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Radiologia torácica:Lorena Oliveira 7º período Introdução: · Principal método de imagem do pneumologista; · Exame de imagem mais solicitado no hospital; · Baixo custo – grande disponibilidade; RX de tórax normal: · Primeira coisa a se fazer é avaliar a qualidade de um RX: 1. RX centrado no filme; 2. Paciente em posição correta: póstero-anterior, ou seja, o raio entra nas costas para o raio e de frente para o filme, de maneira que as escapulas não atrapalhem – mãos na cintura encurvado para frente; Aqui vemos RXs que não estão centrados no filme e que estão com a partes pulmonares cortadas, assim eles tem qualidade ruim e faz-se necessário pedir outro para adequada avaliação. Nesse RX vemos 10 arcos costais, ou seja, o paciente está em pausa de inspiração com visualização das cúpulas cardíacas. Com visualização de: 8: seio costofrênico; 9: coração e seio cardiofrênico; 5: botão aórtico; 4: região da carina (bem na altura do ângulo de Louis); 7: cúpula diafragmática esquerda; 6: cúpula diafragmática direita; 3: hilo pulmonar esquerdo; 2: hilo pulmonar direito (se possui formato em V está normal); Perfil: Coluna vertebral (aorta passa anterior à coluna) e esterno (manúbrio, corpo e apêndice xifoide) devem ser avaliados no RX em Perfil; - Mais sensível para detectar pequenos derrames pleurais. Único que avalia o mediastino anterior. - A medida que descemos, as vértebras torácicas ficam mais hipertransparentes (vê mais nitidamente), se essa região fica hipodensa (esbranquiçada) mostra que algo está errado. Vemos duas cupulas no RX normal 1 – Esôfago e 2 – traqueia 3. O paciente deve estar em pausa pós inspiração: é necessário contar 9 ou 10 arcos costais posteriores (os mais horizontalizados). É necessário que o RX seja feito em inspiração pelo fato de a presença do ar dentro dos alvéolos, brônquios, forma uma maior diferença de densidade entre as estruturas (os pulmões ficam mais esbranquiçados na expiração); 4. Saber onde está as fissuras pulmonares: Fissura horizontal de PD em PA *sinal da silhueta = Borramento da aérea cardíaca, o que significa que o problema está em lobo médio, se não borrou está no lobo inferior. A fissura oblíqua só vemos em Perfil de PD, Por isso é importante pedir em perfil porque em PA não conseguimos ver em qual lobo está, por exemplo, a pneumonia. Fissura obliqua (PE). Sinal da silhueta = Borramento da aérea cardíaca, o que significa que o problema está em lobo superior (região da língula), se não borrou está no lobo inferior.Lobo superior. Esse tem estreita ligação com a língula 5. Necessário saber em qual mediastino está a lesão: Exemplo de lesões: Mediastino superior (Até T4): lesões em tireoide (mergulhante) ou linfomas; Mediastino anterior: timoma ou linfoma; Mediastino médio (região anterior no pericárdio até a porção anterior das vertebras): lesões cardíacas, esofágicas ou linfonodais; Mediastino posterior (corpo anterior da vertebra e posteriormente aos músculos): lesões vertebrais ou nervosas. Extremidades médias das clavículas equidistantes (se está centrado); 4. Visualização de todas as estruturas; 5. Ausência de estruturas adicionais: retirar as escápulas (paciente colocar a mão na cintura). Retirar correntes, fios de monitorização, eletrodos, joias, etc.; -Apenas na AP em que o paciente está deitado a escápula fica em cima do campo pulmonar. PADRÕES CLÁSSICOS de Raio-x: · Consolidação: Brônquio contendo ar (pérvio – broncograma aérea) circundado por parênquima pulmonar doente (alvéolos preenchidos por exsudato/transudato/células); - Etiologias: Pneumonia, Neoplasias (carcinoma lepídico ou linfoma), bronquiolites (COP); Broncograma aéreo em TC No Rx, a consolidação vem como uma opacidade homogênea (Broncograma aéreo). · Derrame pleural: Também se mostra como uma opacidade homogênea na região inferior do tórax, com obliteração do seio costofrênico. Não apresenta broncograma aéreo; - Presença da curva de Damoiseau: linha entre o ar e o liquido no RX; - Sinal do menisco; - Desvio do mediastino contralateral – dependendo do volume do derrame; - Etiologias (90% dos casos): Pneumonias, TB pleural, Neoplasias, ICC; - Semiologia: Abaulamento dos espaços intercostais inferiores na inspiração + egofonia (Som de cabra na curva de Damoiseau --- fala para o paciente falar E e o som sai de I). RX em PA: não visualiza o seio costo frênico + curva de Damoiseau + sem broncograma aéreo Visualização de uma cúpula diafragmática (o liquido escorre e “tampa uma curva”) + Curva de Damoiseau. · Atelectasia (pulmão perde a elasticidade e assim esse fica colabado): Opacidade homogênea, com ausência de broncograma aéreo. Ocorre o desvio do mediastino para o mesmo lado (ipsilateral); além disso ocorre a diminuição dos espaços intercostais do lado acometido e ocorre a elevação da cúpula diafragmática. - Etiologias: corpo estranho, neoplasia endobronquica, pneumonia, “rolhas” de secreção, aspiração, etc.; aérea); Atelectasia de PD total Atelectasia total de PE Atelectasia com desvio ipsilateral da área cárdica para o lado D, ou seja, para o lado da Atelectasia. Se ficar em duvida entre derrame e atelectasia pedir RX em decúbito lateral: Decúbito de atelectasia de lobo médio e lobo inferior, no derrame vai ter o sinal de Laurel (o derrame vai cair para o lado do decúbito). Atelectasia de lobo superior com cúpula diafragmática elevada. 