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1 Beatriz Baldanza AULA 24/05 SAÚDE DO ADULTO- GUSTAVO BRONQUIECTASIA continuação -Funcional: envolve no mínimo uma espirometria, sabendo que pode ter um padrão obstrutivo (mais comum). Então, a espirometria vamos fazer periodicamente observando um padrão obstrutivo, com redução do VEF1 associado a dispneia, pode ter piora da CVF e redução da relação VR/CPT por aprisionamento aéreo -Microbiológico: realizar de 3 a 4 vezes no ano, com o objetivo de ver se não está havendo infecção dessa via aérea. Se for uma infecção crônica por Pseudomonas, então ele tem um pior prognostico, pois sabemos que a função pulmonar vai cair mais rápida que o normal e terá mais exacerbações, e a erradicação vai ser difícil. A pseudomonas é a mais estudada. -Escores prognósticos: avalia a chance do paciente de evoluir bem ou mal nos próximos meses/anos. Fazer de 3 a 4 meses, para não ser surpreendido com a piora do paciente. -Avalia FEV1 (importância por medir a função pulmonar), a idade, a colonização crônica (Pseudomonas, determina gravidade, piora de qualidade de vida, aumento da mortalidade), extensão das bronquiectasias, a presença de dispneia (mMRC) -Cada resposta varia de 0 a 2 pontos, e define como bronquiectasia leve, moderada ou grave. Como eu vou definir que o paciente tem uma infecção crônica das vias aéreas? -Importante é saber se é Pseudomonas pela cultura do escarro: trata com antibiótico sistêmico venoso 14 a 21 dias mais antibiótico inalatório. Espera 4 semanas e faz outra cultura. -Pseudomonas permaneceu? Faz outro tratamento. Faz outro antibiótico que ela seja sensível, e faz outro ciclo de sistêmico mais inalatório. Espera 4 semanas e faz outra cultura. -Permaneceu? Tenta terceiro tratamento. -Se após realizar 3 tentativas de erradicação da Pseudomona e não for erradicada, classifica como infecção crônica. Outras etiologias: Só vai dar grande valor a infecção que persiste e causa declínio funcional ou exacerbação frequente. Qualquer outra bactéria que gerou declínio funcional progressivo ou exacerbações frequentes, faz o tratamento. -Quando eu pego meu paciente estável. É bronquiectásico, ele não tá tendo exacerbação, e eu quero resolver a inflamação crônica, pois nós vimos que inflamação crônica gera mais bronquiectasias. -Quais alternativas eu tenho de tratamento? tenho Azitromicina oral, corticoide inalatório broncodilatadores. Na azitromicina, é indicado para pacientes que tenham muitas exacerbações no ano, esse critério parece com o tratamento do DPOC. Corticoide inalatório pode indicar somente quando eu tiver uma outra doença associada ao uso corticoide (DPOC, asma). Os broncodilatadores pode usar nos pacientes asmáticos ou dpociticos que cursam com associação de bronquiectasia ou aqueles pacientes 2 Beatriz Baldanza com piora da dispneia, e faço o teste do broncodilatador, se ele tiver melhora clínica passo a usar broncodilatador -No tratamento nos falamos da infecção crônica que usa o antibiótico inalatório. Quando faz a primeira dose de antibiótico inalatório ele pode causar broncoespasmo e a gente pode usar um broncodilatador prévio aquele antibiótico inalatório. Então faz o broncodilatador logo em seguida faz o antibiótico inalatório Já tratamos a infecção e inflamação crônica do nosso paciente agora temos que fazer o clearance respiratório: paciente tem dificuldade em retirar aquele muco, catarro produzido nas vias aéreas -Como que eu posso ajudar isso? eu tenho mecanismos fisioterápicos (link que mostra vídeos sobre fisioterapia respiratória); posso fazer uma reabilitação pulmonar que vai ser indicado somente os pacientes com limitação do exercício; posso utilizar os agentes osmóticos: faz uma inalação soro fisiológico: cloreto de sódio a 7% (não existe isso no mercado no Brasil, teria que fazer o cálculo) e isso implicaria em umidificação do muco, que estava mais denso vai ficar mais fluido e vai passar melhorar o clearance e também