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ADMINISTRAÇÃO 
ESTRATÉGICA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elton Ivan Schneider 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Ao tratarmos do dimensionamento da estratégia, estamos falando do 
processo de mudança necessário para que aconteça a transformação 
organizacional planejada no processo da estratégia. 
Dimensionar o processo de mudança organizacional envolve três 
aspectos de mudança: o tamanho, a intensidade e a velocidade. Cada 
negócio sofre o impacto destas três forças de formas diferentes. 
Quando nos referimos ao tamanho da mudança, dimensionamos quais 
são as áreas do negócio mais afetadas pela proposta estratégica: vendas, 
produção, tecnologia, processo produtivo, linha de produtos, capacitação da 
mão-de-obra, nova cultura e novos valores organizacionais são alguns 
exemplos. 
Quanto à intensidade, nos perguntamos: o dimensionamento significa 
uma ruptura estratégica, a continuidade da estratégia com pequenos ajustes, 
uma inovação estratégica ou uma imposição do mercado ao negócio? 
Já no aspecto da velocidade, estamos nos referindo à velocidade de 
mudança do ambiente e o nível de exigência de adaptabilidade da organização. 
Mercados de produtos onde a tecnologia é fator chave de sucesso, por 
exemplo, obrigam as organizações a encarar mudanças constantes. Já em 
mercados de energia, telefonia e telecomunicações, uma decisão estratégica 
pode resultar em muitos anos de utilização de uma única tecnologia. 
Para Mintzberg (2006), nem todas as estratégias pretendidas pela 
organização acabam sendo realizadas. A intensidade, a velocidade e o tamanho 
da mudança podem fazer com que novas estratégias emergentes acabem 
surgindo. 
O grande desafio dos gestores está em perceber o momento de 
abandonar a estratégia atual e abrir espaço para a nova estratégia. Nem sempre 
os fatores geradores do ponto de ruptura são claros e muitos deles levam anos 
para se consolidar. 
Veja alguns exemplos: 
A conferência ECO/RIO 1992 pode ser considerada um grande marco na 
questão ambiental mundial, porém em 2012, na conferência RIO + 20, vinte anos 
após o primeiro encontro para discutir o tema, concluiu-se que os resultados 
ainda são pequenos e que as empresas ainda não entenderam ou não foram 
 
 
3 
forçadas o suficiente pelos clientes e legislação a adotarem princípios de 
sustentabilidade em seus negócios. 
Para as empresas do ramo de tecnologia, vimos a fita K7 e o disco de vinil 
cederem espaço ao CD regravável e posteriormente ser substituída pelos 
tocadores de MP3, que por sua vez estão perdendo espaço para os celulares 
multifuncionais. 
 
O Ponto de Ruptura na Estratégia Organizacional 
Analise no esquema a seguir a relação entre mudança organizacional e 
planejamento estratégico: 
 
 
Problematização 
420 milhões de pessoas são viciadas em internet, diz estudo 
Um estudo da Universidade de Hong Kong afirma que 6% da população 
mundial é viciada em internet. Considerando que o planeta tem cerca de 7 
bilhões de habitantes, quase 420 milhões de pessoas possuem compulsão em 
acessar a web, de acordo com a pesquisa. Vale lembrar que apenas 39% da 
população mundial possui acesso à internet. De acordo com os autores do 
estudo, o vício em internet é “geralmente visto com preocupação porque as 
anomalias neurais e disfunções cognitivas são parecidas com aquelas 
relacionadas à dependência em substâncias”. Além disso, o vício em internet é 
geralmente acompanhado de outros transtornos mentais, como déficit de 
atenção, hiperatividade e depressão. Alguns países já tratam a dependência em 
internet como um problema de saúde pública. A China, por exemplo, já mantém 
 
 
4 
clinicas para viciados na web. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas mantém 
desde 2010 uma terapia em grupo para dependentes por internet. 
 
Diante do quadro demonstrado, analise as duas afirmações a seguir: 
1. A internet, os jogos eletrônicos e o comércio eletrônico avançam a 
passos largos e de acordo com a reportagem os usuários de internet já somam 
mais de 39% da população mundial. Um grande atrativo para os negócios é 
poder comercializar os produtos para qualquer pessoa em qualquer parte do 
mundo, desde que o comércio esteja conectado à internet. 
2. Isto implica na necessidade de a empresa desenvolver um 
programa de controle e acompanhamento de seus clientes, visando a 
identificação de problemas comportamentais, programas de tratamento a 
dependência dos usuários, sistemas que monitorem compradores compulsivos, 
mesmo que a empresa não seja uma empresa de games. 
 
Com base nas afirmações, assinale a alternativa CORRETA: 
a) A primeira é verdadeira e a segunda é falsa. 
b) A primeira é falsa e a segunda verdadeira. 
c) As duas são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da 
primeira. 
d) As duas são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta 
da primeira. 
e) As duas são falsas. 
 
Feedback da alternativa correta (A): a primeira afirmativa é verdadeira, 
ou seja, a internet e o comércio eletrônico abrem muitos mercados para as 
organizações. Já a segunda alternativa é falsa, pois embora possa ser 
considerado um problema social, a dependência de pessoas em acessar a 
internet e jogar online ainda não pode ser considerada um problema empresarial. 
Cabe lembrar que, no futuro, isso pode mudar. 
 
INTRODUÇÃO 
O processo de administração estratégica de uma organização pode ser 
considerado um conjunto coordenado de análises, estudos e reflexões a respeito 
do momento atual da organização e suas perspectivas de futuro. 
 
 
5 
1. Este processo de reflexão tem início com o entendimento da 
missão atual da empresa, seus pontos fortes e pontos fracos, sua cadeia de 
valor, suas competências distintivas, habilidades, conhecimentos, capacidade e 
competências dos recursos humanos. 
2. Em uma segunda etapa a organização, em um processo de 
inteligência competitiva, procura identificar oportunidades e ameaças oriundas 
do ambiente externo, identificando tendências, cenários e o comportamento das 
forças competitivas. 
3. Na terceira etapa, a partir da coleta de dados dos ambientes interno 
e externo, cabe à organização idealizar o seu ambiente pretendido, indicando a 
visão de futuro para o negócio. 
4. A tomada de decisão estratégica indica a quarta etapa do processo, 
implica na tomada de decisão a respeito das estratégias do negócio, de mercado 
e aos objetivos de desempenho pretendidos. 
5. A quinta etapa do processo implica na mudança organizacional. 
Uma vez que os planos foram estabelecidos e os objetivos e metas fixados, cabe 
aos gestores do negócio a execução da estratégia e a implantação da Mudança 
Organizacional. 
 
TEMA 1 - PROCESSO DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL 
O processo de mudança organizacional implica na implantação da 
estratégia, acompanhamento e controle dos indicadores organizacionais, ajustes 
e avaliação da estratégia. Trata-se de colocar a organização em movimento 
através da mudança. 
Reflexão! 
Lidar com a mudança organizacional é um processo complexo que exige 
a mudança dos modelos mentais dos tomadores de decisão, preparando-os para 
lidar com a incerteza, identificando-a, reduzindo-a e enfrentando-a. 
Uma das melhores formas de se enfrentar a incerteza inerente aos 
processos de mudança envolve o aprendizado baseado em ações planejadas, 
estudadas e criadas para tornar a organização mais adaptável, mutável e ágil. 
Através do processo de aprendizagem, a organização pode identificar mais 
facilmente os pontos de ruptura estratégica. 
 
Aprendizado 
 
 
6 
Com base no aprendizado, uma organização aproxima-se das 
características dos organismos vivos e que aprendem a lidar com a incerteza, 
eliminando o risco previsível, acompanhando os eventos pré-determinados 
(envelhecimento da população, evolução da internet, redução do tamanho das 
famílias) e despreocupando-se com os eventos incertos (terremotos,tempestades e pandemias). 
Para construir um futuro de sucesso, os tomadores de decisão necessitam 
de decisões acertadas, que permitam a organização sair na frente da 
concorrência, e desenvolvam a evolução da visão de futuro e de negócio. 
Neste processo evolucionário cabe aos tomadores de decisão testar a 
estratégia, reinventá-la, gerar novas estratégias, aprender mais rápido que a 
concorrência e assim garantir o futuro da organização. 
Planejamento Estratégico e Mudança Organizacional 
Analise com atenção o diagrama a seguir, que mostra a visão geral do 
planejamento estratégico e sua relação com a missão de valores da empresa: 
 
 
TEMA 2 - ESTRATÉGIAS PARA A MUDANÇA ORGANIZACIONAL 
Se o planejamento estratégico organizacional implica no planejamento da 
mudança organizacional, isto implica em perguntar: 
 Quais os limites da mudança? 
 O que não é mudança em uma organização? 
 
 
7 
 Quando se pode afirmar que começa e termina um processo de 
mudança? 
 Tudo que as organizações fazem, desde sempre, para melhorar, 
para crescer, não se constitui numa mudança? 
 
Para Ouro (2005) os limites para a mudança organizacional são 
estipulados pelas políticas/diretrizes e valores organizacionais. Já o processo de 
mudança em si pode ser facilitado pelo uso de ferramentas de gestão, com a 
gestão por projetos, uma vez que cada projeto determina um prazo, uma data, 
um objetivo e uma pessoa ou equipe de pessoas responsáveis pelo projeto de 
mudança. 
 
