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Psicanálise 
O estudo do inconsciente humano
Arapiraca, Julho de 2013 
 1.1 O QUE É PSICANALISE?
É uma ciência (área do conhecimento, escola psicológica) que busca penetrar na dimensão profunda do psiquismo humano para conhecê-lo 
Século XIX, na Alemanha, Psicologia –Ciência independente, estudo do consciente.
Sigmund Freud – Psicanálise, estudo do inconsciente. 
Mente = uma montanha de gelo flutuante 
1.2 Como surgiu a Psicanálise ?
 
 
Consciente 
Inconsciente 
 NASCEU EM 6 DE MAIO DE 1856, NA MORÁVIA; MORREU EM 23 DE SETEMBRO DE 1939, EM LONDRES
1873 – ESCOLA DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE VIENA , GRADUOU-SE OITO ANOS DEPOIS .
 NÃO QUERIA CLINICAR.
INTERESSOU PELA NEUROLOGIA
Sigmund Freud
Trabalhos:
PARIS – JEAN CHARCOT 
VIENA – BREUER 
SOZINHO – A interpretação do sonhos (1900); Psicopatologia da vida cotidiana (1904); Instintos e suas vicissitudes(1915); Introdução Geral a Psicanálise ( 1917); Novas lições introdutórias sobre Psicanálise (1933); Esboço da Psicanálise(1940)
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1.3 A Estrutura da Personalidade 
A personalidade é composta de 3 sistemas:
O ID 
O EGO 
O SUPEREGO
1.3.1 O ID
É a instância da psique, é matriz dentro da qual o ego e o superego se diferenciam. É o substrato contendo tudo que é psicologicamente herdado, de onde provêm o impulso ou pulsões. 
Reservatório de energia física que põe em funcionamento os outros sistemas.
Componente biológico da personalidade.
Não tolera energias intensas.
Principio do Prazer;
Dois processos:
Ação reflexiva – Tossir, espirrar, piscar, etc. 
Processo primário - Formação da imagem mental; sonhos como satisfação de desejos 
1.3.2 O EGO
	Responsável pelo contato com o ambiente, com a realidade externa, e constitui a sede de quase todas as funções mentais .
Componente Psicológico da personalidade.
Capaz de diferenciar a realidade do mundo externo, diferente o ID
Para o ID interessa apenas saber se uma experiência é agradável ou não (principio do prazer). Já o ego quer se certificar se a experiência é falsa ou real.
Principio da realidade. 
1.3.3 O SUPEREGO
	É o censor das funções do ego e decide se algo é certo ou errado, de modo a garantir que uma pessoa aja em harmonia com os padrões sociais vigentes. 
Representante interno dos valores e das idéias da sociedade .
Mais o ideal do que o real, mais perfeição que prazer. 
Componente social da Personalidade.
 1.4 Processos Mentais:
 1.4.1 Inconsciente 
 1.4.2 Consciente
 1.4.3Pré- consciente 
1.4.1 ²O inconsciente 
Lugar teórico dos impulsos instintivos ou pulsões e das representações reprimidas ou daquelas que nunca puderam chegar à consciência .
O ID, Modelo estrutural da Psique desenvolvido por Freud, é puro inconsciente 
1.4.2² O consciente 
Percepção do mundo objetivo, as lembranças, os sentimentos, o pensamento e a percepção do mundo subjetivo, ou seja, como concebemos as lembranças os sentimentos, os sonhos, os devaneios 
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1.4.3² O Pré- Consciente 
	Intermediário entre o inconsciente e o consciência.
Tem função de selecionar os atos motores e as vias de pensamento para consciência. 
Separado do sistema inconsciente pela censura .
O Ego , liga-se ao sistemas pré-consciente/ consciente, mas há também funções inconsciente do ego, os mecanismos de defesa
 
