Buscar

Prévia do material em texto

CENÁRIO DO TRABALHO INFANTIL NO BRASIL
O trabalho infantil no Brasil ainda é um grande problema recorrente no Brasil, é o que apresenta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada em 2016, havia 2,4 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil no Brasil. A maior concentração de trabalho estava na faixa etária entre 14 e 17 anos, somando 1,94 milhão. Já a faixa de cinco a nove anos registra 104 mil crianças exploradas pelo trabalho, os meninos são os que mais trabalhavam sendo 1,6 milhão equivalente a 64,9%, e as meninas 840 mil equivale a 35,1%.
Outro ponto a ser destacado é no que diz respeito ao trabalho doméstico, as meninas são maioria, trata-se de exploração do trabalho infantil deixada por vezes de lado, haja vista a naturalidade com que é encarada a participação de crianças e adolescentes nos afazeres domésticos em suas casas ou nas de terceiros (RIZZINI;FONSECA, 2002, p. 8). 
As atividades realizadas no próprio âmbito familiar podem configurar trabalho infantil doméstico, caso sejam exercidas de forma abusiva (SANTOS, 2013,p.898). Muitas das vezes meninas que são escravizadas dentro de suas casas por seus pais, por estes terem poucas condições financeiras para contratarem pessoas para cuidar dos afazeres domésticos, repassam para as filhas responsabilidades como cuidar da casa e dos irmãos menores, afetando assim a infância da criança ou adolescente que tanto é necessário para um bom desenvolvimento interpessoal. Ou por vezes os pais colocam suas filhas para morarem em casa de terceiros em troca de alimentação, estudo e roupas, em poucos casos recebem uma baixa remuneração pelo serviço prestado. 
 Segundo o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI). O número de crianças e adolescentes trabalhadoras é mais elevado nas cidades, porém relativamente maior no campo, na área rural havia 976 mil trabalhadores o que corresponde a (40,8%) e 1,4 mil na área urbana (59,2%). As regiões Nordeste (39,5%) e Sudeste (25,1%) apresentam os maiores percentuais de crianças e adolescentes negros trabalhadores.
O Estatuto da Criança e do adolescente promoveu mudanças com relação ao tratamento dos trabalhadores mirins no Brasil, com base no que diz Nascimento (2003,p.68):
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabeleceu uma profunda e radical mudança em relação ao tratamento dos menores no Brasil, disciplinando, para a garantia da proteção integral das crianças e dos adolescentes, que compete à família, à sociedade e ao Estado o dever prioritário de assegurar-lhes o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Os dados estatísticos mais recentes sobre o trabalho infantil no Brasil mostram baixa nos números em relação as últimas pesquisas, mas, entende-se que ainda os dados são preocupantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE), 1,8 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham. Apesar da nova metodologia adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na forma de averiguar os dados estatísticos sobre o trabalho infantil no Brasil através da (PNAD) Contínua, compreende-se que não é explícito com detalhes a real situação do problema, ocultando assim as diversas formas de exploração infantil no Brasil. 
Na Constituição Brasileira é permitido o trabalho a partir dos 16 anos, que não seja em período noturno, condições insalubres e trabalhos perigosos. Mas, de acordo com a constituição promulgada em 1988, é permitido o trabalho na condição de aprendiz a partir dos 14 anos, com carga horária reduzida e que esteja frequentando a escola.

Mais conteúdos dessa disciplina