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condado de Lancashire; a Casa de Lancaster procede de Eduardo III, rival da casa York na Guerra das Duas Rosas, em que ficou vitoriosa, dando à Ing...

condado de Lancashire; a Casa de Lancaster procede de Eduardo III, rival da casa York na Guerra das Duas Rosas, em que ficou vitoriosa, dando à Inglaterra os reis Henrique IV, Henrique V e Henrique XI. O sobrenome “Lancaster” em famílias portuguesas – que em diversos documentos aparece aportuguesado por diferentes formas (Lencastre, Lancastre, Alencastre e Alencastro) – teve origem nas casas do Conde do Vila Nova de Portimão e do Duque de Aveiro, formadas por D. Jorge, filho legitimado de D. João II, e que deu aos filhos o sobrenome Lencastre para renovar o da rainha D. Filipa, sua quarta avó (a mulher de D. João I). Cf. VI, 46. (3) Nobres, distintas. NÃO SOFRE O PEITO FORTE, USADO À GUERRA, Não ter imigo já a quem faça dano; E assim não tendo a quem vencer na terra, Vai cometer as ondas do Oceano. Este é o primeiro que se desterra Da pátria, por fazer que o Africano Conheça pelas armas quanto excede A lei de Cristo à lei de Mafamede. O forte peito (1) português, usado (2) à guerra, não sofre (3) o não ter já inimigo a quem faça dano; e assim, não tendo a quem vencer na terra, vai acometer as ondas do Oceano. Este rei é o primeiro que se desterra da pátria, por [para] fazer que (4) o povo africano conheça, pelas armas (5), quanto a lei (6) de Cristo excede (7) à de Mafamede (8). (1) Fig., o valoroso ânimo, querendo dizer “o valoroso rei português”. (2) Acostumado. (3) Não se conforma, impacienta-se, não está satisfeito por não ter já inimigos com que pelejar, está cansado da inação da paz. (4) “Fazer que…”, obrigar o povo africano a conhecer. (5) “Pelas armas”, pela força das armas portuguesas. Desta expedição a Ceuta, e na qual foi o próprio rei, fala de novo o poeta no canto VIII, estâncias 36–38. (6) Religião. (7) É superior. (8) Mafoma, Maomé; cf. I, 99, nota 2. EIS MIL NADANTES AVES PELO ARGENTO Da furiosa Tétis inquieta, Abrindo as pandas asas vão ao vento, Para onde Alcides pôs a extrema meta. O monte Abila, e o nobre fundamento Da Ceita toma, e o torpe Maometa Deita fora; e segura toda a Espanha Da juliana, má e desleal manha. Eis mil nadantes aves (1), que vão abrindo as pandas asas (2) ao vento, pelo argento (3) da inquieta e furiosa Tétis (4), dirigindo-se para onde Alcides (5) pôs a extrema meta (6). O rei toma o monte Abila, e o nobre fundamento [fundação, cidade] de Ceuta, e deita fora (7) o torpe (8) Maomete (9) e segura (10) toda a Espanha da má (11) e desleal manha juliana (12). (1) (Alegoria) naus, embarcações. (2) (Alegoria) as enfunadas velas dos navios. (3) Fig., mar; literalmente prata, isto é, a planície que parece prateada; cf. I, 1, 18 e passim. (4) Deusa do mar; cf. I. 16; inquieta e furiosa, os qualificativos do Oceano. (5) Hércules. (6) As balizas extremas que dividem o Atlântico do Mediterrâneo; as colunas de Hércules, os dois montes Calpe (antigo nome de Gibraltar) e Abila (antigo nome do Ceuta). (7) “Deita fora”, expulsa; obriga os mouros a fugir de Ceuta. (8) Vil. (9) Fig., maometanos, muçulmanos – os mouros. (10) Põe em segurança, em guarda; livra. (11) Maléfica. (12) “Manha juliana”, habilidade do Conde Julião, governador da Andaluzia, o qual, impelido por um sentimento de vingança contra o visigodo rei Ruderico (Rodrigo), se serviu do auxílio dos mouros para invadir a Espanha (710). No texto “Abila” (acento na penúltima sílaba); aqui, designa-se o monte nos arrabaldes de Ceuta. “Alcides” é pronome de Hércules por ser neto de Alceu. Sobre as colunas de Hércules: cf. III, 18; VI, 1; IX, 31. NÃO CONSENTIU A MORTE TANTOS ANOS Que de