Prévia do material em texto
1 AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 1 Sumário INTRODUÇÃO 3 O que é psicopedagogia? 4 Onde o psicopedagogo pode atuar 11 Psicopedagogia institucional: o que é? 13 Diferenças entre psicopedagogo clínico e institucional 17 O Papel do Psicopedagogo Institucional 18 A avaliação psicopedagógica 22 Avaliação diagnóstica psicopedagógica 27 Avaliação Psicopedagógica sugestões 32 CONCLUSÃO 51 REFÊRENCIAS 53 2 FACULESTE A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A psicopedagogia consiste em um saber científico que une, principalmente, os conhecimentos da psicologia e da pedagogia. Contudo, é uma área bastante multidisciplinar, abarcando também conhecimentos da neurologia, psicolinguística e antropologia, dentre outras disciplinas. O psicopedagogo busca entender a maneira como o ser humano assimila e processa as informações, construindo, assim, os conhecimentos. Ele é responsável, portanto, pelo estudo dos processos do aprender humano em várias fases da vida, seja em crianças e adolescentes ou em adultos. Desde a idade em que comunicamos as primeiras palavras, passando pela escola, período de intenso de assimilação de novas informações, até a vida profissional, estamos em constante processo de aprender. Diante disso, essa profissão busca melhorar os métodos de ensino, tendo como principal finalidade garantir a compreensão dos conteúdos e facilitar o aprendizado. No seu âmbito de ofício, o objetivo do psicopedagogo é identificar problemas como, dificuldades, distúrbios ou transtornos, bem como aplicar métodos para que uma pessoa tenha um melhor desempenho, desenvolvendo ações de prevenção ou de correção desses problemas. As causas dessas dificuldades podem ser de natureza emocional, mental, social ou física. O psicopedagogo dará, então, o diagnóstico e promoverá ações de tratamento. 4 O que é psicopedagogia? A Psicopedagogia é um campo de estudo que se preocupa com a aprendizagem humana, geralmente pelo temos a concepção que psicopedagogia é apenas a junção da psicologia com a pedagogia, então como nos diz Bossa, A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda - o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia – e evoluiu devido a existência de recursos, ainda que embrionários, para atender a essa demanda, constituindo- se assim, em uma prática. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto, vemos que a psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como se aprender, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e a preveni-las. (BOSSA, 2007, p. 24) 5 Quando comecei a estudar o assunto por meio da pós pensava que tinha essa conotação, na verdade tem mas não apenas essa, o tema é bem mais amplo, como tem por foco a aprendizagem logicamente os problemas que norteiam esse processo passaram a ser temas estudados pelos psicopedagogos, então a procura por esse profissional acontece quando se tem dificuldade em aprender alguma coisa, ou seja, todo o processo da aprendizagem no sentido da dificuldade no enfrentamento do mesmo, cabe ou caberá desde que solicitado a presença de um profissional formado em Psicopedagogia. Santos (2010) pontua que cabe ao psicopedagogo não somente propor: “Atividades e treinamentos para indivíduos com problemas de aprendizagem e comportamento baseados em teorias comportamentais, como sugere a Psicologia Educacional, nem definir métodos, técnicas e estratégias de ensino como propõe a Pedagogia mas cabe-nos ocupar um lugar que está na inter-relação da ensinagem e da aprendizagem" (p.1) Normalmente se pensa na aprendizagem apenas num conjunto de criança e escola, essa relação na verdade existe, mas não somente essa, pois, não se pode medir a idade da aprendizagem, num sentido de quando a criança aprende, pois aprendemos a vida toda e em todos os lugares não necessariamente na escola, nesse sentido o leque de atuação de um psicopedagogo não se prenderá apenas na criança mais em todo aquele que tiver dificuldade no processo de aprender. Existem duas grandes áreas de atuação do psicopedagogo, a área clínica e a institucional, contudo independente da área o que voga é o processo de aprendizagem, porém dependendo de onde está o sujeito do processo ficará diferente, se na área clínica será necessário fazer um trabalho individualizado, resultando em uma intervenção se assim for necessária, geralmente esse profissional atua em um consultório, por isso algumas escolas ao invés de ter no seu quadro um profissional com essa habilitação contrata-o em sua clínica cabendo ao mesmo se deslocar a escola para uma avaliação de um respectivo aluno ou grupo de alunos. Já o psicopedagogo institucional trabalhará semelhante ao clínico pois os processos são os mesmos, o diferencial é que a resolução dos problemas da aprendizagem se dará em um espaço mais coletivo, assim sendo qualquer empresa, loja, instituição, hospital entre outros locais é uma instituição onde poderá trabalhar, desta forma o trabalho do psicopedagogo na escola segundo Bossa (2007) é necessário pois, 6 No primeiro nível o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de diminuir a “frequência dos problemas de aprendizagem”. Seu trabalho incide nas questões didático-metodológicas, bem como na formação e orientação de professores, além de fazer aconselhamento aos pais. No segundo nível o objetivo é diminuir e tratar dos problemas de aprendizagens já instalados. Para tanto cria-se plano diagnóstico da realidade institucional, e elaboram-se planos de intervenção baseados nesse diagnósticos a partir do qual se procura avaliar os currículos com os professores, para que não se repitam tais transtornos. No terceiro nível o objetivo é eliminar transtornos já instalados em um procedimento clínico com todas as suas implicações. O caráter preventivo permanece aí, uma vez que ao eliminarmos um transtorno, estamos prevenindo o aparecimento de outros. (BOSSA, 2007, p. 25) O psicopedagogo é muito importante na resolução de problemas de grupo, pois se existe dificuldade no feitio do trabalho onde o profissional de uma empresa não tenha desempenhado de forma produtiva o seu dever, o mesmo interferirá diretamente no trabalho do outro, um exemplo clássico disso acontece quando se vai a um supermercado onde