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ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA AULA 6 Prof. Elton Ivan Schneider 2 CONVERSA INICIAL Ao tratarmos do dimensionamento da estratégia, estamos falando do processo de mudança necessário para que aconteça a transformação organizacional planejada no processo da estratégia. Dimensionar o processo de mudança organizacional envolve três aspectos de mudança: o tamanho, a intensidade e a velocidade. Cada negócio sofre o impacto destas três forças de formas diferentes. Quando nos referimos ao tamanho da mudança, dimensionamos quais são as áreas do negócio mais afetadas pela proposta estratégica: vendas, produção, tecnologia, processo produtivo, linha de produtos, capacitação da mão-de-obra, nova cultura e novos valores organizacionais são alguns exemplos. Quanto à intensidade, nos perguntamos: o dimensionamento significa uma ruptura estratégica, a continuidade da estratégia com pequenos ajustes, uma inovação estratégica ou uma imposição do mercado ao negócio? Já no aspecto da velocidade, estamos nos referindo à velocidade de mudança do ambiente e o nível de exigência de adaptabilidade da organização. Mercados de produtos onde a tecnologia é fator chave de sucesso, por exemplo, obrigam as organizações a encarar mudanças constantes. Já em mercados de energia, telefonia e telecomunicações, uma decisão estratégica pode resultar em muitos anos de utilização de uma única tecnologia. Para Mintzberg (2006), nem todas as estratégias pretendidas pela organização acabam sendo realizadas. A intensidade, a velocidade e o tamanho da mudança podem fazer com que novas estratégias emergentes acabem surgindo. O grande desafio dos gestores está em perceber o momento de abandonar a estratégia atual e abrir espaço para a nova estratégia. Nem sempre os fatores geradores do ponto de ruptura são claros e muitos deles levam anos para se consolidar. Veja alguns exemplos: A conferência ECO/RIO 1992 pode ser considerada um grande marco na questão ambiental mundial, porém em 2012, na conferência RIO + 20, vinte anos após o primeiro encontro para discutir o tema, concluiu-se que os resultados ainda são pequenos e que as empresas ainda não entenderam ou não foram 3 forçadas o suficiente pelos clientes e legislação a adotarem princípios de sustentabilidade em seus negócios. Para as empresas do ramo de tecnologia, vimos a fita K7 e o disco de vinil cederem espaço ao CD regravável e posteriormente ser substituída pelos tocadores de MP3, que por sua vez estão perdendo espaço para os celulares multifuncionais. O Ponto de Ruptura na Estratégia Organizacional Analise no esquema a seguir a relação entre mudança organizacional e planejamento estratégico: Problematização 420 milhões de pessoas são viciadas em internet, diz estudo Um estudo da Universidade de Hong Kong afirma que 6% da população mundial é viciada em internet. Considerando que o planeta tem cerca de 7 bilhões de habitantes, quase 420 milhões de pessoas possuem compulsão em acessar a web, de acordo com a pesquisa. Vale lembrar que apenas 39% da população mundial possui acesso à internet. De acordo com os autores do estudo, o vício em internet é “geralmente visto com preocupação porque as anomalias neurais e disfunções cognitivas são parecidas com aquelas relacionadas à dependência em substâncias”. Além disso, o vício em internet é geralmente acompanhado de outros transtornos mentais, como déficit de atenção, hiperatividade e depressão. Alguns países já tratam a dependência em internet como um problema de saúde pública. A China, por exemplo, já mantém 4 clinicas para viciados na web. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas mantém desde 2010 uma terapia em grupo para dependentes por internet. Diante do quadro demonstrado, analise as duas afirmações a seguir: 1. A internet, os jogos eletrônicos e o comércio eletrônico avançam a passos largos e de acordo com a reportagem os usuários de internet já somam mais de 39% da população mundial. Um grande atrativo para os negócios é poder comercializar os produtos para qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, desde que o comércio esteja conectado à internet. 2. Isto implica na necessidade de a empresa desenvolver um programa de controle e acompanhamento de seus clientes, visando a identificação de problemas comportamentais, programas de tratamento a dependência dos usuários, sistemas que monitorem compradores compulsivos, mesmo que a empresa não seja uma empresa de games. Com base nas afirmações, assinale a alternativa CORRETA: a) A primeira é verdadeira e a segunda é falsa. b) A primeira é falsa e a segunda verdadeira. c) As duas são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da primeira. d) As duas são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. e) As duas são falsas. Feedback da alternativa correta (A): a primeira afirmativa é verdadeira, ou seja, a internet e o comércio eletrônico abrem muitos mercados para as organizações. Já a segunda alternativa é falsa, pois embora possa ser considerado um problema social, a dependência de pessoas em acessar a internet e jogar online ainda não pode ser considerada um problema empresarial. Cabe lembrar que, no futuro, isso pode mudar. INTRODUÇÃO O processo de administração estratégica de uma organização pode ser considerado um conjunto coordenado de análises, estudos e reflexões a respeito do momento atual da organização e suas perspectivas de futuro. 5 1. Este processo de reflexão tem início com o entendimento da missão atual da empresa, seus pontos fortes e pontos fracos, sua cadeia de valor, suas competências distintivas, habilidades, conhecimentos, capacidade e competências dos recursos humanos. 2. Em uma segunda etapa a organização, em um processo de inteligência competitiva, procura identificar oportunidades e ameaças oriundas do ambiente externo, identificando tendências, cenários e o comportamento das forças competitivas. 3. Na terceira etapa, a partir da coleta de dados dos ambientes interno e externo, cabe à organização idealizar o seu ambiente pretendido, indicando a visão de futuro para o negócio. 4. A tomada de decisão estratégica indica a quarta etapa do processo, implica na tomada de decisão a respeito das estratégias do negócio, de mercado e aos objetivos de desempenho pretendidos. 5. A quinta etapa do processo implica na mudança organizacional. Uma vez que os planos foram estabelecidos e os objetivos e metas fixados, cabe aos gestores do negócio a execução da estratégia e a implantação da Mudança Organizacional. TEMA 1 - PROCESSO DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL O processo de mudança organizacional implica na implantação da estratégia, acompanhamento e controle dos indicadores organizacionais, ajustes e avaliação da estratégia. Trata-se de colocar a organização em movimento através da mudança. Reflexão! Lidar com a mudança organizacional é um processo complexo que exige a mudança dos modelos mentais dos tomadores de decisão, preparando-os para lidar com a incerteza, identificando-a, reduzindo-a e enfrentando-a. Uma das melhores formas de se enfrentar a incerteza inerente aos processos de mudança envolve o aprendizado baseado em ações planejadas, estudadas e criadas para tornar a organização mais adaptável, mutável e ágil. Através do processo de aprendizagem, a organização pode identificar mais facilmente os pontos de ruptura estratégica. Aprendizado 6 Com base no aprendizado, uma organização aproxima-se das características dos organismos vivos e que aprendem a lidar com a incerteza, eliminando o risco previsível, acompanhando os eventos pré-determinados (envelhecimento da população, evolução da internet, redução do tamanho das famílias) e despreocupando-se com os eventos incertos (terremotos,tempestades e pandemias). Para construir um futuro de sucesso, os tomadores de decisão necessitam de decisões acertadas, que permitam a organização sair na frente da concorrência, e desenvolvam a evolução da visão de futuro e de negócio. Neste processo evolucionário cabe aos tomadores de decisão testar a estratégia, reinventá-la, gerar novas estratégias, aprender mais rápido que a concorrência e assim garantir o futuro da organização. Planejamento Estratégico e Mudança Organizacional Analise com atenção o diagrama a seguir, que mostra a visão geral do planejamento estratégico e sua relação com a missão de valores da empresa: TEMA 2 - ESTRATÉGIAS PARA A MUDANÇA ORGANIZACIONAL Se o planejamento estratégico organizacional implica no planejamento da mudança organizacional, isto implica em perguntar: Quais os limites da mudança? O que não é mudança em uma organização? 