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RELATÓRIO VIDEO O PAPEL DA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE CRISE

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Desde 2013 estão sendo feitas muitas pesquisas sobre vários campos educacionais brasileiros, tentando compreender os desafios que os municípios, estados que estão apresentando para fazer chegar os estudos para as crianças.
O centro de referencias reúne um conjunto de organizações que atuam e tem uma trajetória na educação integral.
Existem muitos jeitos de ser escola, e nos tempos que estamos vivendo hoje, esses diferentes jeitos vão se refletir nas propostas para esse período. Se por um lado podemos pensar em uma escola mais tradicional, pensaremos em uma forma de agir nesse período; mas se a gente pensa em uma escola que quer garantir o estudo integral, o direito a educação, que quer garantir uma determinada forma do estudante se desenvolver, temos que pensar em uma forma dessa concepção se desenvolver. 
Educação integral como concepção
Ela é uma concepção de educação para entender qualidade. Qualidade em educação integral significa a garantia da aprendizagem e desenvolvimento integral de todos e todas. Na educação integral o sujeito é visto como um sujeito multidimensional e ele será olhada como sujeito multidimensional, que vai ter seu processo educacional no seu jeito de ser.
O tempo integral é uma educação que não é o tempo que não define essa concepção, ou seja, pode ser em jornal integral ou na jornada ampliada com parcerias, e também a educação ampliada sem parcerias. 
A educação integral pensa na educação para além da escolarização, ou seja, a escola não está preocupada somente com o senso de escolarização, mas está pensando em um processo que está conectado a vida dos estudantes. 
O segundo ponto leva a superação a um modelo de estudantes e escolas passivos, onde os estudantes reproduzem o conhecimento em provas e teste. Isso quer dizer que a educação está preocupada desde a criança pequena em constituir capacidade de construção de conhecimento, de interpretação da realidade e de colocar esse conhecimento de colocar tudo em prática. A gente não está so preocupado com o sujeito que é capaz de adquirir conhecimento, mas sim para se relacionar, argumentar, etc. 
Para uma educação que se faz comprometida com a formação integra,l e quando a gente estava falando de formação integral a gente está dizendo que nós estamos preocupados o tempo inteiro desde a criança muito pequena em constituir capacidade de construção de conhecimento de interpretação da realidade de colocar esse conhecimento uso e de colocar esse conhecimento para interferir e transformar a realidade. 
No capítulo introdutório a questão da formação integral materializada nas competências gerais. O que as competências gerais vão dizer para a gente é de todas as áreas do conhecimento componentes curriculares devem ser trabalhados na SHIVA - desenvolvimento de competências, ou seja, a gente não está só preocupada com sujeito que é capaz de adquirir determinados conhecimentos, mas que é capaz de utilizá-los para se comunicar, para interpretar a realidade, para pensar científica, crítica e criativamente. Para se relacionar com o outro de forma de forma igualitária, para interpretar, argumentar tudo aquilo que as competências gerais vão trazer.
 O terceiro ponto para nós é bastante importante é que a gente interpreta, a gente compreende o estudante não como alguém que ao chegar na escola deixa de fora suas identidades, mas pelo contrário a gente vai entender os estudantes como um sujeito com a sua singularidade, com as suas características, com as suas identidades e um sujeito que ele é social, ele é histórico e um traz consigo uma série de marcas que são da sua história, do seu grupo social, da sua comunidade, do seu território. Ele é multidimensional e é bastante importante isso: ele é um sujeito competente, ele é um sujeito capaz de aprender, capaz de conseguir conhecimento, capaz de atuar na realidade.
Por fim é muito importante para a gente também a compreensão do professor, não como um executor de currículo, não como um executor de planos de aula, não como alguém que simplesmente executa política, mas um sujeito que é um profissional.
 Um profissional que pesquisa na sua área, que reflete o sobre a sua prática e que produz conhecimento e por isso é bastante importante quando a gente vai pensar numa pessoa e o sujeito que conhece os seus estudantes a sua realidade, portanto não é possível se pensar um planejamento e uma política ou no projeto político-pedagógico que não passa da participação destes profissionais - participação ativa destes profissionais - não apenas na implementação, mas na formulação das políticas e das propostas.