Aspectos da Mudança Organizacional 
A gestão por projetos tende a sistematizar a implantação da mudança na 
organização, determinando o que é e o que não é mudança na organização. 
Pensar a mudança organizacional envolve diversos aspectos, conheça-os 
clicando nas engrenagens a seguir: 
Intencionalidade: A mudança pretendida foi planejada ou foi imposta 
pelo mercado. 
Transformação: a mudança será sistêmica, todos os competidores e 
stakeholders serão afetados pela mudança, podendo ser classificada como 
sistêmica? 
Relevância/importância: qual será o impacto da mudança no negócio? 
Radical? Evolutiva? Parcial? 
Necessidade de resposta ao ambiente: trata-se de uma imposição do 
ambiente: evolução tecnológica, mudança de comportamento da sociedade, 
mudança climática, nova legislação, entre outros. 
Objetivo da mudança: o que pretendemos com a mudança? Sobreviver? 
Sair na frente da concorrência? Estabelecer um novo padrão de 
comportamento? Adaptação? 
A agenda da mudança: trata-se de um processo de mudança gradual 
enfrentado por toda a sociedade, evolutivo e planejável, ou trata-se de um 
processo de mudança global que requer adaptação forçada. 
Tempo de resposta: trata-se de um processo de adaptação a mudança, 
reação ou antecipação à necessidade de mudança? 
 
 
8 
Velocidade da mudança externa: a mudança enquanto imperativo 
ambiental é rápida ou lenta? É possível planejar o processo ou precisamos nos 
adaptar ao ritmo da mudança? 
Temporalidade da mudança: trata-se de uma mudança a ser realizada 
rapidamente, podemos nos adaptar, precisamos provocá-la ou fomos forçados 
a mudança? 
Mudança como construção social: a mudança provocada pode ser 
considerada um modismo? Uma onda temporária? Uma tendência consolidada 
e perene de transformação da sociedade? 
Resposta a demanda interna: uma vez identificada a necessidade de 
mudança, qual a velocidade de resposta da organização a mudança? Rápida? 
Lenta? De adaptação? 
Continuidade/Descontinuidade: ao longo do tempo o processo de 
mudança pode ser considerado como parte de um sistema evolutivo, ou trata-se 
de uma ruptura no comportamento do consumidor, do governo, da sociedade e 
das empresas? 
Os limites do processo de mudança 
Observe a visão geral do processo de mudança ao longo de sua 
implementação: 
 
 
 
 
9 
TEMA 3 - TIPOS DE MUDANÇA 
Embora sempre se busque uma certa categorização dos processos, o que 
importa é entendermos a existência de processos formais e informais de 
mudança. 
Para Ouro (2005) estamos diante de uma realidade onde o pé no 
acelerador da tecnologia puxa o fenômeno da mudança econômica, social e 
cultural. Mesmo informalmente mudamos nosso comportamento, nossos 
valores, nossa cultura e a forma como fazemos negócios, nos comunicamos e 
nos socializamos. Trata-se de um processo de adaptação, às vezes formal e às 
vezes informal, ao qual somos convocados a participar. 
Interessa-nos neste aspecto a mudança formal acontecida nas 
organizações, muitas vezes vinda das mudanças sociais e comportamentais da 
sociedade. 
 
TEMA 3 - TIPOS DE MUDANÇAS ESTRATÉGICAS 
Mudança Estratégica 
Acontece quando uma organização, seja de forma planejada ou imposta 
pelo mercado, muda seu perfil estratégico adotando novas propostas 
competitivas (Custos/Excelência Operacional, Diferenciação ou Foco) ou novos 
posicionamentos competitivos (parcerias estratégicas, internacionalização, joint 
ventures, entre outras). 
Mudança Estrutural 
Acontece quando o ambiente competitivo (clientes, fornecedores, 
concorrentes, produtos substitutos e novos entrantes) adotam novos padrões de 
competição, alterando regras de negócios, tipo de tecnologia, padrões de 
serviços e matérias-primas, no ambiente de jogo empresarial. 
Mudança nos Processos 
Este tipo de mudança, normalmente decorre, de mudanças estratégicas 
ou estruturais, porém, muitas vezes elas podem acontecer como parte do 
processo de melhorias contínuas dentro da organização. Enquanto processo de 
mudança sempre é preferível que as mudanças aconteçam de forma planejada, 
e, portanto, decorrentes da melhoria contínua. 
Mudança nas Pessoas 
A transformação organizacional decorrente do processo de mudança se 
materializa na mudança das pessoas. Os programas de treinamento e 
 
 
10 
desenvolvimento de pessoas assumem papel de destaque neste processo. A 
mudança do comportamento das pessoas pode ser considerada como o 
processo mais complexo de todos, e ao mesmo tempo, como crucial para a 
mudança em qualquer nível nas organizações. 
O momento atual pode ser considerado como um processo de constante 
descoberta e criação. Para Ouro (2005), a vida muitas vezes usa a desordem 
para chegar a soluções bem ordenadas. 
Não se trata de tentar melhorar as coisas através de processos de 
tentativa e erro, mas de descobrir o que funciona e que não funciona, o que pode 
dar certo ou não tão certo nas organizações. 
Para a autora, a vida cria mais possibilidades à medida que em 
aproveitamos as oportunidades que nos são dadas. A vida tende à ordem, e criar 
a ordem significa criar uma identidade. No nosso caso, criar a identidade 
organizacional na busca da mudança. 
Elementos da Mudança 
Para facilitar o processo de mudança organizacional, muitas vezes é 
importante que se percebam os elementos essenciais da mudança, que 
envolvem: 
1. Conhecer as razões da mudança 
2. Gerenciar o processo de mudança 
3. Realizar um diagnóstico organizacional 
4. Definir a direção da mudança 
5. Estabelecer um plano estratégico de mudança 
6. Monitorar e avaliar o processo de mudança 
 
Planejamento da Mudança 
Planejar o processo de mudança significa se comprometer com uma 
agenda de mudanças internas na organização, sendo que muitos 
questionamentos surgem a partir desta necessidade de mudança, e isto envolve 
definir quem serão os responsáveis pela mudança, qual a sequência de etapas 
que deverão ser seguidas, em que datas e prazos os objetivos deverão ser 
atingidos, como se dará o processo de acompanhamento da execução do plano 
proposto, entre outros fatores. 
Para facilitar o processo de gestão da mudança recomenda-se a utilização 
de ferramentas de gestão como o 5W2H [(WHAT (O que) / WHO (Quem) / WHY 
 
 
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(Por que) / WHERE (Onde) / WHEN (Quando) / HOW (Como) / HOW MACH 
(Quanto)] associadas a um bom sistema de avaliação e acompanhamento da 
implantação de projetos, com reuniões derevisão dos resultados alcançados 
com periodicidade preestabelecida. 
Veja um exemplo a seguir: 
 
 
Sistema de Avaliação 
Para Ouro (2005) o processo deve estar baseado em um bom sistema de 
avaliação. 
Clique nos itens do diagrama para conhecê-los: 
Avaliação de resultados: alcançados, em andamento e em execução 
Avaliação das estratégias: definidas e adotadas, necessidades de 
mudanças e adoção de novas estratégias 
Avaliação dos esforços: cumprimento das metas, principais dificuldades 
encontradas, acompanhamento por projeto, plano e programa 
Avaliação dos métodos de trabalho: que são e serão utilizados para o 
alcance das metas e objetivos da estratégia 
Avaliação da capacidade de reprogramação da estratégia: a 
redefinição dos rumos organizacionais a partir de novos cenários, barreiras e 
entraves encontrados 
Avaliação de novas oportunidades: quais serão os critérios para 
avaliação de novas oportunidades que surgirão no decorrer do processo de 
mudança, quais devem ser aproveitadas e quais devem ser descartadas 
 
 
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Avaliação da capacidade de atingimento das metas: saber se temos 
as condições e os recursos necessários ao atingimento das metas 
organizacionais 
Avaliação da visão de futuro da organização: como saber se o que 
estamos buscando é pertinente, se estamos nos aproximando ou distanciando 
de nossa visão de futuro estabelecida 
 
TEMA 4 - MUDANÇA ORGANIZACIONAL COMO UMA TRANSFORMAÇÃO 
PLANEJADA 
Uma das principais características do processo da estratégia e a questão 
da mudança organizacional envolve o planejamento da mudança. Assim sendo, 
a mudança organizacional pode ser definida, na visão de Araújo (1982), como: 
“Qualquer alteração significativa articulada, planejada e operacionalizada 
por pessoal interno ou externo à organização, que tenha o apoio ou a supervisão 
da administração superior, e atinja integradamente os componentes de cunho 
comportamental, estrutural, tecnológico e estratégico”. 
As mudanças somente serão efetivas se a empresa como um todo evoluir: 
estratégias, estrutura, processos e pessoas. Entretanto, empresas tradicionais 
tendem a resistir a mudanças, afinal de contas, “por que mudar o que está 
dando certo a muito tempo?” 
 
Foco da Estratégia 
O foco tradicional da estratégia voltada para custos, preços baixos, 
eficiente, estável, rígida e vertical, tem se mostrado pouco versátil para lidar com 
a incerteza do momento atual. 
Empresas inovadoras, empreendedoras, achatadas, velozes, flexíveis e 
com alta capacidade para o trabalho em rede estão ditando uma nova realidade 
dos negócios. Mas como saber se a empresa ainda é tradicional ou já se tornou 
emergente? 
Para Ouro (2005, p. 290) alguns cuidados precisam ser tomados: 
1. O sentido da mudança como um valor, facilitando a chegada de 
novas ondas de mudanças, fato irreversível nos negócios da atualidade 
2. A gestão do conhecimento, que envolve a criação de espaços de 
compartilhamento de conhecimento, de criação de comunidades de prática, de 
 
 
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transformação do conhecimento tácito em conhecimento explícito e outras 
formas de preservação e criação de novas competências distintivas para a 
organização 
3. A aprendizagem organizacional, permitindo a entrada do novo, sem 
receios, com a criação de força e ousadia de quem sabe que sobreviver significa 
inovar 
4. A criação de um ambiente favorável (clima de confiança) baseado 
na premissa de que o maior capital é o humano 
5. A estratégia do negócio alinhada à estratégia dos recursos 
humanos, a valorização explícita das pessoas no ambiente empresarial, de 
forma a abrir espaços para contribuírem utilizando todo o seu potencial e 
permitindo a descoberta dos talentos invisíveis na organização 
 
Ao planejarmos a mudança organizacional, devemos entender a 
organização como um grande sistema biológico, vivo, interligado, atuando em 
rede, com subsistemas independentes e interligados. 
Este tipo de organização voltada para a mudança necessita de pessoas 
que sejam experts em relacionamento humano, no desenvolvimento de 
alternativas estratégicas e no trabalho em equipe voltado para os resultados do 
grupo e da organização. 
Planejar a estratégia de mudança envolve ainda: 
 A priorização de planos, projetos e programas (definição de 
quantos e quais projetos são prioritários) 
 O estabelecimento de processos, sistemas e produtos (definição 
de quantos e quais projetos são prioritários) 
 O treinamento e desenvolvimento de pessoas, técnicos e dirigentes 
criativos e inovadores, voltados para uma cultura de transformação 
organizacional 
 
TEMA 6 - POSTURAS EM RELAÇÃO À MUDANÇA 
Os processos de mudança organizacional envolvem pelo menos dois 
aspectos a serem considerados: a postura da organização frente a mudança e a 
postura das pessoas frente a mudança. O novo, o desconhecido, o incerto, a 
necessidade de aprendizado de novas competências, gera nas pessoas e 
organizações o desconforto, aqui chamado de resistência a mudança. 
 