percebe-se um bom setor de compras, boa logística, contudo o profissional que é responsávelpor repor a gôndola se não colocar de uma maneira adequada o mercado terá problema, então atuar em empresas é auxiliar no desenvolvimento do sujeito para que consiga desempenhar melhor sua função. Sobre isso Bossa pontua que, Existe também uma proposta de atuação nas empresas, onde o objetivo seria favorecer a aprendizagem do sujeito para uma nova função, auxiliando-o para um desenvolvimento mais afetivo de suas atividades. (BOSSA, 2007, p.33) Então todos devem aprender a lidar com o espaço do coletivo e como acontece a sua participação nesse espaço para não prejudicar o andamento nos outros, nessa situação pode intervir um psicopedagogo, então antecipadamente é pesquisada a empresa que irá desenvolver o seu trabalho para ver como será desenvolvida uma melhor estratégia, assim também conhecerá o perfil de trabalhador que se encaixa na necessidade daquela empresa, por isso a importância do diagnóstico. Segundo Bossa, O psicopedagogo busca não só compreender o porquê de o sujeito não aprender algumas coisas, mas o que ele pode aprender e como. A busca desse 7 conhecimento inicia-se no processo diagnostico, momento em que a ênfase é a leitura da realidade daquele sujeito, para então proceder a intervenção que é o próprio tratamento ou o encaminhamento. (BOSSA 2007, p.94.) Portanto essa formação em nível de especialização, ou seja, um curso de pós graduação para pessoas comprometidas com o processo educacional tem cada vez mais abarcado profissionais tais como: Pedagogos, Psicólogos, Professores de outras áreas e etc. Geralmente esses profissionais buscam essa especialização para melhor ofertar aos seus alunos a aprendizagem da qual o tais tem direito, então quando um professor ou outro profissional tem dificuldade de compreender o processo de aprendizagem do seu aluno ou trabalhador busca na psicopedagogia uma solução para esse problema. Conforme foi mencionado no início não existe idade para aprendizagem, uma vez que na medida que o ser humano envelhece vamos nos acostumando com determinadas formas de aprender, os chamados vícios, um exemplo disso aconteceu com um colega que na atualidade tem 35 anos, ao passar por um dentista descobriu que escovava os dentes errado, foi muito difícil aprender a forma que o dentista lhe ensinara pois já tinha de forma intrínseca desenvolvido um hábito. O ser humano vai cristalizando formas de aprender e uma vez cristalizadas as temos como certas, então trabalhar com uma criança em termos é mais positivo porque a mesma vai desenvolvendo e mudando a sua forma de lidar como o conhecimento o que não acontece com pessoas de mais idade, onde o processo é mais lento, deste modo as instituições educacionais requer do psicopedagogo três vertentes diferentes que segundo Cortes (2012) deve apresentar as seguintes etapas: Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Primeira etapa: Uma assessoria psicopedagógico e as intervenções geralmente acontecem diretamente junto ao grupo de docentes que buscam metodologias diferenciadas de trabalho, visando melhor aproveitamento escolar por parte do aluno. A assessoria pode acontecer também junta aos pais ou familiares de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Segunda etapa: Nesse caso, o psicopedagogo passa a realizar um trabalho em conjunto com outros profissionais contribuindo em diversos aspectos como metodologia, avaliação, relacionamentos entre outros. O psicopedagogo pode 8 também atuar junto aos pais na busca de melhorias nas relações entre pais e filhos frente aos desafios de um mundo em constante mudança. Terceira etapa: Diretamente com seus alunos em sala de aula, o que favorece o relacionamento de proximidade, de confiança, propiciando um melhor conhecimento das possíveis dificuldades de aprendizagem dos alunos e intervindo no sentido de prevenir ou minimizar possíveis dificuldades de aprendizagem. (CORTES, 2012, p. 3816) Muitos psicopedagogos se utilizam do recurso das mídias para potencializar suas análises, como instrumento muito válido na intervenção que quer praticar, porém cabe também saber dar a criança em paralelo a sua família um crivo num sentido de qual tipo de informação está sendo oferecida, uma vez que, o excesso de informação é o mesmo que fazer uma refeição e comer demais, não será saudável, a criança não terá condições de digerir tudo aquilo que lhe é oferecido de forma exacerbada pelas mídias. Isso tem se tornado uma preocupação, pois os pais precisam fazer um crivo naquilo que é importante, separando toda informação que não for necessária para que a criança não seja amontoada por saberes desnecessários, essa também é uma preocupação do Psicopedagogo pois na sua essência preocupa-se do processo da aprendizagem, que segundo Bossa A Psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos, e pedagógicos que interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações que resgatam o prazer de aprender em sua totalidade. Incluindo a promoção da integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais especialistas que transitam no universo educacional do aluno. (BOSSA, 2007, p. 67) Quando por exemplo vão fazer a sua tarefa de escola onde a presença dos pais e requisitada deverá acontecer de forma a criar as condições e oportunidade para que seu filho ou filha desenvolva a tarefa, criando uma rotina, um horário, um espaço para isso, onde é inquirido por parte dessa família o desligamento de qualquer função que não seja a criança, assim a criança terá sossego e calma para conseguir desenvolver sua tarefa, esse é o acompanhamento ideal, porém existe um equívoco ao relacionar pai e mãe na resolução da tarefa do filho, no sentido do pai realizar a tarefa no lugar do seu filho, a tarefa do aluno é dele e não dos seus pais, essa 9 orientação no sentido de melhor significar a tarefa é feita pelo psicopedagogo onde deixa claro que a intervenção dos pais deverá acontecer com base no primeiro caso citado e não no segundo. No caso de um adulto com todas as mudanças tecnológicas que vem cada vez mais modificando a forma como aprendemos, a presença de um psicopedagogo é fundamental, então essa demanda de trabalho existe e vem aumentado principalmente