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Resumo de microeconomia
Capítulo 1 – Introdução: Mercados e Preços
Análise positiva versus análise normativa
· Análise positiva relaciona-se com explicações e previsões.
· Análise normativa relaciona-se com aquilo que seria adequado.
· Suponhamos que o governo coloque uma quota sobre a importação de algum produto: O que ocorreria com o preço desse produto, com sua produção e com suas vendas? Qual seria o impacto sobre consumidores? E sobre os trabalhadores? Questões como essas são encontradas no âmbito da análise positiva – proposições que descrevem relações de causa e efeito.
· Ir além das explicações e previsões fazendo perguntas do tipo “o que será melhor?” envolve uma análise normativa.
· A análise normativa não está relacionada apenas com opções políticas alternativas; ela envolve também o planejamento das escolhas dentro de um plano de ação especifico. Exemplo: decidido que o imposto sobre a gasolina é desejável. Equilibrando custos e benefícios, deveremos perguntar qual seria alíquota ideal do imposto.
· Análise normativa freqüentemente influenciada pelo juízo de valor, ou seja, deve haver uma ponderação entre eficiência e equidade. 
1.2 – O QUE É UM MERCADO?
· Mercado é dividido em compradores e vendedores, basicamente.
· Os compradores abrangem os consumidores que adquirem bens e serviços e as empresas que adquirem mão-de-obra, capital e matérias-primas utilizadas para produzir bens e serviços.
· Entre os vendedores estão às empresas que vendem bens e serviços, os trabalhadores que vendem sua força produtiva de trabalho (serviços) e os proprietários de recursos que arrendam terras (ex: aluguel) ou comercializam recursos minerais para empresas.
· Compradores e vendedores interagem formando os mercados. Assim, mercado é um grupo de compradores e vendedores que, por meio de suas reais ou potencias interações, determina o preço de um produto ou de um conjunto de produtos.
· Setor é um conjunto de empresas que vendem o mesmo produto ou produtos correlatos. Com efeito, o setor corresponde o lado da oferta do mercado.
· Interações potenciais tão importantes quanto interações reais. (Ex: mercado de ouro)
· Diferenças significativas no preço de uma mercadoria abrem oportunidade para a arbitragem que consiste em comprar um produto a um preço e vendê-lo a um preço mais alto do que foi comprado.
Mercados competitivos versus mercados não competitivos
· Um mercado totalmente competitivo possui muitos compradores e vendedores e nenhum deles, individualmente, tem a capacidade de influir de forma significativa nos preços.
· A concorrência feroz entre empresas é suficiente para que seu mercado seja tratado como competitivo para determinadas finalidades.
· Por outro lado, alguns outros mercados possuem muitos produtores mas são considerados mercados não competitivos já que as empresas podem, conjuntamente, afetar no preço do produto. (Ex: mercado mundial de petróleo – OPEP)
Preço de mercado
· Em um mercado totalmente competitivo, um único preço – o preço de mercado – geralmente prevalecerá.
· Em mercados que não são totalmente competitivas, empresas diferentes podem cobrar preços diferentes pelo mesmo produto. Isso pode ocorrer pelo fato de uma empresa estar tentando ganhar clientes da concorrência ou pela empresa possuir clientes leais que consomem sua marca e assim ela cobra preço mais alto que a concorrência.
· Quando nos referimos ao preço de mercado quer dizer que é a média dos preços calculada com base nas marcas ou nos supermercados.
· O preço de mercado da maioria dos produtos flutua ao longo do tempo e no caso de muitos deles tais flutuações podem ser rápidas, tal fato é exclusivo de ocorrência no caso de produtos vendidos em mercados competitivos. (Ex: mercado de ações.)
Definição de mercado – a extensão de um mercado
· A extensão de um mercado refere-se aos seus limites, tanto geográfico quanto em termos de gama de produtos oferecidos.
· Para alguns produtos só faz sentido falar de um mercado em termos de fronteiras geográficas muito restritas. (Ex: mercado de habitação.)
