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Administração Pública e SUS

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Victória Ellen Gomes de Sousa
Bacharel em enfermagem na UEPB
INTRODUÇÃO
A Administração é a organização
encarregada de elaborar e executar
políticas públicas, além de tomar decisões
e fazer com que sejam cumpridas por
intermédio de uma série de funções, órgãos
ou departamentos (Administração,
Ministérios, Secretarias de Estado,
Segurança);
A gestão administrativa consiste em dirigir
e manter o controle sobre os recursos de
uma organização, tudo para produzir os
melhores resultados. Já o gestor
administrativo é o responsável pela
organização funcional;
Administração Pública é a ordenação
(planejamento e organização), direção e
controle dos serviços do governo, nas
esferas federal, estadual e municipal,
segundo os preceitos do direito e da moral,
visando ao bem comum.
Nessa perspectiva, insere-se o papel
fundamental da Secretaria Estadual de
Saúde. Refere-se, mais especificamente,
as atividades de Vigilância em Saúde,
Sanitária e Epidemiológica, destinadas a
assegurar o bem de todos a partir da
promoção do bem individual ou grupal, sem
exceções, com base em privilégios ou
discriminação de qualquer sorte, e sem
prejuízo de um número maior de individuos;
Nesse sentido, o conjunto de ações e
serviços de saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e
indireta, e das funções mantidas pelo Poder
Público, dá-se nome de Sistema Único de
Saúde (SUS).
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Publicidade: Os atos do Poder Público
devem ser divulgados de forma geral para
que o povo, detentor real deste poder,
tenha conhecimento e exerça o devido
controle. São exceções a esta regra os atos
e atividades que se relacionem com
segurança nacional ou com certos tipos de
investigações, sendo que tal sigilo deve ser
declarado por autoridade competente.
Eficiência: Os atos da Administração
Pública, assim como de seus agentes,
devem gerar resultados positivos para a
coletividade. Analisando a relação
custo-benefício, busca-se um desempenho
que atinja o maior número de beneficiados,
com celeridade e zelo.
Legalidade: a Administração Pública, bem
como seus servidores, estão vinculados à
lei, ou seja, só agem conforme esta
determina. Apenas em casos excepcionais
(como grave perturbação da ordem ou
guerra declarada) poderá o poder público
agir sem lei prévia que determine.
Impessoalidade: As atividades do Poder
Público devem ser dirigidas aos cidadãos
em geral, não podendo haver discriminação
de qualquer natureza ou qualquer margem
de pessoalidade por parte dos
Administradores Públicos.
Moralidade: Não somente à lei em si, mas
os atos da Administração Pública devem
respeitar a moral comum, os bons costumes
e os princípios consagrados pela massa
(como honestidade, boa-fé, ética, etc)
O FUNCIONAMENTO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O
SUS
A Administração Pública federal, estadual
e municipal compreende:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Administração direta:
- Ministérios ou Secretarias de
Governo e suas unidades
Administração indireta:
- Autarquias;
- Fundações;
- Empresas públicas;
- Sociedades de economia mista
Administração Direta: o conjunto de órgãos
subordinados e integrados na estrutura
administrativa da União, estado ou
município. A Secretaria Estadual de Saúde,
com suas unidades organizacionais, compõe
a Administração Direta
Administração Indireta: o conjunto dos
entes personalizados que, vinculados a um
Ministério ou Secretaria, prestam serviços
públicos ou de interesse público. Integram
a Administração Indireta as autarquias,
empresas públicas, fundações públicas e
sociedades de economia mista.
Autarquia: serviço autônomo, criado por
lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades
típicas da Administração Pública que
requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira
descentralizada. Na esfera da União,
exemplo de autarquia é o Banco Central
Fundação pública: entidade que realiza
atividades não lucrativas atípicas do Poder
Público, mas de interesse coletivo, como,
por exemplo, nas áreas de saúde, educação,
cultura e pesquisa.
Empresa pública: entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado,
com patrimônio próprio e capital
exclusivamente público, criada por lei para
a exploração de atividade econômica que o
governo seja levado a exercer por força de
contingência ou de conveniência
administrativa, podendo revestir-se de
qualquer das formas admitidas em direito.
