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Aula 6 - Questões práticas de trabalho com a Educação Infantil

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EDUCAÇÃO INFANTIL – 
CONTEÚDOS, TENDÊNCIAS E 
METODOLOGIAS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Janice Mendes 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, discutiremos questões como plano de ação docente e 
avaliação formativa, bem como instrumentos como portfólio e pauta de 
observação e planejamento anual. O processo de avaliação na educação infantil 
é diferente de todas as outras etapas, visto que o professor deve considerar 
todas as interações e participações da criança, assim como seu 
desenvolvimento. 
TEMA 1 – AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sancionada em dezembro de 
1996, estabelece, na seção II, referente à educação infantil, art. 31, que “a 
avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu 
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino 
fundamental”. 
A avaliação na educação infantil é um tanto diferente de todas as outras 
etapas, como Ensino Fundamental e Médio, pois a característica dessa 
avaliação está pautada no conjunto de ações, como planejamentos, 
observações, registros, reflexões e muitas comunicações. 
É importante destacar que o método de avaliação já passou por várias 
etapas, sendo estruturado em dois documentos, o Referencial Curricular 
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) de 1998, e as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de 2009. Mas, atualmente, o 
documento norteador de todas as práticas da educação básica, sobretudo da 
educação infantil, é a BNCC (Base Nacional Comum Curricular, 2017). 
A BNCC apresenta o processo de avaliação por meio do desenvolvimento 
de competências. 
Por meio da indicação clara do que os alunos devem “saber” 
(considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes 
e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a 
mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores 
para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno 
exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das 
competências oferece referências para o fortalecimento de ações que 
assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC. (Brasil, 
2017, p. 15) 
Diante disso, é possível destacar que a avaliação da educação infantil tem 
como princípio a avaliação formativa de processo ou de resultado, ou seja, por 
 
 
3 
meio da construção e aplicação de procedimentos, o professor pode verificar e 
considerar os contextos e as condições de aprendizagem de cada criança, 
adotando os registros como referência para melhorar e ampliar o desempenho 
da escola, dos professores e dos alunos. 
1.1 Plano de ação docente e avaliação formativa 
Você sabe qual é o trabalho do educador no contexto da avaliação da 
educação infantil? Antes de avaliar, o educador precisa “refletir, selecionar, 
organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações”, 
lembrando da necessidade de promover a pluralidade e situações que auxiliem 
no desenvolvimento pleno das crianças, portanto, é preciso pensar em um plano 
de ação docente antes de preparar a avaliação (Brasil, 2017, p. 41). 
Com as novas orientações apresentadas pela BNCC (2017), o plano de 
ação docente a ser elaborado por professores e coordenadores deve seguir os 
cinco campos de experiência, sendo eles: 
• O eu, o outro e o nós; 
• Corpo, gestos e movimentos; 
• Traços, sons, cores e formas; 
• Escuta, fala, pensamento e imaginação. 
• Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações. 
Para cada campo de experiência há a definição dos objetivos de 
aprendizagem e desenvolvimento. Os objetivos de aprendizagem e 
desenvolvimento estão estruturados na BNCC de acordo com a faixa etária. Ao 
conhecer e desenvolver os objetivos de aprendizagem e habilidades das 
crianças de zero a cinco anos, os educadores terão mais clareza para elaborar 
o plano de ação docente e, consequentemente, as atividades avaliativas de seus 
alunos, concluindo, assim, a avaliação de cada um. 
 Ao avaliarem a Educação Infantil, Castilho e Rodrigues (2014) 
pressupõem a documentação dos processos vividos de diferentes formas, pois 
não há provas/exames, e sim a proposição do uso de registros sistemáticos das 
observações feitas por professores cotidianamente. 
Na Educação Infantil, os instrumentos de avaliação da aprendizagem são 
praticamente a observação, a escuta e os registros realizados ora pelo educador, 
ora pelas crianças. Esses instrumentos, quando sistematizados, compõem a 
 
