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O CUIDADO MULTIPROFISSIONAL NO TRATAMENTO DE PESSOAS COM FISSURA LABIOPALATAL UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

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SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
 
 
 
 
 
MARIANA FLÔRES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
O CUIDADO MULTIPROFISSIONAL NO TRATAMENTO DE PESSOAS COM FISSURA 
LABIOPALATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 
MARIANA FLÔRES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
O CUIDADO MULTIPROFISSIONAL NO TRATAMENTO DE PESSOAS COM FISSURA 
LABIOPALATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 
 
 
 
 Trabalho de Conclusão de Estágio 
apresentado à Secretaria Municipal de 
Saúde do Rio de Janeiro, como pré-
requisito para a obtenção de certificado de 
conclusão de estágio clínico na Unidade 
Hospitalar Municipal Nossa Senhora do 
Loreto. 
Orientador (a): Dr.ª Ana Maria B. Bandeira 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2017 
 
 
 
 
 
 
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
 
 
 
 
 
MARIANA FLÔRES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
O CUIDADO MULTIPROFISSIONAL NO TRATAMENTO DE PESSOAS COM FISSURA 
LABIOPALATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 
 
 
 
 
Autora: Mariana Flôres de Oliveira 
Orientadora: Dra. Ana Maria Bezerra Bandeira 
Graduanda em: Odontologia 
Período: 9º (nono) 
E-mail: marianaflores@id.uff.br 
Instituição de Ensino: Universidade Federal Fluminense 
Local de estágio: Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2017 
mailto:marianaflores@id.uff.br
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 As fissuras labiopalatinas (FLP) são malformações congênitas orofaciais que 
acometem o terço médio da face, ocasionadas pela não fusão dos processos 
maxilares e palatinos durante a vida intrauterina, resultando em uma abertura em 
lábio e/ou palato. Elas são as anomalias mais comuns na atualidade, sua etiologia é 
pouco conhecida. É necessária uma equipe multiprofissional para conseguir uma 
reabilitação global. O presente trabalho visa descrever o atendimento 
multiprofissional e sua importância no cuidado das pessoas com FLP de um centro 
de tratamento de deformidades craniofacial do sistema único de saúde. Foi feito um 
relato de experiência, durante o estágio curricular não obrigatório, partindo de um 
referencial teórico de produções científicas publicadas entre 2002 a 2012, em língua 
inglesa e portuguesa. O levantamento bibliográfico valeu-se do Google acadêmico; 
das bases de dados eletrônicos PubMed, Scielo, MEDLINE, ScienceDirect e fontes 
não digitais como teses e dissertações. O estudo foi qualitativo, descritivo e 
observacional com o pesquisador participante das atividades clínicas/gerenciais. A 
equipe multiprofissional de médicos; odontólogos; enfermeiros; psicólogos; 
fonoaudiólogos; nutricionistas e terapeutas ocupacionais atuam integrados visando o 
melhor tratamento da pessoa com fissura labiopalatal desde o diagnóstico 
intrauterino até a fase adulta. Eles participavam de uma consulta multiprofissional 
onde o plano de tratamento personalizado era planejado. O modelo de cuidado e 
atenção à saúde de forma integral oportuniza a inter-relação entre os diferentes 
profissionais que veem a pessoa como um todo, numa atitude humanizada e com 
uma abordagem mais ampla e resolutiva. 
 
Palavras-chave: Fissura Palatina;Fenda labial; Equipe de Assistência ao Paciente; 
Anormalidades Craniofaciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Labiopalatine fissures (FLP) are orofacial congenital malformations that affect 
the middle third of the face, caused by non fusion of maxillary and palatal processes 
during intrauterine life, resulting in a lip and / or palate opening. they are the most 
common anomalies today, their etiology is little known. A multiprofessional team is 
needed to achieve global rehabilitation. This study aims to describe the 
multiprofessional care and its importance in the care of people with FLP from a 
treatment center for craniofacial deformities of the single health system. An 
experience report was made during the non-compulsory curricular traineeship, 
starting from a theoretical reference of scientific productions published between 2002 
and 2012, in English and Portuguese. The bibliographic survey was made use of by 
Google academic; of the electronic databases PubMed, Scielo, MEDLINE, 
ScienceDirect and non-digital sources as theses and dissertations. The study was 
qualitative, descriptive and observational with the researcher participating in clinical / 
managerial activities. The multiprofessional team of physicians; dentists; nurses; 
psychologists; speech therapists; nutritionists and occupational therapists act 
integrated to the best treatment of the person with cleft lip and palate from 
intrauterine diagnosis to adulthood. they participate in a multiprofessional 
consultation where the custom treatment plan is planned. The model of care and 
health care in an integral way allows the interrelation between the different 
professionals who see the person as a whole, in a humanized attitude and with a 
broader and more resolute approach. 
 