7 Quando se pode afirmar que começa e termina um processo de mudança? Tudo que as organizações fazem, desde sempre, para melhorar, para crescer, não se constitui numa mudança? Para Ouro (2005) os limites para a mudança organizacional são estipulados pelas políticas/diretrizes e valores organizacionais. Já o processo de mudança em si pode ser facilitado pelo uso de ferramentas de gestão, com a gestão por projetos, uma vez que cada projeto determina um prazo, uma data, um objetivo e uma pessoa ou equipe de pessoas responsáveis pelo projeto de mudança. Aspectos da Mudança Organizacional A gestão por projetos tende a sistematizar a implantação da mudança na organização, determinando o que é e o que não é mudança na organização. Pensar a mudança organizacional envolve diversos aspectos, conheça-os clicando nas engrenagens a seguir: Intencionalidade: A mudança pretendida foi planejada ou foi imposta pelo mercado. Transformação: a mudança será sistêmica, todos os competidores e stakeholders serão afetados pela mudança, podendo ser classificada como sistêmica? Relevância/importância: qual será o impacto da mudança no negócio? Radical? Evolutiva? Parcial? Necessidade de resposta ao ambiente: trata-se de uma imposição do ambiente: evolução tecnológica, mudança de comportamento da sociedade, mudança climática, nova legislação, entre outros. Objetivo da mudança: o que pretendemos com a mudança? Sobreviver? Sair na frente da concorrência? Estabelecer um novo padrão de comportamento? Adaptação? A agenda da mudança: trata-se de um processo de mudança gradual enfrentado por toda a sociedade, evolutivo e planejável, ou trata-se de um processo de mudança global que requer adaptação forçada. Tempo de resposta: trata-se de um processo de adaptação a mudança, reação ou antecipação à necessidade de mudança? 8 Velocidade da mudança externa: a mudança enquanto imperativo ambiental é rápida ou lenta? É possível planejar o processo ou precisamos nos adaptar ao ritmo da mudança? Temporalidade da mudança: trata-se de uma mudança a ser realizada rapidamente, podemos nos adaptar, precisamos provocá-la ou fomos forçados a mudança? Mudança como construção social: a mudança provocada pode ser considerada um modismo? Uma onda temporária? Uma tendência consolidada e perene de transformação da sociedade? Resposta a demanda interna: uma vez identificada a necessidade de mudança, qual a velocidade de resposta da organização a mudança? Rápida? Lenta? De adaptação? Continuidade/Descontinuidade: ao longo do tempo o processo de mudança pode ser considerado como parte de um sistema evolutivo, ou trata-se de uma ruptura no comportamento do consumidor, do governo, da sociedade e das empresas? Os limites do processo de mudança Observe a visão geral do processo de mudança ao longo de sua implementação: 9 TEMA 3 - TIPOS DE MUDANÇA Embora sempre se busque uma certa categorização dos processos, o que importa é entendermos a existência de processos formais e informais de mudança. Para Ouro (2005) estamos diante de uma realidade onde o pé no acelerador da tecnologia puxa o fenômeno da mudança econômica, social e cultural. Mesmo informalmente mudamos nosso comportamento, nossos valores, nossa cultura e a forma como fazemos negócios, nos comunicamos e nos socializamos. Trata-se de um processo de adaptação, às vezes formal e às vezes informal, ao qual somos convocados a participar. Interessa-nos neste aspecto a mudança formal acontecida nas organizações, muitas vezes vinda das mudanças sociais e comportamentais da sociedade. TEMA 3 - TIPOS DE MUDANÇAS ESTRATÉGICAS Mudança Estratégica Acontece quando uma organização, seja de forma planejada ou imposta pelo mercado, muda seu perfil estratégico adotando novas propostas competitivas (Custos/Excelência Operacional, Diferenciação ou Foco) ou novos posicionamentos competitivos (parcerias estratégicas, internacionalização, joint ventures, entre outras). Mudança Estrutural Acontece quando o ambiente competitivo (clientes, fornecedores, concorrentes, produtos substitutos e novos entrantes) adotam novos padrões de competição, alterando regras de negócios, tipo de tecnologia, padrões de serviços e matérias-primas, no ambiente de jogo empresarial. Mudança nos Processos Este tipo de mudança, normalmente decorre, de mudanças estratégicas ou estruturais, porém, muitas vezes elas podem acontecer como parte do processo de melhorias contínuas dentro da organização. Enquanto processo de mudança sempre é preferível que as mudanças aconteçam de forma planejada, e, portanto, decorrentes da melhoria contínua. Mudança nas Pessoas A transformação organizacional decorrente do processo de mudança se materializa na mudança das pessoas. Os programas de treinamento e 10 desenvolvimento de pessoas assumem papel de destaque neste processo. A mudança do comportamento das pessoas pode ser considerada como o processo mais complexo de todos, e ao mesmo tempo, como crucial para a mudança em qualquer nível nas organizações. O momento atual pode ser considerado como um processo de constante descoberta e criação. Para Ouro (2005), a vida muitas vezes usa a desordem para chegar a soluções bem ordenadas. Não se trata de tentar melhorar as coisas através de processos de tentativa e erro, mas de descobrir o que funciona e que não funciona, o que pode dar certo ou não tão certo nas organizações. Para a autora, a vida cria mais possibilidades à medida que em aproveitamos as oportunidades que nos são dadas. A vida tende à ordem, e criar a ordem significa criar uma identidade. No nosso caso, criar a identidade organizacional na busca da mudança. Elementos da Mudança Para facilitar o processo de mudança organizacional, muitas vezes é importante que se percebam os elementos essenciais da mudança, que envolvem: 1. Conhecer as razões da mudança 2. Gerenciar o processo de mudança 3. Realizar um diagnóstico organizacional 4. Definir a direção da mudança 5. Estabelecer um plano estratégico de mudança 6. Monitorar e avaliar o processo de mudança Planejamento da Mudança Planejar o processo de mudança significa se comprometer com uma agenda de mudanças internas na organização, sendo que muitos questionamentos surgem a partir desta necessidade de mudança, e isto envolve definir quem serão os responsáveis pela mudança, qual a sequência de etapas que deverão ser seguidas, em que datas e prazos os objetivos deverão ser atingidos, como se dará o processo de acompanhamento da execução do plano proposto, entre outros fatores. Para facilitar o processo de gestão da mudança recomenda-se a utilização de ferramentas de gestão como o 5W2H [(WHAT (O que) / WHO (Quem) / WHY 11 (Por que) / WHERE (Onde) / WHEN (Quando) / HOW (Como) / HOW MACH (Quanto)] associadas a um bom sistema de avaliação e acompanhamento da implantação de projetos, com reuniões derevisão dos resultados alcançados com periodicidade preestabelecida. Veja um exemplo a seguir: Sistema de Avaliação Para Ouro (2005) o processo deve estar baseado em um bom sistema de avaliação. Clique nos itens do diagrama para conhecê-los: Avaliação de resultados: alcançados, em andamento e em execução Avaliação das estratégias: definidas e adotadas, necessidades de mudanças e adoção de novas estratégias Avaliação dos esforços: cumprimento das metas, principais dificuldades encontradas, acompanhamento por projeto, plano e programa Avaliação dos métodos de trabalho: que são e serão utilizados para o alcance das metas e objetivos da estratégia Avaliação da capacidade de reprogramação da estratégia: a redefinição dos rumos organizacionais a partir de novos cenários, barreiras e entraves encontrados Avaliação de novas oportunidades: quais serão os critérios para avaliação de novas oportunidades que surgirão no decorrer do processo de mudança, quais devem ser aproveitadas e quais devem ser descartadas 12 Avaliação da capacidade de atingimento das metas: saber se temos as condições e os recursos necessários ao atingimento das metas organizacionais Avaliação da visão de futuro da organização: como saber se o que estamos buscando é pertinente, se estamos nos aproximando ou distanciando de nossa visão de futuro estabelecida TEMA 4 - MUDANÇA ORGANIZACIONAL COMO UMA TRANSFORMAÇÃO PLANEJADA Uma das principais características do processo da estratégia e a questão da mudança organizacional envolve o planejamento da mudança. Assim sendo, a mudança organizacional pode ser definida, na visão de Araújo (1982), como: “Qualquer alteração significativa articulada, planejada e operacionalizada por pessoal interno ou externo à organização, que tenha o apoio ou a supervisão da administração superior, e atinja integradamente os componentes de cunho comportamental, estrutural, tecnológico e estratégico”. As mudanças somente serão efetivas se a empresa como um todo evoluir: estratégias, estrutura, processos e pessoas. Entretanto, empresas tradicionais tendem a resistir a mudanças, afinal de contas, “por que mudar o que está dando certo a muito tempo?” Foco da Estratégia O foco tradicional da estratégia voltada para custos, preços baixos, eficiente, estável, rígida e vertical, tem se mostrado pouco versátil para lidar com a incerteza do momento atual. Empresas inovadoras, empreendedoras, achatadas, velozes, flexíveis e com alta capacidade para o trabalho em rede estão ditando uma nova realidade dos negócios. Mas como saber se a empresa ainda é tradicional ou já se tornou emergente? Para Ouro (2005, p. 290) alguns cuidados precisam ser tomados: 1. O sentido da mudança como um valor, facilitando a chegada de novas ondas de mudanças, fato irreversível nos negócios da atualidade 2. A gestão do conhecimento, que envolve a criação de espaços de compartilhamento de conhecimento, de criação de comunidades de prática, de 13 transformação do conhecimento tácito em conhecimento explícito e outras formas de preservação e criação de novas competências distintivas para a organização 3. A aprendizagem organizacional, permitindo a entrada do novo, sem