 
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No âmbito individual, as causas da resistência a mudança podem 
envolver: 
 Hábito / Zona de Conforto (Terei que trabalhar mais? Pensar?) 
 Perda da Segurança (duvido que eu seja capaz...) 
 Medo do Desconhecido (após a mudança, o que acontecerá?) 
 Fatores Econômicos (não farei horas extras, terei promoção?) 
 Informação Seletiva: ignorar a mudança 
 
Tipos de Organizações 
Para Ouro (2005) as organizações enfrentam a mudança de diferentes 
maneiras e podem ser classificadas de acordo com um grupo de características 
que as diferenciam. 
 Organizações prospectivas: inovadoras, influenciam o setor onde 
atuam, usam a mudança radical e a incremental como um valor. 
 Organizações proativas: criativas dentro dos parâmetros 
tradicionais do setor onde atuam, adotam a mudança incremental com um valor. 
 Organizações analíticas: adotam o novo somente após a 
experimentação de outras companhias, absorvem a mudança com maior 
facilidade do que provocam a mudança. Mudar sim, somente quando não for 
mais possível adiar a mudança. 
 Organizações defensivas: seu foco está na sobrevivência, os 
resultados são poucos, mas duradouros, reagem a mudança, os esforços para 
a realização da mudança são poucos, de preferência que ela aconteça ao longo 
de muito tempo. 
 Organizações apáticas: sobrevivem, não agregam valor ao 
negócio, não suportam a mudança, tendem a desaparecer antes de promover e 
aceitar a mudança. 
 
Resistência à Mudança 
A resistência à mudança, tanto em indivíduos quanto em organizações, 
pode ser verificada mediante comportamentos das pessoas em relação à 
mudança, o que poderíamos chamar de “um cemitério de boas ideias”, como os 
exemplos abaixo: 
“Já tentamos isso antes e não funcionou”. 
 
 
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“Não fui chamado para fazer parte da equipe de mudança, logo não 
funcionará”. 
“Não fui eu que fiz, portanto não serve”. 
“Existem outras soluções possíveis e melhores”. 
“Deixa eles tentarem, quando não funcionar faremos do nosso jeito”. 
“Enquanto tivermos alguém para culpar pelos fracassos, o problema não 
é nosso”. 
“Sempre que algo não funciona chamamos alguém de fora... para na 
sequência fazermos funcionar”. 
“Desde que não interfira no meu trabalho, podem fazer o que quiserem”. 
“Os novos sistemas tendem a apresentar mais problemas que os 
anteriores, os quais já dominávamos”. 
“As mudanças previstas alteram a estrutura de poder da organização, os 
novos poderosos não estão preparados para liderar”. 
“Esta equipe responsável pela mudança é muito imatura”. 
“Estão fazendo tempestade em copo de água, não temos a necessidade 
de uma mudança tão radical”. 
 
Diante deste quadro potencial de resistências, como se preparar para 
enfrenta-las? Algumas opções são: 
• Estabeleça planos de comunicação da mudança amplos e 
contínuos 
• Lidere o processo de mudança, apresentando o que mudará e 
como, e o que é esperado decada parte envolvida 
• Estabeleça uma equipe de pessoas envolvidas diretamente no 
processo e alimente-o, criando multiplicadores e potencializadores da mudança 
• Identifique e administre os principais interessados na mudança 
• Prepare-se para fatos e eventos não previstos, controle o 
incontrolável 
• Gerencie o estresse do grupo, dos indivíduos e dos responsáveis 
pela condução do processo 
• Determine o ritmo da mudança, estabeleça prazos, metas, 
objetivos e responsabilidades 
 
 
 
 
16 
TEMA 6 - PROJETOS DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL 
No processo da estratégia, os projetos de mudança organizacional, 
correspondem aos caminhos que serão trilhados para a implantação da 
estratégia. Eles respondem a seguinte questão: 
 
O que precisamos fazer para alcançar a visão? 
Um projeto tem características distintas: prazo determinado, objetivos 
claros, equipe predefinida, responsabilidades e orçamentos previamente 
ajustados. Por isso, o projeto é uma das principais ferramentas de gestão e 
implantação dos planos estratégicos organizacionais. 
 
Fases do Processo de Mudança 
Para que a ferramenta de projetos para a implantação da estratégia seja 
bem utilizada e por consequência para o processo de mudança funcione, Ouro 
(2005) recomenda que entendamos as fases de um projeto de mudança. 
Veja a importância de cada uma das fases do gráfico a seguir: 
 
 
 
Análise contínua da trajetória – Controle – Monitoramento 
Preparação 
Envolve a criação de uma ambientação para a realização do projeto, 
aspectos físicos, técnicos e comportamentais 
Concepção 
 
 
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Definição das linhas mestras do projeto: propósitos, objetivos e valor a ser 
incorporado pela organização 
Planejamento 
Quais ações serão empreendidas, considerando-se recursos humanos, 
financeiros, físicos e de tempo 
Desenvolvimento 
Esta é fase de ação efetiva do projeto, aqui tem início efetivo a nova ordem 
organizacional 
Implementação 
A estratégia sai do plano das intenções e efetiva-se no mundo real 
Consolidação 
A partir desta etapa consolidam-se aspectos como constância de 
propósitos, efetividade de ações, avaliação de resultados, correção de 
distorções. O monitoramento do sistema tende a criar a nova realidade 
empresarial 
Fonte: elaborado com base em Renilda Ouro (2005, p. 109). 
 
Ferramenta de Gerenciamento PMBOK 
A principal ferramenta gerencial disponível aos gestores de negócios para 
a implantação de projetos de mudança, envolve a utilização do PMBOK – 
Project Management Body Of Knowledgement, cujo propósito é disponibilizar 
conhecimentos relevantes para o gerenciamento de projetos, utilizando-se de 
uma linguagem comum a várias empresas, facilitando a comunicação tanto 
interna quanto externa da organização na condução do processo de mudança. 
 
 
 
18 
 
TROCANDO IDEIAS 
Vivemos um momento de grande transformação nas organizações 
públicas, privadas, ONGs, pequenas, médias e grandes empresas. Este 
momento de transformação, que inspira pela riqueza de possibilidades, pela 
diversidade de pessoas envolvidas e pelos desafios, pode significar para alguns 
um oceano de possibilidades e para outros um estreito caminho a ser seguido. 
Cada organização, indústria, região ou país são únicos. Desta forma, 
também não existem duas estratégias idênticas; elas podem ser parecidas, mas 
não são iguais. 
 
O que determina a diferenciação estratégica entre as organizações 
são as ações e atitudes 
de seus gestores em relação ao futuro da organização. 
 
NA PRÁTICA 
Processo de Elaboração da Estratégia 
 
 
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Sejam as organizações passivas, reativas, preativas ou proativas, elas 
dependem de um conjunto de quatro fatores intervenientes no processo de 
elaboração da estratégia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Processo de Estratégia 
A tabela a seguir nos indica uma sequência de etapas e possibilidades 
estratégicas a serem analisadas pelas organizações. 
 
 
20 
 
SÍNTESE 
Seja qual for a característica dominante na organização, o importante é 
que a elaboração da estratégia siga um processo planejado, sistematizado, 
coerente e entendido como funcional para as necessidades e aspirações da 
organização. 
A elaboração da estratégia não pode ser dar ao acaso, deve seguir um 
processo racional, elaborado com base nas competências dos gestores. Afinal 
de contas, não existe uma única maneira correta de elaborarmos a estratégia, 
mas sim passos, etapas e estudos que podem auxiliar a organização a elaborar 
sua própria estratégia. 
Diante disso, só nos resta desejar a você bons estudos e muito sucesso 
na elaboração das estratégias de sua organização. 
Sucesso e Bons Negócios! 
 
REFERÊNCIAS 
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implementação e avaliação: O desafio das organizações contemporâneas. 
São Paulo: Saraiva, 2008. 
COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica. São Paulo: Saraiva, 
2005. 
FLEURY, A. C. C.; FLEURY M.T.L. – Estratégias empresariais e 
formação de competências. São Paulo: Atlas, 2000. 
JOHNSON, Gerry. Explorando a estratégia corporativa. Porto Alegre: 
Bookman, 2007. 
KAPLAN, Robert; NORTON, David P.; Mapas estratégicos – Balanced 
Scorecard: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2004. 
MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P. Administração da 
Produção. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
MINTZBERG, Henry. Ascensão e queda do planejamento estratégico. 
Porto Alegre: Bookman, 2004. 
 