· O limite em ermos de gama de produtos refere-se a qual produto atende aquele determinado tipo de consumidor em análise. (Ex: gasolina comum e aditivada)
1.3 – Preços reais versus preços nominais
· Para que as comparações de valores dos produtos durante o tempo sejam coerentes, necessitamos medir os valores em relação ao nível geral de preços.
· Medir os preços em termos reais significa que sempre que compararmos preços no decorrer do tempo é necessário que se faça a correção em termos de inflação.
· O preço nominal de uma mercadoria (preço corrente) é apenas seu preço absoluto, preços que seriam vistos nos supermercados.
· O preço real de uma mercadoria é o preço relativo a uma medida agregada dos preços, tal medida mais utilizada é chamada de IPC.
· O IPC (Índice de Preço ao Consumidor) registra de que forma o custo de uma grande cesta de mercadorias adquirida pelo consumidor “típico”, em relação a algum ano-base, se modifica ao logo do tempo.
· As mudanças percentuais no IPC indicam a taxa de inflação na economia.
· Equação de cálculo do PREÇO REAL:
P(real ano atual) =IPC (ano-base) / IPC (ano atual). P(nominal do ano atual)
Capítulo 2 – Os Fundamentos da Oferta e da Demanda
2.1 – Ofertas e Demanda
A curva de oferta
· A curva da oferta informa a quantidade de mercadoria que os produtores estão dispostos a vender a determinado preço, mantendo-se constantes quaisquer fatores que possam afetar a quantidade ofertada.
· É uma relação entre quantidade ofertada e preço: Qs=Qs(P)
· A curva de oferta é ascendente, pois quanto mais alto for o preço maior será a capacidade e o desejo das empresas produzirem e vender.
· Variáveis que afetam a oferta:
· Salários
· Taxa de juros
· Custos das matérias-primas
· Uma mudança no valor de uma ou mais dessas premissas acarreta no deslocamento da curva de oferta.
· Exemplo: Quando os custos de produção caem, a produção aumenta e a curva de oferta se desloca para direita.
· Exemplo: Quando trabalhadores resolvem fazer greve a quantidade de bens produzidos cai e a curva de oferta se desloca para esquerda.
· Mudança na oferta refere-se aos deslocamentos na curva da oferta. 
· Mudança na quantidade ofertada refere-se aos movimentos ao longo da própria curva da oferta.
A curva de demanda
· A curva de demanda informa à quantidade que os consumidores desejam comprar à medida que muda o preço unitário.
· É uma relação entre quantidade demandada e preço: Qd=Qd(P)
· A curva é descendente, pois os consumidores geralmente estão dispostos a comprar quantidades maiores se o preço está baixo.
· Variáveis que afetam a demanda:
· Renda
· Clima
· Preços de outros bens
· Exemplo: Quando há um aumento na renda do consumidor a curva de demanda se desloca para a direita.
· Exemplo: Quando há um aumento no preço de um determinado bem a curva de demanda daquele bem se descolca para a esquerda.
· Mudança na demanda refere-se aos deslocamentos na curva de demanda
· Mudança na quantidade demandada refere-se aos movimentos ao longo da curva da demanda.
Equilíbrio
· Ponto em que as duas curvas se cruzam é o ponto em que o preço e a quantidade atingiram o equilíbrio.
· Preço de equilíbrio é o preço que igual a quantidade ofertada com a quantidade demandada.
· Equação: a-b(P) = c+d(P)
Excesso de oferta
· Situação na qual a quantidade oferecida excede a quantidade demandada.
· Solução: para que esse excedente possa ser vendido ou pelo menos parar de crescer, os produtores reduziriam o preço, assim a quantidade demandada aumentaria novamente criando um novo equilíbrio.
Escassez de oferta
· Situação na qual a quantidade demandada excede a quantidade ofertada e os consumidores não conseguiria comprar toda a quantidade que desejariam.
· Solução: haveria uma pressão ascendente sobre os preços, assim os compradores reduziriam a quantidade que desejam comprar com o aumento dos preços e assim se criaria um novo equilíbrio.
Quando podemos empregar o modelo da oferta e demanda?
· Quando desenhamos e utilizamos curvas de oferta e demanda,supõe-se que, em qualquer nível de preço, determinada quantidade deverá ser produzida e vendida. Fz sentido quando o mercado é, pelo menos, quase competitivo.
