Prévia do material em texto
ADMINISTRAÇÃO II CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Administração II – Prof. Ms. Francisco de Assis Breda; Prof. Ms. Neivaldo Hakime Dutra e Profa. Dra. Sonia Valle Walter de Oliveira Olá! Meu nome é Francisco de Assis Breda. Sou mestre em Gestão Empresarial pela UNI-Facef e graduado em Administração de Empresas pela mesma instituição. Atualmente, sou coordenador do curso de Administração do Claretiano, nas modalidades presencial e EaD. Também coordeno os MBAs em Administração. Tenho experiência de ensino em diversas disciplinas da área de Administração, principalmente Marketing e Logística, além de experiência profissional em consultoria e pesquisa. E-mail: breda@claretiano.edu.br Meu nome é Neivaldo Hakime Dutra. Sou mestre em Gestão Empresarial pela UNI-Facef/Franca/SP. Em meu mestrado, desenvolvi um estudo a respeito dos estilos de liderança em evidência nas indústrias de calçados de Franca/ SP. Concluí minha graduação em Administração de Empresas no Instituto Tecnológico de Osasco-SP e minha Especialização em Gestão de Recursos Humanos e Financeiros na UNI-Facef/Franca/SP. Atuo como professor universitário no curso de graduação em Administração de Empresas do Centro Universitário Claretiano de Batatais e como professor do Módulo de Liderança do curso de pós-graduação MBA da FGV-COC. Vejo na EaD uma importante ferramenta de inclusão social, uma vez que ela permite a um número maior da população o acesso ao ensino universitário e à especialização profissional. Como sabemos, a educação, seja na formação acadêmica ou na especialização profissional, é uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento social de um país. Por isso, acredito que o estudo do binômio "sociedade e educação" seja extremamente relevante para a formação de um educador. E-mail: neivaldo@claretiano.edu.br Meu nome é Sonia Valle Walter Borges de Oliveira. Sou livre-docente em Administração Geral pela FEA-RP-USP. Além disso, sou doutora em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabi- lidade da Universidade de São Paulo, mestre em Engenharia Civil – Hi- dráulica e Saneamento – pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo e graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Pau- lo. Sou, também, professora associada do Departamento de Adminis- tração da FEA-RP da Universidade de São Paulo, com atuação nas áreas de Administração Ge- ral, Planejamento Estratégico, Responsabilidade Socioambiental e Gestão do Meio Ambiente. E-mail: soniavw@terra.com.br Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação ADMINISTRAÇÃO II Caderno de Referência de Conteúdo Francisco de Assis Breda Neivaldo Hakime Dutra Sonia Valle Walter de Oliveira Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 658 B842a Breda, Francisco de Assis Administração II / Francisco de Assis Breda, Neivaldo Hakime Dutra, Sonia Valle Walter Borges de Oliveira – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 208 p. ISBN: 978-85-67425-01-6 1. A abordagem da teoria burocrática, suas vantagens e disfunções. 2. O desenvolvimento organizacional no ambiente empresarial e a aplicação da teoria estruturalista.3. Abordagem à teoria sistêmica. 4. Teoria contingencial. 5. Novos paradigmas e modelos de administração. 6. Ética e responsabilidade social nas empresas. 7. A ação das lideranças nas organizações. I. Dutra, Neivaldo Hakime. II Oliveira, Sonia Valle Walter Borges de. III. Administração II. CDD 658 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 9 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO ............................................................................. 11 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 30 UniDADE 1 – ABORDAGEM À TEORIA DA BUROCRACIA 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 31 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 31 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 32 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 33 5 ORIGENS DA BUROCRACIA ................................................................................. 33 6 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA ............................................. 36 7 VANTAGENS DA BUROCRACIA ........................................................................... 42 8 DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA .......................................................................... 45 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 50 10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 50 11 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 51 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 51 UniDADE 2 – ABORDAGEM À TEORIA ESTRUTURALISTA 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 53 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 53 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 54 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 54 5 ORIGENS DA TEORIA ESTRUTURALISTA ..............................................................55 6 CONCEITO DE ESTRUTURALISMO ...................................................................... 56 7 TIPOS DE ESTRUTURALISMO .............................................................................. 57 8 A SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÕES ...................................................................... 58 9 ORGANIZAÇÕES SEGUNDO ETZIONI................................................................... 61 10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 63 11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 63 12 E- REFERÊnCiAS ................................................................................................. 63 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 63 UniDADE 3 – ABORDAGEM SISTÊMICA DAS ORGANIZAÇÕES 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 65 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 65 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 66 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 66 5 ORIGENS DA TEORIA SISTÊMICA ........................................................................ 67 6 CIBERNÉTICA ..................................................................................................... 71 7 APRENDENDO A USAR O ENFOQUE SISTÊMICO ................................................ 74 8 ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS .................................................................... 75 9 EFICÁCIA GLOBAL ............................................................................................... 77 10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 78 11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 78 12 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 79 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 79 UniDADE 4 – ABORDAGEM DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 81 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 81 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 82 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 82 5 CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL ........................ 83 6 MUDANÇA ORGANIZACIONAL .......................................................................... 84 7 AS FASES DAS ORGANIZAÇÕES ........................................................................... 86 8 CONCEITO E FASES DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL ........................ 88 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 90 10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 90 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 91 UniDADE 5 – CULTURA ORGANIZACIONAL 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 93 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 93 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 93 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 95 5 CONCEITUALIZANDO A CULTURA ...................................................................... 96 6 AMBIGUIDADE ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA ............................................... 97 7 MUDANÇA DE CONCEITOS ................................................................................. 99 8 CULTURA NACIONAL E CULTURA ORGANIZACIONAL ........................................ 