 
21 
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.W.; LAMPEL, J.; Safári de estratégia: 
um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 
2000. 
MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL, S.; O processo 
da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre: 
Bookman, 2006. 
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia Empresarial e 
vantagem competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. São Paulo: 
Atlas, 2005. 
OURO, Renilda. Mudança Organizacional: G soluções genéricas para 
projetos: leia a bula antes de usar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. 
PENG, M. Estratégia Global. São Paulo: Thompson Learning, 2008. 
PORTER, Michael. Estratégia Competitiva: técnicas para a análise de 
indústrias e concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
PORTER, M.; MONTGOMERY, C.; Estratégia: a busca da vantagem 
competitiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 1998. 
SOLINO, Antônia da Silva; EL-AOUAR, Walid Abbas. O processo de 
tomada de decisões estratégicas: entre a intuição e a racionalidade. 
Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, V. 08, no. 3, 
julho/setembro 2001. 
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5ª ed. 
Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO 
ESTRATÉGICA 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elton Ivan Schneider 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
A Administração Estratégica de um negócio envolve etapas distintas já 
discutidas em outros tópicos, porém, aqui faremos uma distinção entre a etapa 
de planejamento estratégico e a elaboração dos planos, programas e projetos 
estratégicos, ao que chamamos de desdobramento estratégico. 
 O desdobramento implica em ações para a realização da estratégia para 
a fixação de objetivos e metas organizacionais e para a criação de indicadores 
de desempenho que permitam o acompanhamento e a avaliação da estratégia 
organizacional. 
Se o planejamento envolve uma sistematização do processo de 
levantamento de informações e tomada de decisão, os planos podem ser 
considerados como uma forma sistemática de ação, formalizada nas diferentes 
etapas do processo. 
 
Plano de Ação 
Os planos são formalizados sob a forma de um documento escrito. Um 
plano de ação pode englobar vários aspectos. Veja a seguir para saber mais: 
 Programas 
São criados sem prazo fixo de funcionamento, podendoser renovados, 
repaginados, ampliados, valendo para toda a organização ou para parte dela. 
Pode congregar em seu escopo projetos e processos. 
Ex.: Programa de Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos de uma 
empresa de telefonia, envolvendo projetos de novos aparelhos, novas 
funcionalidades e design. Estes programas podem envolver ainda: qualidade 
total, redução de desperdícios, participação de resultados, entre outros. 
 Projetos 
Têm duração delimitada, terminando quando o resultado pretendido é 
obtido. Podem ser únicos, muitas vezes exigindo envolvimento de várias 
pessoas de áreas diferentes por tempo determinado. 
Exigem do gestor do projeto capacidade de planejamento, organização, 
direção e controle de todo o projeto. Ex. Projeto de uma nova planta industrial. 
 Processos 
Consistem em uma sequência repetitiva de esforços para a obtenção de 
um determinado resultado. São contínuos, estáveis, podem ser realizados por 
 
 
3 
uma única pessoa ou grupo de pessoas, com resultados possíveis de serem 
medidos, sejam eles variáveis ou repetitivos. 
Ex. Os processos relativos a um projeto de design de produtos podem 
envolver: (i) geração de ideias, (ii) prototipagem, (iii) pesquisa de opinião, (iv) 
testes de produção, (v) seleção de fornecedores, entre outros. 
 Processos 
Consistem em uma sequência repetitiva de esforços para a obtenção de 
um determinado resultado. São contínuos, estáveis, podem ser realizados por 
uma única pessoa ou grupo de pessoas, com resultados possíveis de serem 
medidos, sejam eles variáveis ou repetitivos. 
Ex. Os processos relativos a um projeto de design de produtos podem 
envolver: (i) geração de ideias, (ii) prototipagem, (iii) pesquisa de opinião, (iv) 
testes de produção, (v) seleção de fornecedores, entre outros. 
 Atividades 
Indicam os principais eventos realizados durante a execução de um 
processo. Exemplos de atividades incluem: receber solicitações dos clientes, 
resolver reclamações de clientes, negociar contratos de compra. 
 Tarefas 
Tarefas representam o próximo nível de decomposição hierárquica após 
as atividades. As tarefas são geralmente muito mais detalhadas e podem variar 
muito entre empresas. 
Exemplos incluem: acessar ao sistema, digitar dados, elaborar planos e 
programas, checar informações, realizar reuniões, entre outros. 
 Indicadores de Processos 
Permitem ao gestor de processos o gerenciamento quantitativo de cada 
processo, estabelecendo níveis ou metas de melhoria que possam ser 
mensurados, indicando o desempenho do processo e o atingimento dos 
resultados organizacionais. 
A ação gerencial em relação aos processos organizacionais permite o 
gerenciamento da eficiência, eficácia e efetividade organizacional. 
Observe no esquema a seguir a visão geral do desdobramento 
estratégico: 
 
 
4 
 
Processo cognitivo e posicionamento estratégico 
Conheça os pontos principais do processo cognitivo: 
 Lembrar o que são planos, programas, projetos e indicadores de 
desempenho 
 Entender como se desenvolvem os planos, programas e projetos 
em cada tema estratégico 
 Aplicar os conceitos do BSC à estratégia organizacional 
 Analisar o impacto e a integração da estratégia nos diferentes 
níveis organizacionais, a interatividade entre as diferentes perspectivas da 
estratégia 
 Sintetizar a estratégia organizacional sob a forma de mapas 
estratégicos vinculados a indicadores de resultado e indicadores de 
desempenho no BSC 
 Classificar as decisões estratégicas nas diferentes perspectivas 
entendendo suas inter-relações 
 
Veja na tabela a seguir uma síntese que relaciona a dimensão do 
conhecimento ao posicionamento estratégico. 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA 1 - ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA 
O processo de elaboração da estratégia é abordado como uma atividade 
exclusiva do nível hierárquico mais alto na organização, também chamado de 
nível estratégico. Por se tratar de um processo que deve ser realizado a muitas 
mãos, o processo da estratégia envolve todos os níveis organizacionais. 
 
Funções do Nível Operacional 
Ao nível operacional cabe a execução da estratégia, metas de longo prazo 
são traduzidas em metas trimestrais, mensais, quinzenais, semanais, horárias e 
muitas vezes em metas de acompanhamento contínuo, segundo a segundo. 
Cabe a este nível a implantação dos programas, a realização dos projetos, a 
melhoria dos processos, a otimização da atividades e tarefas, medindo, 
acompanhando, controlando e avaliando indicadores de desempenho que 
 
 
6 
permitam melhorar a eficiência e a produtividade, manter e melhorar padrões de 
eficácia, que permitam a efetividade da estratégia. 
Tático 
Cabe ao nível tático transformar as orientações estratégicas em planos, 
programas e projetos organizacionais, propondo como as metas e objetivos 
estratégicos podem ser alcançados. Uma vez aprovadas as propostas de 
trabalho, o nível estratégico define diretrizes e políticas a serem seguidas pelo 
nível tático, e isto engloba situações como: crescer em volume de vendas sem 
perder clientes, abrir novos mercados mantendo as margens de lucro, lançar 
novos produtos sem reduzir a qualidade, entre outras. Cabe a este nível 
acompanhar e redirecionar esforços quando os resultados não acontecem 
conforme planejado, ou até mesmo, aumentar as metas se o resultado acontece 
de forma rápida e fácil. 
Estratégico 
Cabe ao nível estratégico pensar a organização a longo prazo, se 
estivermos falando de uma empresa de tecnologia 5 anos à frente, se uma 
empresa de medicamentos 20 anos à frente, se uma empresa de petróleo e 
energia 40 anos à frente, estabelecendo missão, visão e valores, bem como os 
direcionamentos estratégicos da organização, aprovando planos e programas, 
avaliando os resultados da organização via indicadores de desempenho e 
orçamentos, redirecionando a estratégia quando necessário. 
Funções e Níveis Estratégicos 
No processo da estratégia, o nível estratégico direciona as ações, o nível 
tático apoiado pelo nível operacional propões planos, programas e projetos, que 
são aprovados pelos estrategistas, que indicam as diretrizes e políticas a serem 
seguidas, cuja execução da estratégia é realizada pelo nível operacional, com 
supervisão e acompanhamento do nível tático, com avaliação e 
redirecionamentos do nível estratégico. 
É o que chamamos de processo em W da estratégia, como vemos no 
esquema a seguir: 
 
 
7 
 
Uma vez estabelecido o plano geral de trabalho da organização, seus 
gestores passam a ter a incumbência de gerir a implantação da estratégia 
organizacional. Para tanto, é comum que a estratégia seja desdobrada ou 
desmembrada em termos de suas áreas funcionais, em termos de seus 
programas ou projetos específicos. 
Cada organização acaba por fazer uma adequação deste 
desmembramento em função de suas características organizacionais e porte. 
 
TEMA 2 - A HIERARQUIA ENTRE PLANOS, PROJETOS, PROGRAMAS E 
PROCESSOS 
Observe na tabela a seguir a hierarquia entre os itens do planejamento 
estratégico: 
 
 
 
8 
 
Desdobramento do Planejamento Estratégico 
Agora conheça melhor os itens do planejamento estratégico: 
 Planos 
Planos de produção, planos financeiros, planos de marketing, planos de 
qualidade, entre outros, lembrando que sua característica principal é a 
perenidade, ou seja, a duração ao longo do tempo. 
 Projetos 
Projetos de produto, projeto de layout, projetos de internacionalização, 
projetos de fusão, projetos de abertura de novos mercados, lembrando sempre 
que suas principais características envolvem o tempo predeterminado e 
resultado desejado claramente definido. 
 Programas 
De qualidade, de relacionamento com os fornecedores, programas de 
treinamento e desenvolvimento, um programa tem como característica a 
perenidade, porém pode ser aplicado em partes da empresa, pode acontecer ou 
darsuporte a um projeto, tem maior envolvimento dos níveis mais baixos da 
organização em sua execução e implantação. 
 