receios, com a criação de força e ousadia de quem sabe que sobreviver significa inovar 4. A criação de um ambiente favorável (clima de confiança) baseado na premissa de que o maior capital é o humano 5. A estratégia do negócio alinhada à estratégia dos recursos humanos, a valorização explícita das pessoas no ambiente empresarial, de forma a abrir espaços para contribuírem utilizando todo o seu potencial e permitindo a descoberta dos talentos invisíveis na organização Ao planejarmos a mudança organizacional, devemos entender a organização como um grande sistema biológico, vivo, interligado, atuando em rede, com subsistemas independentes e interligados. Este tipo de organização voltada para a mudança necessita de pessoas que sejam experts em relacionamento humano, no desenvolvimento de alternativas estratégicas e no trabalho em equipe voltado para os resultados do grupo e da organização. Planejar a estratégia de mudança envolve ainda: A priorização de planos, projetos e programas (definição de quantos e quais projetos são prioritários) O estabelecimento de processos, sistemas e produtos (definição de quantos e quais projetos são prioritários) O treinamento e desenvolvimento de pessoas, técnicos e dirigentes criativos e inovadores, voltados para uma cultura de transformação organizacional TEMA 6 - POSTURAS EM RELAÇÃO À MUDANÇA Os processos de mudança organizacional envolvem pelo menos dois aspectos a serem considerados: a postura da organização frente a mudança e a postura das pessoas frente a mudança. O novo, o desconhecido, o incerto, a necessidade de aprendizado de novas competências, gera nas pessoas e organizações o desconforto, aqui chamado de resistência a mudança. 14 No âmbito individual, as causas da resistência a mudança podem envolver: Hábito / Zona de Conforto (Terei que trabalhar mais? Pensar?) Perda da Segurança (duvido que eu seja capaz...) Medo do Desconhecido (após a mudança, o que acontecerá?) Fatores Econômicos (não farei horas extras, terei promoção?) Informação Seletiva: ignorar a mudança Tipos de Organizações Para Ouro (2005) as organizações enfrentam a mudança de diferentes maneiras e podem ser classificadas de acordo com um grupo de características que as diferenciam. Organizações prospectivas: inovadoras, influenciam o setor onde atuam, usam a mudança radical e a incremental como um valor. Organizações proativas: criativas dentro dos parâmetros tradicionais do setor onde atuam, adotam a mudança incremental com um valor. Organizações analíticas: adotam o novo somente após a experimentação de outras companhias, absorvem a mudança com maior facilidade do que provocam a mudança. Mudar sim, somente quando não for mais possível adiar a mudança. Organizações defensivas: seu foco está na sobrevivência, os resultados são poucos, mas duradouros, reagem a mudança, os esforços para a realização da mudança são poucos, de preferência que ela aconteça ao longo de muito tempo. Organizações apáticas: sobrevivem, não agregam valor ao negócio, não suportam a mudança, tendem a desaparecer antes de promover e aceitar a mudança. Resistência à Mudança A resistência à mudança, tanto em indivíduos quanto em organizações, pode ser verificada mediante comportamentos das pessoas em relação à mudança, o que poderíamos chamar de “um cemitério de boas ideias”, como os exemplos abaixo: “Já tentamos isso antes e não funcionou”. 15 “Não fui chamado para fazer parte da equipe de mudança, logo não funcionará”. “Não fui eu que fiz, portanto não serve”. “Existem outras soluções possíveis e melhores”. “Deixa eles tentarem, quando não funcionar faremos do nosso jeito”. “Enquanto tivermos alguém para culpar pelos fracassos, o problema não é nosso”. “Sempre que algo não funciona chamamos alguém de fora... para na sequência fazermos funcionar”. “Desde que não interfira no meu trabalho, podem fazer o que quiserem”. “Os novos sistemas tendem a apresentar mais problemas que os anteriores, os quais já dominávamos”. “As mudanças previstas alteram a estrutura de poder da organização, os novos poderosos não estão preparados para liderar”. “Esta equipe responsável pela mudança é muito imatura”. “Estão fazendo tempestade em copo de água, não temos a necessidade de uma mudança tão radical”. Diante deste quadro potencial de resistências, como se preparar para enfrenta-las? Algumas opções são: • Estabeleça planos de comunicação da mudança amplos e contínuos • Lidere o processo de mudança, apresentando o que mudará e como, e o que é esperado decada parte envolvida • Estabeleça uma equipe de pessoas envolvidas diretamente no processo e alimente-o, criando multiplicadores e potencializadores da mudança • Identifique e administre os principais interessados na mudança • Prepare-se para fatos e eventos não previstos, controle o incontrolável • Gerencie o estresse do grupo, dos indivíduos e dos responsáveis pela condução do processo • Determine o ritmo da mudança, estabeleça prazos, metas, objetivos e responsabilidades 16 TEMA 6 - PROJETOS DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL No processo da estratégia, os projetos de mudança organizacional, correspondem aos caminhos que serão trilhados para a implantação da estratégia. Eles respondem a seguinte questão: O que precisamos fazer para alcançar a visão? Um projeto tem características distintas: prazo determinado, objetivos claros, equipe predefinida, responsabilidades e orçamentos previamente ajustados. Por isso, o projeto é uma das principais ferramentas de gestão e implantação dos planos estratégicos organizacionais. Fases do Processo de Mudança Para que a ferramenta de projetos para a implantação da estratégia seja bem utilizada e por consequência para o processo de mudança funcione, Ouro (2005) recomenda que entendamos as fases de um projeto de mudança. Veja a importância de cada uma das fases do gráfico a seguir: Análise contínua da trajetória – Controle – Monitoramento Preparação Envolve a criação de uma ambientação para a realização do projeto, aspectos físicos, técnicos e comportamentais Concepção 17 Definição das linhas mestras do projeto: propósitos, objetivos e valor a ser incorporado pela organização Planejamento Quais ações serão empreendidas, considerando-se recursos humanos, financeiros, físicos e de tempo Desenvolvimento Esta é fase de ação efetiva do projeto, aqui tem início efetivo a nova ordem organizacional Implementação A estratégia sai do plano das intenções e efetiva-se no mundo real Consolidação A partir desta etapa consolidam-se aspectos como constância de propósitos, efetividade de ações, avaliação de resultados, correção de distorções. O monitoramento do sistema tende a criar a nova realidade empresarial Fonte: elaborado com base em Renilda Ouro (2005, p. 109). Ferramenta de Gerenciamento PMBOK A principal ferramenta gerencial disponível aos gestores de negócios para a implantação de projetos de mudança, envolve a utilização do PMBOK – Project Management Body Of Knowledgement, cujo propósito é disponibilizar conhecimentos relevantes para o gerenciamento de projetos, utilizando-se de uma linguagem comum a várias empresas, facilitando a comunicação tanto interna quanto externa da organização na condução do processo de mudança. 18 TROCANDO IDEIAS Vivemos um momento de grande transformação nas organizações públicas, privadas, ONGs, pequenas, médias e grandes empresas. Este momento de transformação, que inspira pela riqueza de possibilidades, pela diversidade de pessoas envolvidas e pelos desafios, pode significar para alguns um oceano de possibilidades e para outros um estreito caminho a ser seguido. Cada organização, indústria, região ou país são únicos. Desta forma, também não existem duas estratégias idênticas; elas podem ser parecidas, mas não são iguais. O que determina a diferenciação estratégica entre as organizações são as ações e atitudes de seus gestores em relação ao futuro da organização. NA PRÁTICA Processo de Elaboração da Estratégia 19 Sejam as organizações passivas, reativas, preativas ou proativas, elas dependem de um conjunto de quatro fatores intervenientes no processo de elaboração da estratégia. O Processo de Estratégia A tabela a seguir nos indica uma sequência de etapas e possibilidades estratégicas a serem analisadas pelas organizações. 20 SÍNTESE Seja qual for a característica dominante na organização, o importante é que a elaboração da estratégia siga um processo planejado, sistematizado, coerente e entendido como funcional para as necessidades e aspirações da organização. A elaboração da estratégia não pode ser dar ao acaso, deve seguir um processo racional, elaborado com base nas competências dos gestores. Afinal de contas, não existe uma única maneira correta de elaborarmos a estratégia, mas sim passos, etapas e estudos que podem auxiliar a organização a elaborar sua própria estratégia. Diante disso, só nos resta desejar a você bons estudos e muito sucesso na elaboração das estratégias de sua organização. Sucesso e Bons Negócios! REFERÊNCIAS ANGELONI, M.T.; MUSSI, C.C. (org). Estratégias: formulação, implementação e avaliação: O desafio das organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2008. COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica. São Paulo: Saraiva, 2005. FLEURY, A. C. C.; FLEURY M.T.L. – Estratégias empresariais e formação de competências. São Paulo: Atlas, 2000. JOHNSON, Gerry. Explorando a estratégia corporativa. Porto Alegre: Bookman, 2007. KAPLAN, Robert; NORTON, David P.; Mapas estratégicos – Balanced Scorecard: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006. MINTZBERG, Henry. Ascensão e queda do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004. 