Keywords: Cleft palate; Cleft lip;Patient Care Team;Craniofacial Abnormalities 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO
 6 
2 OBJETIVOS
 7 
2.1 Objetivo geral
 7 
2.2 Objetivo específico
 8 
3 METODOLOGIA
 8 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
 9 
4.1 Consulta multiprofissional - CAT (Consulta de Avaliação Tríplice)
 9 
4.2 Acompanhamento Odontológico
 10 
4.3 Acompanhamento Médico
 12 
4.4 Acompanhamento da Enfermagem
 13 
4.5 Acompanhamento Psicológico
 14 
4.6 Acompanhamento da Terapia Ocupacional
 14 
4.7 Acompanhamento Fonoaudiológico
 16 
4.8 Acompanhamento Nutricional
 17 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
As fissuras labiopalatinas (FLP) são malformações congênitas orofaciais que 
acometem o terço médio da face, podendo envolver palato e/ou lábio. São 
ocasionadas pela não fusão dos processos maxilares e palatinos durante a vida 
intrauterina, em média, da sexta a décima semana (CYMROT et al,2010) resultando 
em uma abertura em lábio e/ou palato. Segundo LISBÔA, ROCHA & PINI (2010) as 
FLP acometem aproximadamente 1/650 nascimentos no Brasil, totalizando 5800 
novos casos ao ano. Estão entre as anomalias mais comuns na atualidade. Levando 
como referência o forame incisivo, as fissuras são classificadas em:1)Fissura pré-
forame incisivo, divididas em unilateral, bilateral e mediana. 2) Fissura transforame 
incisivo, são as de maior gravidade, também são divididas unilateral ou bilateral, 
envolvendo lábio, arcada alveolar e todo o palato. 3) Fissura pós-forame incisivo, 
são palatinas e em geral medianas, que podem situar-se apenas em úvula, ou na 
demais partes do palato duro e mole (SPINA et al,1979 apud CYMROT et al,2010,). 
Segundo RIBEIRO-RODA e GIL-DA-SlLVA-LOPES (2008) apud KUHN et al 
(2012), no Brasil, a prevalência varia entre 11,89/10.000 e 3,09/10.000 nascidos, 
dependendo da região geográfica”. No estudo de CYMROT et al (2010) os autores 
constataram que “a maior ocorrência de fissura foi a do tipo transforame unilateral 
(47,9%), seguida da fissura transforame bilateral (24,7%), fissura pós-forame 
completa (23,2%)”. Para BARONEZA et al (2005) apud KUHN et al (2012) “a fissura 
de maior prevalência é a transforame (59,9%), a razão entre os gêneros 
encontrados nesta pesquisa foi de 1,5 masculino:1,0 feminino e 92,6% da população 
estudada pertencia à classe econômica baixa.” No entanto, DI NINNO et al (2004) 
apud KUHN et al (2012) diz que todos os grupos raciais e étnicos podem apresentar 
as fissuras labiopalatinas, independentemente de classe econômica ou sexo. A 
etiologia ainda é controversa na literatura e o modelo mais aceito é o multifatorial 
(BUENO, 2007).Para LOFFREDO;FREITAS & GRIGOLLI, 2001; ABDO; MACHADO, 
2005 alguns fatores podem estar relacionados à etiologia, como:hereditariedade, 
alcoolismo, drogas, uso de corticoides e estresse. Outros estudos ainda destacam a 
relação da idade dos pais com a incidência de fissuras, mostrando que quanto maior 
a idade, maior a chance desse casal gerar um filho fissurado. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, é de grande importância a 
presença de uma equipe multidisciplinar para reabilitar de forma global do paciente 
 
 
 
 
 
