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UNIDADE I A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA A Economia como área de estudo específica: Conceituação, objeto e divisão Metodologia da Ciência Econômica Bibliografia - MANUAL DE ECONOMIA Equipe de Professores da USP, Cap. 1 (itens 1.3, 1.4 e 1.5) - FUNDAMENTOS DE ECONOMIA Vascocellos & Garcia, Cap.2 A Evolução da Ciência Econômica • Conceito de Economia • Deriva do grego oikonomía (oiko = casa / nómos = lei) • Economia é a ciência que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas O estudo da economia • A atividade econômica do homem era tratada e estudada como parte integrante da Filosofia Social, da Moral e da Ética • Atividade econômica deveria se orientar de acordo com alguns princípios gerais de ética, justiça e igualdade • Aristóteles (conceito de troca) • São Tomás de Aquino (conceito de preço justo) • Condenação da usura ou dos juros baseada em justificativas morais • Teoria econômica de forma sistematizada inicia-se em 1776, com Adam Smith Evolução do Pensamento Econômico • Na Antiguidade: • GRÉCIA: aparecem referências conhecidas à Economia ou à questões de ordem econômica nos trabalhos de Aristóteles, Platão e Xenofonte. • Aristóteles >> cunhou o termo economia em seus estudos sobre os aspectos da administração privada e sobre finanças públicas • ROMA: não deixou nenhum escrito notável na área. • Até a época dos descobrimentos prevalece a ligação da economia com a justiça e a moral. Evolução do Pensamento Econômico • Século XVI: • MERCANTILISMO: primeira escola econômica. • Não representa um conjunto técnico homogêneo, mas tinha preocupações explícitas sobre a acumulação de riquezas de uma nação. • Princípios de como fomentar o comércio exterior e entesourar riquezas • Metalismo • Teoria da Balança Comercial Favorável • Protecionismo • Monopólio Comercial • Colonialismo Evolução do Pensamento Econômico MERCANTILISMO: • Políticas Mercantilistas acabaram estimulando guerras, exacerbou o nacionalismo • Forte e constante presença do Estado em assuntos econômicos Evolução do Pensamento Econômico Século XVIII • FISIOCRACIA: escola de pensamento francesa que surgiu em reação ao mercantilismo • François Quesnay – Tableau Economique • Fisiocracia = regras da natureza • Terra era vista como a única fonte de riqueza • Ordem natural = universo regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais • Defendiam a desregulamentação e não intervenção governamental para a melhor alocação dos insumos e produtos Evolução do Pensamento Econômico Fisiocracia: • Os fisiocratas associaram conceitos de Medicina à Economia: circulação, fluxos, órgãos, funções. • Quesnay foi o primeiro a dividir a economia em setores, mostrando a relação entre eles. • No século XX, Leontief aperfeiçoa e transforma o Tableau no sistema de circulação monetária input-output Evolução do Pensamento Econômico Os Clássicos: • Adam Smith: mão invisível • David Ricardo: modelos econômicos • John Stuart Mill: síntese do pensamento clássico • Jean-Baptist Say: lei de Say • Thomas Malthus: excesso populacional Adam Smith • Causa da riqueza das nações = trabalho humano • Divisão de trabalho > produtividade > acumulação • Liberalismo econômico: Defesa do mercado como regulador das decisões econômicas da nação. Sem a ação do Estado, era possível um melhor benefício coletivo, mesmo numa sociedade em que agentes buscam o interesse próprio. • Livre concorrência levaria a sociedade ao crescimento econômico, como que guiada por uma “mão invisível”. Thomas Malthus • Foi o primeiro a sistematizar uma teoria geral sobre a população • Crescimento da população dependia rigidamente da oferta de alimentos >>> teoria dos salários de subsistência • População crescia em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos seguia em progressão aritmética >>> o potencial de crescimento da população excederia em muito o potencial da terra em produção de alimentos. David Ricardo • A partir das ideias de