21 MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.W.; LAMPEL, J.; Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL, S.; O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre: Bookman, 2006. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia Empresarial e vantagem competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. São Paulo: Atlas, 2005. OURO, Renilda. Mudança Organizacional: G soluções genéricas para projetos: leia a bula antes de usar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. PENG, M. Estratégia Global. São Paulo: Thompson Learning, 2008. PORTER, Michael. Estratégia Competitiva: técnicas para a análise de indústrias e concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. PORTER, M.; MONTGOMERY, C.; Estratégia: a busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 1998. SOLINO, Antônia da Silva; EL-AOUAR, Walid Abbas. O processo de tomada de decisões estratégicas: entre a intuição e a racionalidade. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, V. 08, no. 3, julho/setembro 2001. STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5ª ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999. ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA AULA 5 Prof. Elton Ivan Schneider 2 CONVERSA INICIAL A Administração Estratégica de um negócio envolve etapas distintas já discutidas em outros tópicos, porém, aqui faremos uma distinção entre a etapa de planejamento estratégico e a elaboração dos planos, programas e projetos estratégicos, ao que chamamos de desdobramento estratégico. O desdobramento implica em ações para a realização da estratégia para a fixação de objetivos e metas organizacionais e para a criação de indicadores de desempenho que permitam o acompanhamento e a avaliação da estratégia organizacional. Se o planejamento envolve uma sistematização do processo de levantamento de informações e tomada de decisão, os planos podem ser considerados como uma forma sistemática de ação, formalizada nas diferentes etapas do processo. Plano de Ação Os planos são formalizados sob a forma de um documento escrito. Um plano de ação pode englobar vários aspectos. Veja a seguir para saber mais: Programas São criados sem prazo fixo de funcionamento, podendoser renovados, repaginados, ampliados, valendo para toda a organização ou para parte dela. Pode congregar em seu escopo projetos e processos. Ex.: Programa de Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos de uma empresa de telefonia, envolvendo projetos de novos aparelhos, novas funcionalidades e design. Estes programas podem envolver ainda: qualidade total, redução de desperdícios, participação de resultados, entre outros. Projetos Têm duração delimitada, terminando quando o resultado pretendido é obtido. Podem ser únicos, muitas vezes exigindo envolvimento de várias pessoas de áreas diferentes por tempo determinado. Exigem do gestor do projeto capacidade de planejamento, organização, direção e controle de todo o projeto. Ex. Projeto de uma nova planta industrial. Processos Consistem em uma sequência repetitiva de esforços para a obtenção de um determinado resultado. São contínuos, estáveis, podem ser realizados por 3 uma única pessoa ou grupo de pessoas, com resultados possíveis de serem medidos, sejam eles variáveis ou repetitivos. Ex. Os processos relativos a um projeto de design de produtos podem envolver: (i) geração de ideias, (ii) prototipagem, (iii) pesquisa de opinião, (iv) testes de produção, (v) seleção de fornecedores, entre outros. Processos Consistem em uma sequência repetitiva de esforços para a obtenção de um determinado resultado. São contínuos, estáveis, podem ser realizados por uma única pessoa ou grupo de pessoas, com resultados possíveis de serem medidos, sejam eles variáveis ou repetitivos. Ex. Os processos relativos a um projeto de design de produtos podem envolver: (i) geração de ideias, (ii) prototipagem, (iii) pesquisa de opinião, (iv) testes de produção, (v) seleção de fornecedores, entre outros. Atividades Indicam os principais eventos realizados durante a execução de um processo. Exemplos de atividades incluem: receber solicitações dos clientes, resolver reclamações de clientes, negociar contratos de compra. Tarefas Tarefas representam o próximo nível de decomposição hierárquica após as atividades. As tarefas são geralmente muito mais detalhadas e podem variar muito entre empresas. Exemplos incluem: acessar ao sistema, digitar dados, elaborar planos e programas, checar informações, realizar reuniões, entre outros. Indicadores de Processos Permitem ao gestor de processos o gerenciamento quantitativo de cada processo, estabelecendo níveis ou metas de melhoria que possam ser mensurados, indicando o desempenho do processo e o atingimento dos resultados organizacionais. A ação gerencial em relação aos processos organizacionais permite o gerenciamento da eficiência, eficácia e efetividade organizacional. Observe no esquema a seguir a visão geral do desdobramento estratégico: 4 Processo cognitivo e posicionamento estratégico Conheça os pontos principais do processo cognitivo: Lembrar o que são planos, programas, projetos e indicadores de desempenho Entender como se desenvolvem os planos, programas e projetos em cada tema estratégico Aplicar os conceitos do BSC à estratégia organizacional Analisar o impacto e a integração da estratégia nos diferentes níveis organizacionais, a interatividade entre as diferentes perspectivas da estratégia Sintetizar a estratégia organizacional sob a forma de mapas estratégicos vinculados a indicadores de resultado e indicadores de desempenho no BSC Classificar as decisões estratégicas nas diferentes perspectivas entendendo suas inter-relações Veja na tabela a seguir uma síntese que relaciona a dimensão do conhecimento ao posicionamento estratégico. 5 TEMA 1 - ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA O processo de elaboração da estratégia é abordado como uma atividade exclusiva do nível hierárquico mais alto na organização, também chamado de nível estratégico. Por se tratar de um processo que deve ser realizado a muitas mãos, o processo da estratégia envolve todos os níveis organizacionais. Funções do Nível Operacional Ao nível operacional cabe a execução da estratégia, metas de longo prazo são traduzidas em metas trimestrais, mensais, quinzenais, semanais, horárias e muitas vezes em metas de acompanhamento contínuo, segundo a segundo. Cabe a este nível a implantação dos programas, a realização dos projetos, a melhoria dos processos, a otimização da atividades e tarefas, medindo, acompanhando, controlando e avaliando indicadores de desempenho que 6 permitam melhorar a eficiência e a produtividade, manter e melhorar padrões de eficácia, que permitam a efetividade da estratégia. Tático Cabe ao nível tático transformar as orientações estratégicas em planos, programas e projetos organizacionais, propondo como as metas e objetivos estratégicos podem ser alcançados. Uma vez aprovadas as propostas de trabalho, o nível estratégico define diretrizes e políticas a serem seguidas pelo nível tático, e isto engloba situações como: crescer em volume de vendas sem perder clientes, abrir novos mercados mantendo as margens de lucro, lançar novos produtos sem reduzir a qualidade, entre outras. Cabe a este nível acompanhar e redirecionar esforços quando os resultados não acontecem conforme planejado, ou até mesmo, aumentar as metas se o resultado acontece de forma rápida e fácil. Estratégico Cabe ao nível estratégico pensar a organização a longo prazo, se estivermos falando de uma empresa de tecnologia 5 anos à frente, se uma empresa de medicamentos 20 anos à frente, se uma empresa de petróleo e energia 40 anos à frente, estabelecendo missão, visão e valores, bem como os direcionamentos estratégicos da organização, aprovando planos e programas, avaliando os resultados da organização via indicadores de desempenho e orçamentos, redirecionando a estratégia quando necessário. Funções e Níveis Estratégicos No processo da estratégia, o nível estratégico direciona as ações, o nível tático apoiado pelo nível operacional propões planos, programas e projetos, que são aprovados pelos estrategistas, que indicam as diretrizes e políticas a serem seguidas, cuja execução da estratégia é realizada pelo nível operacional, com supervisão e acompanhamento do nível tático, com avaliação e redirecionamentos do nível estratégico. É o que chamamos de processo em W da estratégia, como vemos no esquema a seguir: 7 Uma vez estabelecido o plano geral de trabalho da organização, seus gestores passam a ter a incumbência de gerir a implantação da estratégia organizacional. Para tanto, é comum que a estratégia seja desdobrada ou desmembrada em termos de suas áreas funcionais, em termos de seus programas ou projetos específicos. Cada organização acaba por fazer uma adequação deste desmembramento em função de suas características organizacionais e porte. TEMA 2 - A HIERARQUIA ENTRE PLANOS, PROJETOS, PROGRAMAS E PROCESSOS Observe na tabela a seguir a hierarquia entre os itens do planejamento estratégico: 8 Desdobramento do Planejamento Estratégico Agora conheça melhor os itens do planejamento estratégico: Planos Planos de produção, planos financeiros, planos de marketing, planos de qualidade, entre outros, lembrando que sua característica principal é a perenidade, ou seja, a duração ao longo do tempo. Projetos Projetos de produto, projeto de layout, projetos de internacionalização, projetos de fusão, projetos de abertura de novos mercados, lembrando sempre que suas principais características envolvem o tempo predeterminado e resultado desejado claramente definido. Programas De qualidade, de relacionamento com os fornecedores, programas de treinamento e desenvolvimento, um programa tem como característica a perenidade, porém pode ser aplicado em partes da empresa, pode acontecer ou darsuporte a um projeto, tem maior envolvimento dos níveis mais baixos da organização em sua execução e implantação. 