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Victória Ellen Gomes de Sousa Bacharel em enfermagem na UEPB INTRODUÇÃO A Administração é a organização encarregada de elaborar e executar políticas públicas, além de tomar decisões e fazer com que sejam cumpridas por intermédio de uma série de funções, órgãos ou departamentos (Administração, Ministérios, Secretarias de Estado, Segurança); A gestão administrativa consiste em dirigir e manter o controle sobre os recursos de uma organização, tudo para produzir os melhores resultados. Já o gestor administrativo é o responsável pela organização funcional; Administração Pública é a ordenação (planejamento e organização), direção e controle dos serviços do governo, nas esferas federal, estadual e municipal, segundo os preceitos do direito e da moral, visando ao bem comum. Nessa perspectiva, insere-se o papel fundamental da Secretaria Estadual de Saúde. Refere-se, mais especificamente, as atividades de Vigilância em Saúde, Sanitária e Epidemiológica, destinadas a assegurar o bem de todos a partir da promoção do bem individual ou grupal, sem exceções, com base em privilégios ou discriminação de qualquer sorte, e sem prejuízo de um número maior de individuos; Nesse sentido, o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta, e das funções mantidas pelo Poder Público, dá-se nome de Sistema Único de Saúde (SUS). PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Publicidade: Os atos do Poder Público devem ser divulgados de forma geral para que o povo, detentor real deste poder, tenha conhecimento e exerça o devido controle. São exceções a esta regra os atos e atividades que se relacionem com segurança nacional ou com certos tipos de investigações, sendo que tal sigilo deve ser declarado por autoridade competente. Eficiência: Os atos da Administração Pública, assim como de seus agentes, devem gerar resultados positivos para a coletividade. Analisando a relação custo-benefício, busca-se um desempenho que atinja o maior número de beneficiados, com celeridade e zelo. Legalidade: a Administração Pública, bem como seus servidores, estão vinculados à lei, ou seja, só agem conforme esta determina. Apenas em casos excepcionais (como grave perturbação da ordem ou guerra declarada) poderá o poder público agir sem lei prévia que determine. Impessoalidade: As atividades do Poder Público devem ser dirigidas aos cidadãos em geral, não podendo haver discriminação de qualquer natureza ou qualquer margem de pessoalidade por parte dos Administradores Públicos. Moralidade: Não somente à lei em si, mas os atos da Administração Pública devem respeitar a moral comum, os bons costumes e os princípios consagrados pela massa (como honestidade, boa-fé, ética, etc) O FUNCIONAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O SUS A Administração Pública federal, estadual e municipal compreende: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Administração direta: - Ministérios ou Secretarias de Governo e suas unidades Administração indireta: - Autarquias; - Fundações; - Empresas públicas; - Sociedades de economia mista Administração Direta: o conjunto de órgãos subordinados e integrados na estrutura administrativa da União, estado ou município. A Secretaria Estadual de Saúde, com suas unidades organizacionais, compõe a Administração Direta Administração Indireta: o conjunto dos entes personalizados que, vinculados a um Ministério ou Secretaria, prestam serviços públicos ou de interesse público. Integram a Administração Indireta as autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia mista. Autarquia: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Na esfera da União, exemplo de autarquia é o Banco Central Fundação pública: entidade que realiza atividades não lucrativas atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como, por exemplo, nas áreas de saúde, educação, cultura e pesquisa. Empresa pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente público, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Suas atividades regem-se pelos preceitos comerciais Sociedade de economia mista: pessoa jurídica de direito privado, com participação pública e privada em seu capital e em sua administração, para realização de atividades econômicas ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. Revestem-se da forma de empresas particulares, regendo-se pelas normas das sociedades mercantis, com as adaptações impostas pelas leis que autorizam sua formação. O CONTROLE NO CONTEXTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Controle Interno: também conhecido como controle administrativo, é a função que tem como finalidade o acompanhamento da execução das atividades dos órgãos subordinados e/ou vinculados administração mantendo como foco principal o cumprimento dos respectivos objetivos, bem como a observância aos princípios constitucionais estabelecidos para os atos e fatos no âmbito da gestão pública Controle Externo: é "por excelência, um controle político de legalidade contábil e financeira" destinado a comprovar: - a probidade dos atos da administração; - a regularidade dos gastos públicos e do emprego de bens, valores e dinheiros públicos; - a fiel execução do orçamento. Este