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e-Tec Brasil67
Aula 13 - Prevenção da Recaída I 
Figura 13.1: Prevenção da recaída
Fonte: http://otabaco.com/
Prezados alunos, nesta aula vocês iniciarão o conhecimento sobre abordagem 
de Prevenção da Recaída elaborada por Alan Marlatt na década de 1980.
Baseada nos princípios da Terapia cognitivo comportamental a Prevenção da 
Recaída é definida como um programa de autossugestão com a finalidade 
de estimular o estágio da manutenção no processo de mudança. Partindo do 
princípio que o comportamento se dá devido aos pensamentos, nesta abor-
dagem veremos as influências do meio, das emoções, pensamentos e com-
portamentos. Sendo assim, o indivíduo produzirá padrões de pensamentos e 
comportamentos automáticos por distorcer interpretações de acontecimen-
tos internos e externos.
Objetivos da Prevenção da Recaída:
•	 Manter a mudança do hábito;
•	 Aplicação da consciência e escolha do paciente frente ao problema;
•	 Desenvolver habilidades de enfrentamento e maior confiança.
Caso o indivíduo escolha por moderar o uso da substância, esta será respeitada.
Caso o paciente chegue à sessão tendo consumido, ele será aceito da mes-
ma forma, pois a mudança é um processo do tratamento.
Qual a diferença entre Lapso e Recaída?
•	 O Lapso é um retorno momentâneo ao hábito.
•	 A Recaída é um lapso mais demorado, mas também considerada transitória.
Figura 13.2: Recaída
Fonte: http://drogas8d.wordpress.com/
13.1 Principais alicerces da PR
Os principais alicerces da PR são: a conscientização do problema e a mudança 
nos hábitos.
13.1.1 Conscientização do problema
Para que haja a mudança é necessário reconhecer que o comportamento adi-
tivo é problema para o indivíduo e para os que rodeiam. Assim, a PR visa 
mostrar ao paciente que o uso de substâncias afeta negativamente a sua vida.
Tendo assim, em vista que o terapeuta delega ao paciente a responsabilida-
de pelos seus atos, uma técnica muito utilizada neste momento e a Balan-
ça Decisional, onde serão pesadas as vantagens e desvantagens de usar a 
substância. Podendo assim, o paciente perceber que os benefícios do uso 
das substâncias são passageiros, e que deixar de usá-las lhe trarão uma vida 
saudável e prazerosa.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Usando Sem usar
Gosto em mim
Não gosto em mim
Quadro 13.1: Balança decisional
e-Tec Brasil 68 Técnica de Avaliação e Técnica de Abordagem
e-Tec Brasil69Aula 13 - Prevenção da Recaída I
O quadro a seguir de “vantagens e desvantagens” é um exemplo de como 
o anterior deve ser preenchido. 
Fonte: Elaborado pelos autores.
Usar Não usar
Vantagens
- Faço parte de um grupo de amigos.
- Fico mais sociável.
- Perco a inibição, a vergonha, a timidez, a 
insegurança.
- Me sinto mais confiante.
- Me sinto bem, mais “relaxado”.
- Esqueço dos problemas.
- Me sinto melhor fisicamente.
- Fico com a cabeça “no lugar”.
- Sem ciúme, sem desconfianças.
- Fico bem com a esposa.
- Fico bem com a família.
- Trabalho melhor, mais disposto.
- Sem ressaca.
- Com dinheiro.
- Durmo melhor.
- Acordo sem me preocupar com o que posso 
ter feito na noite anterior.
- Me alimento melhor.
Desvantagens
- Tenho ressaca.
- Brigo com a esposa.
- Piora o relacionamento com os filhos.
- Problemas físicos.
- Fico desmotivado no outro dia.
- Me sinto culpado.
- Problemas com o trabalho.
- Gasto todo o meu dinheiro.
- Perco o controle.
- Me sinto sozinho, isolado, sem amigos.
- Tenho que lidar com “fissuras” e compulsões.
- Desajeitado no contato social.
- Parece que a vida perde a graça.
Quadro 13.2: Vantagens e desvantagens X usar e não usar
Ao reconhecer o comportamento aditivo como um problema, o indivíduo 
perceberá a necessidade de mudar e é na PR que se ensina como lidar com 
as situações de risco frente à substância. Diante de uma avaliação das capa-
cidades do individuo é que poderão ser trabalhadas as suas habilidades que 
devam melhorar.
13.1.2 Mudança nos hábitos
O próximo passo é mudar o estilo de vida, as companhias e os locais frequen-
tados. Essa reestruturação de rotina faz parte da manutenção da abstinência. 
A pessoa pode pensar em substituir as “adições” negativas pelas positivas.
Há neste momento a proposição de se elaborar um plano de ação, determi-
nando as mudanças necessárias que o indivíduo deseja frente à abstinência. 
São pequenas situações que podem parecer irrelevantes ou até mesmo in-
conscientes, que merecem atenção a serem pensadas e evitadas para que 
não hajam como estimuladores de uma recaída. Ex.: Passar na frente de um 
bar, ir à casa de um amigo usuário de drogas etc.
Resumo
Na aula 13 demos início à abordagem da Prevenção da Recaída – PR, onde 
foram tratados os objetivos e seus problemas e a necessidade da mudança 
de hábitos.
Atividade de aprendizagem
1. A partir do conhecimento dado nesta aula como você descreveria os dois 
principais tópicos para se iniciar a Prevenção da Recaída?
Anotações
e-Tec Brasil 70 Técnica de Avaliação e Técnica de Abordagem

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