 
 
9 
 Orçamentos 
O orçamento se constitui em uma das principais ferramentas de gestão 
de planos, programas e projetos, dependendo da organização ele pode ser: geral 
da empresa, por área funcional, por departamentos, por projetos, por programas 
ou por processos. 
 Processos 
Os processos indicam o que deve ser feito, em que sequência deve ser 
feito, por quem deve ser feito, quais os requisitos de qualidade do que deve ser 
feito, tempo para ser feito, estoques a serem mantidos, níveis de produtividade 
e qualidade desejados. 
Para melhor entendimento deste desdobramento tomemos como exemplo 
o Manual de Desdobramento da Estratégia do Ministério Público, observando os 
itens das seguintes páginas: 
 O mapa da estratégia do Ministério Público (pg 12) 
 Os macro desafios da organização (pg 13) 
 Os objetivos determinados para cada tema (pg 13) 
 Os programas elaborados a partir dos desafios (pg 13) 
 As iniciativas (pg 13) 
 A criação de programas a partir das metas regionais (pg 17) 
 Como o programa se alinha com a estratégia (pg 17) 
 O Processo (pg 32) 
 Os indicadores do projeto (pg 33) 
 
Baixe o manual aqui: 
http://www.cnmp.mp.br/portal/images/stories/planejamento_estrategico/D
ocumentos/MANUAL_ALINHAMENTO-MP_1_1.pdf 
 
TEMA 3 - INDICADORES DE DESEMPENHO 
Os Indicadores são utilizados nas organizações como instrumentos de 
gerenciamento organizacional, seja da estratégia, dos planos, programas, 
projetos ou processos organizacionais. 
Um indicador é uma representação quantificável de uma determinada 
característica, seja uma característica qualitativa, quantitativa ou de 
http://www.cnmp.mp.br/portal/images/stories/planejamento_estrategico/Documentos/MANUAL_ALINHAMENTO-MP_1_1.pdf
http://www.cnmp.mp.br/portal/images/stories/planejamento_estrategico/Documentos/MANUAL_ALINHAMENTO-MP_1_1.pdf
 
 
10 
desempenho, que fornecem subsídios para o acompanhamento e avaliação da 
estratégia, facilitando a tomada de decisão e a priorização de ações. 
Os indicadores podem ser classificados entre indicadores de controle e 
indicadores de desempenho. 
Indicadores de Controle 
Dependendo da organização, indicadores de controle são denominados 
de itens de controle, são indicadores quantitativos geralmente de caráter 
operacional, que medem o atingimento das metas quantitativas da organização, 
se baseando em: 
 Total de clientes atendidos 
 Receita total 
 Total de reclamações 
 Total de devoluções 
 Total de horas de treinamento 
Indicadores de Desempenho 
Já os indicadores de desempenho, em algumas organizações são 
denominados de indicadores de resultado. São indicadores qualitativos, que 
podem avaliar o desempenho de processos e o desempenho organizacional 
(estratégico). Normalmente, relacionam duas grandezas indicando seu 
atendimento. 
 % Rentabilidade = Lucro / Vendas totais 
 % Inadimplência = Clientes em atraso / vendas totais 
 % Satisfação dos clientes = Número de clientes satisfeitos / total de 
cliente atendidos 
 Eficácia dos treinamentos 
 Clima organizacional 
 
Para termos um bom conjunto de indicadores de desempenho em uma 
organização, é importante que se estabeleçam alguns critérios para os 
Indicadores. 
 
 
11 
 
 Seletividade ou importância 
Ser objetivo e captar uma característica importante da estratégia, 
processo ou produto. Neste item vale a máxima, “é preferível os poucos vitais do 
que os muitos triviais”, ou seja, é preferível que tenhamos poucos indicadores 
que indiquem o estado real da organização, do que muitos indicadores que não 
expressem o que está acontecendo 
 Simplicidade e clareza 
Fácil compreensão e aplicação em diversos níveis da organização numa 
linguagem simples e acessível. Indicadores complexos e de difícil entendimento 
tendem a ser menosprezados por aqueles que não entendem seu 
funcionamento, sem falar que podem gerar dúvidas quanto a sua geração e 
interpretação; 
 Abrangência 
Suficientemente representativo em termos estatísticos, retratando o 
verdadeiro desempenho da estratégia, processo ou produto. O indicador espelha 
a realidade de todo o processo? Do departamento? Da empresa? 
 Comparabilidade 
Fácil de comparar com referenciais apropriados (benchmarks) tais como 
melhor concorrente, ramo de atividade, outros setores ou divisões da empresa 
 Rastreabilidade 
Permite o registro e a adequada manutenção e disponibilidade dos dados, 
incluindo os responsáveis envolvidos, é possível encontrar dados sobre: data de 
 
 
12 
fabricação, turno, operador, fornecedor de matéria-prima, lote de fabricação, 
validade do produto, entre outros 
 Estabilidade 
Gerado de forma disciplinada com base em procedimentos padronizados 
incorporados às atividades da organização. 
 
TEMA 4 - MAPAS ESTRATÉGICOS E O BSC 
Sobre o fracasso das estratégias organizacionais, Kaplan e Norton nos 
dizem: 
“Na maioria dos casos – estimamos que em 70% dos casos – o verdadeiro 
problema não é a estratégia, a má estratégia... é a má execução da estratégia” 
(2004, p.6). 
Dentro desta perspectiva, os autores em suas pesquisas procuraram 
estabelecer um conjunto de teorias que pudessem melhorar o desempenho 
operacional da estratégia, ou seja, sua execução, implantação, controle e 
acompanhamento, e para tanto criaram dois conjuntos teóricos que envolvem o 
Balanced Scorecard – BSC (Sistema balanceados de indicadores de 
desempenho) e os Mapas Estratégicos. 
O BSC é uma etapa de um processo contínuo, em que se descreve o que 
é e como se cria valor em uma empresa. Ele pode representar toda a estratégia 
ou temas estratégicos para a organização, envolvendo planos, programas e 
projetos que sejam prioritários. 
Já um mapa estratégico é uma representação visual das relações de 
causa e efeito entre os componentes da estratégia de uma organização; é tão 
importante quanto o BSC para os executivos que tomam decisões e que 
acompanham a execução da estratégia organizacional (KAPLAN E NORTON, 
2004, p. 10). 
O conceito do BSC nos indica que o valor a longo prazo para os acionistas 
é gerado por quatro perspectivas do negócio que envolvem diferentes aspectos 
organizacionais. 
Vamos conhecê-los: 
Perspectiva financeira: 
Para Kaplan e Norton (2004) o resultado financeiro da estratégia é 
realizado de forma bastante simples e envolve dois aspectos: (i) vender e (ii) 
gastar menos, ou seja, com estratégias para o crescimento das vendas (novos 
 
 
13 
produtos, novos mercados e novas funcionalidades ou serviços agregados) e 
com estratégias de aumento da produtividade da organização (reduzindo custos, 
melhor uso dos ativos, reduzindo desperdícios, gerenciando a capacidade 
organizacional. 
Perspectiva do cliente 
Para os autores toda a estratégia organizacional deve estar baseada em 
uma proposição de valor diferenciada para o cliente ou mercado alvo pretendido, 
e isto envolve: satisfação dos clientes, retenção dos clientes, conquista de 
clientes, rentabilidade dos clientes, participação de mercado e participação nas 
compras dos clientes. 
Perspectiva dos processos internos 
A criação de valor de uma organização se dá por meio de seus processos 
internos de negócio, e isto envolve: (i) Processos de gestão operacional 
(compras, produção, estoques, qualidade e risco operacional); (ii) Processos de 
gestão de clientes ( Seleção, conquista, retenção e aumento dos negócios com 
os clientes); (iii) Processos de inovação (desenvolvimento de novos produtos, 
melhoria de produtos, novas funcionalidades, desenvolvimento de novos 
mercados) e (iv) Processos regulatórios e sociais (meio ambiente, segurança e 
saúde, práticas trabalhistas e investimentos na comunidade) 
Perspectiva de aprendizado e crescimento 
Esta perspectiva descreve os ativos intangíveis da organizaçãoe seu 
papel na execução da estratégia, e isto envolve: (i) capital humano 
(disponibilidade, habilidades e competências da mão de obra para sustentar a 
estratégia); (ii) capital da informação (disponibilidade de sistemas, redes, 
tecnologia da informação para apoiar a estratégia); e (iii) Capital organizacional 
(a capacidade da organização de mobilizar e sustentar o processo de mudança 
imprescindível para a execução da estratégia). 
O mapa estratégico de uma organização tem como objetivo fornecer uma 
representação visual de seus objetivos nas quatro perspectivas do BSC, 
ilustrando como os ativos intangíveis da organização (pessoas, informação e 
conhecimento organizacional) se ajustam aos ativos tangíveis. 
 
 
14 
Observe a seguir a representação gráfica de um mapa estratégico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Produção dos Ativos Intangíveis 
A prontidão dos ativos intangíveis representa a capacidade de resposta 
da organização às mutações do seu ambiente externo. 
Quanto mais preparados, maior a probabilidade de que estes ativos 
consigam a redução de custos e o aumento de receitas que viabilizam a 
estratégia. Ou seja, a liquidez de um empreendimento é medida por sua 
capacidade de transformar os ativos tangíveis em lucro, e isto só possível com 
ativos intangíveis acima da média. 
Um mapa estratégico, quando acrescido de indicadores de resultado e 
indicadores de desempenho, passa a dimensionar a estratégia em termos 
gerenciáveis, ou seja, o BSC traduz os objetivos do mapa estratégico em 
indicadores e metas, em iniciativas estratégicas que permitem o sucesso da 
estratégia. 
Observe o gráfico a seguir sobre a prontidão e liquidez dos ativos 
intangíveis: 
 
 
15 
 
Indicadores de Desempenho 
Um plano, programa ou projeto pode ser considerado uma iniciativa 
estratégica da organização. 
O lado esquerdo do mapa estratégico nos mostra como cada perspectiva 
do BSC irá contribuir para o resultado da estratégia. Os indicadores nos mostram 
os resultados esperados no lado direito do mapa, bem como os prazos, 
responsabilidades e orçamentos destinados a execução da estratégia. 
 
