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Estilística presente 
nos diferentes tipos 
de texto
Rosiani Machado 
Estilística presente nos 
diferentes tipos de texto
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Introdução
Cada um de nós se expressa de modo individual e tem o que é denominado de estilo. 
A estilística do texto, seja ele falado ou escrito, seguirá essa mesma expressividade, 
caracterizando os diferentes tipos e gêneros textuais que compõem a discursividade.
Neste conteúdo você tomará conhecimento sobre a estilística presente nos diversos 
tipos textuais, além de identificar a estrutura do texto e as diferentes situações de 
produção discursiva.
Os tipos textuais e gêneros também farão parte de nossos estudos neste conteúdo. 
Você tomará conhecimento de que existe uma quantidade determinada de tipos 
de texto. Mas que, em relação aos gêneros, estes são em maior número e sofrem 
alterações de acordo com as necessidades comunicativas, tanto em relação ao 
espaço quanto ao momento em que são produzidos, o que os torna mais abrangentes.
Com esse conteúdo, esperamos contribuir com sua habilidade de produção e de 
leitura, para que possa aprimorar sua competência leitora cada vez mais.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender a necessidade da estilística no texto escrito.
• Identificar a estrutura e a situação textual.
• Compreender os diferentes tipos de textos de acordo com a situação de uso.
• Identificar gêneros textuais em contextos diversos de escrita.
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A estilística do texto
Toda vez que alguém fala em texto, possivelmente o que vem à nossa cabeça é um 
grande e estruturado componente escrito. Seja em jornal, em sites, em revistas, o 
termo parece remeter à escrita de textos extensos. No entanto, texto é toda produção 
com sentido que informa e que está presente nos atos comunicativos de nosso dia a 
dia. São muitos os elementos que compõem um texto, o estilo é um deles.
Estilo diz respeito ao modo como cada um se expressa, seja na fala, no gesto, na 
escrita etc. Cada de um de nós terá uma maneira somente sua de se expressar, 
fazendo parte de nossa individualidade. Com o texto ocorre o mesmo. Cada um terá 
uma composição individual e é isso que denominados estilística do texto. Este será o 
assunto deste conteúdo, ou seja, o estilo presente nos diversos tipos de texto.
Texto é algo que já estamos abordando desde o início de nosso conteúdo. No entanto, 
você já parou para pensar sobre o que é texto? Vejamos uma citação em que Savioli e 
Fiorin (2006, p. 11) trazem em sua primeira lição de texto:
Figura 1 - O que é texto?
Fonte: Adaptada de Savioli e Fiorin (2006, p. 11).
Perceba que essa frase nos faz refletir sobre o que é texto, ou, ainda, sobre o que ele 
NÃO é. 
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O texto não é resultado de inspiração. Como você entende essa 
afirmação? Você concorda ou discorda dela? O que estimula 
alguém a escrever um texto? Reflita sobre isso.
Reflita
Quando falamos em texto, não nos referimos somente a seu tamanho, formato ou 
conteúdo, como nos livros de literatura. O texto se manifesta em várias situações 
de comunicação, como na notícia, no conto de fadas, no relato de viagem, na carta 
do leitor, no editorial, no artigo de opinião, no currículo, na receita médica, no bilhete, 
na mensagem do celular. Enfim, são inúmeras as situações em que o texto se faz 
presente. Sobre elas, estudaremos de maneira mais aprofundada no tópico 3.
O termo texto é repetido dentro de várias situações cotidianas. É comum ouvirmos:
Seu texto ficou muito bom! 
O texto de seu trabalho está muito grande. Terá de ser revisto.
Os atores de teatro decoram longos textos para suas encenações.
O texto constitucional versa sobre as leis que regem o cidadão brasileiro, dentre outras.
