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Trabalho de Parto Prematuro

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Anah Zanetti
----Trabalho de Parto Prematuro-----
CONCEITO:
● O parto pré-termo é aquele que ocorre em até 36 semanas e 6 dias de idade gestacional,
excluindo o período considerado como de abortamento*.
Trabalho de Parto Prematuro:
➜ Principal fator de mortalidade neonatal em todo o mundo: 70% - 80% dos óbitos neonatais.
● Problemas da prematuridade:
Não se restringem somente à mortalidade perinatal
➜ Síndrome do desconforto respiratório
➜ Hemorragia intracraniana
➜ Enterocolite necrosante
➜ Sepse
➜ Dificuldades de atendimento ao parto
➜ Assistência imediata ao RN em unidade de terapia intensiva
➜ Sequelas, principalmente neurológicas
Consequências:
↑ MORTALIDADE - 70% - 80% ÓBITO PERINATAL
↑ MORBIDADE - 25% - 50% ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS
O recém-nascido pré-termo (até 36 semanas e 6 dias) categorizado em 4 subgrupos
• Pré-termo extremo: < 28 semanas (5%)
• Muito pré-termo: 28 a 30+6 semanas (15%)
• Pré-termo precoce: 31 a 33+6 semanas (20%)
• Pré-termo tardio: 34 a 36+6 semanas (60%)
Anah Zanetti
CAUSAS DE PREMATURIDADE:
● TPP espontâneo:
➢ Desencadeamento da parturição não é totalmente conhecido
➢ Cerca de 30% - 40% o fator causal é desconhecido
● Eletivo ou terapêutico:
➢ Indicado para melhores resultados maternos e/ou fetais
➢ Diante de doenças clínicas e obstétricas com risco iminente.
ETIOLOGIA:
FATORES DE RISCO:
➜ Antecedente de parto pré-termo espontâneo
➜ Intervalo interpartal curto (menor que 18 meses)
➜ Baixo índice de massa corpórea
➜ Anemia
➜ Sangramento por via vaginal no início da gestação
➜ Polihidrâmnio
➜ Gravidez múltipla
➜ Situações sociais desfavoráveis
➜ Estresse materno (físico e/ou mental)
➜ Depressão e ansiedade
➜ Tabagismo
➜ Etilismo
➜ Substâncias psicoativas
➜ Malformações uterinas e fetais
➜ Lesões mecânicas no colo uterino (como
conização)
➜ Doença periodontal
➜ Vaginose bacteriana
➜ Bacteriúria assintomática
➜ Infecção do trato urinário
Um dos fatores de risco mais citados atualmente:
Colo uterino encurtado:
Observado na ultrassonografia transvaginal:
➢ Realizada a partir de 16 semanas nos casos considerados de maior risco
➢ Entre 19 e 24 semanas, no momento da ultrassonografia morfológica do segundo trimestre.
➢ Comprimento do canal cervical ≤ 25 mm indica maior risco de parto pré-termo
➢ Quanto mais curto o colo do útero, maior o risco.
Insuficiência Cervical:
➢ Cirurgia : Conização
➢ Trauma: Dilatações repetidas ou rudes para interrupção de gestação
➢ Fraqueza congênita
➢ Doença cervical :Hipoplasia
➢ Exposição ao dietilestilbestrol
➢ Fatores mullerianas
Anah Zanetti
COMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ:
1. Infecção/inflamação
● Vaginose Bacteriana
A vaginose bacteriana assintomática (rastreada no pré-natal entre 16 e 22 semanas) é considerada
causa de parto pré- termo, abortamento e infecção materna.
● Infecção Intra-uterina : Corioamnionite
➢ Responsável por cerca de 25% de todos os partos pré-termo.
➢ Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum e Fusobacterium sp.
➢ Exame da placenta
➢ A cavidade amniótica é estéril
➢ A via de infecção mais comum é a ascendente
● Infecção Não Genitais
➢ Pielonefrite
➢ Pneumonia
➢ Apendicite
➢ Doença periodontal
COMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ
2. (ÚTERO / PLACENTÁRIO):
● Sobredistensão Uterina
➢Malformações uterinas (Bicorno)
➢ Polidramnia
➢ Gravidez Múltipla
● Exacerbação da contratilidade uterina
● Amadurecimento do colo
● Ruptura das membranas
● Hemorragia Decidual
➢ Placenta prévia
➢ Descolamento prematuro da placenta (DPP)
● Insuficiência Placentária
➢ Isquemia uteroplacentária :
Mais comuns na placenta de pacientes com parto pré-termo (< 28 semanas), mas sem alterações
inflamatórias
➢ Lesões vasculares que incluem remodelação defeituosa das arteríolas espiraladas:
diminuição da quantidade e trombose das arteríolas nas vilosidades coriônicas: Pré- eclâmpsia e do
CIR.