101 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 104 10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 104 11 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 105 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 105 UniDADE 6 – TEORIA CONTINGENCIAL 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 107 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 107 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 108 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 108 5 CONCEITO DE CONTINGÊNCIA .......................................................................... 109 6 BURNS E STALKER: SISTEMAS MECÂNICOS E ORGÂNICOS ................................. 110 7 VARIÁVEIS CONTINGENCIAIS QUE AFETAM A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .............................................................................................. 112 8 LAWRENCE E LORCSH: PARADOXO ENTRE INTEGRAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS SISTEMAS ORGANIZACIONAIS ........................................ 115 9 CHANDLER E AS ESTRATÉGIAS E ESTRUTURAS DAS EMPRESAS ........................ 116 10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 118 11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 119 12 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 119 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 120 UniDADE 7 – LIDERANÇA ORGANIZACIONAL 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 121 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 121 3 SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ........................................................ 122 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 125 5 LIDERANÇA ORGANIZACIONAL .......................................................................... 127 6 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA TEORIA DA LIDERANÇA ............................................ 129 7 TEORIA DOS TRAÇOS ......................................................................................... 131 8 ESTILOS DE LIDERANÇA ..................................................................................... 132 9 LIDERANÇA SITUACIONAL .................................................................................. 133 10 ABORDAGEM DA TEORIA DA NOVA LIDERANÇA ................................................ 135 11 CARACTERÍSTICAS DO LÍDER ............................................................................. 137 12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 138 13 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 140 14 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................140 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 141 UniDADE 8 – ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 143 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 144 3 SUGESTÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ........................................................ 144 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 145 5 ÉTICA ................................................................................................................. 146 6 A CONCEPÇÃO FILOSÓFICA DA PALAVRA ÉTICA ................................................ 146 7 O ENSINO DA ÉTICA NAS ESCOLAS DE ADMINISTRAÇÃO ................................... 148 8 ÉTICA EMPRESARIAL .......................................................................................... 149 9 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL ...................................................... 153 10 ABORDAGENS SOBRE A RESPONSABILIDADE SOCIAL ........................................ 154 11 A RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL NO BRASIL .................................. 162 12 GOVERNANÇA CORPORATIVA ............................................................................ 164 13 COMPLIANCE ..................................................................................................... 169 14 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 175 15 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 175 16 E- REFERÊnCiAS ................................................................................................. 176 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 176 UniDADE 9 – NOVOS PARADIGMAS E TENDÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 179 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 179 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 180 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 181 5 GLOBALIZAÇÃO E SEUS IMPACTOS NAS EMPRESAS ........................................... 181 6 FUSÕES, INCORPORAÇÕES E ALIANÇAS ESTRATÉGICAS .................................... 188 7 NOVOS PARADIGMAS EM ADMINISTRAÇÃO ...................................................... 194 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 205 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 206 10 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 206 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 206 CRC Caderno de Referência de Conteúdo Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A abordagem da teoria burocrática, suas vantagens e disfunções. O desenvolvimento organizacional no ambiente empresarial e a aplicação da teoria estruturalista. Abor- dagem à teoria sistêmica. Teoria contingencial. Novos paradigmas e modelos de ad- ministração. Ética e responsabilidade social nas empresas. A ação da liderança nas organizações. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1. INTRODUÇÃO Seja bem-vindo ao estudo de Administração II. Neste Cader- no de Referência de Conteúdo, você encontrará o conteúdo básico das nove unidades que serão desenvolvidas ao longo das doze se- manas. Que conhecimentos você vai adquirir Com este estudo você irá aprofundar seus conhecimentos sobre a Administração. Inicialmente, abordaremos as estruturas organizacionais, explorando os conceitos e a aplicação de algumas teorias, como a Burocrática, a Estruturalista e a Sistêmica. © Práticas Corporais Alternativas10 Ao absorver os conhecimentos sobre a estrutura das organi- zações, você possuirá requisitos para constituir uma visão crítica das empresas. Em um segundo momento, o aluno aprenderá os princípios do Desenvolvimento Organizacional, da Contingência Administrativa e de aspectos da Cultura Organizacional, para, finalmente, conhecer um pouco mais sobre a liderança nas organizações, a ética, a res- ponsabilidade social e os novos paradigmas em Administração. A unidade que versa sobre os novos paradigmas da Admi- nistração encerra o módulo. Esses conceitos visam a capacitar o aluno para adquirir um perfil administrativo, não somente na apli- cação de técnicas, mas também na solução de conflitos. Sua participação e dedicação são fundamentais, não apenas para garantir a compreensão dos conceitos que vamos abordar, mas também para ampliar e aprofundar as discussões sobre o tema. Venha participar deste processo de construção do conheci- mento! Que habilidades você desenvolverá Você irá aprimorar seus conhecimentos administrativos ao aprender as origens da Teoria Burocrática, dos Princípios Estrutu- ralistas e das teorias Cibernética e Sistêmica. Desse modo, poderá compreender os aspectos formais e a dinâmica da estrutura orga- nizacional das empresas. Ao conhecer as abordagens situacionais de liderança e cul- tura organizacional, ética e responsabilidade social, você será ca- paz de aprimorar o seu perfil – não só de gestor administrativo, mas também de líder de pessoas –, incorporando os princípios de trabalho em equipe e de relacionamento pessoal, condições re- levantes para que o administrador possa conduzir as pessoas nas organizações. Claretiano - Centro Universitário 11© Caderno de Referência de Conteúdo Com a finalidade de possibilitar que você desenvolva um aprendizado contínuo, a última unidade discorre sobre os novos paradigmas da Administração, bem como sobre algumas tendên- cias que influenciam o mundo corporativo. Nesse contexto está in- serido o processo de reengenharia, além dos processos de bench- marking, de organizações virtuais e de administração participativa. Como você pode perceber, é de extrema relevância a intera- tividade entre você, seu tutor, seus colegas de curso e a instituição de ensino. Você está convidado a fazer parte deste novo caminho da educação e do saber. Desejamos que seu estudo seja proveitoso e o ajude a trilhar o caminho para novas descobertas e novos conhecimentos. Após essa introdução aos conceitos principais, apresentare- mos, a seguir, no tópico Orientações para estudo, algumas orienta- ções de caráter motivacional, além de dicas e estratégias de apren- dizagem que poderão facilitar seu estudo. 