porque a escola cada vez mais se pergunta como alcançar esse aluno, uma vez que dispõem de várias tecnologias e precisam saber usa-las, até mesmo para potencializar a aprendizagem dos alunos do EJA pois sabe-se que estão naquele espaço desejando muito aprender, mais quando se deparam com uma dificuldade ficam frustrados e podem sair da escola. É preciso que a escola desde que bem orientada trabalhe no aluno essa frustação sabendo que o erro é um opção não para deixar de fazer algo mais para voltar e fazê-lo melhor, se houve erro é porque em termos não houve a aprendizagem que se esperava com isso uma oportunidade de aprender de forma diferente, sempre questionando também o que está fazendo com que esse aluno não aprenda, as vezes pode ser um problema físico ou desconhecimento do uso de alguma tecnologia. Então em se tratando da escola o psicopedagogo tem como foco trabalhar com o aluno, o pedagogo, orientadores e professores. Para santos, O trabalho na instituição escolar apresenta duas naturezas: O primeiro diz respeito a uma psicopedagogia voltada para o grupo de alunos que apresentam dificuldades na escola. O seu objetivo é reintegrar e readaptar o aluno à situação de sala de aula, possibilitando o respeito às necessidades e ritmos. Tendo como meta desenvolver as funções cognitivas integradas ao afetivo, desbloqueando e canalizando o aluno gradualmente para a aprendizagem dos conceitos conforme os objetivos da aprendizagem formal. O segundo tipo de trabalho refere-se à assessoria junto a pedagogos, orientadores e professores.Tem como objetivo trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e o cognitivo, através da aprendizagem dos conceitos e as diferentes áreas do conhecimento. (SANTOS, 2011, p. 02) 10 Assim sendo o Psicopedagogo tem como instrumento de trabalho a: a atenção concentrada, a capacidade de tomada de decisão, as tais são habilidades que a pessoa humana precisa ter e se não tem deve-se analisar os porquês, ou seja, pode ser uma dificuldade por parte do aluno para expressar aquilo que ele sabe, tomar uma decisão e usar o conhecimento de uma maneira mais rápida são qualidades a serem desenvolvidas no processo de intervenção do psicopedagogo. Contudo é preciso ter clareza do limite de atuação do Psicopedagogo, os instrumentos específicos e testes norteiam a área de atuação sem que aja invasão em outras áreas, o Psicopedagogo se utiliza de instrumentos próprios sem testes psicológicos ou fonoaudiólogos. Os jogos e a utilização do lúdico são ferramentas do psicopedagogo na análise das dificuldades, então o profissional pós-graduado em Psicopedagogia precisa ter clareza de até onde pode ir e de quem procurar para ter certeza da dificuldade do aluno e a intervenção que fará no mesmo. Quando uma criança com dificuldade apresenta por exemplo uma suspeita de dislexia o diagnóstico desse problema e dado pelo fonoaudiólogo o psicopedagogo pode encaminhar com a suspeita desse problema mais não constatar sem uma prévia análise do fonoaudiólogo, então quando existe a necessidade de uma análise de um outro profissional deve-se fazer o devido encaminhamento, por isso o trabalho do psicopedagogo é feito por etapas, sobre isso Paín aponta que, O profissional, para cumprir os objetivos e garantir o enquadre no trabalho psicopedagógico, deve adotar certas técnicas. São elas: organização prévia da tarefa; graduação nas dificuldades das tarefas; auto avaliação de cada tarefa a partir de determinada finalidade; historicidade do processo, de forma que o paciente possa reconhecer sua trajetória no tratamento; informações a serem oferecidas ao sujeito pelo psicopedagogo, num nível em que possa integrá-las ao seu repertório intelectual e construir o mundo que habita; por fim, a autora fala da indicação como mais uma técnica no tratamento psicopedagógico. (PAÍN, 1986 apud BOSSA, 2007, p.106) A Associação Brasileira de Psicopedagogia tem algumas décadas de existência, mesmo antes dela se tornar uma associação já existia Psicopedagogos atuando no Brasil, com isso pode-se dizer que tem mais de cinquenta anos de duração, quando houve a instauração da associação o curso foi oferecido primeiramente como especialização, assim sendo quando houve a aprovação da profissão pela câmara o que colocou-se como requisito foi justamente oferta-lo como 11 curso de especialização, porém algumas localidades oferecem a Psicopedagogia como graduação, então isso mais que prova a demanda cada vez mais crescente desse profissional no mercado de trabalho. Onde o psicopedagogo pode atuar O campo de atuação desse profissional é bastante amplo. Nas escolas, sua função é identificar problemas nos métodos de ensino, nos currículos escolares ou, até mesmo, nas relações pessoais a fim de gerar melhor entendimento entre professores e alunos. Assim, esse profissional detecta problemas psicopedagógicos que possam interferir no aprendizado do aluno, presta orientação pedagógica para instituições de ensino, auxilia o corpo docente e cria planos de trabalho visando a facilitação do aprendizado e a solução de problemas. O psicopedagogo pode, ainda, contribuir com o sistema educacional, realizando intervenções em busca de reduzir casos de evasão escolar. 12 Nas empresas, a psicopedagogia visa melhorar a assimilação dos conteúdos e a performance dos funcionários. O profissional pode atuar na área de recursos humanos, prestando assessoria a empresas, órgãos públicos e ONGs. Nas clínicas e consultórios, ele pode atuar prestando atendimento psicopedagógico — como forma de auxílio extraescolar, por exemplo —, visando solucionar dificuldades no processo de aprendizagem do indivíduo. O psicopedagogo pode, ainda, ser requisitado na área da saúde, atuando com pacientes em hospitais. Nesse contexto, o profissional trabalha questões ligadas a trauma e doenças que levam à falta de memória, redução da capacidade de aprendizado ou queda no desempenho funcional. De todo o seu campo de atuação, a psicopedagogia clínica e a institucional são as principais. Por isso, saiba mais suas características e as diferenças entre elas! 13 Psicopedagogia institucional: o que é? A psicopedagogia envolve as áreas de pedagogia e psicologia. Ela é uma área ampla e essencial para ajudar as pessoas a superarem as dificuldades no processo de aprendizagem. Aliás, ao realizar o curso de psicopedagogia institucional você poderá trabalhar em instituições escolares, hospitalares e empresariais. 