 
4 
documentação pedagógica da criança, além de serem essenciais como forma 
de avaliação formativa, como explica Castilho e Rodrigues (2014, p. 88): 
Uma avaliação alternativa formativa que providencia informação útil e 
necessária para o conjunto de decisões que afetam a criança, não se 
limitando a ser uma mera coleção de amostras de trabalhos arquivados 
ou puros registros “mortos” (“naturezas mortas”). Podemos afirmar que 
avaliar, em contextos de educação infantil, permite conhecer o que a 
criança sabe e o que é capaz de fazer, quais são seus interesses e 
motivações. Permite reconhecê-la como ser único com competências 
e individualidades e apreciar os seus progressos ao longo do seu 
processo educativo. 
Sobre a possibilidade da avaliação formativa, para redimensionar as 
práticas docentes da Educação Infantil, Castilho e Rodrigues (2014) destacam 
que ela deve ser concebida como instrumento pedagógico centrado 
nos processos de comunicação, negociação e apropriação de 
conhecimentos e saberes, entre as/os professores/as, entre elas/es e 
as crianças, e entre as próprias crianças. 
A avaliação formativa é uma ferramenta que valoriza a qualidade da 
educação e desempenho escolar do aluno, pois a finalidade dessa avaliação é 
perceber o desenvolvimento do aluno no decorrer do processo de aprendizagem. 
Nessa perspectiva, o professor tem papel fundamental de observador, 
pois é por meio do comportamento e das interações dos alunos que ele 
conseguirá identificar o que a criança de fato aprendeu e o que ainda precisa ser 
potencializado. 
TEMA 2 – INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
PORTFÓLIO E PAUTA DE OBSERVAÇÃO 
No processo de avaliação na educação infantil, é fundamental considerar 
o caminho trilhado pelos alunos, sem julgamentos prévios, notas ou até mesmo 
rótulos, e as observações devem fornecer elementos para a equipe repensar as 
práticas usadas e analisar o desenvolvimento da criança. A avaliação na 
educação infantil é pauta de muitos estudos, como o do grupo de pesquisa que 
publicou em 2015 um documento sobre a temática “Contribuições para a Política 
Nacional: a avaliação em educação infantil a partir da avaliação de contexto”. 
O documento apontou e reforçou conceitos de muitos estudiosos da área, 
como o de “que cada criança se desenvolve de uma maneira não padrão, cada 
desenvolvimento é muito particular e a criança sofre a influência de realidade 
cultural e social em que está inserida”. 
 
 
5 
Dessa forma, é possível entender que o foco precisa estar na forma como 
a criança age durante as práticas e interações propostas pela equipe de 
educação, por isso, os instrumentos e a documentação pedagógica são 
elementos fundamentais no processo de avaliação dessa etapa. 
Fochi, Piva e Focesi (2016) destacam a documentação pedagógica como 
uma forma de produzir conhecimento sobre a Educação Infantil, por meio da 
oportunidade de aprender a olhar as experiências, convidando a reposicionar o 
papel do professor e a construir um contexto educativo de qualidade (Fochi; Piva; 
Focesi, 2016, p. 25). 
A ação de documentar qualifica o trabalho do professor, de forma que o 
mesmo pode utilizar dois métodos para avaliar os alunos: o portfólio e a pauta 
de observação, que são documentos essenciais, nos quais se pode confrontar 
diferentes pontos de vista, avaliando e modificando o modo como o professor se 
organiza para marcar os processose acompanhar o desenvolvimento da 
criança. 
Acompanhe, agora, o conceito e as características de cada instrumento. 
2.1 Portfólio 
 O portfólio é um dos principais instrumentos de aprendizagem e de 
avaliação, pois apresenta a dinamicidade do processo de desenvolvimento no 
percurso escolar. Também é uma forma de registrar a memória das 
aprendizagens, seja individual ou coletiva, uma vez que mostra a dinâmica do 
que foi produzido na escola e de como foi feita a produção, por meio de 
conteúdos que façam sentido para as crianças e o corpo docente. 
Os portfólios precisam ser revistos durante os momentos de produção e 
não só na hora de arquivar, pois assim é possível balizar os próximos passos de 
aprendizagem e desenvolvimento de cada aluno. 
O ideal é que os pais também tenham acesso a esse material, seja em 
uma reunião coletiva ou em encontros individuais. Apresentar a importância do 
portfólio é essencial para que a família selecione até mesmo algumas atividades 
mais significativas e discuta essas escolhas com a criança, além de poder 
observar o desenvolvimento da mesma por meio do olhar pedagógico. 
 De acordo com Hernández (2000), os portfólios são 
um continente de diferentes tipos de documentos (anotações pessoais, 
experiências de aula, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, 
 
