Buscar

Apreciação crítica de obra (direito tributario)

Prévia do material em texto

OBS.: TEXTO DESCONSIDERANDO AS REFERÊNCIAS AO FINAL, RODAPÉ, OS TÍTULOS E ESTA OBSERVAÇÃO: 883 PALAVRAS
APRECIAÇÃO CRÍTICA DA OBRA: “AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA E DO DESEMPENHO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO”.
CAPÍTULO 1: “CARGA TRIBUTÁRIA GLOBAL” 
CAPÍTULO 6: “TRANSFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAIS E RECEITA DISPONÍVEL”
	No capítulo 1, é feita uma breve análise acerca da carga tributária brasileira, iniciando-se pela metodologia aplicada ao estudo, sequencialmente, são abordados o conceito de tributo, evolução histórica tributária mundial, a carga tributária nacional em 2010 e realizam-se comparações dos tributos brasileiros em relação ao cenário internacional.
Inicialmente, pode-se definir o tributo como valor que o ente estatal retira, compulsória e obrigatoriamente, de determinada economia, respaldado por legislação e tal conceito não se restringe às outras definições como impostos, taxas ou contribuição.
	Tal definição está de acordo com a doutrina, conforme Eduardo Sabbag[footnoteRef:1]: “Em síntese, o tributo é prestação pecuniária, exigido de maneira compulsória, instituído por lei e cobrado mediante lançamento”. [1: SABBAG, Eduardo. Código Tributário Nacional comentado. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2017, p. 124.] 
	Após, passa-se ao histórico tributário global e, primeiramente, no período posterior à Segunda Guerra Mundial, houve incremento da dívida pública e dos tributos, também no Brasil, tendo em vista que nas décadas de 1950 e 1970, a tributação praticamente duplicou, chegando a aproximadamente 25% do PIB. 
	Apesar do elevado montante de cobrança, houve alguns avanços no tocante ao Direito Tributário, destacando-se os seguintes[footnoteRef:2]: [2: ² SCHOLANTE, L. F.. Breves apontamentos históricos sobre tributação no mundo e no Brasil. Revista Tributária e de Finanças Públicas, v. 1, p. 155-174, 2019. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/breves-apontamos-historicos-sobre-tributacao-no-mundo-e-no-brasil/> Acesso em 29/03/2022.] 
“Em 1946 surge uma nova carta política, marcada por uma sensível modificação nas competências tributárias, prevendo, ainda a obrigatoriedade da repartição de receitas de alguns tributos. Referente às imunidades, vê-se surgir, além daquelas já previstas na constituição anterior, a imunidade dos templos de qualquer culto, de bens e serviços de partidos políticos e de instituições de educação e de assistência social”. 
Além disso, analisa-se a carga tributária nacional em 2010, quinta maior registrada, de aproximadamente 35% em relação ao PIB, destacando-se, negativamente, que a maior tributação foi no setor de “mercadorias, bens e serviços”, representando cerca de 50% da arrecadação, bastante preocupante à época e atualmente, demonstrando que a carga tributária nacional foi elevada mesmo durante crises e o acesso a bens de consumo básicos tornou-se restrito.
	Ademais, há comparação entre a tributação nacional e economias mundiais, enfocando os países desenvolvidos, salientando-se que o desenvolvimento brasileiro é incompatível com a cobrança de tributos excessiva, ainda mais considerando os seguintes fatores: o Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro e a maior parte da arrecadação serem tributos indiretos, incidindo sobre bens e serviços, setores básicos da economia. 
Em 2010, verificou-se que a tributação superou diversos países desenvolvidos[footnoteRef:3]: [3: Revista Consultor Jurídico. Tributos no Brasil superam os de países desenvolvidos. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2012-nov-14/carga-tributaria-brasil-supera-paises-desenvolvidos-ocde> Acesso em 29/03/2022.
] 
“em 2010, a receita total de tributos no Brasil superou a de 17 de 34 países da OCDE, entre eles Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Espanha, Suíça e Estados Unidos. (...) A carga é mais pesada no Brasil do que no resto da América Latina, pelos critérios comparáveis, principalmente por causa de tributos indiretos. Os impostos sobre bens e serviços levaram 14,2% da renda produzida no país em 2010, ante uma média de 9,9% para 15 países selecionados da região. A carga de tributos indiretos no Brasil superou inclusive a média da OCDE, que alcançou 11%”.
	Dessa forma pode-se perceber que a tributação brasileira não encontra justificativa plausível, visto que não há retorno compatível.