Suas atividades regem-se pelos preceitos
comerciais
Sociedade de economia mista: pessoa
jurídica de direito privado, com
participação pública e privada em seu
capital e em sua administração, para
realização de atividades econômicas ou
serviço de interesse coletivo outorgado ou
delegado pelo Estado. Revestem-se da
forma de empresas particulares,
regendo-se pelas normas das sociedades
mercantis, com as adaptações impostas
pelas leis que autorizam sua formação.
O CONTROLE NO CONTEXTO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Controle Interno: também conhecido como
controle administrativo, é a função que tem
como finalidade o acompanhamento da
execução das atividades dos órgãos
subordinados e/ou vinculados
administração mantendo como foco
principal o cumprimento dos respectivos
objetivos, bem como a observância aos
princípios constitucionais estabelecidos
para os atos e fatos no âmbito da gestão
pública
Controle Externo: é "por excelência, um
controle político de legalidade contábil e
financeira" destinado a comprovar:
- a probidade dos atos da
administração;
- a regularidade dos gastos públicos e
do emprego de bens, valores e
dinheiros públicos;
- a fiel execução do orçamento.
Este tipo de controle é exercido:
União pelo Congresso Nacional, com o
auxílio do Tribunal de Contas da União;
Nos Estados pelas Assembleias
Legislativas, com o auxílio do respectivo
Tribunal de Contas Estadual; e
Municípios pelas Claras de Vereadores
Municipais, com auxílio do Tribunal de
Contas do Estado, ou órgão equivalente
instituído por lei, em que se localiza o
Município.
GESTÃO, INOVAÇÃO E
MODERNIZAÇÃO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A gestão ou ação administrativa pressupõe
o desenvolvimento de um processo que
envolve as funções planejamento,
organização, direção e controle:
PLANEJAMENTO
- Decisão sobre os objetivos;
- Definição de planos para
alcançá-los;
- Programação de atividades.
ORGANIZAÇÃO
- Recursos e atividades para atingir
os objetivos; órgão e cargos;
- Atribuição de autoridade e
responsabilidade.
DIREÇÃO
- Preenchimento dos cargos;
- Comunicação, liderança e
motivação pessoal;
- Direção para os objetivos.
CONTROLE
- Definição de padrões para medir
desempenho, corrigir desvios ou
discrepâncias e garantir que o
planejamento seja realizado.
EVOLUÇÃO DA GESTÃO DO SUS
As Leis n. 8080/90 e n. 8142/90
definiram as competências das três esferas
de governo na gestão dos sistemas de saúde
(municipal, estadual e federal);
Fortalecimento do papel do estado e da
regionalização, com as NOBS; formulação
da Norma Operacional da Assistência;
Pacto pela Saúde- Pacto de gestão do SUS;
Por que no Brasil existem autoridades
sanitárias ou gestores do sistema de saúde
nos âmbitos federal, estadual e municipal?
- O processo de descentralização
envolveu não apenas a transferência
de serviços, mas de
responsabilidades e recursos, antes
concentrados no nível federal, para
estados e, principalmente, para os
municípios;
- Simplificadamente, pode-se
identificar quatro grandes grupos
de funções gestoras na saúde:
↪ Formulação de
políticas/planejamento;
↪ Financiamento;
↪ Regulação, coordenação, controle
e avaliação (do sistema/redes e dos
prestadores, públicos ou privados);
↪ Prestação direta de serviços de
saúde.
ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E
GESTÃO DO SUS
A Lei n. 8.080, de 19 de setembro de
1990, chamada Lei Orgânica da Saúde
(LOS), estabelece papéis institucionais de
cada instância governamental;
Nesse sentido, recursos financeiros,
tecnológicos, materiais e humanos da
União, estados e municípios devem ser
mobilizadospara a prestação de serviços de
assistência à saúde da população;
A LOS discorre ainda acerca do
funcionamento e da participação
complementar dos recursos humanos,
financiamento e gestão financeira dos
serviços públicos e privados de assistência
à saúde.
O FUNCIONAMENTO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O
SUS
A LOS define atribuições e competências à
União, ao Distrito Federal, a estados e a
municípios, comuns ou específicas;
UNIÃO
- Papel de caráter normativo;
↪ Estabelecimentos de políticas
nacionais de saúde pública.
- Controle de fiscalização;
- Promoção da descentralização para
Estados e municípios dos serviços e
ações de saúde de abrangência
estadual e municipal.
