Relatório do estágio II

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CRAS SENDO CRAS 
 
Autor DANIELE APª NIZIO PADILHA 
Orientador Local Dirley Apaª da Silva Nascimento 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Curso de Bacharelado em Serviço Social FLC5201 SES – Estágio II 
09/06/2024 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O CRAS Fernanda Meira recebeu este nome em agosto de 2023 com intuito de eternizar o 
legado deixado pela assistente social FERNANDA MEIRA que faleceu em agosto de 2021 vítima 
de câncer com apenas 39 anos, seu trabalho para fazer do “social” um Cras de referência hoje é 
uma realidade atendendo desde pessoas em situação de vulnerabilidade, visitas domiciliares, 
palestras de orientações a mutirões de atendimento no interior do município. 
 
 
2. RELATO E ANÁLISE DO PROCESSO DE TRABALHO 
 
Todas as atividades realizadas são direcionadas as pessoas que necessitam de algum tipo de 
ajuda, sejam orientações sobre direitos a benefícios ou mesmo sobre documentação necessária 
para dar entrada em pedidos de benefícios como bolsa família e Cad Único. 
 
 Todos os serviços prestados são das políticas socioassistenciais onde o Cras atua orientando e 
fazendo levantamentos das vulnerabilidades existentes tanto na cidade quanto no interior. 
São feitas visitas domiciliares as famílias que fazem pedidos de benefícios assistenciais e nestas 
visitas são detectadas muitas necessidades desde ausência de documentos pessoais até a falta 
de informações sobre direitos como BPC por exemplo. 
Em mutirões feitos no interior do município pode ser notado essa carência de informações e de 
acesso aos trabalhos prestados pelo serviço social do Cras, Creas entre outros órgãos do 
município. 
 
Atendimento a pessoas que precisam somente de orientação de como e onde fazer, por exemplo 
o novo modelo de Rg, muitos vem até o cras somente pra pedir ajuda pra agendar o atendimento 
no site da polícia civil, faltam informações sobre a certidão de nascimento que deve ser original, 
sem rasuras e legível, muitos pais ainda não tem conhecimento que os filhos menores podem 
fazer a carteira de identidade (que as escolas exigem pra fazer matrículas) e muitos chegam até 
nós questionando se isso está certo. 
 
 
E ainda existem mães que são responsáveis financeiramente pelo sustento de seus filhos que o 
pai abandonou e simplesmente desapareceu e essa mãe tem uma das crianças com 
necessidades especiais e aí? 
Ai entra o serviço social pra fazer orientações e ver a verdadeira necessidade desta família atípica 
que precisa de ajuda para conseguir seus benefícios que são garantidos por lei, muitas vezes 
essa família fica dependendo da boa vontade de vizinhos pra cuidar de seus filhos pequenos pra 
sair trabalhar, porque seus filhos não tem vagas em centros de educação infantil ou em escolas 
com período integral, muitas vezes essa mãe precisa de ajuda psicológica pois já entrou em 
estado de desespero por ver seus filhos em estado de vulnerabilidade e estar com pés e mãos 
atadas pela necessidade de trabalhar e ao mesmo tempo não ter onde deixar seus filhos. 
 
São situações em que as assistentes sociais têm que se reunir e com ajuda de todos os 
envolvidos entrar em consenso para ter uma atitude eficaz que dê uma luz a esta família que 
precisa ser auxiliada para que essas crianças não virem estatística nas notícias policiais por 
abuso ou que sejam alvos de traficantes e sejam usadas como moeda de troca. 
 
 
2.1 PROCESSO DE INSERÇÃO E ATIVIDADES REALIZADAS 
 
Quando cheguei no Cras não fazia ideia do trabalho que era desenvolvido ali, participei de visitas 
domiciliares onde vi a realidade de famílias em total situação de necessidade das coisas básicas, 
desde um banheiro para tomar um banho até a falta de alimentos básicos como leite pra um bebê. 
Orientações sobre documentos para fazer o cadastro bolsa família, cad único entre outros. 
 