14 Áreas de atuação do psicopedagogo Escolar No ambiente escolar, o profissional poderá ajudar a selecionar a metodologia mais eficiente no ensino ou na melhoria do currículo escolar. 15 Empresarial Em princípio, ao atuar no universo empresarial o psicopedagogo poderá trabalhar com o objetivo de promover o aprendizado sobre o conteúdo da instituição e melhorar o desempenho dos colaboradores. Além disso, você poderá criar sua própria empresa para prestar consultoria na área de psicopedagogia institucional para as empresas, escolas ou órgãos públicos. 16 Área hospitalar O acompanhamento pedagógico hospitalar é hoje uma realidade no Brasil. Dessa forma, ele é uma ferramenta que atua como forma de humanização nos hospitais e proporciona as crianças terem continuidade nos estudos. Inclusive, a psicopedagogia institucional contribui para a melhoria do atendimento pedagógico hospitalar além da aprendizagem. Ela é um importante instrumento para o planejamento das atividades e formação profissional. 17 Diferenças entre psicopedagogo clínico e institucional O psicopedagogo clínico atende em consultórios e trabalha com cada paciente individualmente. Sua função é investigar as causas e buscar soluções para os problemas de aprendizagem em crianças, adolescentes ou adultos. Nesse sentido, o profissional contribui para manter o estado psicológico saudável do paciente, permitindo-o construir saberes e transformar informações em conhecimento adquirido. Além de tratamentos, busca desenvolver ações para gerar mudanças comportamentais no paciente e, assim, corrigir e facilitar as dificuldades de assimilação de conteúdos. Muitas vezes, o psicopedagogo clínico atua em conjunto com outros profissionais, como psicólogo, psiquiatra ou fonoaudiólogo, por exemplo. O psicopedagogo institucional, por sua vez, trabalha com um grupo de pessoas, seja em instituições de ensino, empresas ou hospitais. Dependendo do local de trabalho, sua função é avaliar o comportamento de alunos, pacientes ou funcionários, identificar os fatores que interferem na aprendizagem ou desempenho dessas pessoas e oferecer soluções para a melhora nesse campo. 18 Nas escolas, ele analisa os mais diversos aspectos da instituição de ensino, prestando, por exemplo, orientação ao quadro docente, auxiliando no planejamento de aulas e desenvolvendo projetos escolares. Nas empresas, ele, geralmente, trabalha no RH, facilitando a compreensão de informações, melhorando o relacionamento entre funcionários e gestores bem como a performance dos colaboradores. O Papel do Psicopedagogo Institucional Um dosproblemas educacionais que mais tem tido destaque nos debates nas últimas décadas, está relacionado às dificuldades de aprendizagem. Cabe à escola cumprir um currículo e um cronograma de formação e aqueles que não se enquadram no perfil ou não acompanham acabam sofrendo dificuldades e sendo rotulados. 19 Todavia, ao se rotular um aluno a escola acaba ficando alheia a realidade do sujeito e não percebendo que sua “indisciplina” pode ser uma resposta a alguma dificuldade seja pessoal, ou educacional. A escola é a instituição social responsável em ensinar os conteúdos formais exigidos para a formação do cidadão e para a qualificação para o trabalho. É um ambiente cultural onde valores, princípios e normas são transmitidos. Cabe à escola formar o sujeito de maneira integral através da construção do conhecimento onde aluno e professor por meio da troca de saberes possam se relacionar. O professor como mediador do ensino deverá auxiliar o desenvolvimento autônomo do aluno e dos aspectos cognitivo, social e emocional do sujeito. Aprender é um processo complexo que envolve o indivíduo como um todo, devendo ser levados em consideração o desenvolvimento psicomotor, afetivo e cognitivo da pessoa. Todos fazem parte do processo educacional e para compreender as causas das dificuldades de aprendizagem é necessário reavaliar algumas atitudes escolares, entre elas a avaliação, práticas pedagógicas, organização curricular e da sala de aula, postura do professor, dialogo, gestão, os fatores sociais, pedagógicos e emocionais que interferem na aprendizagem. Busca-se um culpado pela não aprendizagem do aluno, mas ficar à procura faz com que deixemos de lado a complexidade que envolve as dificuldades sendo que determinados fatores influenciam, tais como o sujeito, a família, classe social, poder aquisitivo, político etc. Porto (2011) cita a celebre pirâmide educacional brasileira: repetência, evasão e baixa qualidade do ensino. Sendo atribuída a elas vários culpados, como o governo, a sociedade, a criança, a família, a escola, os professores. Há uma maior preocupação em achar um culpado do que resolver tais problemas. A Psicopedagogia estuda os processos de aprendizagem, ou seja, os mecanismos do aprender e do não aprender, aquilo que interfere, as dificuldades e transtornos de aprendizagem. A Psicopedagogia Institucional se propõe a analisar a instituição educacional como um todo, sujeitos que a compõe, metodologias de trabalho, currículo, a fim de auxiliar no sucesso educacional. O trabalho do Psicopedagogo Institucional está relacionando tanto com o prevenir como solucionar o fracasso escolar. O trabalho preventivo refere-se: a assessoria junto a pedagogos, orientadores e professores. Tem como objetivo 20 trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e cognitivo, através da aprendizagem de conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento. (FAGALI, 1993 p. 10). É a prevenção o fracasso escolar dos alunos utilizando medidas institucionais e trabalhando com todo o corpo escolar, composto por diretores, coordenadores, professores, família e comunidade. O objetivo do trabalho do Psicopedagogo Institucional é assegurar uma dinâmica integradora na escola como um todo, trabalhar a reflexão e criticidade buscando superar os obstáculos enfrentados pela escola e integrar os sujeitos que fazem parte dela. Para isso trabalha as questões didáticas com os professores, a relação família e escola, planeja estratégias visando superar as dificuldades