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem Geral Prof. Ms. Neivaldo Hakime Dutra Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abor- dagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua pro- fissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi- lidade social. Vamos começar nossa aventura pela apresentação das ideias e dos princípios básicos que fundamentam a admistração. Hoje vamos iniciar o estudo de Administração II. Teremos muito prazer em desenvolver este estudo com você. © Práticas Corporais Alternativas12 Acompanhe os eventos de aprendizagem com dedicação, interagindo constantemente com seus professores (tutores) e co- legas de curso, para, assim, ficar sempre atualizado nãosó com o conteúdo, mas também com as discussões no Fórum e na Lista. Dessa forma, se permanecer atento, participando e intera- gindo, ficará mais fácil acompanhar o desenvolvimento do conte- údo e, com isso, beneficiar-se do alargamento de ideias que tra- zem as discussões e os debates. Você se sentirá estimulado a levar adiante mais este projeto de vida. Com este estudo, esperamos que você aprimore seus conhe- cimentos relativos à dinâmica das organizações. Temos de ir passo a passo na construção de nosso conheci- mento. Por isso, este Caderno de Referência de Conteúdo, como todas as outras, está dividida em unidades. Inicialmente, abordaremos as estruturas organizacionais, explorando os conceitos e a aplicação das teorias burocrática, es- truturalista e sistêmica. Após absorver os conhecimentos sobre a estrutura das organizações, vocês possuirão requisitos para cons- truir uma visão crítica das empresas. Em um segundo momento, vocês aprenderão os princípios do Desenvolvimento Organizacional, da Contingência Administra- tiva e de aspectos da Cultura Organizacional, para depois, final- mente, conhecer um pouco mais sobre a Liderança nas Organiza- ções, a ética, a responsabilidade social e os novos paradigmas da Administração. Mas vamos por partes. O que é burocracia? Toda vez que ouvimos o termo "burocracia", ele nos lembra excesso de papéis ou excesso de procedimentos para se conseguir algo. No estudo das teorias administrativas, a abordagem burocráti- ca consiste em um sistema de normas, regras, leis e procedimentos formais, aos quais nós chamamos de "burocracia". Entretanto, por Claretiano - Centro Universitário 13© Caderno de Referência de Conteúdo ser utilizado em excesso, às vezes o sistema burocrático obtém uma má conceituação. A sociedade, por sua vez, clama pela eliminação da burocracia, sem entender que ela é importante para as organizações. Na verdade, o sistema burocrático foi desenvolvido, inicial- mente, para atender às necessidades das antigas organizações, principalmente no aspecto político e militar, abrangendo as civili- zações do Egito, da China e do Império Romano. Neste estudo, vamos aprender sobre a estrutura das organiza- ções em uma amplitude maior do que no estudo do módulo Admi- nistração I, pois estaremos contemplando o complexo organizacional. A burocracia, que é baseada em premissas racionais, se ade- quou satisfatoriamente a organizações complexas. E daí vem outra questão: o que é Estruturalismo? A abordagem estruturalista mostra um redesenho da Teoria Burocrática. Todavia, as premissas da Teoria das Relações Huma- nas são consideradas relevantes, porque a visão estruturalista é crítica em relação à organização formal. Vamos aprender que os estudiosos do estruturalismo são de origem predominantemente europeia, e que buscam a interdisci- plinaridade das ciências. O início dos estudos dessa teoria se baseou primeiramente na oposição entre a Teoria Clássica e a das Relações Humanas, na necessidade de considerar a organização como uma organização social, na integração da abordagem estrutural com as ciências so- ciais e no aprimoramento do conceito de estrutura. No estudo das primeiras unidades, relembramos que os pri- meiros estudos das teorias administrativas deram ênfase à efici- ência e à organização das empresas, em que destacavam a impor- tância da divisão do trabalho, a perfeita seleção do indivíduo, a especialização das atividades, além do agrupamento dos trabalha- dores, na busca de produção em escala. © Práticas Corporais Alternativas14 Essas abordagens demonstraram a relevância direcionada à internalização dos processos organizacionais. Sendo assim, as em- presas ganharam em eficiência, produtividade e formalismo em detrimento dos aspectos sociais implícitos na organização. Nesta unidade, vamos conhecer o conceito de estrutura, a sua aplicação na sociedade burocrática de Weber, além de sua uti- lidade no desenvolvimento das organizações. Mas as organizações continuam se expandindo! E qual é o procedimento correto? Como vamos conduzir as organizações? No final Segunda Guerra Mundial, surge a Teoria Sistêmica. A ênfase dos estudos da abordagem sistêmica está direcionada à compreensão dos estudos dos sistemas organizacionais. Ela surgiu na década de 1950, divulgando o conceito de sistemas abertos em diversas disciplinas. Os estudos iniciais da Administração tinham como enfoque o princípio do reducionismo, ou seja: estimulados pela busca da eficiência máxima, os precursores da Administração Cientifica e da Clássica desenvolveram princípios de gestão destacando a divisão e a especialização do trabalho, a rotinização das tarefas e o desen- volvimento do homem econômico. Portanto, as pesquisas realizadas referentes à ação do indi- víduo nas organizações culminaram no advento das teorias huma- nísticas. Em consequência, o desenvolvimento dos estudos empre- sariais foi contemplado com estudos relevantes que provocaram inúmeras mudanças no cenário administrativo organizacional. A partir do final da Segunda Guerra Mundial, uma nova con- cepção teve início em relação aos estudos da ciência, da sociedade e das organizações. Todos os ramos do conhecimento, que até en- tão praticavam o modelo do reducionismo, passaram a considerar que uma parte do sistema modificada refletia nas demais partes do sistema como um todo. Claretiano - Centro Universitário 15© Caderno de Referência de Conteúdo Em função disso, inúmeros conhecimentos que valiam ape- nas para uma ciência passaram a ser aproveitados também em outras ciências. Consequentemente, foi constatado que os ramos do conhecimento, que antes eram isolados, faziam parte de um sistema maior, aplicando-se a eles regras e princípios comuns. Vamos apresentar os conceitos de Von Bertalanffy, além de destacar o trabalho de outros autores que muito contribuíram no campo da teoria das organizações. Além da Teoria Sistêmica, iremos estudar a teoria do De- senvolvimento Organizacional. Assim, poderemos comparar o en- foque das duas teorias: a primeira aborda a importância de cada uma das partes para a formação do todo no complexo organiza- cional, enquanto a segunda estuda a dinâmica das mudanças no ambiente empresarial. na metade da década de 1960, o mundo passava por in- tensas mudanças. O complexo organizacional estava diante de uma sociedade caracterizada pela intensidade do socialismo, do preconceito racial, de confrontos revolucionários e nacionalistas, além do alcance de ditaduras militares em inúmeros países do Ter- ceiro Mundo e emergentes. Nesse cenário, as organizações também protagonizavam um novo desenho que permitia continuar com seu desempenho e, consequentemente, alavancar alternativas suficientes com a fi- nalidade de dar prosseguimento ao desenvolvimento de seus am- bientes institucionais. Em nosso estudo anterior, constatamos principalmente os princípios das teorias Cientifica, Clássica e Burocrática, que são co- nhecidas por alguns autores como "abordagens mecanicistas", as quais tinham como foco a eficiência no trabalho, a especialização das atividades, a divisão do trabalho e a eleição do homem ideal – aquele que tivesse aptidões físicas, técnicas e emocionais. © Práticas Corporais