melhora a característica do muco por causa do cloreto de sódio em si, o fato de ser cloreto de sódio hipertônico ajuda -É muito importante pois é usado não só na bronquiectasia não fibrocística e como também na fibrose cística -Paciente que evolui com insuficiência respiratória crônica. Temos dois tipos de insuficiência respiratória: tipo 1 e 2, hipoxêmica e uma hipercápnica. →Com hipoxemia: vamos tratar com oxigênio domiciliar, com a mesma indicação do DPOC. →Com hipercapnia: VNI-BIPAP -Eventualmente, pode ser candidato a transplante pulmonar. -Em alguns casos selecionados pode fazer uma cirurgia de ressecção, pode retirar aquela parte do pulmão. O paciente se tiver uma lesão localizada e refrataria ao tratamento, pode fazer. Ex: paciente está fez uma cavitação secundaria a tuberculose no ápice pulmonar direito, gerando bronquiectasia, redução do VEF1, infecções recorrentes, exacerbações frequentes: faz uma cirurgia e retiro aquele local, faz uma lobectomia e retira só um lobo ou um segmento e resolve o problema. -Estávamos vendo o Manejo do paciente estável, manejou infecções crônicas, manejou clearance, manejamos o prognóstico. Agora, outro ponto nós devemos saber também é sobre as exacerbações. O que é uma exacerbação do bronquiectásico? é uma piora de três dos seis sintomas abaixo por pelo menos 48 horas, então paciente nas últimas 48 horas ele teve piora de três desses sintomas. -A hemoptise é muito comum no paciente bronquiectásico porque ele faz uma úlcera na parede do brônquio, e esse então fica mais próximo à parede da vasculatura daquela parede brônquica, então a qualquer momento ela pode sofrer rompimento e aí gera hemoptise. -A exacerbação grave configura quando eu tenho uma taquipneia maior que 25, sinais claros de falência respiratória, hemoptise com mais de 25 ml nas 24 horas (25 ml não é tanto assim, mas hemoptise de 25ml me preocupa bastante como é que esse paciente evolui), febre ou outro critério de sepse. 3 Beatriz Baldanza -Paciente tem critério de sepse que envolve febre ou outro qualquer, paciente tem hemoptise maior que 25 então fico preocupado que sangrou muito para uma via aérea, paciente com insuficiência respiratória ou então com taquipneia importante. Esses são sinais de gravidade, esses pacientes devem estar internados para tratamento Fluxo interessante da própria diretriz brasileira -Avalio a gravidade do meu paciente na exacerbação e vou definir se ele vai tratar em domicílio ou então hospitalar -Todas as vezes que meu paciente fizer exacerbação deve fazer cultura de escarro com antibiograma. A cultura vem antes mesmo de definir se é grave ou não, então todos os pacientes devem fazer antibiograma com cultura do escarro. -Meu paciente é grave, ou seja, ele tem aqueles critérios de frequência respiratória acima de 25, ou insuficiência respiratória, tá com sinal de febre e o outro de critério pra sepse, hemoptise + 25ml/24h então é grave, vou ter que tratar intra hospitalar. Precisa escolher um antibiótico baseado na minha última cultura de escarro (ele deveria fazer a cada três quatro meses uma cultura de escarro, e deveria ter pelo menos alguma cultura anterior e ali se tiver alguma infecção, trataria como se fosse aquela cultura anterior) então pega cultura prévia com antibiograma prévio e eu escolho um antibiótico baseado nessa cultura -Só lembrar que na cultura prévia foi identificado pseudomonas eu tenho que fazer no mínimo terapia dupla, terapia de sinergismo antimicrobiano, eu vou usar um beta-lactâmico e um aminoglicosídeo, eles têm ações cinéticas e com isso é o que eu vou precisar para pelo menos tentar erradicar a minha pseudomonas: Beta lactâmico com aminoglicosídeos. -Mas às vezes meu paciente não foi grave, foi hemoptise de menos de 25ml, além da cultura,vamos também avaliar ou a cultura prévia do paciente ou então ver o seguinte: qual antibiótico você usou quando você teve essa piora: ex foi Clavulin e se manteve bem com isso, e assim faz novamente. Eu faço