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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO AGRESTE LICENCIATURA PLENA EM FÍSICA MEDIÇÃO DE ÂNGULOS PARA UM PÊNDULO SIMPLES CALCULANDO A GRAVIDADE EM CADA VARIAÇÃO DE COMPRIMENTO CLARICE VICENTE DA SILVA SELMITHA FRANKLIN DE MELO SILVA CARUARU, PE ABRIL DE 2019. Relatório referente a atividade proposta pelo Professor Manoel Félix, na disciplina de Física Experimental 1, como parte da avaliação. 1. RESUMO A gravidade é uma força que atrai corpos físicos entre si, fundamental para a vida no planeta Terra. Sem ela não seria possível manter aprisionadas as moléculas de gases na atmosfera, ou seja, os gases seriam expelidos para o espaço. Basicamente, a gravidade é um dos fenômenos naturais que sustentam a vida da Terra. Neste experimento, obteremos o valor da gravidade medido através de um pêndulo simples e seguindo instruções previamente estabelecidas, para que desta forma, consigamos mostrar os inúmeros valores obtidos para “g” a depender de fatores tais como: comprimento L do fio preso ao pêndulo, precisão dos instrumentos utilizados, e fatores externos relacionados as metodologias utilizadas para realização das medições. 2. INTRODUÇÃO A gravidade atua sobre a massa de um objeto e quanto maior for a massa desse objeto, maior é a sua força gravitacional. Como a massa da Terra é excepcionalmente maior que à de uma pessoa, a pessoa é "atraída" para o seu centro, justificando a razão de objetos caírem. As conclusões sobre a existência da força da gravidade resultam da pesquisa de Isaac Newton (1642-1727) e foram aperfeiçoadas pelos estudos de Albert Einstein (1879-1955). Seguindo os relatos que se difundiram ao longo de séculos, Newton, ao observar uma maçã cair da árvore, concluiu que - se a fruta e todos os outros corpos são atraídos para a Terra sem que tenham velocidade inicial, então a Terra deveria ter uma força de atração que os obrigassem a cair em sua direção-. Em 1666, Newton foi o primeiro a perceber a lei fundamental que seria básica para a compreensão de vários fenômenos, que ocorrem no universo - a gravitação universal. A gravidade é uma das forças fundamentais da natureza. É a força que faz os corpos se atraírem, e é a responsável por manter a Lua na órbita da Terra e a Terra e os outros planetas na órbita do Sol. A gravidade é proporcional a massa do corpo e inversamente proporcional ao quadrado de sua distância: quanto mais massa um corpo possui, maior é a força da gravidade. Chamamos de aceleração da gravidade a aceleração que um corpo sofre quando cai em queda livre na direção de outro corpo de massa muito maior. Na Terra, este valor é de aproximadamente 9,8 m/s². No entanto, essa gravidade pode variar de acordo com o local e inúmeras condições. O experimento foi realizado para compararmos a gravidade encontrada no pêndulo em diferentes comprimentos de L, com a gravidade g = 9,78 m/s² da cidade de Caruaru-PE onde foi realizado o experimento, e o valor de gravidade média calculada na Terra, de aproximadamente 9,8 m/s². OBJETIVOS • Objetivo geral ✓ -Determinar o valor médio da aceleração da gravidade em diferentes comprimentos de L. • Objetivos específicos ✓ -Anotar e comparar os resultados finais obtidos em cada variação de comprimento, com os valores conhecidos da gravidade média da Terra e da cidade de Caruaru-PE. ✓ -Utilizar os métodos específicos para o cálculo numérico da aceleração da gravidade. ✓ -Observar os valores finais e sua relação com o comprimento L do cordão. