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tão altas empresas aspirava, Que por salvar o povo miserando Cercado, ao Sarraceno s’entregava. Só por amor da pátria está passando A vida, de senh...

tão altas empresas aspirava, Que por salvar o povo miserando Cercado, ao Sarraceno s’entregava. Só por amor da pátria está passando A vida, de senhora feita escrava, Por não se dar por ele a forte Ceita: Mais o público bem que o seu respeita! O Rei Dom Duarte viu ser cativo o seu santo irmão Fernando (1), que aspirava a O Rei Dom Duarte viu ser cativo o seu santo irmão Fernando (1), que aspirava a empresas (2) tão altas, que, por [para] salvar o miserando povo (3) português cercado em Tânger, se entregou como refém ao sarraceno (4), o que, por amor da pátria, foi passando a vida feito escravo sendo senhor, só para não se dar [não ser dada] por ele [em troca dele] a forte Ceuta. Fernando respeitou mais o bem público do que o seu próprio (5). Note-se no texto o trocadilho; “vida escrava, vida senhora” = vida do escravo, vida de senhor. CODRO, POR QUE O INIMIGO NÃO VENCESSE, Deixou antes vencer da morte a vida; Régulo, por que a pátria não perdesse, Quis mais a liberdade ver perdida; Este, por que se Espanha não temesse, A cativeiro eterno se convida! Codro, nem Cúrcio, ouvidos por espanto, Nem os Décios leais fizeram tanto. Codro (1) – por que [para que] o inimigo não vencesse – deixou antes vencer a sua vida [consentiu que a sua vida fosse vencida] da [pela] morte; Régulo (2) por que a pátria não perdesse [não padecesse], quis mais [antes quis] ver perdida a sua própria liberdade. Este [o infante Fernando], por que [para que] a Espanha (3) não se temesse (4), convida-se [oferece-se] a eterno cativeiro. Nem Codro nem Cúrcio (5) – ouvidos por espanto (6) – nem os leais Décios (7) fizeram tanto como Fernando. MAS AFONSO, DO REINO ÚNICO HERDEIRO, Nome em armas ditoso, em nossa Hespéria Que a soberba do bárbaro fronteiro Tornou em baixa e humílima miséria, Fora por certo invicto cavaleiro, Se não quisera ir ver a terra Ibéria. Mas África dirá ser impossíbil, Poder ninguém vencer o rei terríbil. Mas Afonso (1), nome ditoso em armas (2) em a nossa Hespéria (3), herdeiro único do reino, e que tornou [converteu] a soberba (4) do bárbaro fronteiro (5) em baixa e humílima miséria (6), fora, por certo, invicto (7) cavaleiro, se não quisera (8) ir ver a terra Ibéria (9): mas África (10) dirá ser impossível poder ninguém [quem quer que fosse] vencer o terrível rei (11). ESTE PÔDE COLHER AS MAÇÃS DE OURO, Que somente o Tiríntio colher pôde: Do jugo que lhe pôs, o bravo Mouro A cerviz inda agora não sacode. Na fronte a palma leva, e o verde louro Das vitórias do bárbaro, que acode A defender Alcácer, forte vila, Mas Afonso (1), nome ditoso em armas (2) em a nossa Hespéria (3), herdeiro único do reino, e que tornou [converteu] a soberba (4) do bárbaro fronteiro (5) em baixa e humílima miséria (6), fora, por certo, invicto (7) cavaleiro, se não quisera (8) ir ver a terra Ibéria (9): mas África (10) dirá ser impossível poder ninguém [quem quer que fosse] vencer o terrível rei (11). ESTE PÔDE COLHER AS MAÇÃS DE OURO, Que somente o Tiríntio colher pôde: Do jugo que lhe pôs, o bravo Mouro A cerviz inda agora não sacode. Na fronte a palma leva, e o verde louro Das vitórias do bárbaro, que acode A defender Alcácer, forte vila, Tângere populoso, e a dura Arzila. Este rei pôde colher as maçãs de ouro (1) que somente o Tiríntio (2) pôde colher; e o bravo mouro ainda agora [até agora] não sacudiu a cerviz do jugo que ela lhe pôs. D. Afonso levou na fronte (3) a palma e o verde louro das vitórias que alcançou do [sobre o] bárbaro (4), que acudira a defender Alcácer (5), vila forte, e o populoso Tânger (6), e a dura Arzila (7).

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Os Lusíadas - Edição Didática
503 pág.

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