Smith desenvolve modelos econômicos com grande potencial analítico • Aprimora a tese de que todos os custos se reduzem a custos de trabalho • Ênfase na distribuição do rendimento da terra • Acumulação de capital acompanhada de aumentos populacionais provoca uma elevação da renda da terra >>> diminui os lucros dos capitalistas • Teoria das vantagens comparativas Jean-Baptist Say • Retoma e amplia a obra de Smith • Subordinou o problema das trocas de mercadorias a sua produção • Lei de Say: “a oferta cria sua própria demanda” • Ótica da Oferta: o aumento da produção transforma-se-ia em renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços. • A Lei de Say é um dos pilares da macroeconomia clássica John Stuart Mill • Sintetizador do pensamento clássico • Consolida o exposto por seus antecessores e avança ao incorporar mais elementos institucionais e ao definir melhor as restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de mercado. A partir das contribuições dos economistas clássicos, a Economia passou a ter um corpo teórico próprio e a desenvolver um instrumental de análise específico para as questões econômicas. Buscando descobrir leis gerais e regularidades do comportamento econômico. A teoria Neoclássica De 1870 às primeiras décadas do sec. XX: • Grande desenvolvimento dos aspectos microeconômicos da teoria • Crença na economia de mercado e em sua capacidade auto reguladora • Consolidaram o raciocínio matemático explícito • Isolamentos dos fatos econômicos de outros aspectos da realidade social • Destacam-se: Marshall, Jevons, Walras, Bohn-Bawerk; Pareto, Pigou, Edworth A teoria Neoclássica O Comportamento do Agente Econômico como base para elaboração de um sofisticado aparato teórico: • Consumidor busca maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) • Firma (Produtor) busca maximizar seu lucro • Estudo de curvas (ou funções) de utilidade ou produção, considerando restrições de fatores e orçamentárias • Dedução do equilíbrio de mercado • Modelos de equilíbrio geral e de eq. parciais • Análise fundamentada em conceitos marginais (receitas e custos marginais >>> também chamada de escola marginalista A teoria Neoclássica • Na macroeconomia: • teoria do capital e do juros de Bohm-Bawerk • teoria quantitativa da moeda: relaciona quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica e de preços Teoria Keynesiana • A obra “Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda” de John Maynard Keynes (1936) • A Grande Depressão e o desemprego involuntário • Nível de emprego em função do nível de produção (expectativas de consumo e de investimentos) >>> Princípio da Demanda Efetiva • Ausência da tendência autoreguladora (equilíbrio) >>> políticas econômicas para alcançar o pleno emprego • Contraposição à Lei de SayTeoria Keynesiana • “Teoria Geral” abriu espaço para novo desenvolvimento expressivo da teoria econômica: • Incorporação de modelos matemáticos (formalização) • Três abordagens dentro da macroeconomia: monetaristas, keynesianos, e pós-keynesianos MONETARISTAS: associados à Universidade de Chicago (Milton Friedman) = privilegiam o controle da moeda e um baixo grau de intervenção do estado Teoria Keynesiana KEYNESIANOS (ou fiscalistas): recomendam o uso de políticas fiscais ativas e acentuado grau de intervenção Estatal PÓS-KEYNESIANOS: releitura da obra de Keynes, procurando mostrar que ele não negligenciou o papel da moeda e da política monetária. -enfatizam o papel da especulação financeira e defendem um papel ativo do Estado na condução da atividade econômica. Abordagens Alternativas • MARXISMO • Importância da história - Mais valia e busca incessante pelo lucro na concepção do capitalismo - O papel da moeda no desenvolvimento capitalista >>> Kalecki: principio de demanda efetiva = problema de realização em Marx Abordagens Alternativas • INSTITUCIONALISMO - Dirigem suas críticas ao alto grau de abstração da teoria econômica e ao fato de ela não incorporar em sua análise as instituições sociais