Quadro 1 - Texto em situações cotidianas
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Conceituar texto não é algo tão fácil assim. Trazemos, aqui, o conceito de três autores, 
pesquisadores de texto e de suas funções comunicativas:
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“Texto é o resultado de uma ação linguística cujas fronteiras são em geral definidas por 
seus vínculos com o mundo no qual ele surge e funciona” (MARCUSCHI, 2008, p. 72).
“Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido por um 
sujeito num dado espaço e num dado tempo” (SAVIOLI; FIORIN, 2006, p. 18).
Quadro 2 - Texto em situações cotidianas
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Como podemos perceber, o texto é algo dotado de sentido e que tem como finalidade 
comunicar algo em algum momento, dentro das concepções de uma ação linguística, 
a qual irá estabelecer vínculos com o mundo que o cerca.
O texto pode ser, ainda, tido como “[...] um conjunto de ideias hierarquizadas e 
articuladas, que dialogam entre si e que estão ligadas ao contexto extraverbal” 
(TOMASI; MEDEIROS, 2014, p. 148). Tudo isso para que o texto seja considerado não 
como um agrupamento de frases e ideias desconexas e sem sentido, mas para que 
possa ser compreendido de forma competente em seu sentido amplo e geral.
Atualmente, a comunicação é considerada o meio mais importante para que as pessoas 
possam se entender. Sendo assim, comunicar-se bem e da melhor forma possível 
é especialmente fundamental (MARTINS; ZILBERKNOP, 2010). Alguns critérios são 
fundamentais para que o texto produzido possua um estilo de acordo com a qualidade 
daquilo que se está querendo comunicar. Martins e Zilberknop (2010) consideram 
como mais importantes a harmonia, a clareza e a concisão presentes em um texto.
Tendo abordado sobre a estilística textual, trazendo conceitos do que seja um texto, 
passaremos à sua estrutura e situação de produção.
Estrutura e situação textual
Para que um texto seja compreendido como tal, é importante levar em consideração 
sua estrutura. Sendo assim, alguns elementos irão constituir os fatores de textualidade, 
responsáveis por dar ao texto um todo significativo e estruturado. 
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Figura 2 - Coesão, intencionalidade, coerência e intertextualidade
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Esses fatores envolvem tanto o autor do texto quanto o leitor. Vejamos quais são eles:
• coerência: responsável pelo sentido do texto. Quanto mais coerente o texto, 
melhor será sua compreensão; 
• coesão: responsável pela unidade do texto. Os elementos coesivos são ele-
mentos de ligação que contribuem com sua leitura;
• intencionalidade: referente ao objetivo do autor em escrever o texto;
• informatividade: diz respeito ao nível de informação que o leitor tem sobre o 
assunto abordado no texto. Esse fator deve ser levado em consideração pelo 
autor no momento de escrita, utilizando termos que tornem a leitura fluente e 
de fácil compreensão;
• aceitabilidade: refere-se à avaliação que o leitor faz do texto para que possa 
aceitá-lo ou rejeitá-lo;
• intertextualidade: diz respeito ao conhecimento que tanto autor quanto leitor 
apresentam em relação a outros textos já produzidos sobre o mesmo assunto;
• situacionalidade: referente à adequação do texto ao momento de produção 
ou de leitura.
Levando em conta esses fatores, o texto poderá ser melhor compreendido pelo leitor, 
de modo a fazer jus a seu objetivo principal, qual seja, o da comunicação. Nesse 
sentido, para que haja melhor organização da estrutura de um texto, ele está agrupado 
em tipos. Veremos, no tópico a seguir, quais são eles e como se caracterizam.
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Tipos de texto
Tipo textual diz respeito a como o texto está teoricamente construído e qual sua 
natureza linguística. De acordo com Marcuschi (2008, p. 155), falar em tipo textual é o 
mesmo que referir-se ao modo textual, sendo que “[...] o conjunto de categorias para 
designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar”.
Já Koch e Elias (2010, p. 63) denominam os tipos de sequências textuais, as quais 
seriam os “[...] esquemas linguísticos básicos que entram na constituição dos diversos 
gêneros e variam menos em função das sequências sociais”.