1: Atelectasia (densidade mais esbranquiçada) e 2: Consolidação (cinza escuro com broncograma aéreo – hepatização, mesma densidade do fígado). · Pneumotórax: Presença de ar na cavidade pleural 1. Pneumotórax espontâneo primário – ruptura de ‘Blebs”; 2. Pneumotórax espontâneo secundário – DPOC, Pneumocistose, FPI, metástases, ...); *Paciente tem uma doença que forma bolhas e essas podem estourar a qualquer moment. 3. Pneumotórax traumático – facada, arma de fogo, fratura de costela); 4. Pneumotórax iatrogênico - pneumotórax associado a uma punção, por exemplo); Área de hiper transparência, onde não visualizamos a trama vascular; · Padrão Intersticial: - Intersticial Reticular: decorrente de pneumopatias intersticiais, que no RX se apresenta com espessamentos septais, estrias e opacidade linear heterogênea; - Intersticial Micronodular: Decorrente de múltiplos nódulos medindo de 1 a 5 mm, que podem se tornar coalescentes. Etiologia: TB miliar, sarcoidose, Histoplasmose, pneumoconioses, pneumopatias intersticiais, algumas neoplasias (linfoma, bronquioloalveolar); - Intersticial reticulonodular (padrão mais comum): o achado clássico é o de micronódulos associados a opacidades reticulares. Ocorre em pneumoconioses, infecções, pneumopatias intersticiais. *muitas vezes decorrente do faveolamento. Padrão reticular Espessamento de septos, bandas e opacidades lineares (heterogênea). Padrão reticular Padrão reticulonodular: micronódulos, espessamentos septais e estrias Padrão micronodular, comum em TB miliar. · Padrão Alveolar/Acinar: Substituição do ar alveolar por um produto patológico qualquer, como líquido, células ou tecidos anormais no parênquima pulmonar; - Opacidade homogênea de qualquer dimensão ou tamanho; - Aspecto algodonoso. Não possui broncograma aéreo; Opacidade algonodoso · Nódulo Pulmonar solitário (NPS): Lesão nodular < 3 cm (opacidade arredondada); - Benigno x maligno; - Calcificado x não calcificado (densidade): faz tomografia para confirmar Calcificação grosseira – benigno o Granuloma (TB)/Hamartoma; Microcalcificações agrupadas – maligno; - Contornos: lisos x espiculados; - Deve fazer Biópsia ou só seguimento: dependedo paciente; - Hipóteses diagnósticas: neoplasia primária (CA pulmão), metástase pulmonar, processos inflamatórios (pneumonia redonda); Opacidade arredondada menor que 3 cm, de contornos lisos, não calcificada. TC: 1: Nódulo calcificado (densidade de osso) liso de bordas regulares – benigno. 2: Nódulo em calcificação em pipoca – benigno. TC: nódulo calcificado com contornos espiculados – provavelmente maligno · Massa Pulmonar (Lesão nodular > 3 cm): Lesão expansiva com opacidade homogênea que pode acometer parte pulmonar, pleural, mediastinal ou da parede torácica; - Os contornos podem ser definidos ou parcialmente definidos; - Densidade: partes moles, de gordura ou óssea (depende da origem da lesão); - Etiologia: neoplasia de pulmão, tumor de pleura ou parede de tórax – para confirmar é necessário TC e biopsia; - Sem broncograma aéreo; Massa pulmonar. TC com massa/ lesão · Alargamento do mediastino. - Etiologia: tumores e cistos (linfoma, teratoma, seminoma, timoma, cisto broncogênico, Shiwanoma, Aneurisma de aorta, cisto de duplicação esofágico); - Necessidade de uma TC para melhor diagnóstico. Alargamento de mediastino médio. Alargamento de mediastino superior e médio. Alargamento de mediastino anterior em PA: Linfoma de Hodgkin. Alargamento de mediastino anterior em Perfil: Linfoma de Hodgkin. · Padrão cavidade pulmonar (escavação): Lesão arredondada com paredes irregulares > 1 mm, que contém gás no seu interior, pode haver ou não líquido, dentro do nódulo (nível hidroaéreo), massa ou consolidação. As paredes costumam ter contornos irregulares e medir mais que 1 cm de espessura. - Etiologia: TB pulmonar (não tem nível líquido), Abscesso pulmonar, Neoplasia abscedada (espessura da parede não diferencia essas 3 hipóteses). Abcesso: parede espessada e nível de liquido cavidade em lobo superior esquerdo. · Cistos pulmonares: Espaço arredondado, (bem circunscrito), com parede epitelizada ou fibrosa, de espessura variável, maioria das vezes “finas e delicadas”; - Etiologia: cisto broncogênico, linfangioleiomiomatose (vários cistos de diversos tamanhos – acomete mais mulheres), pneumocistose, histiocitose de células de Langerhans (vários cistos de mesmo tamanho – acomete mais homens). Cistos: paredes delicadas