Alternativas16 O segundo momento do estudo da Administração abordou as teorias humanísticas das organizações, destacando a relevância dos recursos humanos no ambiente empresarial. Entretanto, a divergência entre a abordagem mecanicista e a abordagem humanística gerou a necessidade de uma teoria que suprisse essa lacuna. Se, por um lado, as organizações precisam ser eficientes no processo operacional e, assim, alcançar seus objetivos, por outro, as pessoas, conforme os estudiosos das teorias humanís- ticas, devem estar motivadas para exercer suas atividades. A abordagem da teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO) tem como premissa a atuação na formação de equipes, dan- do ênfase às relações grupais dentro das organizações,de forma a proporcionar maior eficácia ao trabalho. Neste momento, vamos conhecer os pressupostos básicos dos autores do DO, os estudos das características da teoria, da mu- dança organizacional, do clima e da cultura organizacional. No início, os princípios administrativos tinham o perfil me- canicista, pois eram voltados para as tarefas, funções e desenvol- vimento de unidades organizacionais, o que hoje chamamos de "departamentos". Depois, surgiram os estudos para obter-se um melhor controle e implantar-se a legalidade dos procedimentos. Todavia, não há possibilidade de se controlar totalmente o comportamento humano, com suas variações, pretensões e sen- timentos. Portanto, as empresas percebem que em seu ambiente de trabalho (assim como na sociedade) existe a criação de uma cul- tura por meio do clima organizacional. Com efeito, a influência da cultura pode se constituir de maneira positiva ou negativa na con- dução dos rumos da organização. Além disso, o ambiente empresarial acompanha as tendên- cias e as mutações do contexto socioeconômico. Claretiano - Centro Universitário 17© Caderno de Referência de Conteúdo A partir desse momento, vamos abordar alguns conceitos relacionados à cultura organizacional, à ética e à responsabilidade social, à liderança, à contingência e aos novos paradigmas da ad- ministração. As empresas são constituídas de pessoas, e, como a variação cultural refere-se basicamente aos hábitos e comportamentos de um grupo ou da sociedade, podemos concluir que empresas possuem culturas diferentes. Todavia, podemos considerar que o estudo das diferenças entre as formas e maneiras de administrar uma empresa é relativamente recente, pois havia uma crença de que regras gerais se aplicavam a todas as situações de administração, trabalho e orga- nização, independentemente do contexto e da situação. A partir da década de 1970, passou-se a perceber que o sucesso das empresas japonesas devia muito à cultura desenvolvida por elas, destacando- -se o trabalho em equipe, a qualidade e as respostas às mudanças. Dessa forma, pode-se chegar a uma definição da cultura organizacional como sendo o conjunto de princípios e valores vi- gentes em uma empresa, suas relações com o ambiente interno e externo e sua hierarquia, que definem sua postura e seus padrões de comportamento. Edgar Schein, uma das maiores autoridades sobre o assunto, citado praticamente por todos autores de livros e artigos a respeito do tema, afirma que a cultura de uma organização é percebida por meio da linguagem, dos símbolos e das imagens, das histórias e dos mitos, dos rituais e das cerimônias, dos hábitos e dos valores que interpõem essa organização, além de seus objetos visíveis e físicos, tais como a arquitetura, os móveis, o espaço físico e a decoração. Para entender melhor as nuances da cultura organizacional, pode-se analisá-las sob três aspectos: • ambiguidade entre o discurso e a prática; • mudança de conceitos; • cultura nacional e cultura organizacional. © Práticas Corporais Alternativas18 Estudaremos, também, a questão das variações de aplicações dos conceitos administrativos em face da diversidade de teorias e também da dinâmica pela qual as organizações vêm passando. A Teoria Geral da Administração inclui grande diversidade de te- mas específicos, que correspondem a teorias específicas ou campos do conhecimento. Portanto, abrange diversos princípios de forma distinta ou interdependente. Novos estudos, técnicas e práticas gerenciais des- pontam em períodos cada vez mais curtos. Dessa forma, geram diferen- tes abordagens e modelos de como gerenciar as empresas. E fica sempre a pergunta no ar: qual ideia é melhor? Poderíamos simplesmente responder: depende. Mas depen- de de quê? E responderíamos: depende do problema, depende da situação, enfim, depende de vários fatores. Para Maximiano (2010), à medida que a administração ama- durece, constata-se que muitas ideias são úteis em determinadas situações, porém não são úteis em outras. Algumas teorias servem para determinados gerentes, mas não para outros. Isso fez surgir uma escola de pensamento administrativo chamada de teoria si- tuacional ou, simplesmente, teoria da contingência. Mas qual é o significado da palavra "contingência"? Confor- me o Dicionário Eletrônico Michaelis: • Contingência: Fato possível, mas incerto. • Contingente: que pode, ou não, suceder ou existir; duvi- doso, eventual, incerto. na sequência, vamos estudar a definição e a importância da ação da liderança nas organizações. Desde o início de nossos estudos sobre a administração nas organizações, aprendemos as técnicas administrativas e como elas são úteis na condução das empresas. Em função disso, a gestão das organizações é estruturada por métodos de planejamento, execução e controle, formalizados Claretiano - Centro Universitário 19© Caderno de Referência de Conteúdo em manuais, procedimentos, normas ou outros recursos legais, em que os funcionários seguem as instruções para exercer essas atividades. Embora os aspectos formais da organização auxiliem na pro- dutividade, na eficiência e na eficácia, por si só eles não garantem os resultados finais dos objetivos pretendidos pelas empresas. É preci- so que haja a ação da liderança, a qual, na maioria das vezes, é exer- cida pelos chefes que ocupam cargos de comando nas organizações. Vamos fazer uma reflexão sobre a evolução nas organizações com a formação do capital humano, o qual vem crescendo, em importância, com o avanço tecnológico e com a expansão do setor de serviços. Tanto as capacidades físicas como o aperfeiçoamento téc- nico das pessoas são necessários para aumentar a eficiência do trabalho, gerir adequadamente o capital material, além de propor- cionar subsídios para o controle do capital financeiro. Consequentemente, é nesse capital humano que estão con- solidados inúmeros estudos das últimas décadas. Os resultados das pesquisas mostram divergências em suas considerações, o que causa constantemente interesse pela investigação dos respectivos temas. Livros, artigos, bem como investigações científicas, propa- gam conceitos sobre relações humanas, motivação, liderança, in- teligência emocional, correspondentes à ação dos indivíduos nas organizações. Em função disso, o grande desafio das organizações moder- nas, devido ao fenômeno da globalização, é a competitividade. Produtos, processos e serviços estão em constante mudança, em uma velocidade muito difícil de ser calculada. Tais condições pro- duzem, indubitavelmente, ameaças e oportunidades. Evidentemente, as instituições que pretendem se destacar e se perpetuar no cenário econômico necessitam de recursos humanos ca- © Práticas Corporais Alternativas20 pazes de enfrentar a concorrência, a competitividade e a grande varie- dade de mudanças geradas pela interligação de povos e economia. A relação entre empresa e empregado já não pode mais ser pautada por uma organização burocrática, conduzida simplesmen- te ao estabelecimento de metas e ao cumprimento de deveres dentro de certos limites de controle. As pressões competitivas estão forçando os líderes mais an- tigos à criação desse novo clima de relações industriais, pois não se mudam relações antagônicas estabelecidas durante décadas apenas com administração ou gerenciamento. Em função disso, é extremamente relevante fazer com que mais pessoas pensem em liderança, porque essa prática forçaria uma reavaliação das ações atuais que moldam as carreiras de um grande número de pessoas dentro das organizações. Se, por um lado, é importante entender as políticas e prá- ticas que norteiam as empresas nesse cenário de