ESTADOS
- Descentralização para os
municípios dos serviços e ações de
saúde;
- Prestar apoio técnico e financeiro
aos municípios;
- Controlar, acompanhar, avaliar e
executar ações do meio ambiente,
saneamento básico, ambiente de
trabalho, insumos e equipamentos,
laboratórios e hemocentros,
controle de qualidade para produtos
e substância de consumo humano,
vigilância sanitária de portos,
aeroportos e fronteiras em
colaboração com a União;
- Avaliar e divulgar os indicadores de
morbimortalidade no âmbito
estadual.
MUNICÍPIOS
- Planejar, organizar, executar,
controlar e avaliar ações e serviços
de saúde;
PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS
DOS ENTES FEDERATIVOS NO
SUS: GESTÃO EM SAÚDE
UNIÃO
- Promover a descentralização para
as Unidades Federadas e para os
Municípios, dos serviços e ações
de saúde, respectivamente, de
abrangência estadual e municipal;
- Identificar os serviços estaduais e
municipais de referência nacional
para o estabelecimento de padrões
técnicos de assistência à saúde;
ESTADOS
- Promover a descentralização para
os Municípios dos serviços e das
ações de saúde;
- Acompanhar, controlar e avaliar as
redes hierarquizadas do Sistema
Único de Saúde (SUS);
- Identificar estabelecimentos
hospitalares de referência e gerir
sistemas públicos de alta
complexidade, de referência
estadual e regional;
MUNICÍPIOS
- Participar do planejamento,
programação e organização da rede
regionalizada e hierarquizada do
Sistema Único de Saúde (SUS), em
articulação com sua direção
estadual;
- Formar consórcios administrativos
intermunicipais;
- Planejar, organizar, controlar e
avaliar as ações e os serviços de
saúde e gerir e executar os serviços
públicos de saúde;
O FUNCIONAMENTO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O
SUS
POLÍTICA DE INSUMOS,
EQUIPAMENTOS E HEMODERIVADOS
UNIÃO
- Formular, avaliar, elaborar normas e
participar na execução da política
nacional e produção de insumos e
equipamentos para a saúde, em
articulação com os demais órgãos
governamentais;
- Normatizar e coordenar
nacionalmente o Sistema Nacional
de Sangue, Componentes e
Derivados.
ESTADOS
- Em caráter SUPLEMENTAR,
formular, executar, acompanhar e
avaliar a política de insumos e
equipamentos para a saúde;
- Coordenar a rede estadual de
laboratórios de saúde pública e
hemocentros, e gerir as unidades
que permaneçam em sua
organização administrativa;
MUNICÍPIOS
- EXECUTAR, no âmbito municipal, à
política de insumos e equipamentos
para a saúde;
- Gerir laboratórios públicos de saúde
e hemocentros.
PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR DA
INICIATIVA PRIVADA
UNIÃO
- Elaborar normas para regular as
relações entre o Sistema Único de
Saúde (SUS) e os serviços privados
contratados de assistência à saúde.
ESTADOS
- Apesar de não estar expresso no
art. 17 da Lei nº 8.080/90, os
estados podem exercer as mesmas
funções dos municípios em relação
à participação complementar da
iniciativa privada no SUS, em
âmbito estadual e regional.
MUNICÍPIOS
- Observado o disposto no art. 26
desta Lei, celebrar contratos e
convênios com entidades
prestadoras de serviços privados de
saúde, bem como controlar e avaliar
sua execução;
- Controlar e fiscalizar os
procedimentos dos serviços
privados de saúde;
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
UNIÃO
- Formular, avaliar e apoiar políticas
de alimentação e nutrição;
ESTADOS
- Coordenar e, em caráter
complementar, executar ações e
serviços de alimentação e nutrição.
MUNICÍPIOS
- Executar serviços de alimentação e
nutrição.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
UNIÃO
Definir e coordenar os sistemas:
a) De redes integradas de assistência
de alta complexidade;
b) De rede de laboratórios de saúde
pública;
c) De vigilância epidemiológica; e
d) Vigilância sanitária;
↪ Coordenar e participar na EXECUÇÃO
das ações de vigilância epidemiológica, em
caráter complementar, executar ações e
serviços.