 
(MOTOYAMA et al, 2000 apud AUGUSTO, BORDON & DUARTE, 2002). Conforme 
KUNH et al (2012) esse paciente pode ter comprometimento na fala, estética, 
alimentação, posicionamento dos dentes. A presença de fissura no palato pode levar 
a alteração na tuba auditiva, que é a estrutura que comunica o nariz com o ouvido. 
Isto torna mais comum o acúmulo de líquido nos ouvidos destas pessoas que nem 
sempre percebidos. Tornam-se comuns quadros de otites, pneumonia, alterações 
nasais, anemia pela dificuldade de alimentação. Estas pessoas podem apresentar 
características comuns como: insegurança, dificuldade de comunicação, vergonha, 
medo, autoconceito baixo, dificuldade nos relacionamentos sociais e na 
comunicação, depressão (DOMINGUES et al., 2011 apud KUHN, 2012). O 
acompanhamento multiprofissional deve acontecer desde o primeiro dia de vida do 
bebê e ser longitudinal, com o intuito de melhorar a integração adequada ao 
ambiente familiar e social (AUGUSTO;BORDON & DUARTE,2002), sendo 
imprescindível o suporte também a família. A dialógica interdisciplinar é fundamental 
para o melhor andamento de cada caso clínico, sendo necessária uma visão 
conjunta de filosofia de tratamento (SOUZA, 1985 apud AUGUSTO; BORDON & 
DUARTE, 2002). 
Diante das reflexões aqui iniciadas, o presente estudo tem como objetivo 
apresentar as experiências e as atividades relacionadas a rotina de um centro de 
atendimento de pessoas com deformidades craniofacial que é referência no 
tratamento de fissuras labial e/ou palatina, mostrando que este tratamento deve 
ser realizado por uma equipe multidisciplinar experiente, sendo muito importante a 
interdisciplinaridade entre os profissionais reabilitadores e indispensável a existência 
de um protocolo clínico de atendimento o qual é essencial para o entendimento do 
tratamento e reabilitação destas pessoas. 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 Objetivo geral 
O presente trabalho, mediante um relato de experiência, visa descrever e 
discutir o atendimento e acompanhamento de pacientes com fissura labial e/ou 
palatal em um Centro de Deformidade Crâniofacial. 
 
 
 
 
 
 
2.2 Objetivo específico 
Levando em consideração o atendimento multiprofissional os objetivos 
específicos são: 
 
● Descrever a rotina e o atendimento no centro de atendimento 
● Relatar quais as especialidades envolvidas no tratamento da pessoa com 
fissura labiopalatal e suas respectivas importância na reabilitação física e 
psico-social desta pessoa. 
● Descrever uma vivência clínica enquanto estagiária de um centro de 
referência especializado. 
 
3 METODOLOGIA 
Esta pesquisa consistiu em um relato de experiência que descreve aspectos 
vivenciados, na oportunidade de um estágio curricular não obrigatório em um centro 
de atendimento de pessoas com deformidades craniofacial especializado no 
tratamento de fissura labial e/ou palatal. Trata-se de um olhar qualitativo, que 
abordou a problemática desenhada a partir de métodos descritivos e observacionais. 
O relato de experiência é uma ferramenta da pesquisa descritiva que apresenta uma 
reflexão sobre uma ação ou um conjunto de ações que abordam uma situação 
vivenciada no âmbito profissional de interesse da comunidade científica e não 
necessita da submissão para apreciação ética. O estágio que resultou na redação 
deste relato aconteceu de março a novembro de 2017 neste centro situado na 
cidade do Rio de Janeiro e todo referencial teórico baseado em produções 
científicas publicadas entre 2002 a 2012 em língua inglesa e portuguesa. O 
levantamento bibliográfico valeu-se do Google acadêmico; das bases de dados 
eletrônicos PubMed, Scielo, MEDLINE, ScienceDirect e fontes não digitais como 
teses e dissertações. O estudo foi qualitativo, descritivo e observacional com o 
pesquisador participante das atividades clínicas/gerenciais. Utilizou-se das seguintes 
técnicas de coleta de dados: observação estruturada (pesquisador participante), 
participação nas atividades clínicas/gerenciais e análise da estrutura física do centro. 
Dentre estas atividades destacam-se acompanhar a rotina de atendimento dentro do 
ambulatório da odontologia duas vezes por semana, presenciar algumas consultas 
multiprofissionais realizadas uma vez por semana chamada CAT(Consulta de 
 
 
 
 
 