turbulências e competitividade, por outro, é necessário conhecer quem são os líderes que conduzem pessoas e empreendimentos. Portanto, serão contemplados o conceito de liderança e a abordagem das Teorias da Liderança – traços, estilos, contingen- cial, nova liderança, conceito de líder e sua participaçãono con- texto das empresas. A liderança é, com toda certeza, um fator importante nos assuntos humanos. Nossa realidade apresenta a necessidade de estudar a ação da liderança em cargos gerenciais, conhecer os di- ferentes estilos de liderança e compreender as dificuldades encon- tradas no exercício da liderança eficaz. A ética será outro foco de nosso estudo. Uma grande virtude dos profissionais é conduzir sua profissão com responsabilidade, dignidade, respeito ao seu semelhante e honestidade - diferen- ciais relevantes, principalmente na profissão de administrador, pois ele será responsável direto pela empresa. Claretiano - Centro Universitário 21© Caderno de Referência de Conteúdo O homem, durante sua vida e em todas as ações, precisa op- tar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Essa opção o obriga a fazer considerações sobre o significado de bem e de mal. A ética, entre inúmeras outras reflexões, trata do enfrentamento dessa constante redefinição na busca da melhor escolha para si e para a sociedade em que se vive. Etimologicamente, a palavra "ética" significa: [...] estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto (FERREiRA, 1986, não paginado). A origem da palavra vem do grego ethos, que significa cos- tume, maneira habitual de agir, índole. Genericamente, ética pode ser entendida como um conjunto de princípios e valores que guiam e orientam as relações humanas. Já o termo "responsabilidade", de uso tão comum, encerrava a ideia de prestação de contas: alguém deve justificar a própria atu- ação perante outrem. Indicava a obrigação, imposta ao administra- dor e assumida por ele, de prestar contas sobre os bens recebidos e sobre como os aplicou. Tal acepção firmou-se na área econômica. É difícil conceituar o termo "Responsabilidade Social Empresa- rial", pois ele está relacionado a diversas correntes de pensamento. Para alguns, está relacionado a obrigações legais; para outros, a com- portamentos éticos; há também quem defenda que, ao gerar empre- gos, a empresa está tendo responsabilidades sociais; já para outros, ter responsabilidade social seria desenvolver ações sociais pela empresa. Finalmente, vamos abordar as tendências que afetam ou modificam o estudo da administração no mundo corporativo. Após os anos 1950, observou-se uma revolução científica e tecnológica nas formas de produção. As empresas ficaram mais complexas e as formas de gerenciá-las variaram profundamente quanto às inovações em produtos e serviços. © Práticas Corporais Alternativas22 Essa revolução, que ainda está ocorrendo no mundo empre- sarial, é resultado de uma série de transformações que ocorrem de forma separada ou interligada, visando a uma maior eficiência e criando um contexto empresarial diversificado. Essas transfor- mações atingem as organizações industriais, comerciais e presta- doras de serviços, onde constata-se uma revolução administrativa sem precedentes na história das empresas. Funcionários de grandes empresas passaram de operários manuais a operadores de máquinas, robôs ou sistemas de infor- matizados, tornando-se supervisores ou analistas de informações. Dessa forma, esses funcionários assumiram tarefas de planeja- mento e de estratégia que não estavam presentes em suas atribui- ções e preocupações diárias. Nesta última parte, abordaremos algumas mudanças de pa- radigmas ou tendências da administração, que estão modifican- do ou influenciando as práticas administrativas. Dentre os temas que serão apresentados, destacam-se a reengenharia, o benchma- rking, as organizações virtuais e a administração participativa. Ao final dos seus estudos, você estará capacitado a desen- volver uma solução de conflitos tanto no ambiente interno como no ambiente externo das organizações, além de adquirir um perfil de administrador, aplicando as técnicas administrativas. Portanto, este estudo foi desenvolvido com o objetivo de ca- pacitar o aluno para a compreensão estrutural dos temas relacio- nados a esta área, para as novas técnicas de gestão empresarial, para o estudo da ética e da responsabilidade social e para a ação da liderança no ambiente organizacional. Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá- pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados em Administração II. Veja, a se- Claretiano - Centro Universitário 23© Caderno de Referência de Conteúdo guir, a definição dos principais conceitos baseados em Maximiano (2010, p. 476-481) e Chiavenato (2003, p. 628-630). 1) Administração: processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos. Gerên- cia, gestão, management. 2) Aprendizagem organizacional: aquisição de competên- cias coletivas, por meio do processo de enfrentamento e resolução de problemas. 3) Autoridade formal: dispositivo legal que fornece aos ocupantes de determinados cargos ou posições o poder de dar ordens e fazer-se obedecidos. 4) Benchmark: significa um padrão de excelência que deve ser identificado, conhecido, copiado e ultrapassado. 5) Benchmarking: é o processo de localizar benchmarks no mercado, analisá-los, aprender com eles e, se possível, ultrapassá-los. 6) Capital de clientes: é o valor das relações de uma organi- zação com seus clientes, incluindo a intangível lealdade de seus consumidores para companhia ou produto, ba- seado na reputação, padrões de compra ou capacidade de compra do cliente. 7) Capital estrutural: são os processos, sistemas de infor- mação e patentes que permanecem em uma organiza- ção quando os funcionários dela se desligam. 8) Capital humano: é o conjunto integrado de conhecimen- tos, habilidades e competências das pessoas em uma or- ganização. Como o capital estrutural, o capital humano é possuído pelas pessoas que os detêm e não pela organi- zação que as emprega. 9) Capital intelectual: é o conhecimento que tem valor para a organização. É constituído pelos capitais humano, estrutural e de clientes. 10) Cibernética: ciência do controle nos organismos de to- dos os tipos. 11) Cultura: todos os recursos e comportamentos, incluin- do hábitos e valores, desenvolvidos por um grupo social, © Práticas Corporais Alternativas24 como resultado do processo de resolução de problemas de convivência interna e adaptação ao ambiente. 12) Disfunção: desarranjo ou desvio do comportamento de um sistema, que compromete qualquer aspecto de seu desempenho. Na administração, aplica-se a organiza- ções, culturas, sistemas e comportamento gerencial. 13) Downzing ou enxugamento: é a redução de níveis hie- rárquicos de uma organização para manter o essencial e a aproximação da base em relação à cúpula. Geralmente é acompanhado de descentralização. 14) Eficácia: relação entre resultados alcançados e objetivos. 15) Eficiência: relação entre resultados alcançados e recur- sos empregados. 16) Efetividade: alcance da eficiência e eficácia. 17) Gestão de processos: é uma forma de administração fo- cada nos processos e não nos programas cotidianos da empresa. 18) Gestão do conhecimento: é o processo sistemático de buscar, selecionar, organizar e apresentar informações no intuito de melhorar a compreensão de um emprega- do em uma área específica de interesse. 19) Just in time: princípio administrativo baseado na filoso- fia de se fazer algo no momento certo, utilizando o míni- mo de recursos. 20) Kaizen: significava um processo de gestão e uma cultura de negócios e passou a significar aprimoramento contí- nuo e gradual, implementado por meio do envolvimento ativo e comprometido de todos os membros da organiza- ção, no que ela faz e na maneira como as coisas são feitas. 21) Melhoria contínua: constitui a aplicação da filosofia kai- zen nos processos produtivosda organização. 22) Objetivos: resultados esperados ou fins que as organiza- ções desejam atingir. 23) Outsourcing: é o mesmo que terceirização. 24) Paradigma: modelo ou padrão de referência. Claretiano - Centro Universitário 25© Caderno de Referência de Conteúdo 25) Processo: sequência de atividades que dependem da entrada de insumos e que resulta um produto ou entra- da para outro processo. 