ESTADOS
Coordenar e, em caráter complementar,
executar ações e serviços:
a) De vigilância epidemiológica;
b) De vigilância sanitária;
c) De alimentação e nutrição; e
d) De saúde do trabalhador;
↪ Acompanhar, a avaliação e divulgação
dos Indicadores de morbidade e
mortalidade no âmbito da unidade federada.
MUNICÍPIOS
Executar serviços de:
a) De vigilância epidemiológica;
b) De vigilância sanitária;
c) De alimentação e nutrição; e
d) De saúde do trabalhador,
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
UNIÃO
- Estabelecer critérios, parâmetros e
métodos para o controle da
qualidade sanitária de produtos,
substâncias e serviços de consumo
e uso humano;
- Controlar e fiscalizar
procedimentos, produtos e
substâncias de interesse para a
saúde;
- Coordenar e participar na
EXECUÇÃO das ações de vigilância
epidemiológica;
- União poderá executar ações de
vigilância epidemiológica e sanitária
em circunstâncias especiais, como
na ocorrência de agravos inusitados
à saúde, que possam escapar do
controle da direção estadual do
Sistema Único de Saúde (SUS) ou
que representem risco de
disseminação nacional.
ESTADOS
- Formular normas e estabelecer
padrões, em caráter suplementar,
de procedimentos de controle de
qualidade para produtos e
substâncias de consumo humano;
- Colaborar com a União na execução
da vigilância sanitária de portos,
aeroportos e fronteiras;
MUNICÍPIOS
- Colaborar com a União e os Estados
na execução da vigilância sanitária
de portos, aeroportos e fronteiras.
VIGILÂNCIA SAÚDE DO TRABALHADOR
UNIÃO
- Participar da definição de normas,
critérios e padrões para o controle
das condições e dos ambientes de
trabalho e coordenar a política de
saúde do trabalhador.
ESTADOS
- Participar das ações de controle e
avaliação das condições e dos
ambientes de trabalho.
MUNICÍPIOS
Participar da execução, controle e
avaliação das ações referentes às
condições e aos ambientes de trabalho;
VIGILÂNCIA SAÚDE DO TRABALHADOR
E SANEAMENTO BÁSICO
UNIÃO
- Participar na formulação e na
implementação das políticas:
a) De controle das agressões ao meio
ambiente;
b) De saneamento básico; e
c) Relativas às condições e aos
ambientes de trabalho;
- Participar da definição de normas e
mecanismos de controle, com órgão
afins, de agravo sobre o meio
ambiente ou dele decorrentes, que
tenham repercussão na saúde
humana;
- Participar da formulação da política
e da execução de ações de
saneamento básico.
ESTADOS
- Participar, junto com os órgãos
afins, do controle dos agravos do
meio ambiente que tenham
repercussão na saúde humana;
- Participar da formulação da política
e da execução de ações de
saneamento básico
MUNICÍPIOS
- EXECUTAR serviços de
saneamento básico;
A GESTÃO FINANCEIRA
A gestão administrativa equipara-se, em
grau de importância, à gestão financeira;
A atividade financeira do Estado como o
conjunto de atos que visam a obtenção de
recursos para propiciar a realização das
atividades essenciais do Estado, bem como
a gestão, controle e dispêndio de tais
recursos;
A atividade financeira do Estado se realiza
a partir da obtenção da receita pública,
dispêndio da despesa pública e gestão do
orçamento público (elaboração, aprovação
e controle).
Consideram-se três tipos de cobranças, de
forma genérica, denominadas tributos: os
impostos, ou tributos exigidos sem
contraprestação; as taxas, que constituem
uma contraprestação pela utilização de um
serviço da administração; e as
contribuições especiais, tributos gerados
pela obtenção de um lucro ou por um
aumento de valor dos bens;
Os impostossão de competência federal,
estadual (estados e Distrito Federal) e
municipal:
FEDERAIS
- Renda da pessoa física e jurídica;
- Importações e exportações;
- Produtos industrializados.
ESTADUAIS
- Propriedade de veículos
automotores;
- Transmissão de bens causa mortis;
- Doações;
- Operações relativas à circulação de
mercadorias (ICMS);
- Prestações de serviços de
transporte interestadual e
intermunicipal.
- Prestações de serviços de
comunicação.
MUNICIPAIS
- Propriedade predial;
- Propriedade territorial urbana;
- Serviços de qualquer natureza
(ISS);
- Transmissão intervivos de bens
imóveis.