antibióticos ou baseado na cultura anterior ou naqueles antibióticos que o paciente teve boa resposta. -A tendência é que funcione, esse paciente tem uma boa susceptibilidade a infecções crônicas, agora se meu paciente ele tem documentado infecção crônica por pseudomonas eu vou ter que usar ou cipro ou leva floxacinos, pois esses são os antibióticos que conseguem ter ação contra pseudomonas e tem via oral e uma excelente posologia. O ciprofloxacino é excelente para pseudomonas pulmonar -O ciprofloxacino quase nunca vai ser utilizado para pneumonias, pois ele tem pouca ação sobre o pneumococo, então assim por essa pouca ação a gente sabe que o pneumococo é o principal germe envolvido na PAC (pneumonia adquirida na comunidade), por isso que ele não faz parte daquele nosso arsenal inicial. Mas já para pseudomonas ele é muito bom -Paciente não tem infecção crônica por pseudomonas, então se ele tiver infecção por outra bactéria eu uso de acordo com o último antibiograma ou um antibiótico que seja adequado para aquela bactéria de acordo com literatura médica -Se eu não tenho infecção crônica por nenhum e nem infecção crônica por pseudomonas eu usar macrolideo, amoxicilina com clavulanato ou uma quinolona -Meu paciente exacerbou, ele não é grave, não tem cultura prévia, também não é considerado com infecção por pseudomonas, e aí eu vou pensar em macrolidos, azitromicina, claritromicina, Clavulin ou quinolona, leva floxacinos. EX de Antibiótico inalatório: tobramicina, colistina, amicacina lipossomal. FIM ... 4 Beatriz Baldanza HIPERTENSÃO PULMONAR -É um grupo de doenças, pois ela é subdividida em 5 grupos. É uma consequência de várias doenças. -Aqui o importante é falar do grupo 1, que é a hipertensão arterial pulmonar. Caso clinico: Homem de 36 anos, branco, iniciou com dispneia aos esforços, um ano antes de procurar atenção médica. Com sete meses de evolução, apresentou poliartralgias (várias articulações envolvidas com dor) (em joelhos e cotovelos) e consultou reumatologista, que fez diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES) e iniciou prednisona 60mg ao dia, em doses regressivas. Há um mês da internação houve progressão da dispneia até sintomas em repouso (NYHA IV – classifica a dispneia pela insuficiência cardíaca de 1 a 4). Referia sintomas compatíveis com fenômeno de Raynaud há cerca de 14 anos. Paciente foi tabagista durante oito anos, cerca de 10 cigarros/dia, tendo parado há sete anos. Ao exame estava taquipnéico e cianótico, apresentando diversas telangiectasias (vasos bem vermelhos na pele, extremamente finos, parecendo teia de aranha) em face e tronco, nódulos subcutâneos endurecidos em cotovelos, esclerodactilia e fenômeno de Raynaud (vasoconstrição arterial momentâneo nos dedos das mãos ou pés, normalmente precipitada por temperaturas frias, ficando com os dedos pálidos, evoluindo para cianose, voltando com a circulação ficando eritematoso – descrito em doenças reumatológicas, existindo pacientes que podem ter e pacientes que não tem) espontâneo nas mãos. -Paciente tem um quadro de dispneia aos esforços em paciente aos 36 anos de idade, e a princípio não pensamos em causa cardíaca. Também não tinha alguma doença pulmonar, pensar apenas no tabagismo de 4 maço/ano, sendo baixa. É muito sintoma para pouco fator de exposição -Lúpus tem um critério diagnóstico muito bem estabelecido, e nesse caso, com esses sintomas não teria como fechar esse diagnóstico. -Mas iniciou corticoide Prednisona 60 MG ao dia depois foi regredindo, só que esse paciente piorou sua falta de ar, era nos esforços passou a ser em repouso. -Tudo faz pensar na doença chamada esclerose sistêmica, uma doença reumatológica que causa uma alteração do colágeno, que causa dessa esclerodactilia, a pele do paciente fica toda esticada, fica mais rígida toda esticada, não tem dobras interfalangianas por exemplo, dedos brilhosos, a boca do paciente é mais fina, abertura oral pequena, pele toda ressecada -A esclerose