 
Avaliação Tríplice), conhecer e conversar com os profissionais das outras 
especialidades e, na medida do possível, acompanhar as suas consultas. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Durante o período que desenvolvi minhas atividades na clínica odontológica 
do centro de atendimento de pessoas com deformidades craniofacial para cumprir 
as tarefas correspondente ao Estágio de Acadêmico Bolsista (Odontologia – 
Atenção Integral), vivenciei a multiprofissionalidade da equipe de saúde atuante 
dentro deste Centro. A equipe de profissionais é composta por: médicos - pediatras 
e cirurgiões plásticos; odontólogos – clínicos gerais, protesistas, cirurgião buco-
maxilo, odontopediatras e ortodontistas; enfermeiros(as), psicólogos(as), 
fonoaudiólogos(as), nutricionistas, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. 
O Hospital em questão é uma unidade pediátrica. Nele há o atendimento de 
crianças e o atendimento vai desde consultas de rotina, exames laboratoriais até 
internação em leitos.Paralelamente à isso, existe o atendimento específico para 
pacientes com fissuras labiopalatinas caracterizando um Centro de Referência a 
população e que oferece atendimento e acompanhamento desde o primeiro dia de 
vida de cada pessoa. 
Independente do tipo e extensão da fissura, o tratamento necessita ser 
conjunto e integrado dentro das diversas especialidades para ser capaz de ajudar 
nas alterações bio-psico-sociais de cada indivíduo. Para SILVA et al.(2008) apud 
LISBÔA, ROCHA & PINI (2010). Os profissionais envolvidos não irão se deparar 
somente com alterações funcionais, mas sim com um complexo conjunto de 
alterações mastigatórias, audição, fala, desenvolvimento, crescimento craniofacial, 
respiração nasal, deglutição. Justificando assim, a importância da presença de uma 
equipe multiprofissional no tratamento como as seguintes especialidades: pediatria, 
enfermagem, cirurgia plástica, odontologia (ortodontista e protético), 
otorrinolaringologia, fonoaudiologia e, algumas vezes psiquiatria (WONG 1999 apud 
LISBÔA, ROCHA & PINI, 2010). Na sequência será descrita como era a abordagem 
de cada especialidade no planejamento e atuação no tratamento das pessoas com 
fissuras deste centro. 
 
 
 
 
 
 
4.1 Consulta multiprofissional - CAT (Consulta de Avaliação Tríplice) 
A consulta multiprofissional era formada por odontólogo, pediatra, 
nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional, assistente social, cirurgião plástico e 
fonoaudiólogo, era agendada para os bebês recém-nascidos, para mulheres 
grávidas, para pacientes de outras faixas etárias que chegaram ao serviço pela 
primeira vez ou que estiveram afastados por muito tempo do serviço de saúde. Com 
membros de cada equipe multidisciplinar era possível uma avaliação integral onde, 
eram tiradas todas as dúvidas que existiam em relação ao tipo de fissura, ao 
tratamento e ao acompanhamento dentro da unidade de saúde, uma abordagem 
geral do caso clínico servia de orientação para oplanejamento do tratamento. Como 
protocolo, uma ficha de anamnese era preenchida com perguntas detalhadas sobre 
a gestação, tipo de parto, uso de medicamentos, histórico de fendas na família, local 
de origem, entre outras perguntas. Com a possibilidade de ter todosesses 
profissionais no mesmo local, um plano de tratamento era traçado para cada 
paciente, tornando-o único e individualizado, visto que cada um tem a sua 
particularidade e necessidade. Após o preenchimento da ficha e identificado o tipo 
de fissura, o usuário era encaminhado para as especialidades que iriam atuar na sua 
reabilitação, uma lista de consultas a serem marcadas é entregue para o paciente ou 
familiar. Muitas famílias chegam à essa consulta aflitos e receosos, assim a 
presença de psicólogos naquele momento é essencial para acalmá-los e tranquilizá-
los. E, mediante a necessidade, os outros membros se posicionavam para sanar 
qualquer dúvida. Era importante aquele paciente sair da unidade sabendo que 
estava amparado e que ele teria o amparo multiprofissional ao longo do tratamento. 
Dentre todas as especialidades presentes no CAT, a assistência social foi a única 
que não vivenciei sua rotina, minha experiência foi somente nos horários da consulta 
multiprofissional. No entanto, é uma parte integrante e essencial dentro da 
multiprofissionalidade e do serviço. 
4.2 Acompanhamento Odontológico 
A equipe de saúde bucal era composta por onze odontólogos, que se dividem 
em especialidades como: ortodontia, odontopediatria, bucomaxilofacial, 
implantodontia e clínico geral. Cada especialidade tem sua importância e 
necessidade de acordo com a idade do paciente, ajudando-o a passar por cada 
 
 
 