PLANEJAMENTO
ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO
SOB ENFOQUE NO FUNDO DE
SAÚDE
O financiamento das ações e serviços de
saúde é responsabilidade das três esferas
de governo;
Os Recursos provêm da União, estados, do
Distrito Federal, municípios e de
contribuições sociais;
Esses recursos são destinados às ações e
serviços públicos de saúde por meio de
fundo de saúde.
O que são os Fundos de Saúde e para que
servem?
São recursos financeiros destinados a
CUSTEAR AS AÇÕES E OS SERVIÇOS
PÚBLICOS DE SAÚDE, sejam dos
orçamentos da União, dos estados, do
Distrito Federal ou dos municípios, bem
como transferências de uma esfera estatal
a outra, e recursos de outras fontes devem
ser depositados no fundo de saúde.
As Comissões Intergestores Bipartite e
Tripartite são reconhecidas como foros de
negociação e pactuação entre gestores,
quanto aos aspectos operacionais do
Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído
pela Lei nº 12.466, de 2011);
OBJETIVOS:
I- decidir sobre os aspectos operacionais,
financeiros e administrativos da gestão
compartilhada do SUS, em conformidade
com a definição da política
consubstanciada em planos de saúde,
aprovados pelos conselhos de saúde;
Il- definir diretrizes, de âmbito nacional,
regional e INTERMUNICIPAL, a respeito
da organização das redes de ações e
serviços de saúde, principalmente no
tocante à sua governança institucional e à
integração das ações e serviços dos entes
federados;
III- fixar diretrizes sobre as regiões de
saúde, distrito sanitário, integração de
territórios, referência e contrarreferência e
demais aspectos vinculados à integração
das ações e serviços de saúde entre os
entes federados.
FISCALIZAÇÃO
A gestão administrativa equipara-se, em
grau de importância, à gestão financeira;
A atividade financeira do Estado como o
conjunto de atos que visam a obtenção de
recursos para propiciar a realização das
atividades essenciais do Estado, bem como
a gestão, controle e dispêndio de tais
recursos;
A atividade financeira do Estado se realiza
a partir da obtenção da receita pública,
dispêndio da despesa pública e gestão do
orçamento público (elaboração, aprovação
e controle).
Os recursos financeiros do Sistema Único
de Saúde (SUS) serão depositados em
conta especial, em cada esfera de sua
atuação, e movimentados sob fiscalização
dos respectivos Conselhos de Saúde;
O Ministério da Saúde acompanhará,
através de seu sistema de auditoria, a
conformidade à programação aprovada da
aplicação dos recursos repassados a
Estados e Municípios. Constatada a
malversação, desvio ou não aplicação dos
recursos, caberá ao Ministério da Saúde
aplicar as medidas previstas em lei.
PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS
DOS ENTES FEDERATIVOS NO
SUS: FINANCIAMENTO
UNIÃO
- Prestar cooperação técnica e
financeira aos estados e aos
municípios para aperfeiçoar sua
atuação institucional;
ESTADOS
- Prestar apoio técnico e financeiro
aos municípios e executar
supletivamente ações e serviços de
saúde municípios;
- Participar do financiamento do sus.
GESTÃO DE TRABALHO
Nos anos 1950 e se estendeu até meados
dos anos 1980, a preocupação dos
gestores públicos na área da saúde
voltava-se para o financiamento e a
organização da assistência à saúde, a
questão de recursos humanos não era o
foco;
Até meados dos anos 1980 as questões
relacionadas aos Recursos Humanos, ainda
que presentes no discurso como
fundamentais, não se traduziram em ações
vinculadas à organização do trabalho. Eram,
na prática, tratadas como mais um insumo,
ao lado dos recursos materiais e
financeiros;
As discussões ocorridas na 8a CNS
influenciaram a realização da I Conferência
Nacional de Recursos Humanos em Saúde
(CNRHS), que destacou a relação entre
valorização profissional e qualidade dos
serviços, a regulação do mercado de
trabalho, a implementação de políticas, à
qualificação dos profissionais, a melhoria
das condições de trabalho;
Portanto, a valorização dos trabalhadores,
a estruturação de condições institucionais
de trabalho e a implementação sistemática
de ações de formação e capacitação
potencializam a efetivação e a qualidade da
Assistência prestada;
Apesar da iniciativa em prol da adoção de
uma política de gestão do trabalho em
saúde, ainda é tímida as suas modificações.