 
6 
conexões com outros temas fora da escola, representações visuais, 
etc.), que proporciona evidências do conhecimento que foram sendo 
construídas, as estratégias utilizadas para aprender a disposição de 
quem o elabora para continuar aprendendo. (Hernández, 2000, p. 1) 
Já Alves e Anastasiou (2006) afirmam que 
o portfólio é uma compilação apenas dos trabalhos que o estudante 
entenda relevantes, após um processo de análise crítica e devida 
fundamentação. O que é importante não é o portfólio em si, mas o que 
o estudante aprendeu ao criá-lo [...] é um meio para atingir um fim e 
não um fim em si mesmo. 
 Alvarenga (2001) considera o portfólio como um instrumento que permite 
ao professor observar os seus alunos, suas capacidades na resolução de 
problemas e, também, o desenvolvimento de suas competências. Para Villas 
Boas (2005), o portfólio apresenta várias possibilidades, uma delas é a sua 
construção pelo aluno. Portanto, não estamos falando de uma avaliação 
elaborada pelo adulto para a criança, mas de uma construção conjunta capaz de 
evidenciar o processo de aprendizagem. 
Vale a pena ressaltar que o instrumento portfólio não deve ter como 
objetivo o produto, mas sim a possibilidade de acompanhamento das ações 
desenvolvidas pelas crianças. 
2.2 Pauta de Observação 
O instrumento de avaliação denominado pauta de observação tem como 
finalidade acompanhar, por meio de registros realizados pelo professor, o 
desempenho dos bebês e das crianças na etapa da educação infantil. Além 
disso, a pauta de observação deve considerar o contexto pedagógico e provocar 
reflexões sobre a prática docente, a fim de promover novas condições de 
aprendizagem e desenvolvimento para as crianças. 
A observação docente, de forma sistematizada, como é o caso das pautas 
de observação, deve acontecer constantemente no espaço escolar. Mas é 
fundamental que o professor considere e registre também as situações não 
previstas no plano pedagógico, como quando ocorrem aspectos importantes 
e/ou detalhes das relações entre bebês, crianças e seus interesses etc. Portanto, 
é fundamental ter uma atenção contínua sobre os acontecimentos diários para 
realizar observações com maior intencionalidade, fidedignidade e 
responsabilidade no registro. 
 