3. Doenças Maternas:
● Doença da tireoide
● Asma
● Diabete Melitus
● HAC
● Lúpus Eritematoso Sistêmico
Anah Zanetti
● Cirurgias maternas abdominais no 2o e no 3o trimestre
podem estimular as contrações uterinas, culminando no parto pré-termo
● Progesterona:
➢ hormônio central para a manutenção da gravidez
➢ deficiência da fase lútea: causa de infertilidade e de abortamento habitual.
DIAGNÓSTICO:
➜ Presença de contrações uterina frequentes:
uma a cada 5/8 minutos,
4 a cada 30 minutos, dolorosas, palpáveis, com duração de pelo menos 30 segundos, que conduzem a
alterações cervicais, caracterizadas por dilatação maior que 2 cm, e/ou esvaecimento maior que 50%,
em gestações acima de 20 semanas e com menos de 37 semanas.
➜ Diagnóstico correto:
ocorrência de contrações uterinas associadas a modificações do colo uterino, ocorrendo o
amolecimento, o esvaecimento e a dilatação.
DIAGNÓSTICO:
1. CLÍNICO:
DUM / Idade gestacional
Altura uterina
Dinâmica uterina
Colo uterino
2. USG:
CONDUTA:
A. Predição (futuração)
B. Prevenção
C. Tratamento
A. PREDIÇÃO
➜ Identificação de fatores de risco (obstétricos, ginecológicos, intercorrências clínicas/cirúrgicas,
ambientais, desconhecidos)
➜ Avaliação do comprimento cervical, por ecografia transvaginal e/ou avaliação do orifício interno
(dilatação cervical)
➜ Presença de fibronectina fetal, a partir da 24a sem, no muco cervical, pode indicar ocorrência de TPP
nos próximos 15 dias
Anah Zanetti
B. PREVENÇÃO
➜ Correção dos fatores de risco identificados
➜ Progesterona
➜ Outras medidas: antibióticos?
C. TRATAMENTO
➜ Prolongar a gravidez
➜ Realização de corticoterapia
➜ Realização de MgSO4
➜ AVALIAÇÃO MATERNO-FETAL
➜ PROLONGAR A GRAVIDEZ
Repouso
Correção dos fatores desencadeantes
Tocolíticos:
- Os tocolíticos atualmente empregados podem ser divididos em:
- ß agonistas (terbutalina,salbutamol,ritodrina)
- Antagonista da ocitocina (atosiban)
- Bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina)
- Sulfato de magnésio
- Inibidores da síntese de prostaglandinas (indometacina = seu uso deve ser evitado!)
- O uso de tocolítico visa prolongar a gestação por 48 h enquanto se aguardam os efeitos
benéficos do corticóide e a transferência da paciente para um centro de atendimento terciário.
Indicações:
Gestantes sem:
contra-indicações ao uso das drogas
contra-indicações para manutenção da
Gestação
● Bem estar fetal preservado
● Diagnóstico de TPP
● Dilatação cervical menor que 4 cm
● IG entre 24- 34/36 sem
Contra - indicações:
● Doença materna clínica/cirúrgica
descompensada
● Doença obstétrica grave, avançada ou
descompensada
● Sofrimento fetal
● Malformações fetais incompatíveis com a vida
Individualização dos casos:
CORTICOTERAPIA
Ações:
● Acelera a maturidade pulmonar fetal
● Diminui o risco de hemorragia intraventricular e de enterocolite necrosante
● Uso antenatal (24 a 34 sem) reduz 50 a 80% a mortalidade neonatal por SDR
● Efeito terapêutico máx. entre 48/72 h após a primeira dose, por até 7 dias
● Utilizar único ciclo, vários ciclos podem resultar em sepse neonatal e óbito
* ciclo de resgate
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Progesterona
● Progesterona (200mg) para prevenção e tratamento do TPP, por apresentar aparentes benefícios em
gestantes de alto risco para prematuridade tem sido recomendado atualmente até 36 semanas
ANTIBIOTICOTERAPIA
Ações:
● Profilaxia para sepse neonatal por estreptococo do grupo beta está recomendada nos casos
de TPP com cultura desconhecida até que se tenha o conhecimento da mesma.
● Preferentemente com penicilina ou ampicilina.
● Se o trabalho de parto prematuro não for inibido, o antibiótico deve ser mantido até o parto
● Caso o resultado da cultura seja negativo ou se o trabalho de parto prematuro for inibido, o
antibiótico deve ser suspenso após a tocólise.
Sulfato de magnésio MgSO4
● Neuroproteção com sulfato de magnésio
● Recomenda-se sua ministração até 31 semanas e 6 dias.
● O uso deve ser iniciado quando se considerar que o parto tem alta probabilidade de ocorrer nas
próximas 24 horas.
CUIDADOS:
➜ A vigilância dos batimentos cardíacos fetais acompanha a rotina do que é preconizado no trabalho
de parto prematuro, recomendando-se a cardiotocografia.
➜ Uma ampola de gluconato de cálcio a 10% (10mL = 1g) deve estar disponível para a rara
possibilidade de observação de um quadro de intoxicação grave.

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