2.3 – Mudanças no equilíbrio do mercado
· De tempos em tempos, em muitos mercados, tanto a demanda quanto a oferta sofrem deslocamentos.
· Na curva de demanda isso se dá devido à renda disponível dos consumidores (aumenta quando a economia cresce, diminui quando há uma recessão), à demanda por alguns produtos de acordo com as estações, às variações dos preços dos bens relacionados, ou simplesmente por causa de mudança de gostos.
· Na curva de oferta, de modo similar, há o deslocamento e conseqüentemente um novo equilíbrio quando os salários, custos de capital e o preço das matérias-primas se alteram com o tempo.
2.4 – Elasticidade
· A elasticidade mede quanto uma variável pode ser afetada pela outra
· Informa a variação percentual que ocorrerá em uma variável como reação a um aumento de um ponto percentual em outra variável.
Elasticidade de preço da demanda
· Mede quanto à quantidade demandada pode ser afetada por modificações no preço.
· Informa qual a variação percentual da quantidade demandada de uma mercadoria que resulta no aumento de 1% no preço de tal mercadoria.
· Equação de elasticidade preço da demanda: Epd = = = 
· Quando a elasticidade de preço é superior a 1 em magnitude, dizemos que a demanda é elástica ao preço.
· Quando a elasticidade de preço é menor que 1 em magnitude, dizemos que a demanda é inelática ao preço.
· Quando há substituto, o aumento do preço de um bem resultará no aumento da demanda pelo substituto desse bem sendo assim a demanda será elástica ao preço.
· Quando não há substituto, a demanda tenderá a ser inelástica ao preço.
Curva da demanda linear
· Equação linear da curva de demanda.
· Qd = a – b.(P) , onde b = (coeficiente linear)
· Quanto mais acentuada for a inclinação da curva, menor será a elasticidade da demanda.
Elasticidade de renda da demanda
· A elasticidade de renda da demanda corresponde à variação percentual da quantidade demandada (Q), resultante de um aumento de 1% na renda (I).
· Equação: Ei = = 
Elasticidade preço cruzada da demanda
· Refere-se à variação percentual da quantidade demandada de uma mercadoria que resultará no aumento de um ponto percentual no preço de outra.
· Equação: = 
· Quando analisamos bens substitutos a elasticidade preço cruzada da demanda será positiva. De modo contrario ocorre quando analisamos bens complementares na qual a elasticidade preço cruzada da demanda será negativa.
Elasticidade da oferta
· A elasticidade da oferta corresponde à variação percentual da quantidade ofertada em conseqüência do aumento de um ponto percentual no preço.
· Normalmente positiva, pois um preço mais alto incentiva os produtores a aumentar a produção.
· Equação: = 
Curva da oferta linear
· Equação linear da curva de oferta.
· Qo = c + d.(P), onde d = (coeficiente linear)
2.5 – Elasticidades de curto prazo versus elasticidade de longo prazo
· As curvas de oferta e demanda no curto prazo são bem diferentes, em geral, das curvas no longo prazo.
Demanda
· A demanda, para a maioria das mercadorias, é muito mais elástica ao preço no longo prazo do que no curto prazo.
· Uma das razões é que as pessoas demoram a modificar seus hábitos de consumo.
· Exemplo: o aumento do preço na gasolina. Os consumidores se habituarão a comprar gasolina mais cara no curto prazo e ao longo do tempo trocaram seus carros por carros flex ou buscarão outra forma de se locomover.
· Por outro lado, há casos de mercadorias que a demanda é mais elástica no curto prazo do que no longo prazo (Ex: bens duráveis).
· Exemplo: aumento no preço da geladeira. No curto prazo as pessoas não comprarão geladeiras novas, talvez consertar uma que está velha e esperar a diminuição do preço. No entanto, no longo prazo essa geladeira velha não funcionará mais e a demanda por geladeira aumentará novamente.
Elasticidade da renda
· Também se diferem no curto e longo prazo.
· Na maior parte dos bens e serviços, a elasticidade de renda da demanda é maior no longo prazo que no curto.