 
7 
Como já mencionado anteriormente, durante uma brincadeira, 
simultaneamente ocorrem diversas aprendizagens, e o papel central do 
professor é acompanhar e, em alguns momentos, mediar, bem como ficar atento 
às ações, realizar a intervenção certa, quando necessário, e até mesmo fazer 
perguntas que estimulem as aprendizagens. Mas, acima de tudo, é importante 
que possibilitar às crianças o poder de intervir da sua maneira na hora certa. 
Assim, a observação fornece informações essenciais para dar continuidade ao 
planejamento de aula. 
Roteiros pré-elaborados são instrumentos extremamente valiosos na 
forma de avaliação, mas jamais devem ser usados como classificadores das 
habilidades infantis (no caso, assinar se a criança só faz isso ou aquilo). 
As pautas têm como função guiar os procedimentos de observação do 
aluno, do contexto e da turma, assim como da interação entre as crianças e entre 
elas e o professor nas atividades que as mesmas exercem durante o contexto 
escolar. 
Outra situação fundamental para acompanhar o desenvolvimento das 
crianças por meio das observações é o registro. As pautas precisam ser 
preenchidas detalhadamente, evitando categorias como o concluído ou o não 
concluído, afinal, cada criança de desenvolve em seu tempo e à sua maneira. 
TEMA 3 – INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: OS 
PARECERES DESCRITIVOS OU RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO 
No contexto atual e com as novas concepções de educação, ensino e 
aprendizagem, o processo de avaliação na educação infantil por meio de parecer 
descritivo é considerado uma nova solução para acompanhar o desenvolvimento 
das crianças. 
Segundo a LDB 9394/96, as instituições de Educação Infantil devem criar 
procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação 
do desenvolvimento das crianças, garantindo: 
I – a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e 
interações das crianças no cotidiano; 
II – utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças 
(relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, etc.); 
III – a continuidade dos processos de aprendizagens por meio da 
criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de 
transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação 
Infantil, transições no interior da instituição, transição creche/pré-
escola e transição pré-escola/Ensino Fundamental); 
 
 
8 
IV – documentação específica que permita às famílias conhecer o 
trabalho da instituição junto às crianças e os processos de 
desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil; 
V – a não retenção das crianças na Educação Infantil. (Brasil, 2009c; 
2009d) 
Deve-se acreditar que o acompanhamento e a interpretação do trabalho 
pedagógico transcorrem por diferentes momentos no processo de educação, 
qualificando as práticas do cotidiano e as experiências de aprendizagem em 
diversos contextos, revelando a aprendizagem e o desenvolvimento dos bebês 
e das crianças. 
Com isso, o papel do professor assume novos olhares na relação teoria e 
prática, como destaca Simões (2011, p. 10889), 
nesse sentido, trata-se da relevância de que o professor, consciente 
de sua profissão e de seu papel, reflita sobre sua prática e sobre os 
processos ali imbricados, (re)significando continuamente seu trabalho. 
O parecer descritivo é um instrumento fundamental para registrar o 
desenvolvimento das crianças durante o ano letivo. Seu objetivo vai além da 
avaliação da aprendizagem teórica, pois considera o desenvolvimento das 
habilidades sociais, psicológicas e de linguagem. 
Essa é uma forma de avaliar o desenvolvimento das crianças ao longo do 
ano e entender quais pontos devem ser trabalhados e otimizados. Esse 
instrumento pode ser usado para entender a eficácia do currículo e determinar o 
que pode ser otimizado no plano de ensino. Outro aspecto positivo é a unificação 
da educação familiar e escolar como forma de determinar os pontos que podem 
ser abordados nesses dois ambientes. 
Assim, entende-se que a ênfase está no processo contínuo, que 
acompanha os processos envolvidos ao longo da aprendizagem escolar e do 
desenvolvimento da criança. Vale lembrar que esse instrumento de avaliação, 
após o preenchimento detalhado realizado pelo professor, demonstrando o 
desenvolvimento individual e as particularidades de cadacriança, é enviado aos 
responsáveis pela criança. 
TEMA 4 – CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DOS PORTFÓLIOS DE 
APRENDIZAGEM DA CRIANÇA 
O portfólio é um instrumento que reúne os melhores trabalhos dos 
estudantes, seguindo um modelo de dossiê, no qual ficam arquivados os 
 
