocorre no mercado de carros usados: é difícil saber seo vendedor
está se desfazendo do carro por um motivo razoável (por
exemplo, não precisa mais do veículo) ou se está tentando se
livrar de um carro ruim.
Sendo assim, dizemos que o vendedor tem uma vantagem
informacional sobre o comprador. Da mesma forma, a firma
conhece melhor a qualidade dos seus projetos do que um
investidor externo.
Risco moral
A segunda forma de assimetria informacional é o risco moral. O
investidor não sabe se o responsável pelo projeto vai trabalhar
duro, o que aumenta a chance de obter um bom retorno, ou se vai
pegar o dinheiro emprestado e relaxar.
É semelhante ao que ocorre com um seguro de automóveis: a
seguradora não sabe se o motorista vai ser cauteloso ou se vai
aproveitar o seguro para, por exemplo, estacionar o carro em um
local perigoso.
A figura do intermediário financeiro ajuda a lidar com esses problemas.
Além de ser o elo entre as partes envolvidas na maioria das transações,
ele dispõe de instrumentos para obter informações importantes para
reduzir o risco dos agentes econômicos.
A redução do risco ocorre por meio do desenho de bons contratos,
revelando boas oportunidades de negócios aos investidores.
Intermediários �nanceiros
Os intermediários financeiros são bastante relevantes, dado que captam
recursos dos poupadores e os emprestam aos tomadores de recursos.
Tanto famílias como empresas podem se beneficiar dos serviços
prestados por eles.
Eles podem ser divididos em três grandes grupos:

Instituições depositárias

Instituições de poupança contratual

Intermediários de investimentos
Vamos explicar e exemplificar como cada um desses grupos atua no
sistema financeiro e os motivos pelos quais são relevantes.
Instituições depositárias
Recebem depósitos à vista de seus clientes e podem realizar
empréstimos. Como sua atuação tem grande impacto sobre a
moeda em circulação na economia, são tema de estudo
comum nas economias bancária e monetária.
Bancos comerciais, associações de crédito e bancos múltiplos
com carteira comercial estão nesse grupo. Os últimos são
definidos como bancos que atuam em vários segmentos,
inclusive como banco comercial, e podem receber depósitos à
vista. No Brasil, há diversas instituições financeiras desse tipo.
Instituições de poupança contratual
Obtém recursos periódicos, como, por exemplo, companhias de
seguro de vida, de automóveis e de incêndio, e fundos de
pensão privados e públicos. Normalmente, elas podem estimar
com certa precisão quando necessitarão transferir recursos
aos seus clientes.
À diferença das instituições depositárias, o receio de ficar sem
fundos acaba sendo uma preocupação menor. Tal fato implica
que tais instituições podem aplicar seus recursos em ativos de
longo prazo, cuja liquidez não é tão elevada.
Intermediários de investimento
Auxiliam seus clientes a obterem os mais diversos produtos
financeiros disponíveis no mercado, podendo também gerir
seus recursos ou mostrar as melhores oportunidades de
investimento.
Bancos de investimento estão incluídos nesse grupo e são
responsáveis por fazer com que empresas possam lançar
ações na bolsa de valores e emitam títulos de dívida.
É relevante apontar que algumas instituições podem acabar se
especializando em algum segmento do mercado, como
seguradoras de automóveis e de vida, mas também é possível
que outras, além de trabalharem com seguros, atuem como
bancos comerciais e corretoras.
Além disso, também podemos afirmar que economias de escala e
escopo são importantes na intermediação financeira. Convém
diferenciá-las a seguir:
Economias de escala
Ocorrem quando uma empresa consegue produzir cada vez mais
informações a um custo menor, pois, realizando muitas operações, ela
pode se valer de um dado para mais de uma operação.
Economias de escopo
Ocorrem quando uma firma, por operar em mais de um segmento, é
capaz de usar a mesma informação para outras operações (como
seguradora de vida e de automóveis).
Funções da moeda
Vamos, agora, tratar de um ativo fundamental para o sistema financeiro
e para a economia como um todo. A moeda é usada para realizar
transações em praticamente qualquer mercado. É importante observar
que inúmeros ativos podem ser considerados moeda.
O papel-moeda que carregamos na carteira é apenas um dos vários
tipos. Ao longo dos séculos, uma série de metais, como ouro, prata e
cobre, foi utilizada como moeda, assim como pedras, cigarros, sal e
vários outros objetos.