 
 
 
etapa do tratamento. Ademais existia na equipe dois protéticos que são 
responsáveis pelos trabalhos laboratoriais. 
O primeiro atendimento no Centro de Referência era sempre feito por um 
ondontológo e fonoaudiólogo. Ao chegar, o recém nascido passava por uma 
avaliação odontológica onde era diagnosticado a presença ou não de fissura 
labiopalatina, realizada a classificação e quando constatado a sua presença 
envolvendo ia o palato (transforame e pós-forame), era preciso avaliar a 
necessidade da confecção de uma placa obturadora. Essa placa tinha como objetivo 
vedar a fissura no palato impedindo a passagem de leite para a cavidade nasal, 
permitir melhor sucção e alimentação, reposicionar a língua e não permitindo que a 
criança criasse o hábito de acomodá-la no espaço da fissura, além de direcionar o 
crescimento de osso e tecidos para a posição correta, auxiliando nos resultados da 
cirurgia que seria realizada mais tarde. O gasto de energia para realizar a sucção do 
bebê fissurado, que usa placa obturadora, é menor, e assim o ganho ponderal se 
traduz em maior quantidade favorecendo uma das condições adequadas para 
realização de cirurgias reparadoras, o ganho de peso. Na necessidade da placa 
obturadora, a primeira moldagem era feita pelo odontólogo e na presença do 
pediatra do hospital.O material utilizado era silicone pesada de condensação e, um 
modelo em gesso, sobre o qual se estruturava uma placa em resina acrílica 
autopolimerizável, era confeccionado pelo protético. A adaptação com a placa 
variava para cada bebê, todos os responsáveis eram orientados quanto à 
importância do uso contínuo, higienização. Além disso, era feito o alerta quanto a 
posição correta na hora da amamentação. Esse trabalho era feito pelo odontólogo 
juntamente com o fonoaudiólogo, ambos atuavam para criar a melhores condições 
de amamentação para o bebê, seja pelo aleitamento natural ou artificial. 
A partir da primeira consulta o bebê com necessidade de placa obturadora, 
era acompanhado mensalmente para controle do uso da placa e remoldagens eram 
realizadas caso fossem necessário. Isto se dava até devido o crescimento da arcada 
superior, até o momento da cirurgia de palato. Os demais eram marcados de acordo 
com a rotina de revisão do setor . Em média, as cirurgias de lábio eram realizadas 
aos 6 meses de vida, sendo imprescindível que o bebê estivesse bem de saúde e 
com, ao menos, seis quilogramas .E a correção de palato ocorria aos 12 meses de 
 
 
 
 
 
 
vida. Quando conjugadas, requeriam duas intervenções cirúrgicas: aos 6 meses 
para fechar o lábio e palato mole, e a segunda para o fechamento do palato duro. 
 Com o acompanhamento longitudinal pela odontologia, quando as crianças 
chegavam a faixa etária de sete anos e apresentavam descontinuidade de rebordo 
alveolar, avaliava-se a necessidade de uma enxertia óssea pelo ortodontista. Para 
realizar a enxertia com sucesso, existiam alguns critérios a serem seguidos como, 
por exemplo: o elemento dentário permanente canino deveria estar com ¾ de sua 
raiz formada, caso houvesse a presença de fístula no local da fissura e mordida 
cruzada posterior estas teriam que ser tratadas antes da enxertia óssea. No caso da 
mordida cruzada, era preciso a intervenção ortodôntica prévia à enxertia para 
correção da oclusão e em relação a fistula palatina o planejamento dos 
procedimentos deveria ser feito em conjunto com a cirurgia plástica. 
Nos atendimentos subsequentes, era avaliado a necessidade de outros tipos 
de enxertia, além da correção e alinhamento dos dentes, necessidade de próteses 
dentárias e implantes. Todo o planejamento era traçado de acordo com o tipo de 
fissura, qualidade óssea e necessidades de cada pessoa. Nos pacientes fissuras 
palatinas é comum a presença de agenesias e alterações no esmalte dos dentes. 
Logo acompanhamento com o clínico geral eram de extrema importância para evitar 
o início de problemas dentários, e o implantodontista intervia nas ausências 
dentárias, devolvendo função e estética. Durante toda a vida, o paciente estará 
coberto pelo atendimento odontológico, independente da especialidade. 
4.3 Acompanhamento Médico 
 O atendimento médico era realizado principalmente pelas seguintes 
especialidades: cirurgia plástica, pediatria e otorrinolaringologista. 
A pediatria ficava responsável por acompanhar todo o desenvolvimento do 
paciente desde sua chegada ao hospital. Ficaria à critério do responsável ter o 
acompanhamento pediátrico e de otorrinolaringologista no ambulatório da unidade 
ou em outro local particular e/ou perto da sua residência.No entanto, os profissionais 
deste centro eram muito capacitados e preparados para trabalhar com pessoas 
fissuradas. 
 