26) Reengenharia: é o redesenho radical dos processos em- presariais para cortar despesas, reduzir custos, melhorar qualidade e serviço e maximizar benefícios da TI, ques- tionando como e por que as coisas estão sendo feitas. 27) Stakeholders: pessoas ou instituições envolvidas ou afe- tadas por uma empresa, tais como: acionistas, funcioná- rios, consumidores, fornecedores e comunidade. 28) Teoria da complexidade: é o estágio da ciência atual que abandona o determinismo e aceita o indeterminismo e a incerteza; abandona a ideia da simplicidade dos fenô- menos da natureza e abraça a complexidade; abandona o ideal de objetividade como forma de conhecimento, assumindo a subjetividade como condição humana. 29) Teoria do caos: salienta que tudo na natureza muda e evolui continuamente, nada no universo é passivo ou es- tável. Não há equilíbrio, mas mudança. A realidade está sujeita a perturbações e ruídos. O caos é uma ordem mascarada de aleatoriedade. 30) Terceirização: é quando uma operação interna da orga- nização é transferida para outra organização que consi- ga fazê-la melhor e a um valor mais baixo. Significa uma transformação de custos fixos em custos variáveis e uma simplificação da estrutura e do processo decisorial da organização. Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es- quema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteú- do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican- do as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- © Práticas Corporais Alternativas26 tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque- mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen- to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com Claretiano - Centro Universitário 27© Caderno de Referência de Conteúdo o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Administração II. Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- © Práticas Corporais Alternativas28 portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, você pode perce- ber que os estudos iniciais sobre as organizações estavam preocu- pados somente como o ambiente interno das empresas. Somente mais tarde perceberam que também é preciso perceber/entender o ambiente fora das organizações. O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como re- lacioná-las com a prática do ensino de Administração pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re- solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por ques- tões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemá- ticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por resposta uma in- terpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Claretiano - Centro Universitário 29© Caderno de Referência de Conteúdo Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con- ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com- partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, umacapacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno do curso de Graduação na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, so- bretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. © Práticas Corporais Alternativas30 Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 1 EA D Abordagem à Teoria da Burocracia 1. OBJETIVOS • Conhecer os princípios e as origens da burocracia com base na sociedade das organizações de Max Weber. • Compreender o significado da burocracia a partir da defi- nição de sociedade paternalista, democrática e racional- -legal burocrática. • Identificar as vantagens e desvantagens da burocracia e compará-las com as disfunções burocráticas. • Entender a necessidade da aplicação da burocracia nas organizações complexas. 2. CONTEÚDOS • As origens da burocracia. • Conceito e características da burocracia. • Vantagens da burocracia. • Disfunções da burocracia. © Práticas Corporais Alternativas32 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Para acompanhar o conteúdo desta unidade, leia os li- vros da bibliografia indicada para que você possa am- pliar seus horizontes teóricos. Além disso, procure discu- tir a unidade com seus colegas e com o tutor. 2) Assista ao filme O processo (inglaterra, 1993), de David Jones, no qual uma pessoa é acusada pelo Estado de um crime que ele não sabe qual foi. Esse filme, baseado na obra de Franz Kafka, permite que seja analisada a inten- sificação do controle sobre o indivíduo diante da rigidez da estrutura em que ele se insere. 3) Busque sempre informações suplementares ao conteú- do, pois elas enriquecerão seus conhecimentos e possi- bilitarão uma formação profissional mais completa. 4) Durante o estudo desta unidade, você perceberá que é fundamental comunicar-se. A interação com seus cole- gas de curso e com seu tutor facilita a compreensão dos conteúdos das unidades estudadas. 5) Antes de iniciar os estudos desta unidade, acompanhe os seguintes casos: a) 1º caso: um cidadão, para adquirir casa própria por meio de financiamento, segue este procedimento: bus- ca um sistema financeiro, preenche uma ficha cadastral, apresenta os documentos pessoais, retira certidões ne- gativas em cartórios, preenche formulários e atende a outras exigências previstas no regulamento interno da instituição financeira. b) 2º caso: uma indústria fabricante de autopeças desen- volve o processo de usinagem dos eixos, especificamen- te em um torno controlado por um programa de siste- ma numérico, no qual se encontra um dispositivo que é montado na máquina. Atendendo a especificações de engenharia do produto, o operador segue as instruções determinadas no procedimento de montagem e ajuste Claretiano - Centro Universitário 33© U1 - Abordagem à Teoria da Burocracia da máquina, com a finalidade de que o produto seja con- feccionado conforme o projeto estabelecido. 6) Você pôde observar nos exemplos anteriores que os in- divíduos são direcionados por um sistema de normas, regras, leis e procedimentos formais, aos quais chama- mos de burocracia. 7) Entretanto, o sistema burocrático às vezes é mal inter- pretado em sua conceituação, pois é utilizado em exces- so por instituições e organizações. A sociedade, por sua vez, tende a eliminar todo processo burocrático, sem entender o quanto ele é importante para estes orgãos. 8) Esse sistema foi desenvolvido, inicialmente, para aten- der às necessidades das antigas organizações, principal- mente as organizações políticas e militares, das civiliza- ções do antigo Egito, da China e do Império Romano. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Nesta unidade, você vai conhecer as origens da burocracia, seu conceito e suas características, além de suas vantagens e disfunções. Primeiramente, é importante que você conheça a Teoria da Burocracia. Você conhecerá mais profundamente a estrutura das organi- zações, o chamado "complexo organizacional", além de compreen- der o que é burocracia, as premissas racionais que a constituem e como ela se adequou satisfatoriamente a organizações complexas. Inicialmente, estudaremos as origens da burocracia e suas definições. 5. ORIGENS DA BUROCRACIA Os primeiros estudos sobre os fenômenos burocráticos são atribuídos a Max Weber. Ele nasceu em Erfurt, na Turíngia, no ano de 1864. Aos cinco anos, mudou-se para Berlim, Alemanha. Era sociólogo, cientista político e economista. © Práticas Corporais Alternativas34 Em 1920, Weber faleceu, após ter contraído a gripe que se alastrara na Europa nessa época (e que matou mais gente que a Primeira Guerra Mundial). À época de sua morte, seus escritos en- contravam-se em estado caótico; em meados da década de 1940, seus escritos sobre a burocracia foram traduzidos para o inglês e publicados por estudiosos de sua obra. Embora sua contribuição para o estudo da Administração te- nha sido relevante, ele era mais conhecido mundialmente por seus estudos das relações entre sistemas religiosos e políticos. O modelo burocrático de organização surgiu em reação à cruelda- de, o nepotismo e os julgamentos tendenciosos e parcialistas, típi- cos das práticas administrativas desumanas e injustas do início da revolução industrial (CHiAVEnATO, 2000, p. 299). na década de 1940, as organizações necessitavam de uma teoria que abrangesse com mais eficiência o trabalho do adminis- trador. A Teoria da Burocracia introduziu-se no estudo da Adminis- tração devido aos aspectos abordados no quadro a seguir: Quadro 1 Origens da Teoria da Burocracia. ORIGENS DEFINIÇÕES 1) A fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas. Teorias oponentes e contraditórias, a primeira visa à eficiência e a segunda aos integrantes da organização. 