	Quanto ao 6º capítulo da obra, trata da dinâmica das transferências de recursos entre os entes nacionais e, para tanto, elenca as características do sistema, analisa a carga tributária pós-transferências e detalha as transferências vigentes.
	Primeiramente, verifica-se que as regiões brasileiras possuem desigualdades por diversos fatores, fazendo com que a distribuição de renda tenha que priorizar as necessidades de cada uma delas, podendo-se classificar as transferências, quanto à condicionalidade, em seis grupos, que não serão objeto desta síntese.
	Por fim, verifica-se que o texto é bem escrito e fundamentado, traz diversos dados relevantes e de suma importância e nos permite concluir que, infelizmente a realidade tributária brasileira está bastante longe do ideal, já que se cobram tributos em relação a setores básicos, há enorme desigualdade na distribuição das receitas e não é feita qualquer modificação relevante nesse sentido. Sendo tal objeto de crítica constante dos especialistas[footnoteRef:4]: [4: OLIVEIRA, Reinaldo Carneiro. CARGA TRIBUTÁRIA: UM ESTUDO SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO DO BRASIL, 2019, pp.56-57 Disponível em:< https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:aeN0pomwnBMJ:https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/8036/1/Carga%2520Tribut%25C3%25A1ria%2520%2520Um%2520Estudo%2520sobre%2520o%2520Sistema%2520Tribut%25C3%25A1rio%2520do%2520Brasil.pdf+&cd=14&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> Acesso em 29/03/2022] 
“Para o Economista Bernard Appy, o sistema fiscal Brasileiro se tornou totalmente disfuncional, defende a reforma tributária para corrigir as grandes distorções que acabam levando a uma baixa eficiência no funcionamento da economia, de maneira que a produtividade é bem menor do que poderia ser, roubando pontos do PIB pela sua complexidade e pelo enorme contencioso tributário provocado, o que gera uma aguda insegurança jurídica. (...) Afirma Martins (2000): “O sistema é caótico, com superposições de incidências e elevado nível de complexidade. Gera um custo fantástico de administração para contribuintes e para os diversos Erários, facilitando a sonegação dolosa (...)” (MARTINS. 2000, p. 18 e 19). (...) É consenso entre os analistas tributários a avaliação que a tributação de bens e serviços no Brasil é uma das mais ineficientes do mundo. Diferentemente da maior parte dos países do mundo, em que se onera essas bases econômicas com um tributo único, geralmente o Imposto sobre Valor Adicionado, no Estado Brasileiro coexistem quatro tipos de exações fiscais incidentes: o IPI de competência Federal, o ICMS de competência Estadual, o ISSQN de competência Municipal; além das contribuições para o PIS e a COFINS ambas de competência Federal (MACHADO e BALTHAZAR, 2017). Esse sistema fragmentado, por si só já torna a tributação extremamente complexa”
Além disso, não há retorno em relação aos serviços públicos oferecidos, tampouco contraprestações no sentido de maiores isenções ao contribuinte, fazendo com que o país seja dependente de uma elevada arrecadação sem prover, muitas vezes, o mínimo para uma condição digna de seus cidadãos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Reinaldo Carneiro. CARGA TRIBUTÁRIA: UM ESTUDO SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO DO BRASIL, 2019, pp.56-57 Disponível em:< https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:aeN0pomwnBMJ:https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/8036/1/Carga%2520Tribut%25C3%25A1ria%2520%2520Um%2520Estudo%2520sobre%2520o%2520Sistema%2520Tribut%25C3%25A1rio%2520do%2520Brasil.pdf+&cd=14&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> Acesso em 29/03/2022
Revista Consultor Jurídico. Tributos no Brasil superam os de países desenvolvidos. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2012-nov-14/carga-tributaria-brasil-supera-paises-desenvolvidos-ocde>Acesso em 29/03/2022.
SABBAG, Eduardo. Código Tributário Nacional comentado. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2017, p. 124.
SCHOLANTE, L. F.. Breves apontamentos históricos sobre tributação no mundo e no Brasil. Revista Tributária e de Finanças Públicas, v. 1, p. 155-174, 2019. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/breves-apontamos-historicos-sobre-tributacao-no-mundo-e-no-brasil/> Acesso em 29/03/2022.

Mais conteúdos dessa disciplina