 
16 
A seguir analise a relação entre o mapa estratégico e o BSC: 
 
TEMA 5 - BSC PARA ESTRATÉGIAS DE CUSTO OPERACIONAL BAIXO 
Este tópico de estudos tem relacionamento direto com a estratégia 
competitiva de Michael Porter de excelência operacional ou estratégia de baixo 
custo operacional. 
Sem operações excelentes, qualquer empresa terá problemas na 
execução da estratégia. Porém, neste caso, o foco da estratégia está em gerir 
quatro importantes processos nas organizações: 
 Desenvolver e sustentar relacionamentos com fornecedores 
 Produzir produtos e serviços excelentes e a baixo custo 
operacional 
 Distribuir e entregar estes produtos e serviços aos clientes 
permitindo a prática de preços mais baixos e/ou maiores margens de lucro nas 
operações 
 Gerenciar os riscos inerentes a operação 
 
Para Kaplan e Norton (2004), este tipo de estratégia de negócios privilegia 
o lado esquerdo do mapa estratégico, ou seja, seu foco está na melhoria da 
produtividade dos ativos organizacionais, reduzindo custos e aumentando a 
utilização dos ativos. 
 
 
17 
Na perspectiva do cliente, a operação preocupa-se em fornecer o melhor 
produto, ao melhor preço, com qualidade compatível, disponibilizando-o a maior 
parte dos mercados possíveis, permitindo aos clientes selecionar o produto em 
uma ampla gama de revendedores, encontrando nele as melhores 
funcionalidades compatíveis com seu desempenho, qualidade e custo. 
Resultados Esperados 
 Preços competitivos, mais baixos que os preços da concorrência, 
ou então, possibilidades de margens maiores 
 Baixo custo de suprimentos garantidos por parcerias de longo 
prazo com fornecedores 
 Qualidade perfeita, um produto confiável, isento de defeitos e com 
baixos índices de assistência técnica 
 Rapidez e pontualidade na entrega do produto e no atendimento de 
demandas de assistência técnica 
 Complementariedade do portfólio, um conjunto de produtos e 
serviços, agrupados em linhas de produtos com opcionais e funcionalidades 
adicionais 
 Maximização no uso dos ativos, visando a utilização das máquinas 
e equipamentos, se possível, as 24 horas do dia, sete dias por semana 
 Mão-de-obra qualificada e altamente treinada, trabalho em equipe 
e aprendizado baseado na prática 
 Cultura de resolução conjunta de problemas, como uso de técnicas 
e ferramentas da qualidade 
 Planos e grupos de melhorias contínuas, programas de qualidade 
em pleno funcionamento 
 
Indicadores de desempenho para uma estratégia de excelência 
operacional 
Para este tipo de estratégia, é comum que se utilizem uma série de 
indicadores de desempenho e controle, como mostra a tabela a seguir. 
 
 
18 
 
BSC para Estratégias de Liderança de Produto 
Segundo Kaplan e Norton (2004), uma estratégia de liderança de produto 
tem como principal meta desenvolver produtos e serviços que permitam à 
empresa se diferenciar em dois aspectos: a seleção de clientes e mercados alvo 
e o desenvolvimento de funcionalidades no produto e serviço que lhe permitam 
selecionar clientes, manter a vantagem competitiva, auferir margens de lucro 
diferenciadas, entre outras vantagens. 
A seguir para conheça os aspectos envolvidos na perspectiva de seleção 
de clientes e mercados alvo: 
 Foco na invenção, no desenvolvimento de produtos para novos 
mercados, para os clientes atuais e para a ampliação de mercados 
 Sistemas gerenciais voltados para a medição e acompanhamento 
das novas linhas de produtos 
 Cultura organizacional voltada para a criatividade, para a 
imaginação, para a renovação dos modelos mentais, para a criação de um futuro 
novo e inimaginável 
 Uma estrutura flexível, ajustável, empreendedora que busca e 
oferece o novo 
Funcionalidades do produto 
Já sob o ponto de vista de desenvolvimento de funcionalidades do produto 
podemos ressaltar outros aspectos. 
 Geração contínua de novos produtos e serviços 
 
 
19 
 Oferecimento de produtos com funcionalidades que excedem as 
expectativas dos clientes, que elevam o nível de desempenho, que vão além do 
esperado 
 O objetivo da estratégia é ofertar o melhor produto do mercado, a 
maior velocidade, o melhor desempenho, o maior número de opcionais, a maior 
possibilidade de personalização 
 Os processos de pesquisa e desenvolvimento apressam o ciclo de 
vida dos produtos e serviços existentes, gerando novas demandas e novos 
padrões de comparação para com os clientes 
 
Empresas adotantes desta estratégia focam seus processos internos no 
desenvolvimento de pesquisa básica, que promove novos avanços científicos e 
tecnológicos, aprimorando desta forma a sua linha de produtos e serviços, 
buscando identificar novas oportunidades de negócios, ampliar o portfólio de 
produtos, projetando produtos e serviços de maneira contínua, rápida e mais ágil 
do que o seu grupo de concorrentes diretos. 
Estratégias de Inovação do Produto 
A estratégia de inovação resulta em uma proposta de valor para o cliente, 
baseada em produtos de alto desempenho (Apple, Rolls Royce), que permite a 
empresa galgar postos de liderança de mercado, que permite a expansão dos 
produtos e serviços a novos mercados, antecipando-se as necessidades dos 
clientes, criando nos clientes novas necessidades e desejos. 
 Na perspectiva interna do negócio a organização precisa 
estabelecer processos de gerenciamento do mix de produtos, formas de 
expansão da linha de produtos, bem como estabelecer que funcionalidades 
serão agregadas a cada linha de produtos. 
 Na perspectiva de aprendizado e crescimento surge a necessidade 
do desenvolvimento de habilidades multidisciplinares nas pessoas que farão 
parte da equipe, bem como o desenvolvimento de uma cultura de apoio e 
incentivo a criatividade e a inovação, sem falarno desenvolvimento de 
tecnologias da informação que permitam explorar, integrar e acelerar a chegada 
do produto ao mercado. 
 
 
 
 
 
20 
Processo de Inovação 
Outro aspecto importante a ser considerado diz respeito ao processo de 
inovação. A estratégia de inovação de produtos permite a empresa a geração de 
novas vantagens competitivas, porém é a que apresenta maiores riscos para o 
negócio, por conta dos seguintes fatores: 
 Alto custo de investimentos 
 Mão-de-obra especializada 
 Incerteza do sucesso 
 Evolução e ciclo de vida da tecnologia ou do produto desenvolvido 
 Ação da concorrência 
 Padrões de tecnologia a serem utilizados 
 Legislação 
 Aprisionamento com a tecnologia desenvolvida 
 
BSC para Estratégias de Relacionamento com o Cliente 
 Durante muito tempo, tudo o que era produzido pelas organizações 
era consumido pelo mercado, realidade que durou até meados da década de 
1980. A partir daí a curva de demanda de muitos produtos e serviços se alterou, 
passamos a ter excesso de oferta e com isso o cliente passa a ser ouvido, suas 
necessidades começam a dar o tom da conversa em muitos setores, é a era do 
cliente como rei. 
 A partir desta nova economia, o relacionamento com o cliente 
passa a ser importante, os processos de gestão operacional (custos) e os 
processos de inovação (desenvolvimento de produtos) deixam o foco principal 
para serem coadjuvantes no processo de atendimento das necessidades dos 
clientes. 
 Muitas empresas, como a Dell Computers, permitem aos seus 
clientes a personalização de seus produtos, as montadoras de veículos 
procuram atender seus clientes de forma customizada através de opcionais 
padronizados, outras como a Rolls Royce personalizam o produto ao extremo. 
 Empresas adotantes da estratégia de relacionamento com o cliente 
focam suas possibilidades de crescimento, no aumento das oportunidades de 
receita (novos produtos para os clientes existentes) e no aumento do valor para 
os clientes (novos produtos e novas funcionalidades para os clientes existentes). 
 
 
21 
 Por esta perspectiva importam mais os relacionamentos com o 
cliente, os serviços ofertados, as parcerias realizadas, a valorização da imagem 
da marca do negócio. Em outras palavras, os processos de seleção, conquista, 
retenção e crescimento dos clientes são determinantes da estratégia. 
 