encontradas, avaliar e assegurar o processo de ensino-aprendizagem, rever o currículo, inserir projetos pedagógicos, etc. A intervenção psicopedagógica é a adaptação e organização de programas específicos. Avaliar os alunos quanto o processo de desenvolvimento e aquisição da aprendizagem, o professor em suas estratégias e competências profissionais, a família e suas atitudes perante a educação dos filhos e todo o contexto escolar e como esta dirige o processo educativo. Realizar as adaptações curriculares necessárias, refazendo objetivos, conteúdos próprios, metodologias desenvolvidas e a avaliação além de propor programas e projetos que visem superar as dificuldades enfrentadas pela escola. O Psicopedagogo Institucional trabalha seguindo algumas especificidades: tentando amenizar as dificuldades de aprendizagem analisando as práticas didático- metodológicas orientando professores e pais; realizar diagnósticos na instituição afim de encontrar um déficit escolar como causa para as dificuldades de aprendizagem; e por fim tratar as dificuldades encontradas elaborando oficinas e projetos. Assim: 21 Portanto é um trabalho conjunto. A presença do Psicopedagogo na escola facilita o trabalho da gestão e até mesmo dos professores a partir do momento em que este profissional é inserido na equipe como um apoio, mediador e incentivador das atividades escolares, propondo estratégias e didáticas para as dificuldades encontradas na instituição. Confira algumas das atividades desenvolvidas pelo psicopedagogo: Atua na participação de dinâmicas que envolvem a comunidade escolar auxiliando no processo de troca e integração; Trabalhar com orientações metodológicas conforme as características das pessoas; Orientações educacionais, vocacionais, ocupacionais individuais ou em grupo; 22 Criação e desenvolvimento de projetos socioeducativos com o objetivo de resgatar autoconhecimento e valores; Propor ações preventivas para evitar possíveis perturbações no processo de ensino e aprendizagem. Portanto, comece seu curso agora e aproveite para se tornar um especialista na construção do conhecimento e na superação dos desafios de aprendizagem. A avaliação psicopedagógica A avaliação psicopedagógica é a investigação do processo de aprendizagem do indivíduo visando entender a origem da dificuldade e/ou distúrbio apresentado. Como se vê seu objetivo é bastante diferenciado. Dependendo do conceito de avaliação que o psicopedagogo tenha, a avaliação psicopedagógica seguirá o mesmo modelo. 23 No caso de um profissional que adota a avaliação de cunho classificatório, certamente, irá utilizar um padrão de avaliação psicopedagógica baseada na definição de categorias de problemas encontrados. Por outro lado, se a postura for de utilização da avaliação de natureza diagnóstica, então, a avaliação psicopedagógica terá por finalidade identificar possíveis causas dos problemas e orientar quanto a melhor forma de trabalhar com o referido aluno. De um modo geral, os procedimentos utilizados numa avaliação psicopedagógica incluem entrevista(s) inicial(is) com os pais ou responsáveis pela criança e/ou adolescente, análise do material escolar, aplicação de diferentes modalidades de atividades e uso de testes para avaliação do desenvolvimento, áreas de competência e dificuldades apresentadas. É preciso considerar cada caso para que se proceda adequadamente no processo avaliativo. Contudo, em todas as situações, faz-se necessário iniciar a avaliação psicopedagógica pela anamnese, que é a primeira etapa da avaliação. Nesta perspectiva, para que se dê um novo rumo à avaliação seria necessário o resgate da sua função diagnóstica, ou seja, deveria ser um instrumento dialético do avanço, um instrumento de identificação de novos rumos. "Enfim, terá de ser o instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos?" (LUCKESI, 1995 p. 43). A avaliação psicopedagógica pretende obter uma compreensão global da forma de aprender do sujeito e dos desvios que estão ocorrendo na sua aprendizagem. E procura utilizar as contribuições de uma equipe multidisciplinar para compor o diagnóstico e a intervenção maisadequada a cada caso porque entende que o sujeito precisa ser considerado na sua totalidade. Existe uma tendência geral em se privilegiar na avaliação e intervenção psicopedagógica, o aspecto lúdico. Essa tendência é muito positiva para ajudar as crianças com dificuldades na aprendizagem e/ou com deficiências, podendo ser complementada com testes e atividades mais formais nas áreas cognitiva, afetivo- social e corporal, linguística, etc. O problema maior dos diagnósticos errados se situa na forma como se conduz o processo de avaliação desses indivíduos. O pior é que acabam se construindo 24 preconceitos sociais para com algumas crianças, a partir de uma suspeita de deficiência ou de problemas de aprendizagem que não se justifica e não possui razão de ser. Toda esta situação torna-se ainda mais grave, quando o psicopedagogo (ou qualquer outro profissional) limita-se a oferecer um diagnóstico que somente serve para rotular aquela criança ou jovem, mas não subsidia o professor com alternativas de intervenção que facilitem o processo de ensino e aprendizagem. Assim, pode-se observar que o psicopedagogo precisa se aliar a outros profissionais para construção de uma avaliação eficiente, no entanto, cabe-lhe uma tarefa diferenciada, a de investigar os "aspectos relacionados às condições de aprendizagem e de desenvolvimento da criança ¨ e propor uma intervenção psicopedagógica adequada. Pensa-se num processo de desenvolvimento onde não apenas se considere a existência de imposições e limites de uma estrutura, mas onde também exista um sistema aberto, cheio de possibilidades, de criação e de liberdade. Como isso o envolvimento não apenas do aluno, mas da família, da escola, da sociedade e ainda nos cabe observar a história de vida de cada elemento dessa rede de possibilidade, e as oportunidades que foram oferecidas a cada indivíduo. Cabe- nos ter um olhar que nos permita atuar no plano da subjetividade, uma vez que não há receitas e programas elaborados previamente que possam dar conta da diversidade de cada sujeito singular. A avaliação psicopedagógica clinica é um processo complexo de investigação sobre a aprendizagem