1.5.1 O instinto
1.5 A Dinâmica da Personalidade 
Representação psicológica inata de uma fonte de excitação corpórea.
Representação Psicológica – Desejo
Excitação corpórea – Necessidade.
O instinto é a quantidade de energia psíquica necessária para movimentar as diferentes operações da personalidade.
Para satisfazer os impulsos instintivos é necessário a participação de algum objeto, ou pessoa.
Apresentam 4 aspectos:
Uma fonte, um objetivo ou finalidade, um objeto e um impulso. 
1.5.2 Quantos instintos existem?
Freud não se preocupou em enumerar os instintos mais classificou-os em 2 grandes grupos :
Os instintos da vida : - São instintos que servem tanto para autoconservação (fome, sede, fuga à dor ) como para preservação da espécie (sexo) .
Os instintos da morte – São instintos destrutivos , menos evidentes que do que os de vida, mas que cumprem sua função. 
Os instintos da vida e da morte e seus derivados entram em ação agrupando-se, neutralizando-se ou ainda trocando de posição . 
1.5.3 Distribuição da energia Psíquica 
Dissemos que os instintos contêm toda a energia psíquica que os três sistemas da personalidade utilizam para realizar seu trabalho 
Repressão – Mecanismo de defesa básico pelo qual os sentimentos, as lembranças e os impulsos proibidos são expulsos da consciência 
Negação – Trata-se de um mecanismo primitivo que consiste em negar um fato evidente 
Formação Relativa – expressão de sentimentos opostos ao sentimento que produz ansiedade . Assim o amor pode aparecer substituindo o ódio, a gentileza pode substituir a crueldade
1.5.4 Mecanismos de defesa do Ego
Projeção - Mecanismo de defesa que consiste em atribuir inconscientemente ao outro e de forma mais geral em perceber no mundo do exterior, suas próprias pulsões e conflitos interiores . Desempenha papel importante no primeiros estágios da infância. 
Racionalização – Explicações que justifiquem certas ações. Na racionalização, usam-se explicações racionais para uma razão de ordem emocional. 
Fixação – Permanência num estagio primitivo de desenvolvimento. Remonta a fase fálica do desenvolvimento, à curiosidade infantil de ver os órgãos genitais alheios 
Regressão - Consiste em retornar a um estagio anterior de desenvolvimento.
Deslocamento – Mecanismo psíquico inconsciente pelo qual uma descarga afetiva (emoção, impulso) é transferida de seu objeto verdadeiro para um elemento substituído.
 
Sublimação – Mecanismos de defesa do ego mais importante para os propósitos da relação psicanálise e educação. Mecanismo d defesa pelo qual certos impulsos inconscientes são desviados de seus objetos primitivos para fins socialmente úteis e integram-se . 
1.6.1 Fase Oral 
Duração no primeiro ano de vida, o prazer vem pela sucção. A boca e sua extensões constituem a zona erógena. 
1.6 Fases do desenvolvimento da Sexualidade Infantil:
1.6.2 Fase Anal
Fase anal – Duração estimada de um ano e meio, O ânus constitui a zona privilegiada das tensões e gratificações sexuais. O prazer está associado a expulsão (defecação) ou retenção das fezes 
 
1.6.3 Fase fálica 
Fase Fálica – Por volta de 3 a 4 anos de idade e as zonas erógenas localizam-se nos órgãos sexuais.
Denomina-se fálico porque o pênis (=falo) é o principal objeto de interesse da criança de ambos os sexo. Na menina o clitóris é o feminino pênis.
O Voyeur seria o adulto fixado na primitiva curiosidade infantil de contemplar o outro. 
 
 Complexo de Édipo 
É na fase fálica, também denominada estagio edipiano que Freud localiza o aparecimento de uma relação triangular singular entre pai, mãe e filho, que configura o complexo de Édipo .
Amor com o progenitor do sexo oposto.
Rivalidade e ciúme com o progenitor do mesmo sexo.
Origem - Rei de Tebas mata o pai e casa-se com a mãe.
O estagio de vida eu abrange o 
complexo de Édipo, a fase fálica
é de importância crucial para 
o psiquismo. 
Lévi-Strauss – Incesto.
G
Ç
Complexo de Castração 
No menino :
Temor a castração como forma de punição.
Renuncia de desejo pela mãe e identificação com o pai.
 Sistema inconsciente de emoções relacionados ao valor simbólico do falo (pênis) .
Angustia da perda na separação- desmame e defecação 
Na menina:
Inveja por não possuir o pênis.
O menino tem temor de perde-lo já a menina sente-se prejudicado por não possuí-lo, buscando compensar com o pênis paterno .
J
Narcisismo 
 Amor do Individuo por si próprio.
Trata o corpo como objeto sexual, afagando-o, contemplando-o.
Todo individuo possui um grau de narcisismo 
 1.6.4 Fase de Latência 
Período calmo,período de 1ª a 4ª serie do fundamental, que antecede a adolescência.
Convivência com pessoas diferente dos pais contribuir para organizar os valores e confrontar diferentes sistemas. 
 