Estratégia de Solução Total 
Para Herrero Filho (2005), uma estratégia de intimidade com o cliente 
envolve uma perspectiva de solução total para o mercado alvo pretendido, 
podendo ser analisada de duas maneiras. 
 Descrição da Proposta de valor 
Praticam a solução total as empresas que se empenham em conhecer os 
negócios de seus clientes. Elas desenvolvem soluções específicas para seus 
clientes, e não produtos genéricos para o mercado de massa. Elas aperfeiçoam 
constantemente seus produtos e serviços, para satisfazer as necessidades dos 
clientes a um custo razoável e não estão preocupadas com transações, mas sim 
em relacionamentos de longo prazo com os clientes. (HERRERO FILHO, 2005, 
p.112) 
 Características do modelo operacional 
Uma cultura que valoriza o gerenciamento de relacionamentos, foco no 
desenvolvimento de produtos, foco em processos de atendimento ao cliente, 
qualidade assegurada e empowerment, a delegação de funções e tomada de 
decisão por quem atende ao cliente. Os sistemas gerenciais são voltados à 
criação de resultados para os clientes e desenvolvimento de soluções 
específicas para cada cliente, e não em soluções genéricas para um 
determinado mercado. (HERRERO FILHO, 2005, p .112) 
Processos de Gestão de Clientes 
Kaplan e Norton (2004) reforçam que os processos de gestão de clientes 
envolvem quatro processos básicos. 
1. Selecionar clientes 
Identificar segmentos de clientes atraentes para a empresa, elaborar 
proposições de valor específicas a esses segmentos e criar uma imagem de 
marca que atraia clientes desses segmentos para os produtos e serviços da 
empresa. É importante que se verifiquem aspectos de segmentação que 
envolvam: Intensidade de uso (intenso, leve, moderado), benefícios almejados 
 
 
22 
(preço, serviço, status, desempenho, relacionamento), Fidelidade (nenhuma, 
moderada, forte, comprometida), Atitude (insatisfeito, satisfeito, encantado). 
2. Conquistar clientes 
Comunicar a mensagem ao mercado, atraindo clientes potenciais e 
convertendo os clientes potenciais em clientes efetivos. Devem ser levados em 
consideração aspectos tais como: fatores demográficos (idade, renda, riqueza, 
gênero, ocupação), fatores geográficos (país, região, contexto urbano e rural), 
Estilos de Vida (orientado para o valor, orientado para o luxo ou orientado para 
o custo). 
3. Reter clientes 
Garantir a qualidade, corrigir os problemas e transformar os clientes em 
fãs ardorosos, altamente satisfeitos. Para conseguir este objetivo é comum que 
se pensem em programas de relacionamento com o cliente, cartão fidelidade, 
benefícios na compra adicional, benefícios na troca de produtos, entre outros. 
4. Cultivar o relacionamento com os clientes 
Conhecer os clientes, construir relacionamentos com eles, aumentar a 
participação da empresa nas atividades dos clientes. Envolve o desenvolvimento 
de bons sistemas de informação com dados sobre o desempenho do produto no 
cliente, vendas cruzadas, treinamento para o uso, entre outros. 
Mesmo empresas adotantes de outras estratégias organizacionais, como 
a estratégia de excelência operacional (custo baixo) ou da estratégia de inovação 
(desenvolvimento de produtos), não esquecem da boa gestão da carteira de 
clientes por que o relacionamento com o cliente gera novas fontes de receita, 
aumenta as receitas por cliente, eleva a rentabilidade dos clientes e melhora a 
produtividade das vendas. 
A estratégia de relacionamento também força o desenvolvimento de 
competências estratégicas voltadas ao relacionamento, a criação de programas 
de treinamento e retenção de talentos na organização, ao desenvolvimento de 
sistemas integrados de informação, a intensificação do compartilhamento de 
conhecimentos e informações, ao alinhamento dos objetivos individuais dos 
funcionários com as estratégias da organização. 
BSC para Processos Regulatórios e Sociais 
A elaboração de um mapa estratégico voltado para os processos 
regulatórios e sociais nos remete ao termo stakeholders, aqui entendido como 
todos as partes interessadas nos resultados organizacionais, ou seja: a 
 
 
23 
sociedade, os acionistas, o governo, a comunidade, o meio ambiente, os 
clientes, entre outros. 
Trata-se um processo de reconhecimento das responsabilidades da 
organização para com os empregados e a saúde ocupacional dos mesmos, com 
os cidadãos e as comunidades nas quais a empresa está inserida, com a 
capacidade da organização em crescer e prosperar atuando de forma recíproca 
com a sociedade e a comunidade, reduzindo o impacto ambiental de suas ações, 
atuando como parceira na redução das desigualdades sociais e no respeito a 
legislação vigente. 
Este tipo de posicionamento significa reduzir os custos associados ao 
negócio, transformando-os em fatores de atração de clientes e investidores. 
A responsabilidade social e ambiental das organizações é cada vez mais 
cobrada dos gestores organizacionais, por isso trata-se de pensar as estratégias 
de modo que aspectos como meio ambiente, segurança e saúde do trabalhador, 
empregabilidade e comunidade sejam integrados às decisões organizacionais. 
O Prêmio Nacional de Qualidade – PNQ e o Instituto Ethos de 
Responsabilidade Social têm atuado como fomentadores desta nova postura 
organizacional, onde o retorno financeiro ao acionista deve estar vinculado à 
responsabilidade social e ambiental do negócio. 
Quando as organizações atendem a este tipo de demanda, é comum que 
se obtenham: 
 Reduções de custos operacionais 
 Diferenciação de produtos(Natura, por exemplo) 
 Geração de diferenciais competitivos em relação a concorrência 
 Redefinição do modelo de negócios com base na responsabilidade 
social e ambiental 
Esta estratégia envolve ainda aspectos relacionados à segurança e saúde 
dos trabalhadores, investimentos na comunidade local, práticas trabalhistas 
realizadas em parcerias com os sindicatos e desenvolvimento da comunidade 
onde está inserida, com programas de qualificação da mão de obra, investimento 
em escolas, programas de conscientização ambiental, entre outros. 
Os processos regulatórios e sociais por si só não se constituem em uma 
estratégia organizacional, porém pensar o negócio na atualidade sem levar em 
consideração estes processos podem ser considerados um suicídio gerencial e 
estratégico. 
 
 
24 
Os clientes estão cada vez mais antenados e engajados em causas 
sociais e ambientais e conscientes de sua capacidade de pressão sobre os 
fornecedores de produtos e serviços! 
Problematização 
Uma empresa fabricante de móveis pretende reorganizar a fabricação de 
sua linha de cadeiras de modo a diminuir o tempo de fabricação do produto. 
Desta forma, contratou uma empresa de consultoria para realizar esta atividade 
no período de 6 meses. Como vai utilizar a técnica PERT/CPM, fez um 
levantamento de como a cadeira é produzida, de acordo com a tabela: 
Sequência de Ações 
Ações 
Antecessoras 
Tempo de 
Duração 
A – Compra e Entrega de Matéria Prima Não há 2 dias 
B – Corte e Preparação da Madeira A 1 dia 
C – Preparação da Estrutura Metálica A 3 dias 
D – Acabamento da Madeira B 4 dias 
E – Pintura da Base C 4 dias 
F – Controle de Qualidade da Madeira D 5 dias 
G – Controle de Qualidade da Estrutura Metálica E 2 dias 
H – Montagem e Embalagem F e G 5 Dias 
F – Controle de Qualidade da MadeiraF – Controle de Qualidade da Madeira 
Em relação aos dados da tabela, analise as afirmações a seguir: 
I – A revisão do processo de fabricação dos produtos com a técnica 
PERT/CPM pode ser considerada um projeto desta empresa 
II – A tabela demonstra o processo de fabricação de cadeiras desta 
empresa 
III – A sequência de ações realizadas de A até H indica a sequência de 
atividades para se fabricar uma cadeira 
IV – O tempo de duração em dias indica a forma de medição de cada 
atividade do processo 
V – Para a realização da sequência de ações de A até H podem ser 
necessários outras tarefas não descritas nesta tabela 
 
 
 
 
 
 
25 
Agora, assinale a alternativa CORRETA: 
a) A opção III indica tarefas e não atividades para a fabricação de cadeiras 
b) A opção I não é um projeto, é um programa 
c) A opção II não é um processo, mas um projeto 
d) Todas as alternativas estão erradas 
e) Todas as alternativas estão corretas 
 
SÍNTESE 
O desdobramento estratégico envolve dois extremos de um continuum, a 
padronização e/ou personalização dos produtos e serviços da organização. 
Agora veja os detalhes: 
 Quanto mais padronizadas as operações de uma organização 
(televisores, livros, restaurante fast food), maior a possibilidade que a estratégia 
contemple a excelência operacional baseada em operações de baixo custo. 
 Em operações situadas no meio dos extremos encontraremos as 
organizações voltadas a busca de diferenciais competitivos baseados na 
inovação, no relacionamento com o cliente, preocupadas com geração contínua 
de novos diferenciais competitivos. 
 Já no outro extremo do continuum teremos as organizações 
baseadas na personalização pura (navios, clínicas de estética e cirurgia plástica) 
onde as possibilidades de personalização têm início na fase de projeto do 
produto ou serviço. 
 
Em termos de estratégia organizacional não existem “impossibilidades” 
estratégicas. Cada organização procura estabelecer sua própria estratégia, 
cabendo aos mapas estratégicos a facilitação do processo de entendimento da 
estratégia. Ao BSC e a seus indicadores de desempenho, cabe a tarefa de 
indicar as relações causais, do bom ou mau desempenho da estratégia a partir 
de indicadores financeiros, comerciais (perspectiva do cliente), dos processos 
internos e da perspectiva do aprendizado organizacional. 
 
Continuum Estratégico 
Observe no gráfico a seguir a visão detalhada do continuum estratégico. 
 
 
26 
 
Pontos Importantes 
 Seja qual for o modelo estratégico utilizado cabe lembrar sempre 
que os processos regulatórios e sociais estão cada vez mais interligados com a 
estratégia. 
 Outro aspecto a ser considerado envolve o relacionamento com os 
clientes, sejam em estratégias de baixo custo ou inovação, o cliente ainda é o 
foco central da estratégia. 
 É um erro pensar que empresas focadas em custos não se 
preocupam com a inovação, pois a própria inovação tende a movimentar as 
peças do tabuleiro, de modo que organizações sejam mais ou menos 
competitivas em função de sua capacidade de desenvolver novos produtos, 
processos e tecnologias produtivas. 
 Cabe às organizações determinarem qual o modelo estratégico 
mais adequado ao seu ambiente competitivo e ao seu grupo de competências 
distintivas (pontos fortes). 
 