de uma pessoa ou um grupo. Esse processo investigativo envolve não só o psicopedagogo e a criança, vários atores, nesse caso estamos tratando da aprendizagem formal, ou seja aquela que se dá na escola. Assim deve- se investigar o processo de ensino aprendizagem em todas as instância com base nas relações socioculturais estabelecidas pela pessoa, desde o início de seu desenvolvimento até o estágio em que se encontra conforme Bossa (2000, p.85) O trabalho psicopedagógico implica compreender a situação de aprendizagem do sujeito, individualmente ou em grupo, dentro do seu próprio contexto. Tal compreensão requer uma modalidade particular de atuação para a situação em estudo, o que significa que não há procedimentos predeterminados. Esta característica como configuração clínica da pratica psicopedagógica. Ou seja, a 25 abordagem e o tratamento, enfim a forma de atuação se vai tecendo em cada caso, na medida em que a problemática aparece. Cada situação é única e requer do profissional atitudes específicas em relação aquela situação. Dessa maneira o desenvolvimento da avaliação psicopedagógica deve estruturada em um referencial teórico-prático que alicerce passo a passo o fazer psicopedagógico, pois sabe-se que avaliar um indivíduo é algo desafiado e complexo, já que cada pessoa é singular. Há uma diversidade de formas de avaliação na clínica psicopedagógica: através de desenhos, da linguagem do sujeito, da fala dos pais, dos relato dos professores, pelas atividades escolares da pessoa, da vida analisada por meio de testes diversificados, através de brincadeiras etc. Por isso é relevante ressaltar que qualquer avaliação psicopedagógica de um indivíduo ou de um grupo dependerá sempre de estudos teóricos que fundamentam a investigação. Mesmo assim a linha de trabalho do psicopedagogo pode, a metodologia do trabalho variar de acordo com sua formação acadêmica e de seu orientação profissional; ainda assim, independentemente do caminho a ser trilhado, os resultados devem ser sempre semelhantes ao término da avaliação. Nesse sentido, um dos maiores obstáculos para, o profissional da psicopedagogia no contexto atual, é o de fazer da diversidade de teorias e crenças uma unidade complexa que as agregue, valorizando o que há de mais significativo em cada uma delas. O processo de avaliação psicopedagógica clínica na perspectiva da investigação do psicopedagogo Jorge Visca, mentor da epistemologia convergente. Essa linha investigativa agrega a psicanálise de Freud, e a epistemologia genética de Piaget e a psicologia social de Henrique Pichon Riviere. Graças a psicanálise, o desejo do aluno começa a ser olhado como algo importante para a aprendizagem, ou seja, os aspectos afetivos ganham destaque na educação e passam a influenciar decisivamente. Como sua epistemologia genética, Piaget desenvolve uma teoria com ênfase na ação do sujeito sobre o mundo. Esse biólogo estudou o processo de construção de conhecimento pelo sujeito, do nascimento á idade adulta. De acordo com essa teoria o desenvolvimento da inteligência e do raciocínio lógico esta organizado em quatro estágios de pensamento: 26 Segundo NOGUEIRA (2011, p.59) PIAGET identificou características especificas em cada estágio do desenvolvimento, que são utilizados durante todo processo de avaliação psicopedagógica clinica. Estágio sensório-motor (0 a 2 anos) É nesse estágio que a criança construirá as noções centrais de espaço; no começo há tantos espaços não coordenados entre si, quanto domínios sensoriais (espaço bucal, visual, tátil, etc.) Porem no fim do segundo ano, ao contrário, está concluído um espaço geral que compreende todos os outros, caracterizando as relações dos objetos entre si e os contendo na sua totalidade, inclusive o corpo. (Piaget, 2004, p.21) Estágio pré-operatório (2 anos a 7 anos) Nessa fase do desenvolvimento da criança, as mudanças de conduta são profundas, tanto as intelectuais quanto as afetivas. Através da linguagem que é a grande conquista desse estágio. Estágio operacional concreto (7 anos a 12 anos) Esse período marca uma fase decisiva de avanços mentais para a criança, pois se inicia uma fase interrupta de novas construções. A criança passa a ser capaz de estabelecer relações entre as transformações dos estados e das coisas. Há um aumento da capacidade de concentração quando a criança trabalha sozinha. Por outro lado aumenta a capacidade de trabalhar em grupo como no caso dos jogos com regras. 27 Estágio operacional formal (12 anos adiante) Ao iniciar o período lógico-formal, marcado pelo início da adolescência, um novo salto de qualidade se faz presente no desenvolvimento cognitivo. Avaliação diagnóstica psicopedagógica De acordo com Bosso (2000, p.94) "pensar o trabalho psicopedagógico na clínica remete, nesse caso, igualmente à prática". Daí a necessidade de compreendermos o passo a passo de cada sessão do trabalho clínico. Tendo como referência principal a Epistemologia Convergente, nossa opção de avaliação. Propõe os seguintes instrumentos: Queixa - E.O.C.A e/ou observação lúdica 28 O mundo infantil é permeado pelo lúdico e pela fantasia. É por meio das brincadeiras, dos jogos, das imitações e das representações que a criança vai aprendendo a se comunicar e conviver socialmente. Dessa forma, a observação lúdica deve ser um momento de descontração, que proporcione prazer à criança e que não tenha, como a E.O.C.A, um olhar diretamente voltado para questões de aprendizagem escolar (NOGUEIRA, 2011 p. 93). PLANEJAMENTO E APLICAÇÃO DAS PROVA INSTRUMENTOS FORMAIS Área Cognitiva: Provas Piagetianas- Diagnóstico Operatório; Provas projetivas psicopedagógica; Área Afetiva; Provas projetivas psicopedagógicas Área Funcional; aspectos Psicomotores; Linguagem; Sensorial; Conceitos Básicos Habilidades acadêmicas: leitura/escrita/matemática (realismo nominal, audibilização, classificação de estágios de escrita, ditado topológico, ordenação de história de vida - anamnese e levantamento de dados escolares. Entrevista com os profissionais da escola; Análise do material escolar. 