sistêmica faz parte do grupo 5 da hipertensão pulmonar: miscelânea -A hipertensão pulmonar ela cursa com dispneia aos esforços, sobrecarrega seu coração, a parte pulmonar não dá conta devido a hipertensão pulmonar, e aí você tem então falta de ar importante, só que isso rapidamente progride, chegando ao repouso como o paciente do caso. Exames complementares • Radiografia de tórax mostrou sinais de HP (alargamento do hilo e do tronco pulmonar). • Tomografia computadorizada de tórax com alta resolução mostrou importante dilatação do tronco e dos ramos principais das artérias pulmonares, e não evidenciou sinais de doença intersticial ou bronquiolite. • Eletrocardiograma mostrou sinais de sobrecarga de ventrículo e átrio direitos. (compatível com a hipertensão, causa alteração no ventrículo e átrio, que pode ocorrer até o tal do corpo (-não entendi) • Hemograma, hemossedimentação e bioquímica séricos foram normais. • Espirometria foi sugestiva de distúrbio ventilatório inespecífico leve. A capacidade pulmonar total e a resistência das vias aérea foram normais, com leve aumento do volume residual e da relação VR/CPT (alçaponamento aéreo leve). • A capacidade de difusão pulmonar, medida por respiração única de monóxido de carbono, evidenciou fator de transferência 38% do previsto. (disfunção da oxigenação) • Resultados das provas reumatológicas: fator antinuclear reagente 1/20 (padrão moteado), fator reumatóide 27,9UI/ml, anticorpo anticentrômero 1/640; demais provas reumatológicas (anti-Scl70, anti- SSa, anti-SSb, antiSM, anti-DS-DNA, anti-RNP, anticardiolipinas, crioglobulinas) foram não reagentes; • complemento normal; anticoagulante lúpico ausente. • Anti-HIV foi não reagente. 5 Beatriz Baldanza • Anti-HCV foi indeterminado, mas a reação em cadeia da polimerase (PCR) para HCV foi negativo. • Marcadores para hepatite B foram não reagentes. -HIV, HCV, Hepatite B: são todas as doenças que podem precipitar uma esclerose. • Radiograma das mãos demonstrou calcificação em partes moles nas falanges distais dos primeiros dedos • Ecodopplercardiograma com contraste aerado revelou hipertensão arterial pulmonar grave com hipertrofia e dilatação de cavidades direita, pressão sistólica da artéria pulmonar estimada em 90mmHg, sem evidência de shunt. • Cintilografia pulmonar perfusional foi normal (buscando TEP crônico) Definição de Hipertensão Pulmonar: • Estado hemodinâmico definido pelo aumento de pressão média da artéria pulmonar durante cateterismo cardíaco direito. HP pode ser resultado de mecanismos fisiopatológicos pré-capilar (arterial) ou pós- capilar (venoso). -O sangue sai da artéria pulmonar, se ramifica em capilares e depois volta pro coração nas veias pulmonares. Existem os mecanismos pré capilares, que algo gera aumento da pressão arterial. E os pós capilares, algo gera aumento da pressão. • Classificação: -HAP -H. venosa -D. pulmonar hipoxemica -TEP -Miscelânia (múltiplas causas) • Manifestação clínica: -Mais importante: Dispneia aos esforços → até o repouso (de 1 a 2 anos, se o paciente não for tratado, pode evoluir) -Fadiga -Síncope: relacionado com a dificuldade de fazer uma perfusão cerebral adequada durante algum período -Sinais de falência cardíaca direita: turgência da jugular, hepatomegalia, edema periférico -Dor torácica anginosa -Rouquidão → vai ter uma dilatação das artérias pulmonares, a artéria pulmonar esquerda passa por cima do brônquio esquerdo e ela aumentada em seu diâmetro, pode comprimir o nervo laríngeo recorrente egerar a rouquidão. -Tosse e hemoptise. • Exame físico: -Hiperfonese de B2 em foco pulmonar: clássico -Ritmo de galope -Sopro holossitólico em tricúspede, associado a valvopatia -Sopro sistólico ou diastólico em foco pulmonar -Impulso subxifóide: mostrando hipertrofia das câmaras direitas -Propulsão paraesternal esquerda, 2º-3º EI • Rx tórax: -Proeminência da borda cardíaca direita -Aumento das artérias pulmonares -Atenuação da vasculatura periférica Risco vermelho: borda