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Produção de Carros Nissan

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Anexo 35
Anexo 34
A Nissan inventa o automóvel à la carte
– Gostaria de comprar um novo modelo do Glória em azul metálico, cinco
portas, com ar condicionado e sistema de auxílio à navegação. Qual será o prazo?
– Um momentinho, por favor. Vou enviar os dados do seu pedido ao fa-
bricante.
Quinze segundos mais tarde...
– Cavalheiro, seu carro será montado na fábrica de Tochigi, no dia 20 deste
mês, e lhe será entregue em domicílio cinco dias depois, ou seja, no dia 25.
O sistema Answer, que possibilita um diálogo assim, já está operando em
todas as concessionárias Nissan desde agosto de 1991. Como seu nome suge-
re, é um sistema de informática de ponta que coordena a produção e a venda,
e o primeiro do gênero que permite dar ao cliente o prazo exato. Se se pode
destinar aos clientes a maioria dos carros fabricados a cada dia, isso significa
que a fábrica produz carros “já comprados”, e que a fabricação se aproxima
de uma produção segundo a demanda.
Segundo T. Hirano, apud Le Courrier International, 29/8/1991.
In Pierre Beckouche, Indústria: um só mundo, São Paulo, Ática, 1995, p. 28.
lha depressa, sobram-lhe alguns segundos de descanso antes que chegue um
novo carro (...).
(...) Se, ao contrário, o operário trabalhar devagar demais, ele “se afun-
da”, isto é, encontra-se progressivamente levado para longe do seu posto,
continuando sua operação quando o operário seguinte já está realizando ou-
tra. Tem então de acelerar o ritmo para tentar recuperar o tempo perdido. E o
lento deslizar dos carros, que parecia tão próximo da imobilidade, toma um
aspecto tão implacável quanto a impetuosidade de uma torrente que não se
consegue conter: cinqüenta centímetros perdidos, um metro, trinta segundos
de atraso sem dúvida, esta junção rebelde, o carro em que se trabalha tão
longe, e o seguinte já apareceu no ponto de partida normal do posto, avan-
çando com a regularidade estúpida de massa inerte, percorrendo metade do
caminho antes de poder ser atingido, só podendo ser abordado quando já está
passando ao posto seguinte: acumulação de atrasos. É o que eles chamam
“se afundar” e por vezes é tão angustiante quanto um afogamento.
Robert Linhart, Greve na fábrica, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978, p. 13-14.

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