29 PROVAS E TESTES COMPLEMENTARES Dependendo da análise das provas anteriores complementação das provas de leitura, escrita matemática; exames clínicos complementares: neurológicos, oftalmológicos; análise da expressão plástica; análise de tarefas; outros. Análise dos resultados e conclusão da hipótese diagnóstica. Verificação e decantação do segundo sistema de hipóteses, formulação do terceiro sistema de hipóteses. Entrevista para esclarecer o motivo do atendimento. Objetivo: Estabelecer hipóteses sobre aspectos importantes para o diagnóstico de aprendizagem. Com os pais: significação do sintoma na família ou, com maior precisão, articulação funcional do problema de aprendizagem, significado do sintoma para a família, isto é, as reações comportamentais de seus membros ao assumir a presença do problema; relaciona-se com os valores da família com respeito ao não aprender; fantasias de enfermidade e cura e expectativas acerca de sua intervenção no processo diagnóstico de tratamento; sentido do que a família espera a respeito do seu trabalho; modalidade de comunicação do casal e função do terceiro; observar a relação dos pais entre si, os valores da família, a comunicação entre pais e você. 30 Com a escola (professor - orientador) observar: significação do sintoma na escola, visão do sintoma; significação do sintoma para o professor (escola) significado do sintoma para o professor (escola), reações dos membros da escola ao assumir o problema; significado do sintoma sentido do que a escola espera a respeito da sua intervenção (confirmação do não aprender como: tirar da responsabilidade da escola o fracasso; uma possibilidade de auxílio para o sucesso; uma ameaça externa); observar os valores da escola, a comunicação entre seus profissionais e entre profissionais e o aluno. Com o sujeito observar: visão do sintoma para o sujeito (isto é o que acontece): significação do problema para o sujeito (o que significa o meu não aprender); sentido do que o sujeito espera a respeito da sua intervenção; observar as modalidades de comunicação do sujeito. (pode ser obtida na entrevista realizada com o sujeito no primeiro encontro - antes da E.O.C.A.) Entende-se que a avaliação psicopedagógica, deve nos permitir dispor de informações relevantes não apenas em relação as dificuldades apresentadas por um determinado aluno ou grupo de alunos, por um professor ou por alguns pais, mas também às suas capacidades e potencialidades. Desse modo, não fala? se de deficiências nem de dificuldades, mas sim de necessidades educativas dos alunos que, necessariamente, devem ser traduzidas em situações passíveis de melhora e na concretização de auxílio e suporte. Recorro, mais uma vez, uma citação para destacar um ponto: "A noção de construção e não mais de aquisição tradicional de competências traduz uma passagem da concepção do indivíduo consumidor de informações pré-concebidas por um indivíduo ator de sua formação" (BARATO, 2002 p.182). Por trás de toda avaliação há sempre um julgamento técnico com base em um critério, mediado por um enfoque conceitual, técnicas e instrumentos não neutros, que são uma medida interpretativa da realidade. A avaliação psicopedagógica requer um processo prévio de obtenção de dados e informações sobre o que pretendemos conhecer e melhorar. Trata-se de um processo amplo que teria de ser compartilhado e que, sob nosso ponto de vista, deveria incluir diferentes contribuições profissionais, porque não tem apenas uma dimensão individual ou do grupo que queremos avaliar, mas também uma vertente multiprofissional e institucional. A maneira de entender e 31 atender à diversidade a partir de uma perspectiva global da escola determina o êxito ou o fracasso escolar, do mesmo modo que um enfoque psicopedagógico centrado unicamente no "problema individual de um aluno". A avaliação psicopedagógica supõe contar com o critério técnico de um profissional, do psicopedagogo ou da psicopedagoga, sem cair na pretensão de considerá-lo único e determinante. Os processos de ensino-aprendizagem mostram como cada pessoa e grupo de aprendizagem são únicos e podem se desenvolver com diferenças significativas, não apenas pela diversidade de habilidades físicas e cognitivas, mas também emocionais, manifestadas nas aptidões e atitudes relacionais, solidárias e de convivência, cujo desenvolvimento, inibição ou repressão podem influenciar os contextos. Conforme BARATO (2002, p.105): O saber não é local, pois a transcendência é uma das condições de validade do conhecimento. Em outras palavras, as visões de mundo, historicamente construídas, embora vinculadas à experiência, são universais. Portanto, que a avaliação psicopedagógica é um processo dinâmico, contínuo e preventivo; e, na escola, em particular, é compartilhado por diferentes profissionais. Esse processo tem finalidade de favorecer a tomada de decisões consensuais a partir de um acompanhamento contínuo das interações entre os diversos elementos que incidem tanto no ensino quanto na aprendizagem. Essas decisões devem traduzir-se em medidas factíveis, que os profissionais possam implementar para que o processo de ensino-aprendizagem leve ao progresso dos alunos como grupo e individualmente. Portanto, a avaliação psicopedagógica parte do reconhecimento de que em qualquer processo de ensino-aprendizagem existem elementos assimetricamente incidentes: os alunos, os professores e o currículo. Esses elementos configuram um clima relacional e não apenas de aprendizagem, que é determinado também pelos contextos escolares, profissionais, familiares e as concepções que criam esses ambientes com relação ao acolhimento, ao ensino, à aprendizagem e, de maneira geral, ao desenvolvimento integral de qualquer menino, menina ou adolescente. 