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Um pêndulo é um sistema composto por uma massa m, ligada por um fio de massa desprezível que permite sua movimentação livremente. A massa fica sujeita à força causada pela gravidade. O modelo mais simples de pêndulo, e que tem maior utilização é o Pêndulo Simples. Este pêndulo consiste em uma massa presa a um fio flexível e inextensível por uma de suas extremidades e livre por outra. Quando afastamos a massa da posição de repouso e a soltamos, o pêndulo realiza oscilações. Ao desconsiderarmos a resistência do ar, as únicas forças que atuam sobre o pêndulo são a tensão com o fio e o peso da massa m. Desta forma: A componente da força Peso que é dado por P.cosθ se anulará com a força de Tensão do fio, sendo assim, a única causa do movimento oscilatório é a P.senθ. Então: No entanto, o ângulo θ, expresso em radianos que por definição é dado pelo quociente do arco descrito pelo ângulo, que no movimento oscilatório de um pêndulo é x e o raio de aplicação do mesmo, no caso, dado por ℓ, assim: Onde ao substituirmos em F: Assim é possível concluir que o movimento de um pêndulo simples não descreve um MHS, já que a força não é proporcional à elongação e sim ao seno dela. No entanto, para ângulos pequenos, , o valor do seno do ângulo é aproximadamente igual a este ângulo. Então, ao considerarmos os casos de pequenos ângulos de oscilação: Como P=mg, e m, g e ℓ são constantes neste sistema, podemos considerar que: Então, reescrevemos a força restauradora do sistema como: Observe que para a análise de um pêndulo simples para pequenas oscilações com 10°, o período não depende do ângulo e como estaremos trabalhando com pequenas oscilações para a realização desse experimento, consideraremos um MHS. Para qualquer MHS, o período é dado por: e: Então o período de um pêndulo simples pode ser expresso por: Isolando a variável que nos interessa, temos: A relação apresentada acima, é utilizada para obter o valor da gravidade variando em relação a T e L. Além disso, em propagação dos erros usamos para determinar a incerteza no valor médio apresentado de g, a seguinte relação: Por fim, ao obter um valor necessitamos de um referencial comparativo, que deverá ser calculado conforme mostra a fórmula abaixo: Onde é o valor medido, e é o referencial fixo desta medida. 4. METODOLOGIA Para a realização deste experimento, iremos utilizar os seguintes materiais: I. Um cronômetro, para medidas do tempo de oscilação do pêndulo; II. Uma régua para medida do comprimento da corda; III. Uma haste com uma corda de comprimento a ser determinado, ligando a haste até um cilindro metálico; IV. Um transferidor, para medir o ângulo. Para atender ao objetivo deste experimento, faz-se necessário seguir os seguintes procedimentos abaixo: I. Ajuste o comprimento do fio do pêndulo de 0,05m até chegar ao valor de 0,30 m. II. Para a realização do experimento, desloca-se a esfera da posição de equilíbrio, até um ângulo 10°. III. Faça 20 medições de tempo para cada comprimentoL, sabendo que esse comprimento é dado num intervalo de 0,05 m à 0,30 m, variando a cada 0,05m. IV. Determine o tempo t e a incerteza para cada comprimento l e depois determine a gravidade g para cada comprimento e sua incerteza. É importante lembrar que também temos a incerteza da régua; V. Para o conjunto de g, determine a gravidade do conjunto e sua incerteza, depois determine o erro relativo g medido no laboratório com o g de Caruaru. Também determinar o