2) A necessidade de um modelo de organização racional. As empresas necessitavam de uma teoria que abrangesse toda a sua estrutura organizacional. 3) O crescente tamanho e complexidade das empresas. A expansão das empresas exigia que houvesse uma teoria capaz de nortear os processos organizacionais, a fim de que a gestão fosse mais racional. 4) O ressurgimento da Sociologia da Burocracia. A proposta da Sociologia da Burocracia é apresentar um modelo de organização baseado na formalidade, na impessoalidade e no profissionalismo. Fonte: Elaborado pelos autores baseados em Chiavenato (2000, p. 304). A abordagem da Teoria Burocrática possui como enfoque a organização formal, isto é, os métodos racionais usados para con- Claretiano - Centro Universitário 35© U1 - Abordagem à Teoriada Burocracia duzir as atividades de muitos indivíduos que ocupam funções es- pecíficas mas que possuem o mesmo objetivo. Dessa forma, a concepção da burocracia está baseada na for- mação de uma instituição humana racional, ou seja, na adequação dos meios aos objetivos pretendidos. Assim, a proposta do sistema burocrático busca garantir a máxima eficiência na obtenção desses objetivos. É importante identificar que o surgimento da burocracia e o aparecimento do capitalismo são coincidentes em virtude de diver- sos acontecimentos, como, por exemplo, a economia baseada no instituto monetário, o avanço do mercado de mão-de-obra, a cen- tralização do estado-nação e a propagação da ética protestante, na qual o trabalho era comparado a um dom de Deus. Informação! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Os indivíduos ingressam nas organizações e permanecem lá por um bom tempo de sua vida. Alguns são admitidos, mas, por vontade própria ou da própria orga- nização, afastam-se da empresa. Todavia, tanto na primeira como na segunda si- tuação, as organizações podem continuar em funcionamento por muitas gerações. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Weber (1971) ressalta que o sistema moderno de produção racional e capitalista não surgiu das inúmeras mudanças tecnoló- gicas, como salientava Karl Marx, mas das mudanças religiosas ve- rificadas após o Renascimento. Nessa premissa, Max Weber, apesar de não ser um profissio- nal da Administração, era um sociólogo interessado em detectar o que estava acontecendo nas sociedades industriais em compara- ção a sociedades que estavam em outros estágios de desenvolvi- mento. Para compreender o sistema burocrático e por que os indiví- duos pertencentes às organizações obedeciam tantas ordens, We- ber estudou três tipos de sociedades e de autoridades, dispostos no quadro a seguir. © Práticas Corporais Alternativas36 Quadro 2 Tipos de sociedade e de autoridade. TIPOS SOCIEDADE AUTORIDADE 1) Tradicional As características da sociedade tradicional ou paternalista são advindas da família, do clã, da monarquia. Os subordinados acatam e executam as tarefas porque acreditam que sempre foram feitas daquela maneira. Não há contestação. 2) Carismática Na sociedade carismática, existe a predominância dos grupos revolucionários, os partidos políticos ou estados em revolução. Os subordinados acatam e executam as tarefas porque acreditam na personalidade e na liderança de seu superior. 3) Legal, Racional ou Burocrática A evidência na sociedade racional-legal está baseada na opção das normas impessoais, assim como nos exércitos, empresas, estados modernos. Os subordinados acatam e executam as tarefas porque existem normas preestabelecidas. Portanto, a autoridade está vinculada ao cargo e não ao indivíduo. Fonte: adaptado de Chiavenato (2000). 6. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA Antes de se levantarmos as primeiras considerações, cabe questionar: o que você entende por burocracia? Tente responder e compare suas respostas com os conceitos dispostos a seguir. Conceito da Teoria da Burocracia Segundo Chiavenato (2000, p. 304), A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no al- cance dos objetivos. O Quadro 3 apresenta as principais características do tipo ideal de burocracia destacadas por Weber. Claretiano - Centro Universitário 37© U1 - Abordagem à Teoria da Burocracia Quadro 3 – Principais características do tipo ideal de burocracia. FORMALIDADE As burocracias são essencialmente sistemas de normas. A figura da autoridade é definida pela lei, que tem como objetivo a racionalidade das decisões baseadas em critérios impessoais. IMPESSOALIDADE As pessoas são ocupantes de cargos ou posições formais. Alguns dos cargos são de figuras de autoridade. A obediência é devida aos cargos, não aos ocupantes. Todas as pessoas seguem a lei. PROFISSIONALISMO As burocracias são formadas por funcionários. Os funcionários são remunerados, obtendo os meios para sua subsistência. As burocracias funcionam como sistemas de subsistência para os funcionários. Fonte: Maximiano (2004, p. 134). Para Weber, a burocracia é o padrão mais eficiente de Admi- nistração. Ela se baseia em princípios definidos em normas, regras e leis que objetivam a padronização e a imparcialidade nas rela- ções de trabalho. Portanto, a burocracia tem o objetivo de colocar em ordem o trabalho participativo de pessoas, de forma estável e duradou- ra, sendo que cada um terá a sua atividade específica. A intenção da burocracia é separar as atividades profissionais das familiares. Separam-se as esferas pessoais, privadas e familiares da esfera do trabalho, vista como esfera pública de atuação do indivíduo. A seguir, apresentaremos cada um dos princípios da estrutu- ra burocrática. Caráter legal das normas e regulamentos O caráter legal das normas e regulamentos constitui um sistema burocrático composto por normas, leis e regulamentos preestabelecidos por escrito. Assim, como as leis são escritas e instituídas e definem os direitos e obrigações dos indivíduos, a bu- rocracia, por sua vez, constitui-se de procedimentos que a organi- zação deverá seguir. Essas normas conferem às pessoas investidas de autoridade a capacidade de utilizar meios coercitivos para impor a ordem e a © Práticas Corporais Alternativas38 disciplina, a fim de que os subordinados sigam as leis contidas nos regulamentos. Por isso, a burocracia é uma sociedade legalmente organizada. Caráter formal das comunicações O meio de comunicação da burocracia está alicerçado na for- malidade. Assim, as ações, as tarefas ou as ordens precisam ser reali- zadas por escrito. Portanto, todos os procedimentos de uma organiza- ção possuem formulários específicos para comprovar a sua realização. O processo de comunicação entre o emissor e o codificador é legalizado por meio de formulários. Tendo em vista que as comu- nicações acontecem cotidianamente, o sistema burocrático esta- belece o uso de rotinas escritas para legalizar as ações. Caráter racional e divisão do trabalho Assim como na Teoria Científica, a burocracia busca a máxi- ma eficiência do trabalho. Cada indivíduo participante da organi- zação burocrática possui um cargo específico, funções especializa- das e limite de ação, ou seja, competência para exercer o poder. Neste princípio, as regras são bem definidas para que os par- ticipantes sigam os limites de ação, sem prejudicar a eficiência e a estrutura organizacional da empresa. Consequentemente, a buro- cracia é uma organização social racional. Impessoalidade nas relações O caráter impessoal da burocracia nas relações determina que seja estabelecida uma administração que considere apenas os cargos e funções das pessoas. Não importa a pessoa que vai ocupar o cargo, mas sim as funções que lhe são atribuídas. Tanto a ordem como a obediência são realizadas de uma forma impessoal. No caráter impessoal, são abomináveis os comportamentos de "nepotismo" e "filhotismo". Claretiano - Centro Universitário 39© U1 - Abordagem à Teoria da Burocracia Hierarquia da autoridade Os cargos previstos na burocracia para serem ocupados pe- los indivíduos seguem o princípio da hierarquia. Isso significa que todos os cargos inferiores ficam sob a supervisão e controle de um posto superior. Entretanto, na hierarquia burocrática, o subordinado está protegido de ações