Atendi pessoas que não entendiam como deveriam fazer pra ter acesso ao novo RG, não sabiam 
entrar no site da polícia civil e marcar dia e horário pra atendimento e confecção do documento. 
O Cras também foi um local de recebimento de doações para os desabrigados do RS e foi no 
Cras que recebemos muitas doações, por ser um lugar onde as pessoas confiam e as bem que ali 
as doações serão direcionadas a quem realmente delas necessitam. 
Foi feito mutirão para atendimento a famílias no interior do município onde foram atendidas 
diversas pessoas para orientações sobre o Cad Único e o Bolsa Família, quem já tinha toda 
documentação necessária já fazia o cadastro e dava entrava ao benefício e quem faltava algum 
documento era orientado a providenciar e se dirigir até Cras para dar início ao pedido do auxílio. 
Fomos acolhidos em uma escola e toda comunidade participou, levamos conosco atrativos para 
os pais levarem as crianças onde tivemos brinquedos infláveis e pipoca, isso só foi possível 
porque recebemos doações de milho pipoca e embalagens, os brinquedos foram doação de uma 
pessoa da comunidade que contratou a montagem dos infláveis. 
Descobri o quão interessante é o trabalho desenvolvido por toda uma equipe que tem os mesmos 
objetivos e propósitos dentro de todo trabalho que envolve uma comunidade do interior e até 
mesmo dentro da cidade, quando todos tem a mesma visão de mundo tudo fica mais fácil. 
 
2.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE SUPERVISÃO 
 
2.2.1 Auto-Avaliação 
Me descobri uma pessoa tão sensível e ao mesmo tempo tão forte, me vi uma pessoa que tem um 
coração gigante e ao mesmo tempo determinada a conseguir desenvolver um trabalho onde 
consiga atingir o objetivo que é AJUDAR e mostrar um horizonte que muitas pessoas não 
conseguem ver por estar tão vulneráveis que já perderam a esperança de um emprego, uma vida 
digna, eu vi que as vezes só uma cesta básica naquele mês em que o pai perdeu o emprego e 
está com vergonha de ir até o serviço social pedir ajuda faz uma grande diferença e no mês 
seguinte ele vem buscar a cesta básica e avisa que mês que vem não vai precisar pois já arrumou 
trabalho e vai receber o primeiro salário ai não vai mais precisar de auxilio e que podemos ajudar 
outra família que precisa mais que ele, esse tipo de atitude faz com que tenhamos esperança de 
que ainda existem pessoas que só precisam de um empurrãozinho pra seguir em frente. 
 
 
2.2.2 Avaliação das Condições Institucionais 
Fui muito bem recebida, tive muita ajuda de todos. 
O cras tem várias pessoas que se ajudam entre si e a instituição tem muita ajuda do poder público 
do município. 
Falta somente dinheiro para desenvolver mais projetos, pois ideias e vontade existem muitas. 
 
 
2.2.3 Avaliação da Dinâmica De Supervisão 
 
A supervisora de campo tem mais 12 anos de serviço social no município e muito focada em cada 
projeto desenvolvido não só por ela, mas por toda equipe que também fiz parte durante o estágio, 
fui orientada sobre como agir nas visitas domiciliares, como falar, o que falar e fazer uma 
avaliação de tudo o que era observado tanto no local como nos familiares que conviviam ali. 
Anotar tudo para podermos chegar a um consenso de tudo o que foi avaliado. 
 
 
3 CONCLUSÃO 
 
As visitas domiciliares foram de grande valia, uma das famílias já está em analise o pedido 
da BPC para criança com paralisia cerebral onde a mãe não consegue trabalhar pois tem que se 
dedicar 24 hr por dia a seu filho e o pai desapareceu, talvez por não aguentar toda carga que caiu 
sobre ele, essa mãe não sabia que o filho tinha direito a este auxílio e quando informada foi atrás 
da documentação necessária e assim deu entrada no pedido. 
Do mutirão feito no interior saldo positivo pois tivemos mais de setenta (70) famílias 
cadastradas no cadastro único e com pedido para o Bolsa Família, muitas dessas famílias as 
crianças se encontravam em total situação de vulnerabilidade, algumas delas com refeições 
somente da escola. 
Com o cadastro único atualizado documentos em ordem muitas dessas famílias em breve 
receberão os auxílios reivindicados e terão um poucode alívio ao menos na alimentação, porque 
pelo que deu pra observar a maior preocupação é a falta de alimentos para as crianças que 
segundo relatos de algumas mães faltava o mínimo pra elas, o sonho de uma das crianças é ir ao 
mercado comprar iogurte e uma bolacha, coisas que pra muitos é supérfluo pra essa criança é o 
sonho. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Arquivos da prefeitura municipal da Lapa/Pr 
Arquivo Cras Fernanda Meira