 
9 
materiais produzidos durante o período letivo. Esse instrumento vem ganhando 
espaço no campo escolar, pois além de ser um recurso que compila os trabalhos 
dos estudantes, é utilizado como ferramenta de avaliação formativa. 
É preciso compreender que o portfólio vai além de um documento com 
materiais, sendo, também, um documento que serve de análise do processo 
pedagógico do estudante. Para Raizer (2007, p. 60), 
Nesse sentido, o portfólio não se apresenta como produto final, mas 
como todo o processo de construção e reconstrução da prática 
pedagógica, tanto para docentes, como para discentes; uma vez que 
possibilita uma leitura atenta dos caminhos percorridos pelo educando, 
ajudando o professor a organizar suas ações subsequentes e, ainda, 
contribuindo para que a própria criança compreenda seu processo de 
aprendizagem e desenvolvimento. 
Ter um portfólio organizado é a base para o educador e até mesmo para 
a família se basearem no desenvolvimento da criança. O documento deve seguir 
alguns critérios de organização, sendo eles: 
• Identificação: nome do aluno, foto e até mesmo um desenho, se possível. 
Isso deixará o documento com um olhar individual sob cada aluno e mais 
fácil de ser identificado; 
• Adaptação: será registrado cada momento do aluno, mostrando como foi 
a adaptação perante o restante da turma e até mesmo o comportamento 
com o educador. Nessa parte, podemos colocar como foi a separação do 
cotidiano com os pais, se a criança foi resistente, como foi a comunicação 
com o ambiente, entre outros. Além de tudo, pode ajudar o próximo 
educador a saber como foi o desenvolvimento no ano anterior; 
• As principais características da criança: como foi que ela reagiu durante 
o ano ou durante as atividades? Nesse tópico, o mediador deve colocar 
se a criança chorou muito, qual foi o tipo de comportamento sob 
determinada situação, as expressões e reações da criança no dia a dia. 
Podem também ser adicionados os gostos e preferências da criança, 
além de suas manias e aversões; 
• Principais atividades e suas respostas: é importante separar os trabalhos 
que comprovam o aprendizado mais importante de todo o semestre. Isso 
significa que o arquivo não é uma combinação de testes e atividades 
como comumente se imagina, nem deve ser avaliado com medo. Como 
indicado anteriormente, ele conta a história da trajetória de aprendizagem 
da criança e é utilizado para monitorar o andamento do trabalho e fazer 
 
 
10 
ajustes no processo de desenvolvimento. O portfólio deve conter 
informações suficientes sobre a interação da criança com a atividade 
proposta pelo professor. É muito importante relatar seu desenvolvimento 
na coordenação esportiva, equilíbrio corporal, reconhecimento de cores, 
reconhecimento de letras e outras questões com base na sua faixa etária; 
• Encerramento: é imprescindível o preenchimento do encerramento por 
meio da análise da evolução da criança. É o momento em que o mediador 
fala sobre suas conquistas, seu desenvolvimento em determinada área e 
possíveis mudanças de comportamento. 
Portanto, o portfólio é um instrumento que permite analisar as 
capacidades dos alunos, o desenvolvimento cognitivo, as competências e 
habilidades, mas sobretudo oportunizar novas formas de aprender e 
potencializar o conhecimento. 
TEMA 5 – A AVALIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DO PLANEJAMENTO ANUAL NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
O ato de planejar, como todos os outros atos humanos, implica em 
escolha. O planejamento subsidia o ser humano no encaminhamento de suas 
ações e na obtenção dos resultados que deseja alcançar. 
A ideia de planejamento acompanha o homem desde o início do processo 
de humanização. Desde que o ser humano se constituiu como homem, ele se 
diferenciou dos animais por ter a capacidade de produzir o futuro de forma 
consciente. 
Diariamente, enfrentamos situações que necessitam de planejamento, 
mas nem sempre as nossas atividades cotidianas estão organizadas em etapas 
concretas da ação, pois elas fazem parte da nossa rotina. Mas para que 
possamos realizar as atividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, 
precisamos ser racionais, traçando estratégias e ações imediatas. 
Em todas as áreas da atividade humana, o planejamento é essencial. 
Planejar é analisar a realidade e prever formas alternativas de ação para superar 
as dificuldades ou atingir os objetivos desejados. O planejamento tem como 
finalidade reduzir as incertezas que cercam o seu negócio, ou no caso da 
educação, o planejamento orienta as práticas pedagógicas, os conteúdos a 
serem aplicados, além de organizar a educação de forma nacional. 
 