Logo, a discussão sobre a gestão do
trabalho, e inclui a necessidade de repensar
o planejamento e a qualificação do trabalho
e do trabalhador;
“A gestão do trabalho e da educação na
saúde é uma competência constitucional e
legal dos gestores do SUS. Cabe ao
Ministério da Saúde propor, acompanhar e
executar as políticas de gestão do trabalho
e de regulação profissional, de negociação
do trabalho em saúde, junto com outros
segmentos do governo e os trabalhadores, e
o incentivo à estruturação de uma política
de gestão do trabalho nas três esferas de
governo, envolvendo os setores público e
privado que compõem o SUS. (...) Saúde se
faz com gente. Gente que cuida de gente,
respeitando-se as diferenças de gênero,
étnico-raciais e de orientação sexual. Por
isso, os trabalhadores não podem ser vistos
como mais um recurso na área da Saúde.”
RELATÓRIO FINAL DA 12° CNS, 2004
Como resultado, a expressão “recursos
humanos” foi substituída definitivamente
no nome da conferência e em todos os seus
documentos por "gestão do trabalho e da
educação";
Neste contexto, novas competências são
requeridas dos trabalhadores e gestores, o
que implica redefinir as formas de recrutar,
selecionar, capacitar e manter os
profissionais, e consequentemente impõe a
necessidade de criação de instrumentos
gerenciais essenciais a essa nova
abordagem de gestão de recursos humanos;
As estratégias para a captação e
manutenção devem ser bem definidas, para
possibilitar o alcance do perfil desejado,
através da redução das disparidades entre
as características do quadro de pessoal
atual e o proposto, seja por meio de
processos seletivos ou da capacitação dos
atuais trabalhadores.
FORMAS DE CONTRATAÇÃO
UTILIZADAS NO SUS.
Formas de contratação direta:
Servidor estatutário: o servidor estatutário
mantém vínculo de trabalho com a
administração do estado, cujo ingresso é
feito por concurso público. Tem
remuneração, vantagens e condições
previdenciárias estabelecidas no estatuto;
Servidor celetista: a mudança criada pela
Emenda Constitucional n. 19/1998
estabelece que os empregados públicos
ocupem empregos públicos, subordinados
às normas da Consolidação das Leis de
Trabalho (CLT).
- São contratados por prazo
indeterminado para exercício de
funções na administração direta,
autárquica e fundacional;
- Os empregados públicos não têm
estatuto próprio, sendo regulados
por lei específica, tal como a Lei
9.962/2000, que disciplinou o
emprego público no âmbito da
administração federal.
Regime especial/Contratos temporários: A
Lei n. 8.745, de 9 de dezembro de 1993,
define que nos termos da Constituição
Federal de 1988, o art. 37,IX, pode-se
considerar sob regime especial os
servidores contratados por tempo
determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse
público, na conformidade da lei;
- Os benefícios similares aos que
desfrutam os trabalhadores regidos
pela CLT.
Regime especial/Cargos comissionados:
ocupantes de cargos comissionados que
não são servidores efetivos, ou seja, os que
são livremente nomeados pelas autoridades
para exercício destes cargos.
Formas de contratação indireta:
Terceirização: terceirização de serviços,
podendo envolver um contrato de
gestão/forçade trabalho terceirizada, que
se encontra inteiramente sob comando do
contratado, o qual executa um conjunto de
serviços especificados pelo contratante em
unidades assistenciais "cedidas" pelo
contratante. As regras referentes à
terceirização são as mesmas aplicadas às
Oscip e OS.
Cooperativas: há dois tipos de cooperativas
no SUS, as que são apenas fornecedoras de
trabalho na prestação de serviços de saúde
e as cooperativas que são "gerenciadoras",
ou seja, que não só fornecem força de
trabalho, mas assumem a gestão de uma ou
mais unidades de saúde da rede do SUS.