1.6.5 Fase genital
Estrutura básica da personalidade é formada no fim da fase fálica. A adolescência seria a fase de reativação dos impulsos sexuais adormecidos durante a latência.
O impulsos libidinosos que antes se voltavam para figuras parentais podem ser dirigidos para pessoas semelhantes com elas.
 reprodução é a principal função biológica dessa fase e os aspectos psicológicos ajudam na realização desse objetivo. 
1.7 Contribuição da Psicanálise á Educação 
1.7.1 A revolucionaria Teoria de Freud contribuiu de alguma forma para a Educação?
Freud Nutria a esperança de que a Psicanálise, um teoria explicativa da natureza, do funcionamento e da forma de desenvolvimento do psiquismo, pudesse contribuir para reformar os métodos o objetivos educacionais, exercendo assim uma ação profilática (preventiva).
Millot e Kupfer – Psicologia e Pedagogia em sentidos opostos. 
Pedagogia– Estabilidade e a previsibilidade
Psicanálise – Altamente imprevisível 
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Pedagogia e Psicanálise = caminhos opostos
 - invalidação na tentativa de construir uma ciência pedagógica 
Freud = Antipedagogo, mestre. 
1.7.2 A Educação e o Conceito de Transferência
Por meio de suas analises Freud elaborou um conceito de transferência, fenômeno presente em toda situação em que duas pessoas se relacionam frente a frente .
Inicialmente : Processo analítico 
Posterior : relação aluno – professor 
Constitui-se assim numa contribuição essencial da Psicanálise à educação 
1.7.3 A Educação e o Processo de Sublimação .
Por intermédio do mecanismo de sublimação os indivíduos podem dedicar-se a atividade espiritualmente elevadas como as relacionadas com a arte, a ciência, a promoção de valores humanos e de melhores condições de vida. 
Por serem impulsionados pela energia sexual, embora sua finalidade não seja diretamente o sexo , é possível perceber a presença da libido nessas atividades. O prazer na realização de uma tarefa, mesmo de natureza tênue, traz a marca de sua origem sexual no empenho e a paixão com que alguns indivíduos dedicam-se a ela 
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1.7.4 A Educação e a sexualidade 
Inicialmente Freud associou a doença nervosa a uma educação moral repressora, as noções de pecado, pudor, vergonha inibiram os impulsos sexuais limitando seu desenvolvimento . 
No entanto, Freud chegou a conclusão de que existiria no interior da sexualidade um componente de desprazer que reforçaria a moralidade. 
Pode contribuir enfim com a educação delimitando uma de duas tarefas.
 
1.7.5 A educação e os impulsos parciais 
Uma vez que a possibilidade de suprimir os impulsos parciais, além de inútil, pode levar à neurose, é importante que o educador saiba utilizar a energia desses impulsos . 
A proposta da psicanálise para a educação parece que a de que o educador possa buscar com o educando o justo equilíbrio entre o prazer individual e as necessidades coletivas e o equilíbrio entre a permissão e a proibição 
 
1.7.6 Psicopedagogia e Psicanálise 
O termo Psicopedagogia é usado, comumente, em português francês e espanhol para referir-se à pedagogia dos processos ligados à aprendizagem e ao ensino. Em inglês designa-se como psicologia educacional.
Tem origem no Brasil, na fragmentação da educação – a Pedagogia de um lado e a Psicologia do outro .
Seu objeto de estudo é a pessoa a ser educada ( o aluno, educando), seus processos de aprendizagem e as alterações de tais processos, visando a resolver problemas de aprendizagem. 
Jorge Visca
Sara Parin
Contudo podemos dizer eu a Psicanálise abre um novo olhar sobre o aluno, um ser que tem subjetividade e desejo, um ser cujas manifestações, muitas vezes de difícil aceitação , têm seus significados da mesma forma que seus sintomas de não - aprender. 
“ Se fosse preciso concentrar numa palavra a descoberta freudiana, essa palavra seria incontestavelmente inconsciente. ”

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