A moeda possui as seguintes funções:
Meio de pagamento (meio de troca) – a moeda serve para a compra
e venda de mercadorias e serviços. Ela é aceita por todos sem
restrições (ou seja, possui total liquidez);
Reserva de valor – a moeda funciona como reserva de valor, ou
seja, a moeda pode ser usada para transferir poder de compra do
presente para o futuro;
Unidade de medida (unidade de conta) – A moeda é um padrão de
medida que as pessoas usam para medir e registrar os preços.
Desta forma, pode-se comparar bens ou serviços através da
comparação de seus preços.
Funções da moeda
Veja neste vídeo explicações sobre as três funções da moeda e alguns
comentários relacionados à evolução do sistema de pagamentos.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Suponha que você é um produtor de vinho e está testando um novo
tipo de uva. Você decide solicitar um empréstimo ao banco para
investir nessa empreitada, mas o gerente está relutante porque não
sabe se a nova uva tem boas chances de sucesso. Que problema
está sendo descrito aqui?
A Risco moral.
B Moratória.
C Restrição orçamentária.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O empreendedor tem uma vantagem informacional sobre o
emprestador. Ele conhece melhor suas uvas. Isso caracteriza o
problema de seleção adversa.
O risco moral, apesar de ser outra forma de assimetria
informacional, não atende à questão, pois trata do caso em que o
investidor não sabe se o responsável pelo projeto realmente se
empenhará após pegar o dinheiro.
Moratória e restrição orçamentária, por sua vez, não estão
relacionadas à questão.
Questão 2
Você gostaria de comprar algumas ações. A que tipo de instituição
você deve recorrer?
D Seleção adversa.
E Risco de liquidez.
A Intermediário de investimento.
B Intermediário de poupança contratual.
C Instituição depositária.
D Bancos de investimento.
E Casa de câmbio.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Intermediários de investimentos são os responsáveis por fazer com
que os investidores aloquem suas economias entre diferentes
opções de investimento.
3 - Agregados monetários e taxa de juros
Ao �nal deste módulo, você será capaz de estudar agregados monetários e a taxa interna de
retorno (TIR).
Agregados monetários
Inúmeros ativos servem como meios de pagamento, fazendo com que
as autoridades monetárias notassem que seria interessante agrupá-los
em classes diferentes. Sendo assim, o conceito de agregados
monetários foi desenvolvido levando em conta a liquidez dos ativos, que
serão divididos em M1, M2, M3 e M4. Veja cada um deles agora:
 M1
Tem dois componentes. O primeiro é o papel-
moeda em poder do público: cédulas e moedas que
os consumidores carregam em suas carteiras ou
guardam em casa. O segundo são depósitos em
t t E ã ti d i
Não se preocupe com todas essas definições. Neste momento, o que
importa é saber que há ordem decrescente de liquidez: o M1 inclui os
ativos mais líquidos da economia e, portanto, mais fáceis para serem
usados em trocas por bens e serviços, e o M4 inclui papéis com menor
liquidez.
No site do Ipeadata, podemos encontrar dados sobre os agregados
monetários da economia brasileira. O gráfico a seguir mostra cada um
dos agregados que vimos anteriormente. M1 (azul), M2 (laranja), M3
(cinza) e M4 (amarelo) estão representados. Note que existe uma
diferença substancial entre as linhas laranja e azul, mas pouca diferença
entre a amarela e a cinza.
conta corrente. Esses são os ativos de maior
liquidezem uma economia.
 M2
É composto pelos ativos do M1 e, adicionalmente,
por depósitos remunerados, depósitos em
poupança e títulos privados de curto prazo (letras
imobiliárias, hipotecárias e de câmbio, por
exemplo).
 M3
Compreende os ativos M2, além de aplicações em
fundos de renda fixa.
 M4
Incorpora títulos públicos de alta liquidez, além de
incluir os meios de pagamento dos grupos
anteriores.
Os agregados monetários.
Essas definições, especialmente a de M1, serão de suma importância
para entender como a moeda circula na economia.
Taxa de juros
Até aqui, foi possível compreender que muitos ativos, por sua liquidez,
podem servir como meio de pagamento. Aprendemos, além disso, como
agrupar esses meios de pagamento.
Veremos, agora, como calcular o valor do dinheiro ao longo do tempo,
informação essencial para inúmeras transações que ocorrem no
sistema financeiro. O conceito de juros é central nesta seção. É bastante
usual escutar que “os juros são o valor do dinheiro”, e isso não está
incorreto.
John Maynard Keynes, um dos principais economistas do século XX e
autor do livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, observou
que a riqueza de um indivíduo pode ser preservada tanto em títulos, que
rendem juros, como em moeda, que não rende juros, mas tem alta
liquidez.