Trabalho vinculado indiretamente por meio
de Organizações Sociais (OS): Constituem
uma inovação institucional, embora não
representem uma figura jurídica nova, e
inserem-se no marco legal vigente sob a
forma de associações civis sem fins
lucrativos. A novidade é a sua qualificação
feita mediante decreto, como Organização
Social, em cada caso. Inova a gestão
pública ao definir as organizações sociais
como entes públicos não estatais criados
para absorver atividades estatais
"publicizáveis", isto é, retiradas da
administração direta, e administrar bens e
equipamentos do estado. Executam
atividades de interesse público, mas não de
competência exclusiva do Estado, no
ensino, na pesquisa científica e no
desenvolvimento tecnológico, na proteção e
preservação do meio ambiente, na cultura e
na saúde
Contratos de gestão com Organizações
Civis de Interesse Público (Oscips): A
Oscip é uma organização da sociedade civil
que, no caso de parceria com o poder
público, utilizará também recursos públicos
para suas finalidades, dividindo, dessa
forma, o encargo administrativo e de
prestação de contas. Por essa razão as
Oscips são ONGS, criadas por iniciativa
privada, que obtêm um certificado emitido
pelo poder público ao comprovar o
cumprimento de certos requisitos,
especialmente aqueles derivados de normas
de transparência administrativas;
Trabalho vinculado indiretamente por meio
de entidades filantrópicas e fundações
privadas: as entidades filantrópicas e as
demais que não tenham fins lucrativos são
de direito parceiras do SUS, tal como
dispõe o artigo 199 da Constituição. Sendo
assim, essas entidades privadas podem
participar tanto em convênios de delegação
completa de serviços para atendimento a
pacientes quanto na terceirização exclusiva
de força de trabalho a favor de programas
como o ESF.
PLANO DE CARREIRA
Conjunto de normas que disciplinam o
ingresso e instituem oportunidades e
estímulos ao desenvolvimento pessoal e
profissional dos trabalhadores de forma a
contribuir com a qualificação dos serviços
prestados pelos órgãos e instituições,
constituindo-se em instrumento de gestão
da política de pessoal.
Os princípios norteiam:
I - da universalidade dos planos de carreira,
devendo abarcar todos os trabalhadores
dos diferentes órgãos e instituições
integrantes do SUS;
II -da equivalência dos cargos ou empregos,
compreendendo isto a correspondência
deles em todas as esferas de governo;
III -do concurso público de provas ou de
provas e títulos;
IV - da mobilidade, como garantia de
trânsito do trabalhador do SUS pelas
diversas esferas de governo, sem perdas de
direitos ou da possibilidade de
desenvolvimento na carreira;
V - da flexibilidade, permanente adequação
do de plano de carreiras às necessidades e
à dinâmica do SUS;
VI - da gestão partilhada das carreiras, da
participação dos trabalhadores, na
formulação e gestão do seu respectivo
plano de carreiras;
VII - das carreiras como instrumento de
gestão, o plano de carreiras deverá se
constituir num instrumento gerencial de
política de pessoal integrado ao
planejamento e ao desenvolvimento
organizacional;
VIII - da educação permanente, oferta de
educação aos trabalhadores do SUS;
IX - da avaliação de desempenho entendida
como um processo focado no
desenvolvimento profissional e
institucional; e,
X - do compromisso solidário, ajuste
firmado entre gestores e trabalhadores em
prol da qualidade dos serviços;
MESAS DE NEGOCIAÇÃO
PERMANENTE DO SUS
As Mesas de Negociação Permanente do
SUS são fóruns paritários de negociação,
compostas por gestores públicos,
prestadores de serviços privados da saúde e
entidades sindicais representativas da
classe trabalhadora;
As Mesas têm como objetivo geral a
democratização das relações de trabalho na
saúde, instituindo processos negociais de
caráter permanente para tratar conflitos e
demandas decorrentes das relações de
trabalho, contribuindo para o efetivo
funcionamento do SUS, com vistas ao
acesso universal, igualitário, humanizado,
ordenado e de qualidade às ações e serviços
de saúde;
Possibilitam melhor compreensão sobre a
importância da gestão do trabalho na
implementação das políticas públicas de
saúde e da negociação coletiva como eficaz
instrumento na superação de adversidades
no campo das relações de trabalho;
São, portanto, espaços legítimos de diálogo
e pactuação entre os gestores e os
trabalhadores e importante ferramenta para
a gestão do trabalho e a qualificação dos
serviços prestados aos usuários do SUS;
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
"o trabalho precário em saúde tem sido
identificado como desenvolvimento do
sistema público de saúde. Essa questão
compromete a relação dos um obstáculo
para o trabalhadores com o sistema e
prejudica a qualidade e a continuidade dos
serviços essenciais prestados pelo SUS "

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