cardíaca direita. Eles vão estar sobrecarregados devido a HP e tendem a crescer, 6 Beatriz Baldanza hipertrofiar, sofrer dilatação, alargamento. Também há alargamento do tronco pulmonar (cabeça da seta do lado esquerdo do tórax). Na imagem B, tem a ocupação do espaço retroesternal pelas câmaras cardíacas direitas. Aumento das artérias pulmonares e diminuição da vasculatura periférica. • Eletrocardiograma: -Sobrecarga de VD: ✓ BRD (bloqueio do ramo direito) ✓ Relação R/S>1 em V1: sobrecarga ventricular direita ✓ Desvio de eixo para direita ✓ Inversão de onda T v1-v5: sobrecarga ventricular direita • Sobrecarga de AD ✓ Onda P aumentada em amplitude em DII Sobrecarga de AD: aumenta a amplitude Sobrecarga de AE: aumenta a duração • Ecocardiografia ✓ Avaliaremos a função cardíaca proporcionando o diagnóstico de valvulopatias, IC, Miocardiopatias, pericardiopatias e consegue estimar hipertensão pulmonar (PSAP – necessita de uma alteração da tricúspide se não, não consegue calcular Eventos secundários à Hipertensão Pulmonar: 1. Hipertrofia da parede livre de VD: se assemelha a parede do VE 2. Espessamento do septo interventricular 3. Diminuição da cavidade de VE → Relação VD/VE >1: pois o VD irá aumentar a sua cavidade e sua pressão, e vai empurrar o septo para dentro do ventrículo esquerdo, e com isso diminui a cavidade do VE. 4. Átrio esquerdo aumentado 5. Regurgitação tricúspide (importante para estimar a pressão) e/ou pulmonar 6. Fluxo de saída do VD reduzido → devido a HAP 7. Diâmetro da Artéria pulmonar >25 mm (normal<25) 8. Diâmetro da veia cava aumentado >21mm: devido à sobrecarga ventricular e atrial direita 9. Átrio Direito aumentado >18cm Parâmetros ecocardiográficos usados para definir a probabilidade desse paciente ter ou não hipertensão usando apenas o eco. A titulo de curiosidade. Fluxograma da sociedade de pneumologia do Rio de Janeiro tem sobre o diagnóstico da hipertensão pulmonar 7 Beatriz Baldanza -O paciente que eu levantei a suspeita, tá com dispneia, tem uma doença que pode gerar hipertensão pulmonar, então esse paciente com dispneia no esforço que foi progredindo, tem uma sincope inexplicável. Nesse paciente eu levantei a suspeita Clínica e agora que que eu vou fazer? lembro dos grupos 1 eu tenho causas idiopáticas, hereditárias, causadas por drogas, associadas a doenças do tecido conjuntivo, HIV, esquistossomose e Hipertensão portal, entre outros. -Se tem suspeita de hipertensão faço ecocardiograma. Eletro, raio x, também faz, mas o ecocardiograma é fundamental porque ele vai me mostrar qual a causa mais provável que está gerando aqueles sintomas -Se a hipertensão pulmonar for mais provável aí eu vou persistir na investigação. Vou fazer um eletrocardiograma, vou fazer uma angio TC (permite avaliar não só o parênquima pulmonar como também as artérias pulmonares, então já olha a questão de trombose e também vejo a questão de doenças intersticiais) e posso justificar com espirometria e a difusão do monóxido carbono, eu também avalio a função do meu pulmão, eu consigo falar que ele tem uma causa por uma doença pulmonar que justifica essa falta de ar e também a hipertensão pulmonar. Então já definiu o diagnóstico da causa da Hipertensão e agora faz o tratamento da doença de base. -Com a angio TC mais o eco também defino se a causa é mais cardíaca, o que que ele tem de causa cardíaca, uma arritmia, então trata a causa de base -Se ele fez esses exames, mas não deu nada positivo aí eu vou progredir para cintilografia pulmonar, me permite avaliar e de forma melhor a presença de microtrombos arteriais, áreas subsegmentares que na tomografia a gente provavelmente não veria. Se ela deu negativo é baixo a probabilidade de TEP crônico, aí eu vou pensar então no cateterismo cardíaco direito e definir se há uma hipertensão arterial pulmonar pura ou se há alguma outra causa para isso -O caminho de investigação é longo com vários exames porque eu tenho que classificar meu paciente, será que o