erro relativo entre g do conjunto com o valor adotado nos livros (g = 9,78 m/s²). Seguindo os passos do procedimento experimental, para obtenção de um resultado mais exato foi feita a média de tempo para cada comprimento da corda L, em seguida calculamos a gravidade média, através da relação apresentada: Onde Δy é o valor do erro que será utilizado para apresentação do resultado, sendo este valor igual a derivada parcial da equação da gravidade em relação a variável L, multiplicado pela incerteza da medida de L, somado a derivada parcial da equação da gravidade em relação a variável T, multiplicado pela incerteza calculada em T. 5. RESULTADOS E DISCURSÃO Comprimento do fio: (0,05 ± 0,05 )10^-2 m Tabela 1- Registros do período T(s), para o comprimento mencionado de 0,05 m. Medidas T (s) Medida 1 0,25 Medida 2 0,28 Medida 3 0,28 Medida 4 0,34 Medida 5 0,22 Medida 6 0,25 Medida 7 0,25 Medida 8 0,22 Medida 9 0,22 Medida 10 0,22 Medida 11 0,23 Medida 12 0,31 Medida 13 0,22 Medida 14 0,20 Medida 15 0,22 Medida 16 0,25 Medida 17 0,25 Medida 18 0,25 Medida 19 0,22 Medida 20 0,28 MÉDIA ARITMÉTICA 4,96/20=0,25 Cálculo Tabela 2- Resultados finais apresentados conforme a teoria dos erros. Comprimento do fio Média do tempo Gravidade média Erro relativo percentual (0,05 ± 0,05 )10^-2 m (O,25 ± 0,01) s (31,58 ± 2,21) m/s² Caruaru: 222,90% Terra: 222,24% Comprimento do fio: (0,10 ± 0,05 )10^-2 m Tabela 3- Registros do período T(s), para o comprimento mencionado de 0,10 m. Medidas T(s) Medida 1 0,34 Medida 2 0,35 Medida 3 0,38 Medida 4 0,37 Medida 5 0,37 Medida 6 0,38 Medida 7 0,44 Medida 8 0,37 Medida 9 0,44 Medida 10 0,47 Medida 11 0,35 Medida 12 0,41 Medida 13 0,38 Medida 14 0,34 Medida 15 0,34 Medida 16 0,31 Medida 17 0,41 Medida 18 0,34 Medida 19 0,37 Medida 20 0,35 MÉDIA ARITMÉTICA 7,51/20=0,38 Cálculo Tabela 4- Resultados finais apresentados conforme a teoria dos erros. Comprimento do fio Média do tempo Gravidade média Erro relativo percentual (0,10 ± 0,05 )10^-2 m (O,38 ± 0,01) s (27.34 ± 1,30) m/s² Caruaru: 179,55% Terra: 178,98% Comprimento do fio: (0,15 ± 0,05 )10^-2 m Tabela 5- Registros do período T(s), para o comprimento mencionado de 0,15 m. Medidas Período (s) Medida 1 0,53 Medida 2 0,53 Medida 3 0,50 Medida 4 0,56 Medida 5 0,56 Medida 6 0,53 Medida 7 0,50 Medida 8 0,53 Medida 9 0,41 Medida 10 0,53 Medida 11 0,53 Medida 12 0,53 Medida 13 0,53 Medida 14 0,56 Medida 15 0,48 Medida 16 0,44 Medida 17 0,46 Medida 18 0,44 Medida 19 0,50 Medida 20 0,43 MÉDIA ARITMÉTICA 10,08/20= 0,50 Cálculo Tabela 6- Resultados finais apresentados conforme a teoria dos erros. Comprimento do fio Média do tempo Gravidade média Erro relativo percentual (0,15 ± 0,05 )10^-2 m (O,50 ± 0,01) s (23.69 ± 0,9) m/s² Caruaru: 142,23% Terra: 141,73% Comprimento do fio: (0,20 ± 0,05 )10^-2 m Tabela 7- Registros do período T(s), para o comprimento mencionado de 0,20 m. Medidas Período (s) Medida 1 0,47 Medida 2 0,50 Medida 3 0,66 Medida 4 0,57 Medida 5 0,59 Medida 6 0,68 Medida 7 0,44 Medida 8 0,50 Medida 9 0,56 Medida 10 0,60 Medida 11 0,65 Medida 12 0,60 Medida 13 0,56 Medida 14 0,63 Medida 15 0,59 Medida 16 0,59 Medida 17 0,63 Medida 18 0,63 Medida 19 0,53 Medida 20 0,59 MÉDIA ARITMÉTICA 11,57/20= 0,58 Cálculo Tabela 8- Resultados finais apresentados conforme a teoria dos erros. Comprimento do fio Média do tempo Gravidade média Erro relativo percentual (0,20 ± 0,05 )10^-2 m (O,58 ± 0,01) s (23,47 ± 0,8) m/s² Caruaru: 139,99% Terra: 139,48% Comprimento do fio: (0,25 ± 0,05 )10^-2 m Tabela 9- Registros do período T(s), para o comprimento mencionado de 0,25 m. Medidas Período (s) Medida 1 0,66 Medida 2 0,63 Medida 3 0,68 Medida 4 0,69 Medida 5 0,56 Medida 6 0,54 Medida 7 0,63 Medida 8 0,62 Medida 9 0,72 Medida 10 0,69 Medida 11 0,63 Medida 12 0,75 Medida 13 0,75 Medida 14 0,69 Medida 15 0,81 Medida 16 0,81 Medida 17 0,75 Medida 18 0,63 Medida 19 0,68 Medida 20 0,60 MÉDIA ARITMÉTICA 13,52/20= 0,68 Cálculo Tabela 10- Resultados finais apresentados conforme a teoria dos erros. Comprimento do fio Média do tempo Gravidade média Erro relativo percentual (0,25 ± 0,05 )10^-2 m (O,68 ± 0,01) s (21.34 ± 0,6) m/s² Caruaru: 118,20% Terra: 117,75% Comprimento do fio: (0,30 ± 0,05 )10^-2 m Tabela 11- Registros do período T(s), para o comprimento mencionado de 0,30 m. Medidas Período (s) Medida 1 0,72 Medida 2 0,75 Medida 3 0,72 Medida 4 0,74 Medida 5 0,72 Medida 6 0,87 Medida 7 0,82 Medida 8 0,81 Medida 9 0,72 Medida 10 0,69 Medida 11 0,75 Medida 12 0,65 Medida 13 0,72 Medida 14 0,75 Medida 15 0,69 Medida 16 0,66 Medida 17 0,79 Medida 18 0,78 Medida 19 0,81 Medida 20 0,69 MÉDIA ARITMÉTICA 14,85/20= 0,74 Cálculo Tabela 12- Resultados finais apresentados conforme a teoria dos erros. Comprimento do fio Média do tempo Gravidade média Erro relativo percentual (0,30 ± 0,05 )10^-2 m (O,74 ± 0,01) s (21,62 ± 0,55) m/s² Caruaru: 121,06% Terra: 120,61% 6. CONCLUSÃO Concluímos desta forma, que os valores obtidos para a aceleração da gravidade se mostraram mais próximos da gravidade média calculada para a Terra (que é aproximadamente 9,8 m/s²) à medida que o comprimento L aumentava. Pudemos observar essa aproximação, pelo erro relativo percentual calculado. O que nos possibilita deduzir que, ao realizar o mesmo procedimento em um pêndulo simples de comprimento significativamente maior, nos aproximaríamos cada vez mais do valor aproximado que conhecemos da aceleração da gravidade. Devemos também considerar este mesmo experimento para instrumentos de extrema precisão, e todas as medidas sendo avaliadas e refeitas diversas vezes, nos aproximando cada vez mais do valor mais próximo do valor médio de g, calculado para a cidade de Caruaru -local onde este experimento foi realizado- que é de g = 9,78 m/s². 7. REFERÊNCIAS [1]. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Pêndulo simples. Disponível em: < http://lilith.fisica.ufmg.br/~lab1/roteiros_2013/Pendulo_simples.pdf> Acesso em: 28 de março de 2019. [2]. CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA- USP. O pêndulo simples. Disponível em: http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/mecanica/universitario/cap13/cap13_35.htm> Acesso em: 28 de março de 2019. [3]. FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. Pêndulo simples. Disponível em: < http://webpages.fc.ul.pt/~pcmiranda/meca/PL-guioes/T1_pendulo.pdf>Lisboa-Portugal. 2008-09. Acesso em: 28 de março de 2019. [4]. ALBARELLO, Janine da rosa, et.al. Oscilação e velocidade do pêndulo simples na modelagem matemática. Disponível em: < http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_017/artigos/pdf/Artigo_08.pdf>. Acesso em: 28 de março de 2019. [5]. RODRIGUES, Renato Felix. Sobre a precisão de experimentos didáticos utilizados para medição da aceleração da gravidade. Disponível em < https://docplayer.com.br/12230036-Universidade-federal-de-pernambuco.html>Acesso em: 12 de abril de 2019. [6]. PIACENTINI, João J. et al. Introdução ao laboratório de física. 5 ed. -Florianópolis: Ed da UFSC, 2013.