9 Orçamentos O orçamento se constitui em uma das principais ferramentas de gestão de planos, programas e projetos, dependendo da organização ele pode ser: geral da empresa, por área funcional, por departamentos, por projetos, por programas ou por processos. Processos Os processos indicam o que deve ser feito, em que sequência deve ser feito, por quem deve ser feito, quais os requisitos de qualidade do que deve ser feito, tempo para ser feito, estoques a serem mantidos, níveis de produtividade e qualidade desejados. Para melhor entendimento deste desdobramento tomemos como exemplo o Manual de Desdobramento da Estratégia do Ministério Público, observando os itens das seguintes páginas: O mapa da estratégia do Ministério Público (pg 12) Os macro desafios da organização (pg 13) Os objetivos determinados para cada tema (pg 13) Os programas elaborados a partir dos desafios (pg 13) As iniciativas (pg 13) A criação de programas a partir das metas regionais (pg 17) Como o programa se alinha com a estratégia (pg 17) O Processo (pg 32) Os indicadores do projeto (pg 33) Baixe o manual aqui: http://www.cnmp.mp.br/portal/images/stories/planejamento_estrategico/D ocumentos/MANUAL_ALINHAMENTO-MP_1_1.pdf TEMA 3 - INDICADORES DE DESEMPENHO Os Indicadores são utilizados nas organizações como instrumentos de gerenciamento organizacional, seja da estratégia, dos planos, programas, projetos ou processos organizacionais. Um indicador é uma representação quantificável de uma determinada característica, seja uma característica qualitativa, quantitativa ou de http://www.cnmp.mp.br/portal/images/stories/planejamento_estrategico/Documentos/MANUAL_ALINHAMENTO-MP_1_1.pdf http://www.cnmp.mp.br/portal/images/stories/planejamento_estrategico/Documentos/MANUAL_ALINHAMENTO-MP_1_1.pdf 10 desempenho, que fornecem subsídios para o acompanhamento e avaliação da estratégia, facilitando a tomada de decisão e a priorização de ações. Os indicadores podem ser classificados entre indicadores de controle e indicadores de desempenho. Indicadores de Controle Dependendo da organização, indicadores de controle são denominados de itens de controle, são indicadores quantitativos geralmente de caráter operacional, que medem o atingimento das metas quantitativas da organização, se baseando em: Total de clientes atendidos Receita total Total de reclamações Total de devoluções Total de horas de treinamento Indicadores de Desempenho Já os indicadores de desempenho, em algumas organizações são denominados de indicadores de resultado. São indicadores qualitativos, que podem avaliar o desempenho de processos e o desempenho organizacional (estratégico). Normalmente, relacionam duas grandezas indicando seu atendimento. % Rentabilidade = Lucro / Vendas totais % Inadimplência = Clientes em atraso / vendas totais % Satisfação dos clientes = Número de clientes satisfeitos / total de cliente atendidos Eficácia dos treinamentos Clima organizacional Para termos um bom conjunto de indicadores de desempenho em uma organização, é importante que se estabeleçam alguns critérios para os Indicadores. 11 Seletividade ou importância Ser objetivo e captar uma característica importante da estratégia, processo ou produto. Neste item vale a máxima, “é preferível os poucos vitais do que os muitos triviais”, ou seja, é preferível que tenhamos poucos indicadores que indiquem o estado real da organização, do que muitos indicadores que não expressem o que está acontecendo Simplicidade e clareza Fácil compreensão e aplicação em diversos níveis da organização numa linguagem simples e acessível. Indicadores complexos e de difícil entendimento tendem a ser menosprezados por aqueles que não entendem seu funcionamento, sem falar que podem gerar dúvidas quanto a sua geração e interpretação; Abrangência Suficientemente representativo em termos estatísticos, retratando o verdadeiro desempenho da estratégia, processo ou produto. O indicador espelha a realidade de todo o processo? Do departamento? Da empresa? Comparabilidade Fácil de comparar com referenciais apropriados (benchmarks) tais como melhor concorrente, ramo de atividade, outros setores ou divisões da empresa Rastreabilidade Permite o registro e a adequada manutenção e disponibilidade dos dados, incluindo os responsáveis envolvidos, é possível encontrar dados sobre: data de 12 fabricação, turno, operador, fornecedor de matéria-prima, lote de fabricação, validade do produto, entre outros Estabilidade Gerado de forma disciplinada com base em procedimentos padronizados incorporados às atividades da organização. TEMA 4 - MAPAS ESTRATÉGICOS E O BSC Sobre o fracasso das estratégias organizacionais, Kaplan e Norton nos dizem: “Na maioria dos casos – estimamos que em 70% dos casos – o verdadeiro problema não é a estratégia, a má estratégia... é a má execução da estratégia” (2004, p.6). Dentro desta perspectiva, os autores em suas pesquisas procuraram estabelecer um conjunto de teorias que pudessem melhorar o desempenho operacional da estratégia, ou seja, sua execução, implantação, controle e acompanhamento, e para tanto criaram dois conjuntos teóricos que envolvem o Balanced Scorecard – BSC (Sistema balanceados de indicadores de desempenho) e os Mapas Estratégicos. O BSC é uma etapa de um processo contínuo, em que se descreve o que é e como se cria valor em uma empresa. Ele pode representar toda a estratégia ou temas estratégicos para a organização, envolvendo planos, programas e projetos que sejam prioritários. Já um mapa estratégico é uma representação visual das relações de causa e efeito entre os componentes da estratégia de uma organização; é tão importante quanto o BSC para os executivos que tomam decisões e que acompanham a execução da estratégia organizacional (KAPLAN E NORTON, 2004, p. 10). O conceito do BSC nos indica que o valor a longo prazo para os acionistas é gerado por quatro perspectivas do negócio que envolvem diferentes aspectos organizacionais. Vamos conhecê-los: Perspectiva financeira: Para Kaplan e Norton (2004) o resultado financeiro da estratégia é realizado de forma bastante simples e envolve dois aspectos: (i) vender e (ii) gastar menos, ou seja, com estratégias para o crescimento das vendas (novos 13 produtos, novos mercados e novas funcionalidades ou serviços agregados) e com estratégias de aumento da produtividade da organização (reduzindo custos, melhor uso dos ativos, reduzindo desperdícios, gerenciando a capacidade organizacional. Perspectiva do cliente Para os autores toda a estratégia organizacional deve estar baseada em uma proposição de valor diferenciada para o cliente ou mercado alvo pretendido, e isto envolve: satisfação dos clientes, retenção dos clientes, conquista de clientes, rentabilidade dos clientes, participação de mercado e participação nas compras dos clientes. Perspectiva dos processos internos A criação de valor de uma organização se dá por meio de seus processos internos de negócio, e isto envolve: (i) Processos de gestão operacional (compras, produção, estoques, qualidade e risco operacional); (ii) Processos de gestão de clientes ( Seleção, conquista, retenção e aumento dos negócios com os clientes); (iii) Processos de inovação (desenvolvimento de novos produtos, melhoria de produtos, novas funcionalidades, desenvolvimento de novos mercados) e (iv) Processos regulatórios e sociais (meio ambiente, segurança e saúde, práticas trabalhistas e investimentos na comunidade) Perspectiva de aprendizado e crescimento Esta perspectiva descreve os ativos intangíveis da organizaçãoe seu papel na execução da estratégia, e isto envolve: (i) capital humano (disponibilidade, habilidades e competências da mão de obra para sustentar a estratégia); (ii) capital da informação (disponibilidade de sistemas, redes, tecnologia da informação para apoiar a estratégia); e (iii) Capital organizacional (a capacidade da organização de mobilizar e sustentar o processo de mudança imprescindível para a execução da estratégia). O mapa estratégico de uma organização tem como objetivo fornecer uma representação visual de seus objetivos nas quatro perspectivas do BSC, ilustrando como os ativos intangíveis da organização (pessoas, informação e conhecimento organizacional) se ajustam aos ativos tangíveis. 