paciente tem hipertensão arterial pulmonar idiopática, ou seja, não tem causa aquela hipertensão bem estabelecida. Para eu chegar nesse ponto aqui (ultimo quadrinho falando hipertensão arterial pulmonar) eu faço uma investigação extensa, eu faço o eco, eletro, angio tomografia, espirometria, difusão do monóxido carbono, cintilografia, então foi excluindo causas pulmonares, cardiológicas e vasculares que poderiam justificar. Se eu excluir esses fatores e fiz o cateterismo direito e confirmei esses valores aqui (são valores de definição o que define a hipertensão pulmonar - você fazer um cateterismo direito com pressão arterial pulmonar média maior ou igual a 25 (pré capilar) ou uma pressão capilar da artéria pulmonar menor que 15 (pós capilar) O paciente pode ter TEP e hipertensão pulmonar associado, e a causa da hipertensão é o TEP. Hipertensão Arterial pulmonar – Grupo 1 Introdução • Doença Grave de alta comorbidade e mortalidade • A sobrevida sem tratamento é de 2,8 anos após o diagnóstico. • A taxa de mortalidade atual de pacientes tratados é de aproximadamente 15% em 1 ano, de 33% em 3 anos e de 42% em 5 anos, com sobrevida média de 3,6 anos. Percebe-se que diagnosticar o paciente com hipertensão arterial pulmonar é algo muito ruim porque o paciente ainda que com tratamento ele tem uma sobrevida ruim de 3.6 anos. • Sobrevida de 6 anos para classe funcional II (dispneia aos esforços) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e 6 meses para classe funcional IV (dispneia em repouso) da OMS. → Há forte correlação entre sintomas e prognóstico. Diferente de outras doenças essa nós temos uma forte correlação entre sintoma e prognóstico do paciente Etiologias • Hipertensão arterial pulmonar idiopática (HAPI) é uma doença rara, e dados franceses mostraram ocorrência de 1,7 mulher: 1 homem e incidência de aproximadamente 6 casos por milhão de habitantes/ ano. Entre as mulheres, a prevalência é maior na terceira década de vida e, entre os homens, na quarta década. • Hipertensão arterial pulmonar hereditária: A transmissão hereditária é descrita em aproximadamente 6%-10% dos pacientes com HAP; em 50%-90% desses indivíduos foi identificada a mutação no BMPR2 (5, 6). O fenótipo não se expressa em todas as gerações, mas, quando o faz, a doença ocorre em idade mais precoce e se associa a quadros mais graves e rapidamente progressivos. 8 Beatriz Baldanza • Cardiopatias congênitas → Sd eisenmenger/ defeitos pós tricúspide: Qualquer defeito pós tricúspide vai causar alteração então com possibilidade de hipertensão arterial pulmonar, alteração de válvula pulmonar, alteração do tronco pulmonar ex uma estenose de artéria pulmonar. • Doenças do tecido conjuntivo: Esclerose Sistêmica, LES, AR, DMTC→Sd CREST • Cirrose hepática com Hipertensão portal e gera hipertensão pulmonar também • HIV → incidência de 0,5%, apesar de TARV. Meio por cento dos pacientes vão desenvolver hipertensão arterial pulmonar, independente do tratamento. • Esquistossomose→ 1-11% incidência, é muito alta. Doença endêmica brasileira. • Medicamentos: anorexígenos, aminorex, fenfluramina – ribite, derivados de anfetaminas • Drogas ilícitas: Anfetaminas, cocaína, crack = estimulo adrenérgico • Anemiafalciforme → 20-40% prevalência • Importante saber: O diagnóstico da HAP é feito por cateterismo cardíaco direito, sendo encontrado PAPM (pressão arterial pulmonar média) ≥25mmHg e PCAP (pressão capilar da artéria pulmonar) ≤15mmHg (também chamado de pressão de oclusão de artéria pulmonar) -Tem o tronco pulmonar, artéria pulmonar direita, e isso pré-capilar, então a pressão nessa artéria deve ser maior ou igual a 25mmHg. Vai para os capilares e depois eu saio no mecanismo pós capilar que são nas veias pulmonares, que desagua no coração esquerdo. Se na pressão capilar da artéria pulmonar eu a identificar menor ou igual a 15 isso fecha o diagnóstico para hipertensão arterial pulmonar. Se a pressão for maior do que 15, significa que tem alguma doença