tipo de controle é exercido: União pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União; Nos Estados pelas Assembleias Legislativas, com o auxílio do respectivo Tribunal de Contas Estadual; e Municípios pelas Claras de Vereadores Municipais, com auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ou órgão equivalente instituído por lei, em que se localiza o Município. GESTÃO, INOVAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A gestão ou ação administrativa pressupõe o desenvolvimento de um processo que envolve as funções planejamento, organização, direção e controle: PLANEJAMENTO - Decisão sobre os objetivos; - Definição de planos para alcançá-los; - Programação de atividades. ORGANIZAÇÃO - Recursos e atividades para atingir os objetivos; órgão e cargos; - Atribuição de autoridade e responsabilidade. DIREÇÃO - Preenchimento dos cargos; - Comunicação, liderança e motivação pessoal; - Direção para os objetivos. CONTROLE - Definição de padrões para medir desempenho, corrigir desvios ou discrepâncias e garantir que o planejamento seja realizado. EVOLUÇÃO DA GESTÃO DO SUS As Leis n. 8080/90 e n. 8142/90 definiram as competências das três esferas de governo na gestão dos sistemas de saúde (municipal, estadual e federal); Fortalecimento do papel do estado e da regionalização, com as NOBS; formulação da Norma Operacional da Assistência; Pacto pela Saúde- Pacto de gestão do SUS; Por que no Brasil existem autoridades sanitárias ou gestores do sistema de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal? - O processo de descentralização envolveu não apenas a transferência de serviços, mas de responsabilidades e recursos, antes concentrados no nível federal, para estados e, principalmente, para os municípios; - Simplificadamente, pode-se identificar quatro grandes grupos de funções gestoras na saúde: ↪ Formulação de políticas/planejamento; ↪ Financiamento; ↪ Regulação, coordenação, controle e avaliação (do sistema/redes e dos prestadores, públicos ou privados); ↪ Prestação direta de serviços de saúde. ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E GESTÃO DO SUS A Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, chamada Lei Orgânica da Saúde (LOS), estabelece papéis institucionais de cada instância governamental; Nesse sentido, recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, estados e municípios devem ser mobilizadospara a prestação de serviços de assistência à saúde da população; A LOS discorre ainda acerca do funcionamento e da participação complementar dos recursos humanos, financiamento e gestão financeira dos serviços públicos e privados de assistência à saúde. O FUNCIONAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O SUS A LOS define atribuições e competências à União, ao Distrito Federal, a estados e a municípios, comuns ou específicas; UNIÃO - Papel de caráter normativo; ↪ Estabelecimentos de políticas nacionais de saúde pública. - Controle de fiscalização; - Promoção da descentralização para Estados e municípios dos serviços e ações de saúde de abrangência estadual e municipal. ESTADOS - Descentralização para os municípios dos serviços e ações de saúde; - Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios; - Controlar, acompanhar, avaliar e executar ações do meio ambiente, saneamento básico, ambiente de trabalho, insumos e equipamentos, laboratórios e hemocentros, controle de qualidade para produtos e substância de consumo humano, vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras em colaboração com a União; - Avaliar e divulgar os indicadores de morbimortalidade no âmbito estadual. MUNICÍPIOS - Planejar, organizar, executar, controlar e avaliar ações e serviços de saúde; PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS NO SUS: GESTÃO EM SAÚDE UNIÃO - Promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal; - Identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde; ESTADOS - Promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde; - Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); - Identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; MUNICÍPIOS - Participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; - Formar consórcios administrativos intermunicipais; - Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; O FUNCIONAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O SUS POLÍTICA DE INSUMOS, EQUIPAMENTOS E HEMODERIVADOS UNIÃO - Formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; - Normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados. ESTADOS - Em caráter SUPLEMENTAR, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; - Coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa; MUNICÍPIOS - EXECUTAR, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde; - Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros. PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR DA INICIATIVA PRIVADA UNIÃO - Elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde. ESTADOS - Apesar de não estar expresso no art. 17 da Lei nº 8.080/90, os estados podem exercer as mesmas funções dos municípios em relação à participação complementar da iniciativa privada no SUS, em âmbito estadual e regional. MUNICÍPIOS - Observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; - Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde; ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIÃO - Formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; ESTADOS - Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de alimentação e nutrição. MUNICÍPIOS - Executar serviços de alimentação e nutrição. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA UNIÃO Definir e coordenar os sistemas: a) De redes integradas de assistência de alta complexidade; b) De rede de laboratórios de saúde pública; c) De vigilância epidemiológica; e d) Vigilância sanitária; ↪ Coordenar e participar na EXECUÇÃO das ações de vigilância epidemiológica, em caráter complementar, executar ações e serviços. ESTADOS Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: a) De vigilância epidemiológica; b) De vigilância sanitária; c) De alimentação e nutrição; e d) De saúde do trabalhador; ↪ Acompanhar, a avaliação e divulgação dos Indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. MUNICÍPIOS Executar serviços de: a) De vigilância epidemiológica; b) De vigilância sanitária; c) De alimentação e nutrição; e d) De saúde do trabalhador, VIGILÂNCIA SANITÁRIA UNIÃO - Estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano; - Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde; - Coordenar e participar na EXECUÇÃO das ações de vigilância epidemiológica; - União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional. ESTADOS - Formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano; - Colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; MUNICÍPIOS - Colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras. VIGILÂNCIA SAÚDE DO TRABALHADOR UNIÃO - Participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador. ESTADOS - Participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho. MUNICÍPIOS Participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho; VIGILÂNCIA SAÚDE DO TRABALHADOR E SANEAMENTO BÁSICO UNIÃO - Participar na formulação e na implementação das políticas: a) De controle das agressões ao meio ambiente; b) De saneamento básico; e c) Relativas às condições e aos ambientes de trabalho; - Participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; - Participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico. ESTADOS - Participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; - Participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico MUNICÍPIOS - EXECUTAR serviços de saneamento básico; A GESTÃO FINANCEIRA A gestão administrativa equipara-se, em grau de importância, à gestão financeira; A atividade financeira do Estado como o conjunto de atos que visam a obtenção de recursos para propiciar a realização das atividades essenciais do Estado, bem como a gestão, controle e dispêndio de tais recursos; A atividade financeira do Estado se realiza a partir da obtenção da receita pública, dispêndio da despesa pública e gestão do orçamento público (elaboração, aprovação e controle). Consideram-se três tipos de cobranças, de forma genérica, denominadas tributos: os impostos, ou tributos exigidos sem contraprestação; as taxas, que constituem uma contraprestação pela utilização de um serviço da administração; e as contribuições especiais, tributos gerados pela obtenção de um lucro ou por um aumento de valor dos bens; Os impostossão de competência federal, estadual (estados e Distrito Federal) e municipal: FEDERAIS - Renda da pessoa física e jurídica; - Importações e exportações; - Produtos industrializados. ESTADUAIS - Propriedade de veículos automotores; - Transmissão de bens causa mortis; - Doações; - Operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS); - Prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal. - Prestações de serviços de comunicação. MUNICIPAIS - Propriedade predial; - Propriedade territorial urbana; - Serviços de qualquer natureza (ISS); - Transmissão intervivos de bens imóveis. PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO SOB ENFOQUE NO FUNDO DE SAÚDE O financiamento das ações e serviços de saúde é responsabilidade das três esferas de governo; Os Recursos provêm da União, estados, do Distrito Federal, municípios e de contribuições sociais; Esses recursos são destinados às ações e serviços públicos de saúde por meio de fundo de saúde. O que são os Fundos de Saúde e para que servem? São recursos financeiros destinados a CUSTEAR AS AÇÕES E OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE, sejam dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, bem como transferências de uma esfera estatal a outra, e recursos de outras fontes devem ser depositados no fundo de saúde. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011); OBJETIVOS: I- decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; Il- definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e INTERMUNICIPAL, a respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; III- fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados. FISCALIZAÇÃO A gestão administrativa equipara-se, em grau de importância, à gestão financeira; A atividade financeira do Estado como o conjunto de atos que visam a obtenção de recursos para propiciar a realização das atividades essenciais do Estado, bem como a gestão, controle e dispêndio de tais recursos; A atividade financeira do Estado se realiza a partir da obtenção da receita pública, dispêndio da despesa pública e gestão do orçamento público (elaboração, aprovação e controle). Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde; O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS NO SUS: FINANCIAMENTO UNIÃO - Prestar cooperação técnica e financeira aos estados e aos municípios para aperfeiçoar sua atuação institucional; ESTADOS - Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde municípios; - Participar do financiamento do sus. GESTÃO DE TRABALHO Nos anos 1950 e se estendeu até meados dos anos 1980, a preocupação dos gestores públicos na área da saúde voltava-se para o financiamento e a organização da assistência à saúde, a questão de recursos humanos não era o foco; Até meados dos anos 1980 as questões relacionadas aos Recursos Humanos, ainda que presentes no discurso como fundamentais, não se traduziram em ações vinculadas à organização do trabalho. Eram, na prática, tratadas como mais um insumo, ao lado dos recursos materiais e financeiros; As discussões ocorridas na 8a CNS influenciaram a realização da I Conferência Nacional de Recursos Humanos em Saúde (CNRHS), que destacou a relação entre valorização profissional e qualidade dos serviços, a regulação do mercado de trabalho, a implementação de políticas, à qualificação dos profissionais, a melhoria das condições de trabalho; Portanto, a valorização dos trabalhadores, a estruturação de condições institucionais de trabalho e a implementação sistemática de ações de formação e capacitação potencializam a efetivação e a qualidade da Assistência prestada; Apesar da iniciativa em prol da adoção de uma política de gestão do trabalho em saúde, ainda é tímida as suas modificações. Logo, a discussão sobre a gestão do trabalho, e inclui a necessidade de repensar o planejamento e a qualificação do trabalho e do trabalhador; “A gestão do trabalho e da educação na saúde é uma competência constitucional e legal dos gestores do SUS. Cabe ao Ministério da Saúde propor, acompanhar e executar as políticas de gestão do trabalho e de regulação profissional, de negociação do trabalho em saúde, junto com outros segmentos do governo e os trabalhadores, e o incentivo à estruturação de uma política de gestão do trabalho nas três esferas de governo, envolvendo os setores público e privado que compõem o SUS. (...) Saúde se faz com gente. Gente que cuida de gente, respeitando-se as diferenças de gênero, étnico-raciais e de orientação sexual. Por isso, os trabalhadores não podem ser vistos como mais um recurso na área da Saúde.” RELATÓRIO FINAL DA 12° CNS, 2004 Como resultado, a expressão “recursos humanos” foi substituída definitivamente no nome da conferência e em todos os seus documentos por "gestão do trabalho e da educação"; Neste contexto, novas competências são requeridas dos trabalhadores e gestores, o que implica redefinir as formas de recrutar, selecionar, capacitar e manter os profissionais, e consequentemente impõe a necessidade de criação de instrumentos gerenciais essenciais a essa nova abordagem de gestão de recursos humanos; As estratégias para a captação e manutenção devem ser bem definidas, para possibilitar o alcance do perfil desejado, através da redução das disparidades entre as características do quadro de pessoal atual e o proposto, seja por meio de processos seletivos ou da capacitação dos atuais trabalhadores. FORMAS DE CONTRATAÇÃO UTILIZADAS NO SUS. Formas de contratação direta: Servidor estatutário: o servidor estatutário mantém vínculo de trabalho com a administração do estado, cujo ingresso é feito por concurso público. Tem remuneração, vantagens e condições previdenciárias estabelecidas no estatuto; Servidor celetista: a mudança criada pela Emenda Constitucional n. 19/1998 estabelece que os empregados públicos ocupem empregos públicos, subordinados às normas da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). - São contratados por prazo indeterminado para exercício de funções na administração direta, autárquica e fundacional; - Os empregados públicos não têm estatuto próprio, sendo regulados por lei específica, tal como a Lei 9.962/2000, que disciplinou o emprego público no âmbito da administração federal. Regime especial/Contratos temporários: A Lei n. 8.745, de 9 de dezembro de 1993, define que nos termos da Constituição Federal de 1988, o art. 37,IX, pode-se considerar sob regime especial os servidores contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, na conformidade da lei; - Os benefícios similares aos que desfrutam os trabalhadores regidos pela CLT. Regime especial/Cargos comissionados: ocupantes de cargos comissionados que não são servidores efetivos, ou seja, os que são livremente nomeados pelas autoridades para exercício destes cargos. Formas de contratação indireta: Terceirização: terceirização de serviços, podendo envolver um contrato de gestão/forçade trabalho terceirizada, que se encontra inteiramente sob comando do contratado, o qual executa um conjunto de serviços especificados pelo contratante em unidades