 
11 
Todo planejamento inicia com o objetivo, pensando sempre no resultado 
final. Em seguida, é necessário traçar as metas para que esse objetivo seja 
alcançado. E na última etapa dessa descrição básica de planejamento está o 
plano, que são as estratégias e as metodologias que ajudarão na caminhada 
desse planejamento. Em suma, o planejamento inclui prever e decidir o que 
pretendemos realizar, o que fazemos, como queremos fazer, como devemos 
analisar e como analisar a situação para verificar se nossa intenção foi 
alcançada. 
Por outro lado, o plano é o resultado, é o esboço das conclusões 
alcançadas durante o processo de planejamento, que pode ou não ser por 
escrito. Sempre haverá uma intencionalidade, como afirmam Malafaia e 
Umbuzeiro (2018): 
Olhar para os bebês e as crianças é o ponto de partida para definir a 
intencionalidade do planejamento, encontrando apoio na escuta 
atenta, entendida como “sensibilidade ao outro, que implica colocar-se 
em relação, com todos os nossos sentidos, e não apenas com nossos 
ouvidos”. (Malafaia; Umbuzeiro, 2018) 
O planejamento na educação infantil é um momento em que o professor 
encontra diversas soluções para obter avanços no desenvolvimento cognitivo, 
afetivo e social do aluno, sendo, assim, uma atividade contínua, não só com 
conteúdos a serem trabalhados, mas o educador também elabora um processo 
de acompanhamento em que diagnostica os avanços e dificuldades de toda a 
turma e também dos alunos individualmente. 
Segundo Hoffmann (2001), a organização e planejamento das atividades 
diárias proporcionam ao professor a reflexão de suas ações e metodologias, 
analisando os resultados de seu projeto. De acordo com o Referencial Curricular 
Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 196) cabe 
[...] ao professor planejar uma sequência de atividades que possibilite 
uma aprendizagem significativa para as crianças, nas quais elas 
possam reconhecer os limites de seus conhecimentos, ampliá-los e/ou 
reformulá-los. 
NA PRÁTICA 
Agora é sua vez de colocar em prática a construção de um planejamento 
que envolva os instrumentos de avaliação. Realize um planejamento para no 
máximo um bimestre, a fim de que seja desenvolvido na Educação Infantil. 
 
 
12 
Lembre-se de estabelecer: faixa etária, área do conhecimento, 
justificativa, objetivos, desenvolvimento, recursos e avaliação. A área do 
conhecimento você aprendeu em outros conteúdos. Mas o mais importante 
agora é pensar nos instrumentos que utilizará para a avaliação dos alunos. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, você compreendeu o tema avaliação, seus instrumentos e 
critérios, aprendendo também sobre o que é planejar aliado a avaliar. 
Esperamos que você tenha se apropriado desses e dos demais 
conhecimentos e conceitos trabalhados, não se esquecendo de que a educação 
infantil é a etapa mais importante do desenvolvimento da criança. É um momento 
rico e único de descobertas e aprendizagens que exige muito do profissional que 
trabalha com essa faixa etária, porém, é de retornoe alegrias incomparáveis. 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. 
Disponível em: <http://www.basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 13 
set. 2021. 
______. Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil. Brasília, DF, 1998. 
______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de 
Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação 
Infantil. Resolução CNE/CEB 5/2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 
dez. 2009, Seção 1, p. 18. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 
13 set. 2021. 
RAIZER, C. M. Portfólio na educação infantil: desvelando possibilidades para 
a avaliação formativa. 176 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – 
Universidade Estadual de Londrina, 2007. 
SIMÕES, E. N. Avaliação por parecer descritivo: solução? X CONGRESSO 
NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE. Curitiba: PUC, Anais... 2011. 
Disponível em: <https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/6109_3882.pdf>. 
Acesso em: 13 set. 2021.

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