Observe:
O conceito de taxa interna de retorno (TIR) é bastante útil para medir a
taxa de juros. Você poderá estudar detalhadamente esse conceito em
um curso de Matemática Financeira. Aqui, usaremos um exemplo
simples.
Vamos supor que você queira obter R$1.000,00 e peça recursos
emprestados a um colega de turma. Ele aceita fazer negócio, mas
afirma que você deve devolver o valor emprestado em um ano, com o
acréscimo de R$100,00.
Taxa de juros
Veja neste vídeo a resolução do exemplo anterior.
Se uma pessoa alocar seus
recursos em moeda, em vez de
títulos, ela abrirá mão de juros.
Quanto maior for a taxa de juros
da economia, maior será o custo
de manter moeda.
Portanto, a demanda por moeda
será menor.

Esse exemplo nos mostra que existe uma relação negativa entre a taxa
de juros e o preço dos ativos. Caso haja um aumento (queda) na taxa de
juros, haverá uma queda (aumento) no preço dos ativos.
Essa relação entre a taxa de juros e o preço de títulos e ativos nos
auxilia a encontrar a TIR, assim como o montante emprestado ou
investido — a depender das informações que são dadas de início. Em
contrapartida, com uma série de produtos financeiros no mercado, seria
interessante saber qual deles nos oferece o maior rendimento possível.
Para tanto, vamos introduzir a ideia de retorno sobre o investimento.
Retorno sobre investimento
Suponha que você tenha comprado um título por R$2.000,00, e que ele
possua as seguintes características: paga R$2.000,00 em seu
vencimento e tem um pagamento periódico anual de 5% x R$2000,00, ou
seja, R$100,00.
A TIR desse título é de 5%. Vamos supor ainda que, após um ano, seja
possível vender o ativo em questão por R$2.020,00. Isso já nos renderia
R$20,00, mas, para encontrar o seu retorno, deve-se ainda somar o
pagamento periódico de R$100,00.
Portanto, o retorno seria encontrado da seguinte forma:
Essa relação nos ajuda a demonstrar que existe uma diferença entre a
taxa de retorno e a TIR que remuneram o investimento. Enquanto a TIR
era de 5%, o retorno do investidor que se desfez do título antes do seu
vencimento foi de 6%.
Atenção!
Só há um caso em que as medidas em questão são iguais: quando o
investidor mantém o ativo em sua carteira até a data de vencimento.
Portanto, caso o investidor decida vender o título antes de sua data de
vencimento, ele estará sujeito a perdas e ganhos, o que faz com que
haja uma diferença entre a TIR e a taxa de retorno do investimento.
Os títulos de longo prazo são, portanto, mais arriscados do que os de
curto: qualquer mudança nas condições de mercado influenciam o
primeiro por um prazo maior. Em curto prazo, o investidor pode ter mais
tempo para mudar sua estratégia de investimento.
Mudanças no cenário econômico vão desde crises, internas ou externas,
até mudanças na taxa de juros que remunera os títulos.
Como forma de mostrar o funcionamento do mecanismo descrito
anteriormente, vamos explicar agora como funciona o investimento nos
títulos públicos federais no Brasil. No site do Tesouro Direto, você vai
encontrar a descrição de cada tipo de título negociado pelo governo
brasileiro.
Contudo, podemos dividir esses ativos em dois seguintes grandes
grupos:
Títulos pós-fixados têm seu retorno ligado a algum indexador. Ou
seja, o retorno é descrito em função de alguma coisa.
Por exemplo: João empresta R$100,00 a Maria, que deve
devolver os R$100,00 mais a taxa de juros SELIC que incide
sobre esse valor. Nesse caso, a Selic é o indexador. Se a Selic é
20 + 100
2000
=
120
2000
= 0, 06 = 6
Títulos pós-fixados 
de 5%, Maria deve devolver R$105 (R$100 + R$5,00, pois 5% de
R$100,00 é igual a R$5,00); se a Selic for de 12%, ela deve pagar
R$112,00 (R$100,00 + R$12,00).
A Selic é a taxa básica de juros definida pelo Banco Central do
Brasil. Também é comum usar como indexador algum índice de
inflação, como o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) —
a principal medida de variação de preços no país —, ou até mais
de um indexador simultaneamente. Você encontrará esses
títulos disponíveis, indexados à Selic e ao IPCA, tais como:
“Tesouro Selic” e “Tesouro IPCA”.
Os prazos de vencimento dos títulos, tal como o preço deles,
serão distintos. Se o Banco Central alterar a taxa de juros, ou se a
inflação mudar, a remuneração será afetada.
Nos títulos prefixados, por outro lado, você saberá quanto vai
receber no ato da sua aplicação, caso fique com ele até o
vencimento, ou seja, até a data do último pagamento relacionado
a esse título.