assistenciais "cedidas" pelo contratante. As regras referentes à terceirização são as mesmas aplicadas às Oscip e OS. Cooperativas: há dois tipos de cooperativas no SUS, as que são apenas fornecedoras de trabalho na prestação de serviços de saúde e as cooperativas que são "gerenciadoras", ou seja, que não só fornecem força de trabalho, mas assumem a gestão de uma ou mais unidades de saúde da rede do SUS. Trabalho vinculado indiretamente por meio de Organizações Sociais (OS): Constituem uma inovação institucional, embora não representem uma figura jurídica nova, e inserem-se no marco legal vigente sob a forma de associações civis sem fins lucrativos. A novidade é a sua qualificação feita mediante decreto, como Organização Social, em cada caso. Inova a gestão pública ao definir as organizações sociais como entes públicos não estatais criados para absorver atividades estatais "publicizáveis", isto é, retiradas da administração direta, e administrar bens e equipamentos do estado. Executam atividades de interesse público, mas não de competência exclusiva do Estado, no ensino, na pesquisa científica e no desenvolvimento tecnológico, na proteção e preservação do meio ambiente, na cultura e na saúde Contratos de gestão com Organizações Civis de Interesse Público (Oscips): A Oscip é uma organização da sociedade civil que, no caso de parceria com o poder público, utilizará também recursos públicos para suas finalidades, dividindo, dessa forma, o encargo administrativo e de prestação de contas. Por essa razão as Oscips são ONGS, criadas por iniciativa privada, que obtêm um certificado emitido pelo poder público ao comprovar o cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de normas de transparência administrativas; Trabalho vinculado indiretamente por meio de entidades filantrópicas e fundações privadas: as entidades filantrópicas e as demais que não tenham fins lucrativos são de direito parceiras do SUS, tal como dispõe o artigo 199 da Constituição. Sendo assim, essas entidades privadas podem participar tanto em convênios de delegação completa de serviços para atendimento a pacientes quanto na terceirização exclusiva de força de trabalho a favor de programas como o ESF. PLANO DE CARREIRA Conjunto de normas que disciplinam o ingresso e instituem oportunidades e estímulos ao desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores de forma a contribuir com a qualificação dos serviços prestados pelos órgãos e instituições, constituindo-se em instrumento de gestão da política de pessoal. Os princípios norteiam: I - da universalidade dos planos de carreira, devendo abarcar todos os trabalhadores dos diferentes órgãos e instituições integrantes do SUS; II -da equivalência dos cargos ou empregos, compreendendo isto a correspondência deles em todas as esferas de governo; III -do concurso público de provas ou de provas e títulos; IV - da mobilidade, como garantia de trânsito do trabalhador do SUS pelas diversas esferas de governo, sem perdas de direitos ou da possibilidade de desenvolvimento na carreira; V - da flexibilidade, permanente adequação do de plano de carreiras às necessidades e à dinâmica do SUS; VI - da gestão partilhada das carreiras, da participação dos trabalhadores, na formulação e gestão do seu respectivo plano de carreiras; VII - das carreiras como instrumento de gestão, o plano de carreiras deverá se constituir num instrumento gerencial de política de pessoal integrado ao planejamento e ao desenvolvimento organizacional; VIII - da educação permanente, oferta de educação aos trabalhadores do SUS; IX - da avaliação de desempenho entendida como um processo focado no desenvolvimento profissional e institucional; e, X - do compromisso solidário, ajuste firmado entre gestores e trabalhadores em prol da qualidade dos serviços; MESAS DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE DO SUS As Mesas de Negociação Permanente do SUS são fóruns paritários de negociação, compostas por gestores públicos, prestadores de serviços privados da saúde e entidades sindicais representativas da classe trabalhadora; As Mesas têm como objetivo geral a democratização das relações de trabalho na saúde, instituindo processos negociais de caráter permanente para tratar conflitos e demandas decorrentes das relações de trabalho, contribuindo para o efetivo funcionamento do SUS, com vistas ao acesso universal, igualitário, humanizado, ordenado e de qualidade às ações e serviços de saúde; Possibilitam melhor compreensão sobre a importância da gestão do trabalho na implementação das políticas públicas de saúde e da negociação coletiva como eficaz instrumento na superação de adversidades no campo das relações de trabalho; São, portanto, espaços legítimos de diálogo e pactuação entre os gestores e os trabalhadores e importante ferramenta para a gestão do trabalho e a qualificação dos serviços prestados aos usuários do SUS; PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO "o trabalho precário em saúde tem sido identificado como desenvolvimento do sistema público de saúde. Essa questão compromete a relação dos um obstáculo para o trabalhadores com o sistema e prejudica a qualidade e a continuidade dos serviços essenciais prestados pelo SUS "