arbitrárias de seu superior, porque as ações de ambos estão previamente estabelecidas por regras conhecidas em todas as esferas da organização. Rotinas e procedimentos padronizados No desempenho das tarefas em uma organização burocrá- tica, o funcionário não faz aquilo que deseja, mas sim o que lhe foi atribuído pelo cargo ocupado. Suas atividades, seus limites de ação, sua autoridade e seu poder são conferidos de acordo com asrotinas e procedimentos da instituição. Os funcionários seguem com disciplina um conjunto de re- gras e normas que os acomodam aos objetivos da organização. Dessa forma, a racionalização do trabalho permite que o desem- penho seja alcançado dentro de parâmetros específicos que vão levar a organização ao alcance de uma performance eficiente. Competência técnica e meritocracia Reflita: na teoria burocrática, que fatores são levados em conta para a promoção de um funcionário? A organização burocrática é projetada na competência pro- fissional e no mérito das pessoas, em detrimento da simpatia pes- soal. Por isso, a escolha de um novo funcionário e até mesmo sua promoção são processos baseados em critérios de conhecimentos técnicos e de aproveitamento profissional. Vale ressaltar que o processo de valorização profissional se- gue o princípio universal racional, abrangendo todos os funcioná- © Práticas Corporais Alternativas40 rios da organização. Para comprovar essa questão, o evento pro- mocional é feito por meio de concursos, exames e comprovação de títulos. Especialização da administração O sistema burocrático é baseado na profissionalização espe- cializada do participante. O participante não é dono da burocra- cia, nem seu proprietário, mas sim um elemento que faz parte da organização burocrática. Os recursos, os meios de produção e a estrutura que compõem o sistema burocrático, necessários para a consecução dos objetivos previstos, não são propriedades dos burocratas. Profissionalização dos participantes A caracterização da burocracia prevalece na profissionaliza- ção dos participantes. Os funcionários da organização burocrática caracterizam-se como profissionais, quando: 1) recebem salário; 2) ocupam um cargo; 3) são especialistas; 4) são nomeados pelo superior hierárquico; 5) seu mandato se estabelece por tempo indeterminado; 6) desenvolve sua carreira dentro da administração; 7) não possuem a propriedade dos meios de produção e administração; 8) seguem os objetivos da empresa e são fiéis a ela; 9) possuem o perfil de controle. Completa previsibilidade do funcionamento O pressuposto estabelecido por Weber é de que a burocracia é um sistema que permite a completa previsibilidade do compor- tamento de seus membros. Assim, todos os funcionários devem se comportar conforme as normas, regulamentos e regimentos da Claretiano - Centro Universitário 41© U1 - Abordagem à Teoria da Burocracia organização, a fim de que os objetivos sejam alcançados com a máxima eficiência possível. A variação do comportamento humano não foi prevista, foi ignorada. A organização informal foi descartada por Weber, pois o comportamento humano dever ser baseado num sistema social racional que o torna completamente previsível. Sistema burocrático desenhado por Max Weber Na figura a seguir, podemos visualizar como o sistema buro- crático foi desenhado por Weber; entenderemos as consequências e os objetivos desse sistema. Fonte: adaptado de Chiavenato (2000, p. 314). Figura 1 Características da burocracia. Nesta unidade, aprendemos que a burocracia, segundo We- ber, é o padrão mais eficiente para a administração. A burocracia é baseada em um conjunto de normas e princípios bem definidos. Ela compreende um sistema apoiado em regras, as quais es- tabelecem a solução de problemas, a padronização e a igualdade de tratamento, com ênfase nas relações sociais do trabalho. Para apoiar a organização burocrática, existe o seguimento de um complexo hierárquico, a divisão do trabalho, a nomeação dos trabalhadores conforme sua competência, além de profissio- nalismo e do aspecto comportamental definido. © Práticas Corporais Alternativas42 Vimos que a burocracia tem como base a racionalidade, ou seja, a adequação dos métodos às metas preestabelecidas para que se alcancem os melhores resultados possíveis. Portanto, principalmente nas organizações complexas, é pra- ticamente impossível conduzir os processos administrativos sem a burocracia. Acontece que, na maioria das vezes, as instituições agem com excesso de burocracia, razão pela qual ocorre o proces- so que os estudiosos chamam de "burocratismo". A burocracia é todo o processo formal que existe nas empre- sas. Os formulários, o regimento, as normas, os processos adminis- trativos e fabris, os projetos, enfim, qualquer elemento pertencen- te à estrutura formal da empresa. Agora, mostraremos as vantagens do sistema burocrático nas organizações sociais. Em um segundo momento, estudaremos as desvantagens burocráticas que os estudiosos conceituaram como "disfunções burocráticas". Informação! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Para auxiliar na reflexão sobre o tema, assista ao trecho do filme "Os doze trabalhos de Asterix" onde Asterix e seu companheiro Obelix precisam conseguir a licença A38! Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=stjfdosZQk4&feature=relat ed>. Acesso em: 06 jun. 2012. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 7. VANTAGENS DA BUROCRACIA Max Weber, em seus estudos sobre as organizações sociais, descreveu inúmeras razões para explicar a amplitude de alcance da burocracia nas instituições. Para Weber (apud Chiavenato, 2000), as vantagens da buro- cracia são: 1) Racionalidade: os objetivos propostos pela organização têm que ser alcançados de uma maneira racional, ou seja, as metas são traçadas para que os processos utili- zados sejam eficientes, possibilitando a sua consecução Claretiano - Centro Universitário 43© U1 - Abordagem à Teoria da Burocracia dentro dos limites propostos. Visões ideológicas, abstra- tas, não fazem parte do sistema burocrático. 2) Precisão na definição do cargo e na operação: o conhe- cimento, a responsabilidade e a execução das ativida- des são perfeitamente determinados aos funcionários da organização social burocrática. Portanto, na visão de Weber, o sistema burocrático proporciona a exatidão no cumprimento dos deveres. 3) Rapidez nas decisões: todos os funcionários conhecem os seus deveres, por isso a organização social burocráti- ca permite uma rapidez maior nas decisões. 4) Univocidade de interpretação: as normas, regulamentos e leis estabelecidas na organização burocrática permitem uma interpretação única, sem problemas de variação no processo de comunicação. Além disso, a informação é dis- creta, pois é realizada apenas para quem deve recebê-la. 5) Uniformidade de rotinas e procedimentos: os produtos são projetados com especificações (padrões) de enge- nharia. Na organização burocrática, devido à padroniza- ção de rotinas e procedimentos, a redução de erros e custos do produto é reduzida. 6) Continuidade da organização: as organizações sociais são baseadas em cargos e em funções. Isto significa que os critérios de seleção e promoção do pessoal baseiam- -se em competência técnica, capacidade e meritocracia. 7) Redução do atrito entre as pessoas: todos os funcioná- rios sabem o que devem fazer, quais são os limites de responsabilidade e o que será exigido deles. Por isso, é do conhecimento deles, também, as responsabilidades dos seus colegas de trabalho. 8) Constância: as tarefas, as ações, as ordens são realizadas de uma maneira uniforme; não importa a circunstância, mas sim a padronização das atividades. 9) Confiabilidade: o processo organizacional é conduzido por meio de procedimentos conhecidos. Os problemas são resolvidos de uma maneira metódica e rotinizada. Além disso, as ordens e as decisões são tomadas racio- nalmente, sem considerar as dimensões ocultas (amor, ódio, raiva, preconceito e outras preferências pessoais). © Práticas Corporais Alternativas44 10) Benefícios para as pessoas: a divisão racional do traba- lho e a formalização da hierarquia proporcionam uma melhor organização, pois os funcionários sabem que to- dos agem por competência técnica e mérito. A organiza- ção burocrática reprime o uso do "apadrinhamento", do "nepotismo" ou do "filhotismo". Observemos que a burocracia visa