herói tão ditoso se lograsse Portugal, mas os coros soberanos Do Céu supremo quis que povoasse; Mas para defensão dos Lusitanos Deixou quem o levou, quem governasse E aumentasse a terra mais que d’antes, Ínclita geração, altos infantes. A morte não consentiu que Portugal se lograsse (1) tantos (2) anos de tão ditoso herói, mas quis que este povoasse (3) os soberanos coros do supremo céu (4). Mas Quem o levou para o Céu deixou-lhe (5) ínclita (6) geração, altos (7) infantes (8); deixou- -lhe, para defensão (9) dos lusitanos, quem os governasse e aumentasse a terra portuguesa, e mais (10) do que o fora dantes. (1) “Se lograsse”, gozasse. (2) “Tantos”, muito numerosos; D. João I reinou durante 48 anos e faleceu em 1413. (3) “Povoasse” (fig.), fosse aumentar o número das almas que nas regiões etéreas adoram a Deus. (4) O mais alto céu – o dos Bem-aventurados. Veja INTRODUÇÃO, p. 26. (5) Permitiu que ficasse existindo. (6) Afamada, notável. (7) Dignos. (8) D. Duarte, que sucedeu na coroa; D. Pedro, que foi regente; D. Henrique, a quem se devem as navegações; D. João, mestre de S. Tiago; e D. Fernando, que morreu cativo em Fez. (9) Defesa. (10) “Aumentasse mais” (o advérbio modificando o último verbo), pleonasmo, acentuando a expansão do domínio de Portugal em conseqüência das navegações e descobertas; o mesmo advérbio modificando também o verbo governar significa “melhor” (governou melhor, aumentou mais). Note-se a aliteração “tantos… tanto” (versos 1 e 2); ambos os vocábulos podem ser tomados em sentido absoluto; mas podem também considerar-se relativos, numa construção elíptica: D. João I não viveu tantos anos quantos seriam para desejar que vivesse tão ditoso rei. NÃO FOI DO REI DUARTE TÃO DITOSO O tempo que ficou na suma alteza; Que assim vai alternando o tempo iroso O bem co’o mal, o gosto co’a tristeza. Quem viu sempre um estado deleitoso? Ou quem viu em fortuna haver firmeza? Pois inda neste reino e neste rei Não usou ela tanto desta lei? Não foi tão ditoso (1) o tempo do rei Duarte, que na suma alteza (2) ficou, que [pois] o iroso (3) tempo (4) vai assim alternando o bem com o mal – o gosto com a tristeza. Quem viu um (5) estado ser sempre deleitoso (6)? ou quem viu haver firmeza (7) em fortuna? Pois não usou ela tanto desta lei neste reino de Portugal e neste rei Duarte (8)? (1) Não foi tão feliz como o de seu pai o reinado de D. Duarte, pois só durou cinco anos, e neste pouco tempo houve peste, e houve guerras com pouco êxito. (2) “Que na suma alteza ficou”, (fig.), que ficou exercendo a mais alta magistratura. (3) Irado. (4) Fig., sorte, destino; todas as nações e todos os indivíduos têm anos de felicidade e de infortúnio. (5) Qualquer. (6) Feliz. (7) Constância. (8) A lei natural da fortuna, diz o poeta nos versos 3–4, é não ser constante; em seguida faz perguntas, como quem sabe que a resposta não pode deixar de ser afirmativa, confirmando o que dissera. Na estância precedente alude-se aos casos felizes, o bom governo de D. Duarte e o aumento do território de Portugal: na estância que se segue a esta, rememoram-se o desastre de Tânger e o cativeiro do infante D. Fernando. VIU SER CATIVO O SANTO IRMÃO FERNANDO, Que a

a) Eduardo III foi rival da casa York na Guerra das Duas Rosas.
b) A Casa de Lancaster deu à Inglaterra os reis Henrique IV, Henrique V e Henrique XI.
c) O sobrenome “Lancaster” em famílias portuguesas teve origem nas casas do Conde do Vila Nova de Portimão e do Duque de Aveiro.
d) O sobrenome “Lancaster” em famílias portuguesas é aportuguesado por diferentes formas, como Lencastre, Lancastre, Alencastre e Alencastro.

Essa pergunta também está no material:

Os Lusíadas - Edição Didática
503 pág.

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