 
 
 
 
 
A cirurgia plástica atuava reconstituindo a estética facial e contava com o 
serviço tanto cirúrgico quanto laboratorial. O acompanhamento era realizado desde 
o nascimento e um plano de tratamento traçado respeitando individualidade de cada 
paciente. Antes das cirurgias eram realizadas reuniões pré-operatórias, que 
consistia em informar aos responsáveis qual eram as condutas pré, trans e pós 
operatórias. Nesta etapa do tratamento havia a parceria com a psicologia onde, por 
meio de bonecos terapêuticos, de forma lúdica, era explicado às crianças como 
sedava o processo de internação (GUIA DE ORIENTAÇÃO DO CENTRO DE 
TRATAMENTO DE FISSURAS LABIOPALATAIS, 2012). Além das orientações e 
presença da psicologia, nestas reuniões haviam também a participação da 
fonoaudiologia, do serviço social e da enfermagem, mostrando, mais uma vez, a 
importância da multiprofissionalidade focado no atendimento integral . 
O otorrinolaringologista atuava de forma igualmente importante. Com a fissura 
labiopalatal, crianças e adultos apresentavam maior tendência de apresentarem 
problemas de ouvido, nariz e garganta, sendo o mais comum os de ouvido. Isso era 
explicado pela alteração na tuba auditiva, que podia permanecer mesmo após a 
cirurgia de correção do palato, ocasionando acúmulo de secreção nos ouvidos. 
Como consequência, havia a perda de capacidade auditiva, otites recorrentes, 
chiado nos ouvidos, alteração e atraso na fala. Somando-se a isso, podia haver 
desvio de septo que ocasionam dificuldade respiratória, roncos e sinusites. 
4.4 Acompanhamento da Enfermagem 
A equipe de enfermagem contava com dois profissionais por dia. A 
especialidade atuava diretamente com o paciente desde o acolhimento no primeiro 
dia no hospital,estavam presentes nas consultas multiprofissionais e nas reuniões 
pré-operatórias.. Logo após o atendimento clínico com coma cirurgia plástica e 
programação da data da correção cirúrgica, era marcado uma entrevista com a 
enfermagem para ser feita uma anamnese detalhada com perguntas sobre alergias, 
problemas sistêmicos histórias médicas pregressas, para orientar sobre as 
instruções pós- operatórias, assim como tirar qualquer dúvida em relação aos 
procedimentos (tempo de cirurgia, cuidados com a cicatriz e alimentação pós-
operatória). O acompanhamento do pós-cirúrgico e retirada dos pontos era feito pela 
enfermagem. O ambulatório acontecia todos os dias da semana, assim como as 
 
 
 
 
 
 
ações específicas de consultas de puericultura mensais, por exemplo. Apesar do 
Centro de Deformidade Craniofacial não contar com atendimento de emergência, as 
enfermeiras relataram que havia, ocasionalmente, a procura de atendimento 
espontâneo em casos emergenciais e que, para conseguir um possível encaixe com 
o médico, era preciso passar pela avaliação da enfermagem. A enfermagem 
participava do contínuo tratamento do paciente e se relacionavam o tempo todo com 
as outras especialidades para que o acompanhamento fosse o mais completo 
possível. 
4.5 Acompanhamento Psicológico 
O papel da psicologia era de extrema importância no que se referia ao auxílio 
do paciente fissurado e de sua família desde o nascimento. Mesmo após a 
intervenção cirúrgica, sequelas psicossociais tinham repercussão na qualidade de 
vida dos indivíduos, podendo limitar suas atividades e restringir sua participação 
social(GRACIANO& SPÓSITO, 2011). Para RICHMAN (1978), TOBIASON (1983), 
RICHMAN (1983), SOUZA (1985), PAYNTER et al. (1991), NUNES et al.(1998), 
PRADA et al. (2000), CARVALHO & TAVANO (2000) apud SILVA et al. (2002) a 
intervenção psicológica era indispensável desde o primeiro dia de vida. Era preciso 
que os pais e familiares entendessem o que é a fissura e como iriam se organizar 
com o bebê, desde as primeiras cirurgias, período de adaptação e, crescimento. 
Todo suporte era ofertado ao longo do tratamento, e a conscientização da 
importância sobre colaboração e participação dos pais durante esse período era 
reforçada. As crianças só se percebiam diferentes aos cinco anos de idade. Por isso 
era importante que o acompanhamento já estivesse ocorrendo nesse período, se 
tornando mais fácil para elas passar por essa fase de uma forma mais leve e menos 
traumática. 
 O primeiro contato do paciente e responsável com o psicólogo acontecia, na 
maioria das vezes, na consulta multiprofissional. No entanto, a família podia procurar 
atendimento quando achasse necessário como, por exemplo, ao descobrir durante a 
ultrassonografia morfológica que o bebê possuía algum tipo de fissura. E, sempre 
que achasse necessário, havia psicólogos na unidade para sanar qualquer dúvida e 
dar auxílio a esses pacientes. Se não procurados de forma espontânea, os 
momentos de consultas seriam: 1)quando a primeira cirurgia for marcada, 2) na 
 