REFERÊNCIAS 
ANGELONI, M.T.; MUSSI, C.C. (org). Estratégias: formulação, 
implementação e avaliação: O desafio das organizações contemporâneas. 
São Paulo: Saraiva, 2008 
 
 
27 
COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica. São Paulo: Saraiva, 
2005. 
HERRERO FILHO, Emílio. Balanced Scorecard e a gestão estratégica: 
uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
FLEURY, A. C. C.; FLEURY M.T.L. Estratégias empresariais e 
formação de competências. São Paulo: Atlas, 2000. 
JOHNSON, Gerry. Explorando a estratégia corporativa. Porto Alegre: 
Bookman, 2007. 
KAPLAN, Robert; NORTON, David P.; Mapas estratégicos – Balanced 
Scorecard: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2004. 
MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P. Administração da 
Produção. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006 
MINTZBERG, Henry. Ascensão e queda do planejamento estratégico. 
Porto Alegre: Bookman, 2004. 
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.W.; LAMPEL, J.; Safari de estratégia: 
um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 
2000. 
MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL, S.; O processo 
da Estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre: 
Bookman, 2006. 
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia Empresarial e 
vantagem competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. São Paulo: 
Atlas, 2005. 
PENG, M. Estratégia Global. São Paulo: Thompson Learning, 2008. 
PORTER, Michael. Estratégia Competitiva: técnicas para a análise de 
indústrias e concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
PORTER, M.; MONTGOMERY, C.; Estratégia: a busca da vantagem 
competitiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 1998. 
SOLINO, Antônia da Silva; EL-AOUAR, Walid Abbas. O processo de 
tomada de decisões estratégicas: entre a intuição e a racionalidade. 
Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, V. 08, no. 3, 
julho/setembro 2001. 
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 ed. Rio 
de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO 
ESTRATÉGICA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elton Ivan Schneider 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta rota de aprendizagem, vamos discutir a importância da tomada de 
decisão estratégica. O estrategista, para realizar a tomada de decisão, já 
analisou o negócio e seu ambiente através da realização do diagnóstico 
estratégico (SWOT combinada com ferramentas de análise priorização de 
ações) e já verificou as possibilidades estratégicas, entendendo o que são 
estratégias competitivas e estratégias corporativas. 
IMPORTANTE: a tomada de decisões estratégicas em uma organização 
envolve o seu posicionamento estratégico, ou seja, a forma como a 
organização irá enfrentar asincertezas e ambiguidades de seu ambiente de 
negócios. 
 
Posicionamento Estratégico 
O posicionamento estratégico envolve decisões a respeito do negócio 
frente as suas forças competitivas (clientes, fornecedores, concorrentes, novos 
entrantes e produtos substitutos), que serão derivadas para seus processos 
internos de gestão (finanças, clientes e mercados, processos internos e 
aprendizagem), direcionando os planos e programas organizacionais que serão 
orientados pela missão, visão, valores e princípios organizacionais. 
Observe a representação gráfica do posicionamento estratégico a seguir. 
 
Problematização 
A franchising permite que o franqueador aumente sua base de atuação 
com maior intensidade do que seria possível se dependesse apenas de recursos 
 
 
3 
próprios para instalar, operar e gerir novas unidades. O fenômeno ocorre porque 
o franqueador faz uso daquilo que os estadunidenses denominam O.P.M. (other 
people’s money, ou seja, o dinheiro dos outros), situação em que os franqueados 
bancam os custos de implantação, operação e de gestão das respectivas 
unidades. 
Além disso, a franchising reduz a necessidade de o franqueador recrutar, 
selecionar e contratar pessoal, em particular gerentes que sejam capazes de 
administrar essas novas unidades, muitas vezes geridas pelos próprios 
franqueados. 
Por meio da franchising, o franqueador pode, adicionalmente, ingressar 
em mercados nos quais dificilmente entraria se dependesse de seus recursos 
próprios, sejam financeiros ou humanos. Para isso, conta com a presença física 
e o conhecimento do franqueado sobre os hábitos e a cultura da região onde 
vive e trabalha. 
ARAÚJO, A. P. B. Franchising. Disponível em: 
<http://www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em: 17 jul. 2012 (adaptado). 
E você se lembra da matriz a seguir? Ela representa os componentes do 
vetor de crescimento e é conhecida como matriz de produtos e mercados ou 
Matriz de Ansoff. 
 
 
 
Após ler o texto e relembrar a matriz, analise o seguinte estudo de caso: 
Suponha que uma empresa franqueadora do setor de lanchonetes 
deseje ampliar negócios sem modificar os princípios negociais 
habitualmente praticados. A partir do texto e dos quatro quadrantes da 
matriz de componentes do vetor de crescimento apresentada acima, qual 
das alternativas de crescimento seria mais pertinente ao caso? 
a) Desenvolvimento de produto e diversificação. 
 
 
4 
b) Desenvolvimento de mercado e diversificação. 
c) Penetração de mercado e diversificação. 
d) Penetração de mercado e desenvolvimento de produto. 
e) Penetração de mercado e desenvolvimento de mercado. 
Feedback da resposta correta (E): Uma estratégia de abertura de 
franquias permite ao negócio manter uma série de características que são 
consideradas essenciais em seus produtos e serviços. O franqueado se submete 
as condições do franqueador, porém entra com o capital necessário para a 
abertura do negócio, podendo ser até mesmo considerada uma estratégia de 
parceria de negócios. Quando acontece um acordo entre franqueador e 
franqueado, a nova parceria permite ao franqueador ampliar o seu mercado, 
tanto em novos mercados quanto em mercados existentes com seus produtos e 
serviços atuais, ou seja, permite a penetração e o desenvolvimento de mercado. 
Empresas como McDonalds e Burger King adotam esta estratégia até mesmo 
na busca de mercados internacionais, ou seja, em estratégias de 
internacionalização de seus negócios. 
 
TEMA 1- RACIONALIDADE E DECISÃO 
No escopo desta disciplina, procuraremos demonstrar a racionalidade 
como existente e possível no processo de elaboração e tomada de decisões 
estratégicas em uma organização. 
Nos ambientes de incerteza e de constante mudança em que vivem as 
organizações, torna-se praticamente impossível afirmar que as decisões 
estratégicas sejam totalmente racionais. 
Apesar de serem guiadas pela racionalidade, elas são permeadas pela 
intuição de seus gestores e decisores. 
Veja a seguir o esquema de fatores que influenciam a decisão, tanto da 
parte do decisor quanto da organização. 
 
 
5 
 
O Estrategista Organizacional 
O posicionamento estratégico de uma empresa corresponde um conjunto 
de decisões tomadas pelo gestor estratégico, mais racional ou mais intuitivo 
dependendo de cada organização. 
Não se trata de analisar a tomada de decisão como certa ou errada, até 
por que seus efeitos e consequências só podem ser medidos a posteriori. 
O estrategista organizacional esmera sua intuição em processos de 
estudo e aprendizagem sobre suas capacidades, habilidades e comportamentos, 
que necessitam ainda da compreensão da organização e de sua filosofia, de sua 
forma de decidir e de seu processo decisório em si. 
Intuição e racionalidade são faces de uma mesma moeda, mas o processo 
decisório da organização prima pela realização da tomada de decisão mais 
racional e processual. Por isso, nesta disciplina de administração estratégica, 
valorizam-se os métodos e técnicas que permitem ao gestor reduzir a incerteza 
e a ambiguidade sobre a tomada de decisão. 
O estrategista aprimora sua capacidade de administração, suas 
habilidades conceituais, seu comportamento informacional e decisório de modo 
a compreender a filosofia do negócio, perpetuando-a. 
Suas decisões operacionais, administrativas e estratégicas baseiam-se 
em um processo que otimize suas decisões. Em outras palavras, gerir um 
negócio significa tomar decisões; e tomar decisões é a essência do 
gerenciamento. 
 
 
 
 
6 
Posicionamento Estratégico e Tecnologia 
O desenvolvimento da capacidade informacional do gestor estratégico 
torna-se uma necessidade premente no contexto organizacional do século XXI. 
A evolução tecnológica das organizações, principalmente quanto às 
tecnologias da informação e comunicação, exigiu que o gestor estratégico 
aprendesse a separar os dados existentes e registrados, transformando-os em 
informação e conhecimento para a tomada de decisão. 
As transformações ocasionadas pela evolução tecnológica têm criado 
novas estruturas organizacionais, novas formas de trabalho, novos modelos de 
negócios, novas formas de participação e novas culturas administrativas e 
organizacionais, emergindo delas um novo gestor mais competente, dinâmico e 
arrojado dos que os anteriormente testados e considerados como bons gestores. 
Fatores Fundamentais da Estratégia 
O fato que torna este processo menos caudaloso é que sabemos que 
algumas coisas não mudaram e talvez nunca mudem, como os seguintes fatores 
fundamentais: 
• Manter a empresa viva e funcionando 
• Viabilidade e retorno financeiro 
• Criatividade 
• Inovação e flexibilidade 
• Competitividade e redução de custos 
• Satisfação dos clientes e ganhos de mercado 
• Responsabilidade social, ambiental e sustentabilidade 
organizacional 
 
Conseguindo estes objetivos, os gestores estratégicos continuarão a 
tomar decisões, caso contrário, novos decisores serão levados aos postos mais 
altos organização. 
 
TEMA 2 - MISSÃO E VISÃO EMPRESARIAL 
A administração estratégica de um negócio consiste em um processo 
sequencial lógico de análises e escolhas que pode aumentar as chances de um 
gestor ou de uma equipe de gestores estratégicos tomarem decisões acertadas 
em uma organização, gerando vantagens competitivas que sejam duradouras. 
 
 
7 
O início do processo estratégico se dá com a definição da missão e visão 
da organização. 
Missão 
A missão organizacional procura expressar as habilidades e capacidades 
de uma organização (seus pontos fortes), demonstrando a realidade atual e 
futura da organização de forma compreensível, exprimindo o espírito da 
organização, motivando seus colaboradores para a realização da estratégia e 
para o atendimento e satisfação dos clientes atuais e futuros da organização. 
Visão 
A visão empresarial nos remete à visualização de um cenário futuro para 
a

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