· Exemplo: aumento no preço da maçã. No curto prazo as pessoas não deixarão de comprar a maçã, assim sua demanda pouco reduzirá. Já no longo prazo as pessoas buscarão outro produto que possa substituir este.
· Entretanto ocorre o contrario com bens duráveis, sendo eles mais elásticos no curto prazo do que no longo prazo.
· Exemplo: aumento no preço dos automóveis. No curto prazo a demanda por automóveis reduzirá bastante, pois as pessoas irão preferir usar o automóvel atual até terem condições de comprar outro. Já no longo prazo o automóvel atual não corresponderá mais e a busca por um automóvel novo aumentará.
Oferta
· As elasticidades da oferta se diferem no curto e longo prazo.
· Para a maior parte dos produtos a oferta no longo prazo é muito mais elástica do que no curto prazo, pois as empresas se deparam com as restrições de capacidade produtiva sendo obrigadas a investir em equipamento, maiores salários, horas extras e contratação de pessoal.
· Para determinados bens duráveis, por forma da reciclagem, por exemplo, a oferta é mais elástica no curto prazo do que no longo prazo (Ex: metais secundários como o cobre)
· Exemplo: aumento no preço do cobre. No curto prazo incentiva aos recicladores a converter mais sucata em cobre para que haja um aproveitamento desse preço. No longo prazo os estoques de sucata de boa qualidade se reduzirão tornando mais dispendiosa a conversão, assim a oferta diminuirá.
Capítulo 3 – Comportamento do consumidor
· O termo cesta de mercado para é empregado para faze referencia a um conjunto de itens, ou seja, um conjunto com quantidades determinadas de uma ou mais mercadorias.
Algumas premissas básicas sobre preferências
· Integralidade – As preferências são completas. Isso significa que os consumidores podem comprar e ordenar todas as cestas de mercado. Um consumidor preferirá uma cesta A a B, B a A ou será indiferente.
· Transitividade – As preferências são transitivas. Significa que, se um consumidor prefere a cesta A a B e prefere a cesta B a C então ele prefere também a cesta A a C.
· Mais é melhor que menos – Os consumidores sempre preferem quantidades maiores de cada mercadoria. Assim eles nunca ficam completamente satisfeitos.
Curvas de indiferença
· Uma curva de indiferença representa todas as combinações de cestas de mercado que fornecem o mesmo nível de satisfação para o consumidor.
· São baseadas nas premissas sobre preferências.
Mapas de indiferença
· Gráfico que contém um conjunto de curvas de indiferença mostrando as cesta de mercado cuja escolha é indiferente para o consumidor.
Formas das curvas de indiferença
· São inclinadas para baixo, pois se supõe que mais de um bem é melhor que menos.
· A inclinação de uma curva de indiferença mostra como o consumidor deseja substituir um bem pelo outro.
Taxa marginal de substituição
· Usada para medir a quantidade de determinada mercadoria da qual um consumidor estaria disposto a desistir para obter maior número de outra.
· Equação: , onde V e A pode ser qualquer produto, no caso A= alimento e V= vestuário.
Convexidade da taxa marginal de substituição
· Taxa marginal de substituição decrescente 
· O termo convexo significa que a inclinação da curva de indiferença aumenta à medida que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. Ou seja, uma curva de indiferença é convexa quando a TMS diminui ao longo da mesma curva.
3.2 – Restrições orçamentárias
Linha do orçamento
· A linha do orçamento indica todas as combinações de A e V para as quais o total de dinheiro gasto seja igual à renda disponível. (A e V pode ser qualquer produto, no caso A= alimentos, V= vestuário)
· Equação da combinação da linha do orçamento: 
· Equação de uma linha reta: , onde 
Efeitos das modificações na renda e nos preços
Modificação na renda
· Uma modificação na renda muda o ponto d intersecção da reta com o eixo vertical, mas não muda sua inclinação (não há mudança no preço). Sea renda for duplicada a linha do orçamento desloca-se para a direita. Se a renda reduzir a metade a linha do orçamento desloca-se para a esquerda.
Modificações nos preços
· Utilizar a equação para descrever os efeitos de uma modificação no preço de uma mercadoria sobre a linha do orçamento.

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