 
 
 
 
 
reunião de preparação cirúrgica, 3) após a cirurgia, 4) ao início das primeiras 
palavras, 5) antes da entrada da criança na creche/escola, 6) no início da 
adolescência. 
4.6 Acompanhamento da Terapia Ocupacional 
As consultas com a terapeuta ocupacional eram mensais até o momento da 
primeira cirurgia. A terapia ocupacional para os pacientes com fissura, era de 
extrema importância para que, no momento da intervenção cirúrgica, o bebê 
estivesse com o desenvolvimento motor compatível com a idade. Na primeira 
consulta, a profissional testava os reflexos primitivos, verificava colocando o bebê 
em certas posições se ele conseguiria engatinhar, o estimulava também com sons e 
movimentos. As orientações quanto a posição correta de segurar o bebê no colo, de 
como colocá-lo para arrotar, de não criar o hábito de balançá-lo na hora de dormir, 
do tempo correto para sentá-lo ou andar, eram repetidas diversas vezes mediante a 
importância disso para o correto desenvolvimento do bebê. Se as mães 
estimulassem as posições incorretas, a força muscular aumentaria não só nas 
pernas ou braços, aumentaria o tônus global da criança. E isso incluiria a força 
muscular na boca, local da cirurgia plástica. Então, todas as orientações eram 
passadas e enfatizadas para que, no momento da cirurgia, não houvessem 
alterações. Pela presença de fissura palatina algumas posições de colo, comuns 
com qualquer criança, deveriam ser modificadas. Por exemplo, a mãe não deveria 
criar o hábito de balançá-lo no colo, devido a presença da comunicação entre 
cavidade oral e ouvido. Isto poderia ser perigoso caso, por exemplo, algum leite 
voltasse do estômago e com o constante balanço, chegasse ao ouvido causando 
infecções. E, se recorrente, levando a possível perda auditiva. Outra orientação 
importante era a posição do colo, sempre com o bebê o mais encolhido possível 
(semelhante a posição fetal), para ele engolir menos ar e ter menos cólicas. Após a 
amamentação, a posição correta para arrotar seria com ele sentado na perna da 
mãe, apoiando com uma mão a coluna e com a outrapressionando levemente a 
barriga. Não era indicado a posição convencional porque a mãe não teria como ver 
se o leite materno voltasse, comum acontecer em crianças com fissura. 
Mês a mês o desenvolvimento era acompanhado, assim como a aceitação e 
a imagem corporal era trabalhada. Juntamente com a psicologia, a terapia 
 
 
 
 
 
 
ocupacional tinha como função trabalhar com essa criança a sua imagem. A 
aceitação do diferente por vezes era difícil tanto para a família como para a criança. 
No geral, as consultas mensais eram até o momento do bebê andar. No 
entanto, em alguns casos, o acompanhamento acontecia em qualquer idade e 
sempre que fosse pedido pela escola, pelos pais ou pelos outros profissionais que 
avaliassem a necessidade da terapia ocupacional para aquele paciente. 
 
4.7 Acompanhamento Fonoaudiológico 
 A presença de fissuras no palato e/ou lábio altera a diretamente a 
alimentação dos bebês. Com a descontinuidade do palato, não há a pressão 
suficiente para que seja possível a sucção, impossibilitando a amamentação natural 
ou artificial com mamadeira, o bebê têm um gasto calórico muito alto na tentativa de 
sugar e não consegue ter ganho de peso. Nesses casos, o atendimento conjunto 
entre o fonoaudiólogo e odontólogo eram importante pois confeccionavam a placa 
obturadora para selar o palato e analisavam o reflexo de sucção do paciente. Os 
bebês recém nascido com fissura geralmente chegava de ambulância com a sonda 
nasogástrica, devido a grande dificuldade no processo de amamentação, mas com a 
placa obturadora do palato e as orientações da fonoaudiologia,e na maiorias dos 
casos a sucção era restabelecida possibilitando amamentação, na maioria das 
vezes, com a mamadeira e finalmente retornava para o hospital de origem para 
avaliações e alta hospitalar. As orientações quanto à correta posição para 
amamentação eram essenciais nesse processo. O bebê deveria estar na posição 
sentada e a mamadeira de forma mais elevada possível, para que o mínimo de ar 
fosse deglutido. Isto ajudava a evitar também o retorno de algum resíduo de leite 
pelo nariz, muita vezes relatado pelas mães. A quantidade também era corrigida, se 
necessário. As profissionais verificavam a saída do leite no bico da mamadeira, se o 
furo do bico estivesse muito grande, inevitavelmente, sairia muito leite e a criança 
poderia engasgar ou ter o retorno desse líquido como citado anteriormente. Se 
estivesse muito pequeno, o tempo de mamada seria demorado demais e haveria 
perda calórica pelo esforço na sucção, nesses casos a orientação era furar com um 
pequeno alfinete o bico formando uma cruz. 
 