do coração esquerdo, que está sobrecarregando a parte venosa pós capilar, o que está gerando a hipertensão pulmonar. Exames complementares -A idiopática não tem como você fazer diagnóstico se você não excluir as outras. A hereditária pergunta sobre a família, quero saber sobre histórico familiar do paciente, perguntei e não tem nada que me diz a favor de hereditariedade. Alteração cardíaca congênita. Mais fácil, paciente fala. Doenças do tecido conjuntivo já complica mais, eu tenho que associar sinais e sintomas clínicos com alterações laboratoriais para definir elas, se é esclerose, lúpus, artrite. Cirrose, um ultrassom consegue definir bem e vê se tem hipertensão Portal. HIV fazer o teste. Esquistossomose, saber se o paciente é de área endêmica, fazer um EPF método Kato katz pelo menos três amostras em dias alternados ou seis amostras continuas. Verificar os medicamentos que o paciente tem feito uso, não só atual, mas também pregresso por algum tempo. Presença de drogas ilícitas ou se tem anemia falciforme. -O ecocardiograma é fundamental e posterior a ele eu preciso de cateterismo direito para estabelecer um diagnóstico. O eco é importantíssimo, mas para fechar o diagnóstico e definição correta eu dependo do cateterismo direito Cateterismo cardíaco direito: • É exame fundamental para o diagnóstico. Posterior ao ecocardiograma eu preciso de cateterismo direito para estabelecer um diagnóstico. O eco é importantíssimo, mas para fechar o diagnóstico e definição correta eu dependo do cateterismo direito. • Deve ser realizado em todos os pacientes se possível, especialmente naqueles com etiologia indefinida, discordância clínica de doença cardíaca esquerda e HAP, ou doença pulmonar e HAP. (parece não justificar, necessita de achar outra causa, etiologia não definida) • Se a etiologia do HAP for HAPI, HAPh, HAP medicamentosa, deve-se realizar teste agudo de reatividade vascular (um cateter lá na artéria pulmonar, eu vou injetar uma substância normalmente o óxido nítrico que é vasodilatadora. Se o paciente tiver uma queda da pressão pulmonar após a infusão dessa medicação fala que ele é responsivo e isso implica em tratamento, e vale a pena utilizar o bloqueador do canal de cálcio. -Avalia os prognósticos. Veja que a classe funcional, ou seja, a dispneia, quando envolve então uma classe 4 de 9 Beatriz Baldanza dispneia já tem um prognostico muito ruim. A síncope também é outro fator importante associado. Tratamento não-farmacológico • Conscientizar o paciente em fazer uma dieta hipossódica - <2,4g sódio • Contracepção → progestágeno (evitar os estrógenos) • Atividade física supervisionada em centro de reabilitação cardiopulmonar, devido ao risco de sincope e dispneia importante durante a atividade • Oxigênio terapia contínua caso: a) PaO2 menor ou igual a 55 mmHg ou SaO2 menor ou igual a 88% em repouso; b) PaO2 entre 56 e 59 mmHg ou SaO2 de 89% em repouso associado a cor pulmonale ou hematócrito igual ou acima de 56%; c) PaO2 menor ou igual a 55 mmHg ou SaO2 menor ou igual a 88% documentada durante o exercício. (às vezes paciente fica bem em repouso, mas durante o exercício ele cai essa estruturação, e aí eu posso indicar oxigênio terapia continua para o paciente pelo menos 16 horas a 24 horas por dia) Tratamento medicamentoso • Existem 3 classes de medicações: 1) Via da endotelina- ambrisentana bosentana, macitentana; 2) Via do Óxido nítrico- os inibidores da fosfodiesterase, como sildena la, taldalala, e o agonista da guanilciclase, riociguate; 3) Via das prostaciclinas- epoprosteronol selexipague trepostinil. *Sildenafila (princípio ativo do viagra): medicamento que foi feito para hipertensão arterial pulmonar e que tem indicação, alguns pacientes vão fazer uso desses medicamentos inibidores da fosfodiesterase. Mas o fabricante descobriu que teve um lucro muito maior com o efeito colateral do medicamento. Então a questão de resolução de algumas disfunções erétil é o efeito colateral que é utilizado.