14 Observe a seguir a representação gráfica de um mapa estratégico: Produção dos Ativos Intangíveis A prontidão dos ativos intangíveis representa a capacidade de resposta da organização às mutações do seu ambiente externo. Quanto mais preparados, maior a probabilidade de que estes ativos consigam a redução de custos e o aumento de receitas que viabilizam a estratégia. Ou seja, a liquidez de um empreendimento é medida por sua capacidade de transformar os ativos tangíveis em lucro, e isto só possível com ativos intangíveis acima da média. Um mapa estratégico, quando acrescido de indicadores de resultado e indicadores de desempenho, passa a dimensionar a estratégia em termos gerenciáveis, ou seja, o BSC traduz os objetivos do mapa estratégico em indicadores e metas, em iniciativas estratégicas que permitem o sucesso da estratégia. Observe o gráfico a seguir sobre a prontidão e liquidez dos ativos intangíveis: 15 Indicadores de Desempenho Um plano, programa ou projeto pode ser considerado uma iniciativa estratégica da organização. O lado esquerdo do mapa estratégico nos mostra como cada perspectiva do BSC irá contribuir para o resultado da estratégia. Os indicadores nos mostram os resultados esperados no lado direito do mapa, bem como os prazos, responsabilidades e orçamentos destinados a execução da estratégia. 16 A seguir analise a relação entre o mapa estratégico e o BSC: TEMA 5 - BSC PARA ESTRATÉGIAS DE CUSTO OPERACIONAL BAIXO Este tópico de estudos tem relacionamento direto com a estratégia competitiva de Michael Porter de excelência operacional ou estratégia de baixo custo operacional. Sem operações excelentes, qualquer empresa terá problemas na execução da estratégia. Porém, neste caso, o foco da estratégia está em gerir quatro importantes processos nas organizações: Desenvolver e sustentar relacionamentos com fornecedores Produzir produtos e serviços excelentes e a baixo custo operacional Distribuir e entregar estes produtos e serviços aos clientes permitindo a prática de preços mais baixos e/ou maiores margens de lucro nas operações Gerenciar os riscos inerentes a operação Para Kaplan e Norton (2004), este tipo de estratégia de negócios privilegia o lado esquerdo do mapa estratégico, ou seja, seu foco está na melhoria da produtividade dos ativos organizacionais, reduzindo custos e aumentando a utilização dos ativos. 17 Na perspectiva do cliente, a operação preocupa-se em fornecer o melhor produto, ao melhor preço, com qualidade compatível, disponibilizando-o a maior parte dos mercados possíveis, permitindo aos clientes selecionar o produto em uma ampla gama de revendedores, encontrando nele as melhores funcionalidades compatíveis com seu desempenho, qualidade e custo. Resultados Esperados Preços competitivos, mais baixos que os preços da concorrência, ou então, possibilidades de margens maiores Baixo custo de suprimentos garantidos por parcerias de longo prazo com fornecedores Qualidade perfeita, um produto confiável, isento de defeitos e com baixos índices de assistência técnica Rapidez e pontualidade na entrega do produto e no atendimento de demandas de assistência técnica Complementariedade do portfólio, um conjunto de produtos e serviços, agrupados em linhas de produtos com opcionais e funcionalidades adicionais Maximização no uso dos ativos, visando a utilização das máquinas e equipamentos, se possível, as 24 horas do dia, sete dias por semana Mão-de-obra qualificada e altamente treinada, trabalho em equipe e aprendizado baseado na prática Cultura de resolução conjunta de problemas, como uso de técnicas e ferramentas da qualidade Planos e grupos de melhorias contínuas, programas de qualidade em pleno funcionamento Indicadores de desempenho para uma estratégia de excelência operacional Para este tipo de estratégia, é comum que se utilizem uma série de indicadores de desempenho e controle, como mostra a tabela a seguir. 18 BSC para Estratégias de Liderança de Produto Segundo Kaplan e Norton (2004), uma estratégia de liderança de produto tem como principal meta desenvolver produtos e serviços que permitam à empresa se diferenciar em dois aspectos: a seleção de clientes e mercados alvo e o desenvolvimento de funcionalidades no produto e serviço que lhe permitam selecionar clientes, manter a vantagem competitiva, auferir margens de lucro diferenciadas, entre outras vantagens. A seguir para conheça os aspectos envolvidos na perspectiva de seleção de clientes e mercados alvo: Foco na invenção, no desenvolvimento de produtos para novos mercados, para os clientes atuais e para a ampliação de mercados Sistemas gerenciais voltados para a medição e acompanhamento das novas linhas de produtos Cultura organizacional voltada para a criatividade, para a imaginação, para a renovação dos modelos mentais, para a criação de um futuro novo e inimaginável Uma estrutura flexível, ajustável, empreendedora que busca e oferece o novo Funcionalidades do produto Já sob o ponto de vista de desenvolvimento de funcionalidades do produto podemos ressaltar outros aspectos. Geração contínua de novos produtos e serviços 19 Oferecimento de produtos com funcionalidades que excedem as expectativas dos clientes, que elevam o nível de desempenho, que vão além do esperado O objetivo da estratégia é ofertar o melhor produto do mercado, a maior velocidade, o melhor desempenho, o maior número de opcionais, a maior possibilidade de personalização Os processos de pesquisa e desenvolvimento apressam o ciclo de vida dos produtos e serviços existentes, gerando novas demandas e novos padrões de comparação para com os clientes Empresas adotantes desta estratégia focam seus processos internos no desenvolvimento de pesquisa básica, que promove novos avanços científicos e tecnológicos, aprimorando desta forma a sua linha de produtos e serviços, buscando identificar novas oportunidades de negócios, ampliar o portfólio de produtos, projetando produtos e serviços de maneira contínua, rápida e mais ágil do que o seu grupo de concorrentes diretos. Estratégias de Inovação do Produto A estratégia de inovação resulta em uma proposta de valor para o cliente, baseada em produtos de alto desempenho (Apple, Rolls Royce), que permite a empresa galgar postos de liderança de mercado, que permite a expansão dos produtos e serviços a novos mercados, antecipando-se as necessidades dos clientes, criando nos clientes novas necessidades e desejos. Na perspectiva interna do negócio a organização precisa estabelecer processos de gerenciamento do mix de produtos, formas de expansão da linha de produtos, bem como estabelecer que funcionalidades serão agregadas a cada linha de produtos. Na perspectiva de aprendizado e crescimento surge a necessidade do desenvolvimento de habilidades multidisciplinares nas pessoas que farão parte da equipe, bem como o desenvolvimento de uma cultura de apoio e incentivo a criatividade e a inovação, sem falarno desenvolvimento de tecnologias da informação que permitam explorar, integrar e acelerar a chegada do produto ao mercado. 20 Processo de Inovação Outro aspecto importante a ser considerado diz respeito ao processo de inovação. A estratégia de inovação de produtos permite a empresa a geração de novas vantagens competitivas, porém é a que apresenta maiores riscos para o negócio, por conta dos seguintes fatores: Alto custo de investimentos Mão-de-obra especializada Incerteza do sucesso Evolução e ciclo de vida da tecnologia ou do produto desenvolvido Ação da concorrência Padrões de tecnologia a serem utilizados Legislação Aprisionamento com a tecnologia desenvolvida BSC para Estratégias de Relacionamento com o Cliente Durante muito tempo, tudo o que era produzido pelas organizações era consumido pelo mercado, realidade que durou até meados da década de 1980. A partir daí a curva de demanda de muitos produtos e serviços se alterou, passamos a ter excesso de oferta e com isso o cliente passa a ser ouvido, suas necessidades começam a dar o tom da conversa em muitos setores, é a era do cliente como rei. A partir desta nova economia, o relacionamento com o cliente passa a ser importante, os processos de gestão operacional (custos) e os processos de inovação (desenvolvimento de produtos) deixam o foco principal para serem coadjuvantes no processo de atendimento das necessidades dos clientes. Muitas empresas, como a Dell Computers, permitem aos seus clientes a personalização de seus produtos, as montadoras de veículos procuram atender seus clientes de forma customizada através de opcionais padronizados, outras como a Rolls Royce personalizam o produto ao extremo. Empresas adotantes da estratégia de relacionamento com o cliente focam suas possibilidades de crescimento, no aumento das oportunidades de receita (novos produtos para os clientes existentes) e no aumento do valor para os clientes (novos produtos e novas funcionalidades para os clientes existentes). 