Quando pensamos em educação integral como política e não como uma modalidade para poucos, a gente vai pensar numa política que ela necessariamente seja para toda a rede e que tem como foco garantir condições para que as escolas implementem uma educação integral.
E que condições são essas? É a construção participativa de um currículo integrador, a construção de ferramentas de processos e instrumentos de avaliação que sejam coerentes com essa concepção, ou seja, que vão além das avaliações externas e que sejam constituídos desde a sala de aula até a secretaria. E também o processo dos programas e projetos de formação de professores e gestores que sejam alinhados a essa concepção e que sejam permanentes, que aconteçam de forma continuada dentro das escolas e também a partir de estratégias que articula em todas as redes.
Os pais, mães e cuidadores não são professores, não têm e/ou tiveram formação para isso e não constituirão capacidades para serem mediadores. Eu falo de mim mesma que sou professora, que é fusível de aula: no ano do meu filho mais velho tenho muita dificuldade em mediar uma parte importante das atividades dele, portanto essa não é uma atividade trivial que qualquer pessoa consegue assumir em um país como o Brasil que tem 38 milhões de analfabetos funcionais e grande parte desses analfabetos funcionais é os pais mães e responsáveis pelos nossos estudantes isso se torna ainda mais desafiador.
 E a outra questão de que não é possível transpor a escola para casa, que a escola não é só os conteúdos e aprendizados escolares, a escola é a experiência da cultura, é a socialização, é o espaço de vivência do público, é onde a gente convive com a diferença, onde se produz subjetividades, ou seja, essa experiência da escola não é possível ser transposta.
É um risco muito grande a gente ausentar como educadores das escolas, da vida das nossas crianças. São vários os riscos eu vou falar um pouco sobre eles, mas especialmente a questão do desengajamento. 
 O afastamento da escola um dos temas que a gente mais tem estudado além de educação integral, é a questão da exclusão escolar. Nós participamos do programa “Busca ativa escolar” que desenvolveu algumas experiências bem-sucedidas nesse campo e os dados de tudo que a gente vem pesquisando mostra que o tempo de afastamento da escola é um fator de exclusão muito forte, é um fator que impõe uma barreira muito grande a volta desses estudantes.
 O segundo ponto fundamental é apoiar as famílias. As famílias são atravessadas por muitos desafios e nós como educadores temos uma responsabilidade nesse sentido, então estes são os objetivos que nos parecem cabíveis e bastante importantes e relevantes nesse momento. Se a gente pensa educação como direito a gente, pensamos nela como educação para todos.
Metade da população de crianças e adolescentes no Brasil vivem sobre múltiplas privações, ou seja, uma grande parte das crianças que vocês atendem vivem múltiplas aplicações isso antes da pandemia. Nós vivemos em um país em que a explosão digital é uma realidade. Segundo dados que a campanha nacional pelo direito à educação sistematizou em um dos guias de orientações. Muitos domicílios não têm acesso a computador e 30% do tempo deles não desprende internet, então a gente precisa pensar nas atividades não presenciais considerar estudado. 
A última questão que tem mais importância, pois é um período de incerteza e insegurança. Ninguém sabe quando esse período iráterminar, estamos todos vivendo e tendo nossas vidas afetadas de diferentes maneiras. E isso sendo verdade para gestores, para professores e para as famílias dos estudantes e crianças. 
Portanto a gente não pode desconsiderar que essa experiência está sendo de alguma forma traumática para muitos de nós que fazemos parte das comunidades escolares. A política educacional a distância foi pensada a partir dessa realidade e a principal pergunta que já está sendo direcionada para as estratégias.
É muito importante que nós possamos compreender como é possível trabalhar com propostas de atividades estratégicas para este período que possam chegar a todas as crianças, adolescentes, jovens e adultos.
A noção de direito exige que nós criemos condições para acesso e permanência de todos. Se não há direito, não é outra coisa então esse é um desafio que nós temos que enfrentar com bastante coragem.
Nós fizemos um processo de pesquisa junto aos municípios com professores, fomos aos poucos e sistematizando essas perguntas que eu acho que são perguntas orientadoras para qualquer rede estruturando a sua estratégia.

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