A taxa de juros será preestabelecida e você receberá o valor
aplicado, mais os juros, no vencimento da aplicação. No site do
Tesouro, esse título tem o nome de “Tesouro Prefixado”. Nada
impede, entretanto, que o investidor venda o título antes da data
do vencimento: tal estratégia é largamente utilizada no mercado.
Títulos prefixados 
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Qual desses ativos pode ser classificado como M1?
A Letras mobiliárias.
B Letras de câmbio.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A alternativa A está incorreta, pois as letras imobiliárias fazem parte
do M2, mas não do M1.
A alternativa B está incorreta, pois as letras de câmbio fazem parte
do M2, mas não do M1.
A alternativa C está incorreta, pois as quotas de fundos estão no
M3, mas não no M2 ou no M1.
A alternativa E está incorreta, pois a posição líquida de títulos
federais registrados no SELIC do Banco Central fazem parte do M3,
mas não do M1.
Questão 2
Você é gestor de um fundo de renda fixa e possui grande
quantidade de títulos públicos em sua carteira. O Banco Central
anuncia que começará um ciclo de queda na taxa Selic e sinaliza
que, devido à forte deflação da economia, terá que reduzir os juros.
Você possui mais títulos prefixados do que pós-fixados e acredita
que a queda será mais forte do que a anunciada. O que você
deveria fazer?
C Quotas de fundos.
D Depósitos em conta corrente.
E
Posição líquida de títulos federais registrados no
SELIC do Banco Central.
A Vender todos os títulos da sua carteira.
B Começar a comprar títulos privados.
C
Parabéns! A alternativa D está correta.
A estratégia do item D é a que aumenta o retorno da sua carteira,
pois títulos prefixados aumentam de valor com quedas da Selic.
Vimos que títulos prefixados informam a regra para remuneração
no momento da aplicação: a taxa de juros é preestabelecida. Se
você achar que a taxa de juros cairá mais do que o estipulado pelo
anúncio do Banco Central, é melhor garantir logo a taxa atual, mais
alta.
Por outro lado, no caso dos títulos prefixados, você saberá quanto
vai receber de remuneraçãono ato da sua aplicação. A taxa de juros
será preestabelecida e você receberá o valor aplicado mais a taxa
de juros no final do vencimento da aplicação.
4 - Taxa de juros e títulos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir a taxa de juros real e o mercado de
títulos.
Começar a comprar títulos pós-fixados e a vender
títulos prefixados.
D
Começar a vender títulos pós-fixados e comprar
títulos prefixados.
E Comprar qualquer título.
Taxas de juros real e nominal
Não é apenas o tempo que afeta o valor do dinheiro: a variação de
preços também é bastante relevante. A inflação é nada mais do que um
aumento geral no nível de preços da economia e pode acontecer por
uma série de razões.
Assim como pode haver aumento no nível de preços, também é possível
haver uma queda, que configura o que os economistas chamam de
deflação. Portanto, de forma a calcular corretamente os rendimentos de
uma aplicação, é necessário usar o conceito de taxa de juros real.
Saiba mais
Aqui, apresentamos uma aproximação da taxa de juros real r. Essa
aproximação é útil quando tanto a taxa de juros nominal i quanto a taxa
de inflação π são baixas (você poderá estudar o caso geral em um curso
de Matemática Financeira). Dessa forma, escrevemos:
r=i-π
Por exemplo: se a taxa de juros nominal é de 10% e a inflação é de 4%,
então, a taxa real é de apenas 6%. Se eu pego um empréstimo de
$100,00 e pago $110,00, parte desses R$10,00 serve apenas para
compensar o aumento de preços no período — não é um ganho real para
o emprestador.
A relação acima nos diz que a taxa de juros real r é igual à taxa de juros
nominal i, menos o aumento no nível de preços π.
Com isso, podemos obter o rendimento de qualquer aplicação com mais
precisão.
Essas medidas são de suma importância em países que sofrem com
inflação elevada. Caso o rendimento seja inferior à taxa de inflação, o
valor da aplicação está sendo corroído pelo aumento no nível de preços.
Em países como o Brasil e outras nações latino-americanas (na década
de 1980 e 1990), as equações anteriores se mostraram de suma
importância para que os agentes econômicos fossem capazes de tomar
decisões corretas sobre consumo e poupança. Todos os ativos sobre os
quais comentamos nas seções anteriores têm oferta e demanda: há
quem queira vender, há quem queira comprar.
Vamos calcular o equilíbrio entre oferta e demanda para caracterizar
este mercado.