21 Por esta perspectiva importam mais os relacionamentos com o cliente, os serviços ofertados, as parcerias realizadas, a valorização da imagem da marca do negócio. Em outras palavras, os processos de seleção, conquista, retenção e crescimento dos clientes são determinantes da estratégia. Estratégia de Solução Total Para Herrero Filho (2005), uma estratégia de intimidade com o cliente envolve uma perspectiva de solução total para o mercado alvo pretendido, podendo ser analisada de duas maneiras. Descrição da Proposta de valor Praticam a solução total as empresas que se empenham em conhecer os negócios de seus clientes. Elas desenvolvem soluções específicas para seus clientes, e não produtos genéricos para o mercado de massa. Elas aperfeiçoam constantemente seus produtos e serviços, para satisfazer as necessidades dos clientes a um custo razoável e não estão preocupadas com transações, mas sim em relacionamentos de longo prazo com os clientes. (HERRERO FILHO, 2005, p.112) Características do modelo operacional Uma cultura que valoriza o gerenciamento de relacionamentos, foco no desenvolvimento de produtos, foco em processos de atendimento ao cliente, qualidade assegurada e empowerment, a delegação de funções e tomada de decisão por quem atende ao cliente. Os sistemas gerenciais são voltados à criação de resultados para os clientes e desenvolvimento de soluções específicas para cada cliente, e não em soluções genéricas para um determinado mercado. (HERRERO FILHO, 2005, p .112) Processos de Gestão de Clientes Kaplan e Norton (2004) reforçam que os processos de gestão de clientes envolvem quatro processos básicos. 1. Selecionar clientes Identificar segmentos de clientes atraentes para a empresa, elaborar proposições de valor específicas a esses segmentos e criar uma imagem de marca que atraia clientes desses segmentos para os produtos e serviços da empresa. É importante que se verifiquem aspectos de segmentação que envolvam: Intensidade de uso (intenso, leve, moderado), benefícios almejados 22 (preço, serviço, status, desempenho, relacionamento), Fidelidade (nenhuma, moderada, forte, comprometida), Atitude (insatisfeito, satisfeito, encantado). 2. Conquistar clientes Comunicar a mensagem ao mercado, atraindo clientes potenciais e convertendo os clientes potenciais em clientes efetivos. Devem ser levados em consideração aspectos tais como: fatores demográficos (idade, renda, riqueza, gênero, ocupação), fatores geográficos (país, região, contexto urbano e rural), Estilos de Vida (orientado para o valor, orientado para o luxo ou orientado para o custo). 3. Reter clientes Garantir a qualidade, corrigir os problemas e transformar os clientes em fãs ardorosos, altamente satisfeitos. Para conseguir este objetivo é comum que se pensem em programas de relacionamento com o cliente, cartão fidelidade, benefícios na compra adicional, benefícios na troca de produtos, entre outros. 4. Cultivar o relacionamento com os clientes Conhecer os clientes, construir relacionamentos com eles, aumentar a participação da empresa nas atividades dos clientes. Envolve o desenvolvimento de bons sistemas de informação com dados sobre o desempenho do produto no cliente, vendas cruzadas, treinamento para o uso, entre outros. Mesmo empresas adotantes de outras estratégias organizacionais, como a estratégia de excelência operacional (custo baixo) ou da estratégia de inovação (desenvolvimento de produtos), não esquecem da boa gestão da carteira de clientes por que o relacionamento com o cliente gera novas fontes de receita, aumenta as receitas por cliente, eleva a rentabilidade dos clientes e melhora a produtividade das vendas. A estratégia de relacionamento também força o desenvolvimento de competências estratégicas voltadas ao relacionamento, a criação de programas de treinamento e retenção de talentos na organização, ao desenvolvimento de sistemas integrados de informação, a intensificação do compartilhamento de conhecimentos e informações, ao alinhamento dos objetivos individuais dos funcionários com as estratégias da organização. BSC para Processos Regulatórios e Sociais A elaboração de um mapa estratégico voltado para os processos regulatórios e sociais nos remete ao termo stakeholders, aqui entendido como todos as partes interessadas nos resultados organizacionais, ou seja: a 23 sociedade, os acionistas, o governo, a comunidade, o meio ambiente, os clientes, entre outros. Trata-se um processo de reconhecimento das responsabilidades da organização para com os empregados e a saúde ocupacional dos mesmos, com os cidadãos e as comunidades nas quais a empresa está inserida, com a capacidade da organização em crescer e prosperar atuando de forma recíproca com a sociedade e a comunidade, reduzindo o impacto ambiental de suas ações, atuando como parceira na redução das desigualdades sociais e no respeito a legislação vigente. Este tipo de posicionamento significa reduzir os custos associados ao negócio, transformando-os em fatores de atração de clientes e investidores. A responsabilidade social e ambiental das organizações é cada vez mais cobrada dos gestores organizacionais, por isso trata-se de pensar as estratégias de modo que aspectos como meio ambiente, segurança e saúde do trabalhador, empregabilidade e comunidade sejam integrados às decisões organizacionais. O Prêmio Nacional de Qualidade – PNQ e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social têm atuado como fomentadores desta nova postura organizacional, onde o retorno financeiro ao acionista deve estar vinculado à responsabilidade social e ambiental do negócio. Quando as organizações atendem a este tipo de demanda, é comum que se obtenham: Reduções de custos operacionais Diferenciação de produtos(Natura, por exemplo) Geração de diferenciais competitivos em relação a concorrência Redefinição do modelo de negócios com base na responsabilidade social e ambiental Esta estratégia envolve ainda aspectos relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores, investimentos na comunidade local, práticas trabalhistas realizadas em parcerias com os sindicatos e desenvolvimento da comunidade onde está inserida, com programas de qualificação da mão de obra, investimento em escolas, programas de conscientização ambiental, entre outros. Os processos regulatórios e sociais por si só não se constituem em uma estratégia organizacional, porém pensar o negócio na atualidade sem levar em consideração estes processos podem ser considerados um suicídio gerencial e estratégico. 24 Os clientes estão cada vez mais antenados e engajados em causas sociais e ambientais e conscientes de sua capacidade de pressão sobre os fornecedores de produtos e serviços! Problematização Uma empresa fabricante de móveis pretende reorganizar a fabricação de sua linha de cadeiras de modo a diminuir o tempo de fabricação do produto. Desta forma, contratou uma empresa de consultoria para realizar esta atividade no período de 6 meses. Como vai utilizar a técnica PERT/CPM, fez um levantamento de como a cadeira é produzida, de acordo com a tabela: Sequência de Ações Ações Antecessoras Tempo de Duração A – Compra e Entrega de Matéria Prima Não há 2 dias B – Corte e Preparação da Madeira A 1 dia C – Preparação da Estrutura Metálica A 3 dias D – Acabamento da Madeira B 4 dias E – Pintura da Base C 4 dias F – Controle de Qualidade da Madeira D 5 dias G – Controle de Qualidade da Estrutura Metálica E 2 dias H – Montagem e Embalagem F e G 5 Dias F – Controle de Qualidade da MadeiraF – Controle de Qualidade da Madeira Em relação aos dados da tabela, analise as afirmações a seguir: I – A revisão do processo de fabricação dos produtos com a técnica PERT/CPM pode ser considerada um projeto desta empresa II – A tabela demonstra o processo de fabricação de cadeiras desta empresa III – A sequência de ações realizadas de A até H indica a sequência de atividades para se fabricar uma cadeira IV – O tempo de duração em dias indica a forma de medição de cada atividade do processo V – Para a realização da sequência de ações de A até H podem ser necessários outras tarefas não descritas nesta tabela 25 Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) A opção III indica tarefas e não atividades para a fabricação de cadeiras b) A opção I não é um projeto, é um programa c) A opção II não é um processo, mas um projeto d) Todas as alternativas estão erradas e) Todas as alternativas estão corretas SÍNTESE O desdobramento estratégico envolve dois extremos de um continuum, a padronização e/ou personalização dos produtos e serviços da organização. Agora veja os detalhes: Quanto mais padronizadas as operações de uma organização (televisores, livros, restaurante fast food), maior a possibilidade que a estratégia contemple a excelência operacional baseada em operações de baixo custo. Em operações situadas no meio dos extremos encontraremos as organizações voltadas a busca de diferenciais competitivos baseados na inovação, no relacionamento com o cliente, preocupadas com geração contínua de novos diferenciais competitivos. Já no outro extremo do continuum teremos as organizações baseadas na personalização pura (navios, clínicas de estética e cirurgia plástica) onde as possibilidades de personalização têm início na fase de projeto do produto ou serviço. Em termos de estratégia organizacional não existem “impossibilidades” estratégicas. Cada organização procura estabelecer sua própria estratégia, cabendo aos mapas estratégicos a facilitação do processo de entendimento da estratégia. Ao BSC e a seus indicadores de desempenho, cabe a tarefa de indicar as relações causais, do bom ou mau desempenho da estratégia a partir de indicadores financeiros, comerciais (perspectiva do cliente), dos processos internos e da perspectiva do aprendizado organizacional. Continuum Estratégico Observe no gráfico a seguir a visão detalhada do continuum estratégico. 