32 Avaliação Psicopedagógica sugestões AVALIAÇÃO DESCRITIVA/SUGESTÕES A psicopedagogia já há muito superou sua gênese e se afirmou como a atividade que busca entender os fundamentos e desenvolvimento da aprendizagem e sua relação com o meio social, familiar e escolar do aluno, atacar os problemas que podem ocorrer nesse processo e, se possível, preveni-los. 33 AVALIAÇÃO DESCRITIVA 34 35 ENCERRAR O RELATÓRIO COM PEQUENO COMENTÁRIO/SUGESTÕES 36 37 APRENDIZADO NA LEITURA E ESCRITA 38 39 40 OUTROS ASPECTOS/SUGESTÕES 41 42 43 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 44 PARTICIPAÇÃO – CONVÍVIO SOCIAL 45 QUANTO Á CALIGRAFIA E DESEMPENHO DO ALUNO EM SALA DE AULA/SUGESTÕES 46 RELATÓRIO INDIVIDUAL/SUGESTÕES 47 48 49 SUGESTÕES DE FRASES E EXPRESSÕES PARA USO EM RELATÓRIOS A avaliação diagnóstica tem como função investigar os possíveis sintomas da dificuldade de aprendizagem do sujeito, de modo a se orientar através da relação que 50 o mesmo tem com o conhecimento, ou seja, o fator essencial do problema está intimamente ligado em como ele lida com o conhecimento e com o significado do aprender. Nesta perspectiva a avaliação configura-se em uma atitude interpretativa, pois procura esclarecer aquilo que está em entrelinhas (oculto), ou porvezes tão claro, mas sem uma resolução para a problemática em questão. Durante a primeira etapa do trabalho psicopedagógico é imprescindível buscar não apenas as fragilidades, dificuldades que o sujeito tem quando procura ou quando é encaminhado para o psicopedagogo, mas sim, suas potencialidades e capacidades, facilitando na avaliação criando desta forma um vínculo de confiança, posteriormente com o sujeito. É trabalhado de forma contextualizada a avaliação, já que todo sujeito pertence ao meio social (família religião escola) e que, portanto, a criança por meio de experiências vividas dentro da sociedade que o cerca, que formam redes de conexão que vão se acumulando no sujeito que por sua vez vai trocando com o outro, influenciando a dinâmica de sua vida. Por essa razão é realizada uma investigação em todos os âmbitos que estão inseridos de forma a contribuírem com o processo diagnóstico e de forma compartilhada, para detectarmos a real importância depositada pela família, o seu comprometimento com o problema (fracasso escolar), a importância que a aprendizagem tem para eles, como é a relação familiar em que esse sujeito está inserido, para uma possível intervenção no futuro. 51 CONCLUSÃO Portanto, o estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Político- Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem. O Psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagem e tem uma atuação preventiva. Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno, mas que são consequências de problemas escolares. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e auxilia no desenvolvimento de projetos favoráveis às mudanças educacionais, visando evitar processos que conduzam às dificuldades da construção do conhecimento. O trabalho psicopedagógico terá como objetivo principal trabalhar os elementos que envolvem a aprendizagem de maneira que os vínculos estabelecidos sejam sempre bons. A relação dialética entre sujeito e objeto deverá ser construída positivamente para que o processo ensino-aprendizagem seja de maneira saudável e prazerosa. O desenvolvimento de atividades que ampliem a aprendizagem faz-se importante, através dos jogos e da tecnologia que está ao alcance de todos. Com isso, há a busca da integração dos interesses, raciocínio e informações que fazem com que o aluno atue operativamente nos diferentes níveis de escolaridade. Por isso, a educação deve ser encarada como um processo de construção do conhecimento que ocorre como uma complementação, cujos lados constituem de professor e aluno e o conhecimento construído previamente. Por meio de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na 52 construção de um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo. 53 REFÊRENCIAS BOSSA, NÁDIA A. A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL: CONTRIBUIÇÕES A PARTIR DA PRÁTICA. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2007. CÔRTES, ANA RITA FERREIRA BRAGA. O ESTADO DO CONHECIMENTO ACERCA DA PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR NO BRASIL. FERNÁNDEZ, ALICIA: OS IDIOMAS DO APRENDENTE. DISPONÍVEL EM: < HTTP://ATIVIDADEPARAEDUCACAOESPECIAL.COM/WP-CONTENT/UPLOADS/2014/07/OS- IDIOMAS-DO-APRENDIZADO.PDF SANTOS, MARINALVA BATISTA DOS. QUEM É O PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL NUMA INSTITUIÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR? DISPONÍVEL EM: C:USERSHPDESKTOPPSICOPEDAGOGIAQUEM É O PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL NUMA INSTITUIÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR.MHT. SANTOS, ROGÉRIO AUGUSTO. O PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR: INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM. ALENCAR, E. DE S; TEIXEIRA, C. DE S. M; SILVA, C. DE S; FERRO, M. DA G. D; CARVALHO, M. V. C DE. A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET. IN: CARVALHO, M. V. C DE; MATOS, K. S. A. L. DE. (ORG.). PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM EM DISCUSSÃO. FORTALEZA: EDIÇÕES UFC, 2009. BOSSA, N. A. A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL: CONTRIBUIÇÕES A PARTIR DA PRÁTICA. PORTOALEGRE: ARTMED, 2007. FAGALI, ELOISA QUADROS; VALE, ZÉLIA DEL RIO DO. PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONALAPLICADA: APRENDIZAGEM ESCOLAR DINÂMICA E CONSTRUÇÃO NA SALA DE AULA. PETRÓPOLIS, RJ:VOZES, 1993. 54 PORTO, OLÍVIA. PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: TEORIA, PRÁTICA E ASSESSORAMENTOPSICOPEDAGÓGICO. RIO DE JANEIRO: WAK EDITORA, 2011. NOGUEIRA, MAKELINY, LEAL, DANIELA. PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA: CAMINHOS TEÓRICOS E PRÁTICOS. CURITIBA: IBPEX, 2011. PIAGET, JEAN. SEIS ESTUDOS DE PSICOLOGIA. 25. ED. RIO DE JANEIRO: FORENSE UNIVERSITÁRIA, 2004 LUCKESI, CIPRIANO CARLOS, AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR, SÃO PAULO, CORTEZ EDITORA, 1996. MORIN, EDGAR. OS SETE SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO. 6. ED. SÃO PAULO: CORTEZ, 2002, P.117. LOPES, SHIDERLENE V. DE A. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA. CURITIBA: IBPEX, 2008. BARATO, JARBAS NOVELINO,ESCRITOS SOBRE TECNOLOGIA EDUCACIONAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE - SÃO PAULO: ED. SENAC 2002 BOSSA, NA A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL: CONTRIBUIÇÕES A PARTIR DA PRÁTICA. 2.ED. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2000. A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL DISPONÍVEL EM : HTTP://WWW.ABPP.COM.BR/FAQ_OQUEE.HTM ACESSO 20 DE AGOSTO 2013 ANDRADE, SALETE SANTOS, COMPILAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICO. MARÇO 2010 SITE DISPONÍVEL HTTP://EN.CALAMEO.COM/READ/0007288608F4AAD0E9442 ACESSO 20 DE AGOSTO 2013