O mercado de títulos
As empresas e o governo podem se financiar usando títulos. Pense em
uma empresa que deseja expandir suas operações, mas não possui
caixa para isso no momento. O Estado também se vale constantemente
da emissão de títulos para tocar projetos de infraestrutura.
Esse instrumento financeiro é muito semelhante ao empréstimo, já que
o agente que emite títulos tem que devolver os recursos (acrescidos de
juros) aos outros que os adquiriram. A existência de oferta e demanda
por títulos faz com que tenhamos um mercado para esse tipo de ativo.
Assim como temos mercados para leite e carne, para trabalho e
máquinas, temos também um mercado para títulos. O que faz com que
a oferta e a demanda de títulos sejam afetadas?
Fatores que afetam a demanda por
títulos
Veja neste vídeo como a demanda por títulos é afetada por quatro
fatores principais: riqueza, retorno esperado, risco e liquidez relativa.
A oferta de títulos, por sua vez, será afetada pela expectativa de lucro
dos projetos e pela expectativa de inflação (entre outros fatores que
você poderá estudar em cursos de Macroeconomia).
Quando há maior expectativa de lucro dos projetos, as
firmas emitem títulos para captar recursos e tirar
projetos do papel. Tal fato é bastante comum quando
há forte crescimento econômico e as oportunidades de
negócio se revelam mais lucrativas.
Se a Vale descobre, por exemplo, uma grande reserva de minério de
ferro, surge uma nova expectativa de lucro, o que facilita a captação dos
recursos necessários para explorar a região.
Vimos na seção anterior que, quando estamos lidando com projetos no
mundo real, o que realmente importa é a taxa de juros real. Quando há
um aumento no nível geral de preços, mantendo a taxa nominal
constante, a taxa de juros real é reduzida. Isso implica que projetos que
antes não valiam a pena acabam se mostrando rentáveis.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Suponha que você é um investidor e suas aplicações tiveram
retorno de 8%. A inflação no período foi de 10%. Qual seria a sua
situação?
Parabéns! A alternativa D está correta.
O retorno real da aplicação foi de -2%. Podemos constatar isso a
partir da seguinte relação para obter a taxa de juros real: r=i-π.
Questão 2
Uma pessoa decide aumentar seu investimento em títulos de uma
empresa farmacêutica especializada na produção de vacinas. Ela
tomou essa decisão após ler nos jornais sobre o surgimento de um
novo vírus capaz de gerar uma pandemia, o que afeta gravemente a
economia. Esse aumento ocorre porque:
A Você teve lucro real.
B Suas aplicações tiveram retorno real positivo.
C Suas aplicações não tiveram retorno.
D Suas aplicações tiveram retorno real negativo.
E Suas aplicações tiveram retorno nominal negativo.
A Há uma expectativa de maior inflação.
B
A pessoa ficará mais pobre com o efeito da
pandemia sobre a economia.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Como vimos, a demanda por títulos é crescente no retorno
esperado. A empresa farmacêutica se torna mais importante para a
economia na presença de um novo vírus.
Considerações �nais
Estudamos o sistema financeiro e vimos algumas das instituições e
instrumentos mais importantes. Compreendemos como esse sistema
se desenvolve a partir de preocupações com assimetria informacional
entre as famílias e firmas em uma economia. Aprendemos sobre a
moeda e suas funções, bem como sobre a taxa de juros.
Todos os assuntos abordados neste tema fazem parte da vida
cotidiana. Preste atenção à sua volta: como um produto bancário lida
com o problema de informação assimétrica? Quais serão os impactos
na sociedade (e nos seus planos financeiros) de uma mudança na taxa
de juros por parte do Banco Central?
Tente usar o que aprendemos para obter uma visão organizada e
fundamentada desses fatos.
Podcast
C O retorno esperado aumenta.
D A aplicação se torna mais arriscada.
E Há redução de juros.

Para encerrar, ouça um resumo sobre os principais assuntos abordados
neste conteúdo.
Explore +
Busque o site oficial do Tesouro Direto para saber mais sobre os títulos
públicos emitidos pelo governo brasileiro.
No site do Banco Central, você encontrará dados sobre os agregados
monetários da economia brasileira.
Referências
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Sistema gerenciador de séries temporais.
Consultado em meio eletrônico em: 28 mar. 2020.
KEYNES, J. M. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo:
Saraiva, 2017.
MISHKIN, F. The economics of money, banking, and financial markets.
11. ed. São Paulo: Pearson, 2015.
MISHKIN, F. Moedas, bancos e mercados financeiros. 5. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2000.
SCHMIDT, C. (Org.). Macroeconomia: questões Anpec. 4. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2014.
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