Tanto Marchuschi (2008) quanto Koch e Elias (2010) consideram a mesma categorização 
para os textos. Acompanhe, nos tópicos que seguem, essa categorização proposta 
por esses autores.Narração
A narração é o primeiro modo de texto que usamos. Desde crianças, aprendemos 
a narrar, a contar fatos e acontecimentos do nosso dia a dia ou sobre o dia a dia de 
outras pessoas.
A narrativa é composta por personagens e acontecimentos, e que se passa em um 
determinado tempo e espaço. Sua estrutura está organizada em apresentação, 
complicação, clímax e desfecho. 
Os contos são ótimos para ilustrar exemplos de narrativas. Por exemplo, “O príncipe 
sapo” é um conto, mais conhecido pela versão dada pelos irmãos Grimm. Já a narrativa 
a seguir é uma adaptação moderna de Luis Fernando Verissimo para o mesmo texto. 
 
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Conto de fadas para Mulheres Modernas
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de 
autoestima1que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago 
do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma 
rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse: - Linda princesa, eu já fui um príncipe muito 
bonito. Mas, uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. 
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos 
casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e 
tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e 
viveríamos felizes para sempre…3 
… E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um 
cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: 
– Eu, hein?… Nem morta!4 
Luis Fernando Verissimo, 1997.
Quadro 3 - Exemplo de texto narrativo
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
No conto que acabamos de ler, é possível identificar a estrutura da narrativa. Note 
que parte da primeira frase trata da apresentação. Em seguida podemos reconhecer 
a complicação do conto. As falas colocam na sequência o clímax, para que ao fim 
possamos facilmente encontrar o desfecho.
Outro tipo textual é a descrição. Vejamos como ela está estruturada.
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Descrição
Trata-se de uma exposição baseada em circunstâncias, reais ou fictícias, sobre um 
lugar, uma pessoa ou um objeto. Na descrição poderá predominar a objetividade, 
com enfoque no real, sem determinar a opinião de quem descreve, ou a subjetividade, 
em que a descrição será realizada por meio de opiniões e sensações, sendo 
manifestado o sentimento do autor do texto. Sua estrutura é composta por introdução, 
desenvolvimento e conclusão.
Vejamos um exemplo de texto descritivo no Quadro 4
O DIA DELE 
Foi então que o pudemos ver bem naquele triste estado. A gravata cinzenta, era quase um 
componente fixo de seu uniforme diário, havia sido arrancada e estava amarrada à cintura. 
O guarda-pó́, completamente imundo, estava dobrado junto com os cadernos. A camisa 
sobrava fora das calças. E as calças pareciam pertencer a um hipotético náufrago que teria 
soçobrado na explosão de um navio pirata.
Começou a chutar a carteira do aluno que lhe ficava à frente. 
– Abram os cadernos. 
Obedecemos. Sentimos em seu olhar uma ponta de cinismo e desafio, muito comum em 
pessoas que têm pais implicantes e fazem questão de demonstrá-lo, de propósito, ou sem 
nenhum propósito.
Lourenço Diaféria (apud ALMEIDA; ALMEIDA, 2003, p. 208).
Quadro 4 - Exemplo de texto descritivo
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
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O texto de Lourenço Diaféria, cronista, contista e jornalista brasileiro, narra a passagem 
de um dia de determinado professor que resolve agir como seus alunos. No trecho 
lido, o narrador (um de seus alunos) descreve como o professor estava vestido no 
momento em que entrou na sala de aula. 
Alguns elementos trazidos pelo narrador remetem à descrição, como o uso da gravata 
como forma de cinto, o lugar em que o guarda-pó estava, camisa fora das calças e 
calças surradas, como as de alguém que tivesse naufragado de um navio.
Agora que vimos como os elementos estão organizados em um texto descritivo, 
passaremos ao texto expositivo. 