 
 
 
 
 
Em casos que só havia fissura no lábio, era analisado se a amamentação 
estava prejudicada. Na maioria das vezes, nãohavia interferência. Era indicado o 
uso de uma fita adesiva para aproximar os tecidos do lábio que estavam partidos e 
desta forma a sucção também era facilitada Além desse primeiro atendimento, os 
fonoaudiólogos estavam presentes na consulta multiprofissional e em consultas 
agendadas específicas da especialidade mediante a necessidade de cada paciente. 
 
4.8 Acompanhamento Nutricional 
 No primeiro ano de vida, as consultas com a nutricionista são freqüentes. 
Após esse período, vão espaçando-se mais, de acordo com a necessidade de cada 
bebê. Quando o bebê apresenta fissura no palato e faz uso da placa obturadora, a 
amamentação natural fica impossibilitada. Muitas mães conseguem tirar o leite 
materno e, com o uso de mamadeiras, alimentam com o seu próprio leite até os 
sexto mês. Porém, em casos que não seja possível usar o leite materno, o leite de 
fórmula é o mais indicado, e a introdução alimentar antecipada. A orientação aos 
pais é feita no primeiro dia do bebê dentro do hospital, eles precisam saber a 
quantidade e freqüência já que não é uma amamentação em livre demanda. 
Antes da consulta, todos os pacientes são pesados e medidos pela 
enfermagem, para que a nutricionista faça um gráfico de crescimento com essas 
informações e possa acompanhar se o peso e a altura estão ideais para a idade. 
Geralmente esse gráfico é anotado na própria carteirinha de vacinação da criança. 
Até os seis meses de vida, é anotado no prontuário o peso, altura, a quantidade de 
mililitros que o bebê está mamando e o relato dos responsáveis quanto à dieta . Se, 
com todas as orientações e dieta definida não houver ganho de peso, as consultas 
precisam ser mensais. Se tudo estiver bem, depois da primeira consulta o retorno é 
previsto para 3 a 4 meses. 
Nesse segundo momento é iniciada a introdução alimentar, a nutricionista tem 
uma tabela com os alimentos que devem ser inicialmente oferecidos. Nessa fase há 
muitas dúvidas dos responsáveis e até um pouco receio, por isso é entregue um 
guia de orientações bem explicado e anotado com o tipo de alimentos, quantidade, 
modo de preparo e freqüência. Essa introdução é gradual e precisa ser 
acompanhada de perto. Toda essa fase é semelhante à introdução de qualquer 
bebê com ou sem a fissura labiopalatina, a única diferença está nos alimentos 
 
 
 
 
 
 
ácidos que podem agravar o refluxo, muito comum e incômodo nos pacientes com 
fissuras.. 
Chegado o momento da cirurgia plástica, a nutricionista introduz na dieta o 
suplemento de proteína. É um protocolo utilizado para fortalecer os músculos 
próximos à área a ser operada e ter um melhor pós-operatório. Em certos casos, só 
com o uso desse suplemento já foi possível reduzir fístulas no palato. Após a 
cirurgia, a dieta deve ser líquida. Todas essas orientações são realizadas pelos 
profissionais da nutrição. 
Após todas essas etapas, é possível marcar alguma consulta sempre que 
quiser ou precisar de algum acompanhamento em qualquer faixa etária. 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A partir da minha experiência no estágio curricular não obrigatório, constatei a 
extrema importância da multiprofissionalidade. Todo planejamento do plano de 
tratamento de cada paciente, respeitando suas individualidades, precisa ser 
realizado por uma equipe qualificada e preparada para atendê-los. O 
acompanhamento integral e longitudinal resulta em uma melhor reabilitação 
tornando o tratamento mais resolutivo. Dessa forma, é restabelecido não só a saúde, 
mas também a qualidade de vida dessas pessoas. Essa inter-relação entre os 
diferentes profissionais que veem a pessoa como um todo torna o atendimento muito 
mais humanizado e deveria se tornar realidade em todos os serviços semelhantes, 
visto o quanto é positivo esse modelo de assistência à saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Secretaria da Saúde, Coordenação da Atenção Básica, Área Técnica de 
Saúde Bucal. - São Paulo: SMS, 2012.

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