26 Pontos Importantes Seja qual for o modelo estratégico utilizado cabe lembrar sempre que os processos regulatórios e sociais estão cada vez mais interligados com a estratégia. Outro aspecto a ser considerado envolve o relacionamento com os clientes, sejam em estratégias de baixo custo ou inovação, o cliente ainda é o foco central da estratégia. É um erro pensar que empresas focadas em custos não se preocupam com a inovação, pois a própria inovação tende a movimentar as peças do tabuleiro, de modo que organizações sejam mais ou menos competitivas em função de sua capacidade de desenvolver novos produtos, processos e tecnologias produtivas. Cabe às organizações determinarem qual o modelo estratégico mais adequado ao seu ambiente competitivo e ao seu grupo de competências distintivas (pontos fortes). REFERÊNCIAS ANGELONI, M.T.; MUSSI, C.C. (org). Estratégias: formulação, implementação e avaliação: O desafio das organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2008 27 COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica. São Paulo: Saraiva, 2005. HERRERO FILHO, Emílio. Balanced Scorecard e a gestão estratégica: uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. FLEURY, A. C. C.; FLEURY M.T.L. Estratégias empresariais e formação de competências. São Paulo: Atlas, 2000. JOHNSON, Gerry. Explorando a estratégia corporativa. 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IMPORTANTE: a tomada de decisões estratégicas em uma organização envolve o seu posicionamento estratégico, ou seja, a forma como a organização irá enfrentar asincertezas e ambiguidades de seu ambiente de negócios. Posicionamento Estratégico O posicionamento estratégico envolve decisões a respeito do negócio frente as suas forças competitivas (clientes, fornecedores, concorrentes, novos entrantes e produtos substitutos), que serão derivadas para seus processos internos de gestão (finanças, clientes e mercados, processos internos e aprendizagem), direcionando os planos e programas organizacionais que serão orientados pela missão, visão, valores e princípios organizacionais. Observe a representação gráfica do posicionamento estratégico a seguir. Problematização A franchising permite que o franqueador aumente sua base de atuação com maior intensidade do que seria possível se dependesse apenas de recursos 3 próprios para instalar, operar e gerir novas unidades. O fenômeno ocorre porque o franqueador faz uso daquilo que os estadunidenses denominam O.P.M. (other people’s money, ou seja, o dinheiro dos outros), situação em que os franqueados bancam os custos de implantação, operação e de gestão das respectivas unidades. Além disso, a franchising reduz a necessidade de o franqueador recrutar, selecionar e contratar pessoal, em particular gerentes que sejam capazes de administrar essas novas unidades, muitas vezes geridas pelos próprios franqueados. Por meio da franchising, o franqueador pode, adicionalmente, ingressar em mercados nos quais dificilmente entraria se dependesse de seus recursos próprios, sejam financeiros ou humanos. Para isso, conta com a presença física e o conhecimento do franqueado sobre os hábitos e a cultura da região onde vive e trabalha. ARAÚJO, A. P. B. Franchising. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em: 17 jul. 2012 (adaptado). E você se lembra da matriz a seguir? Ela representa os componentes do vetor de crescimento e é conhecida como matriz de produtos e mercados ou Matriz de Ansoff. Após ler o texto e relembrar a matriz, analise o seguinte estudo de caso: Suponha que uma empresa franqueadora do setor de lanchonetes deseje ampliar negócios sem modificar os princípios negociais habitualmente praticados. A partir do texto e dos quatro quadrantes da matriz de componentes do vetor de crescimento apresentada acima, qual das alternativas de crescimento seria mais pertinente ao caso? a) Desenvolvimento de produto e diversificação. 4 b) Desenvolvimento de mercado e diversificação. c) Penetração de mercado e diversificação. d) Penetração de mercado e desenvolvimento de produto. e) Penetração de mercado e desenvolvimento de mercado. Feedback da resposta correta (E): Uma estratégia de abertura de franquias permite ao negócio manter uma série de características que são consideradas essenciais em seus produtos e serviços. O franqueado se submete as condições do franqueador, porém entra com o capital necessário para a abertura do negócio, podendo ser até mesmo considerada uma estratégia de parceria de negócios. Quando acontece um acordo entre franqueador e franqueado, a nova parceria permite ao franqueador ampliar o seu mercado, tanto em novos mercados quanto em mercados existentes com seus produtos e serviços atuais, ou seja, permite a penetração e o desenvolvimento de mercado. Empresas como McDonalds e Burger King adotam esta estratégia até mesmo na busca de mercados internacionais, ou seja, em estratégias de internacionalização de seus negócios. TEMA 1- RACIONALIDADE E DECISÃO No escopo desta disciplina, procuraremos demonstrar a racionalidade como existente e possível no processo de elaboração e tomada de decisões estratégicas em uma organização. Nos ambientes de incerteza e de constante mudança em que vivem as organizações, torna-se praticamente impossível afirmar que as decisões estratégicas sejam totalmente racionais. Apesar de serem guiadas pela racionalidade, elas são permeadas pela intuição de seus gestores e decisores. Veja a seguir o esquema de fatores que influenciam a decisão, tanto da parte do decisor quanto da organização. 5 O Estrategista Organizacional O posicionamento estratégico de uma empresa corresponde um conjunto de decisões tomadas pelo gestor estratégico, mais racional ou mais intuitivo dependendo de cada organização. Não se trata de analisar a tomada de decisão como certa ou errada, até por que seus efeitos e consequências só podem ser medidos a posteriori. O estrategista organizacional esmera sua intuição em processos de estudo e aprendizagem sobre suas capacidades, habilidades e comportamentos, que necessitam ainda da compreensão da organização e de sua filosofia, de sua forma de decidir e de seu processo decisório em si. Intuição e racionalidade são faces de uma mesma moeda, mas o processo decisório da organização prima pela realização da tomada de decisão mais racional e processual. Por isso, nesta disciplina de administração estratégica, valorizam-se os métodos e técnicas que permitem ao gestor reduzir a incerteza e a ambiguidade sobre a tomada de decisão. O estrategista aprimora sua capacidade de administração, suas habilidades conceituais, seu comportamento informacional e decisório de modo a compreender a filosofia do negócio, perpetuando-a. Suas decisões operacionais, administrativas e estratégicas baseiam-se em um processo que otimize suas decisões. Em outras palavras, gerir um negócio significa tomar decisões; e tomar decisões é a essência do gerenciamento. 6 Posicionamento Estratégico e Tecnologia O desenvolvimento da capacidade informacional do gestor estratégico torna-se uma necessidade premente no contexto organizacional do século XXI. A evolução tecnológica das organizações, principalmente quanto às tecnologias da informação e comunicação, exigiu que o gestor estratégico aprendesse a separar os dados existentes e registrados, transformando-os em informação e conhecimento para a tomada de decisão. As transformações ocasionadas pela evolução tecnológica têm criado novas estruturas organizacionais, novas formas de trabalho, novos modelos de negócios, novas formas de participação e novas culturas administrativas e organizacionais, emergindo delas um novo gestor mais competente, dinâmico e arrojado dos que os anteriormente testados e considerados como bons gestores. Fatores Fundamentais da Estratégia O fato que torna este processo menos caudaloso é que sabemos que algumas coisas não mudaram e talvez nunca mudem, como os seguintes fatores fundamentais: • Manter a empresa viva e funcionando • Viabilidade e retorno financeiro • Criatividade • Inovação e flexibilidade • Competitividade e redução de custos • Satisfação dos clientes e ganhos de mercado • Responsabilidade social, ambiental e sustentabilidade organizacional Conseguindo estes objetivos, os gestores estratégicos continuarão a tomar decisões, caso contrário, novos decisores serão levados aos postos mais altos organização. TEMA 2 - MISSÃO E VISÃO EMPRESARIAL A administração estratégica de um negócio consiste em um processo sequencial lógico de análises e escolhas que pode aumentar as chances de um gestor ou de uma equipe de gestores estratégicos tomarem decisões acertadas em uma organização, gerando vantagens competitivas que sejam duradouras. 7 O início do processo estratégico se dá com a definição da missão e visão da organização. Missão A missão organizacional procura expressar as habilidades e capacidades de uma organização (seus pontos fortes), demonstrando a realidade atual e futura da organização de forma compreensível, exprimindo o espírito da organização, motivando seus colaboradores para a realização da estratégia e para o atendimento e satisfação dos clientes atuais e futuros da organização. Visão A visão empresarial nos remete à visualização de um cenário futuro para a