Exposição
Esse tipo de texto é usado, sobretudo, no meio jornalístico. Nele, há o predomínio de 
informações baseadas na análise ou síntese de fatos ocorridos ou sobre assuntos 
específicos. É importante esclarecer que, no texto expositivo, não há intervenção do 
autor, o qual deve se eximir de qualquer opinião a respeito. Caso haja posicionamento 
do autor, o texto deixa de ser expositivo e passar a ser dissertativo ou argumentativo. 
Como características da exposição tem-se a clareza, a pessoalidade e a objetividade.
Vejamos um exemplo de texto expositivo.
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Câncer de pele é o tipo mais comum 
entre os brasileiros
O câncer de pele é o que tem maior incidência no Brasil. Para se ter uma ideia, esse tipo 
da doença responde por 33% de todos os diagnósticos da patologia. Segundo o Instituto 
Nacional do Câncer (Inca), a cada ano cerca de 180 mil novos casos são registrados.
Quadro 5 - Exemplo de texto expositivo
Fonte: Adaptado de Cunha (2018). 
O texto expõe a situação do predomínio do câncer de pele no Brasil, trazendo 
informações em uma linguagem objetiva e direta, amparada em elementos que dão 
veracidade e ao que está sendo exposto, como a citação da fonte de pesquisa, o 
Instituto Nacional do Câncer.
Se no texto expositivo temos a explanação de informações, no texto injuntivo temos o 
comando com o objetivo de instruir ou orientar. 
Injunção
O termo injunção remete à ordem, imposição. Desse modo, o texto injuntivo tem como 
objetivo principal instruir, orientar, ditar normas. Nesta categoria, estão os textos 
instrucionais e os prescritivos. 
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Os textos injuntivos instrucionais são aqueles em que há indicação ou aconselhamento 
sobre algo. O manual de instruções de um eletrodoméstico é um exemplo desse tipo 
de texto.
Liquidificador Wallor - Manual de Instruções
1) Coloque todos os ingredientes necessários dentro da jarra do liquidificador e recoloque 
a tampa. Você poderá adicionar outros ingredientes através da sobre tampa caso seja 
necessário.
2) Para iniciar a liquefação, pressione o botão ON.
3) Pressione um botão na velocidade desejada. É possível alternar a velocidade sem 
desligar o liquidificador, simplesmente pressionando o botão da velocidade desejada.
4) Para parar o processo de liquefação, pressione o botão da velocidade e o processo 
parará. O sinal vermelho deverá piscar para você saber que o aparelho ainda está ligado e 
que pode ser ativado pressionando o botão da velocidade desejada. O liquidificador pode 
ser desativado a qualquer velocidade pressionando o botão OFF. Você precisará pressionar 
o botão ON novamente para continuar operando.
Quadro 6 - Exemplo de texto injuntivo instrucional
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
No texto apresentado, é possível perceber as características de um texto injuntivo 
instrucional, como os comandos dados por meio de verbos no imperativo (coloque, 
pressione). Além disso, há a disposição numérica do texto, fazendo referência à 
ordenação dos comandos, as informações das teclas a serem usadas, dentre outros 
detalhes pertinentes às instruções de uso do eletrodoméstico.
Os textos injuntivos prescritivos, por sua vez, ordenam ou impõem algo.
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Figura 3 - Exemplo de texto injuntivo prescritivo
Fonte: Elaborada pela autora (2018).
A receita médica é um dos melhores exemplos do texto injuntivo prescritivo, pois traz 
a indicação dos remédios prescritos para um paciente que, supostamente, encontra-
se gripado, além da dosagem e administração (via oral).
No tópico seguinte, veremos o último tipo textual: a argumentação.
Argumentação
Argumentar é defender uma opinião com o objetivo de convencer alguém sobre ela. 
No texto argumentativo, é importante o encadeamento de ideias com a finalidade 
de convencer o leitor sobre o ponto de vista do autor. Sua estrutura é composta por 
introdução, desenvolvimento e conclusão. 
É o tipo de texto mais usado em ambiente escolar, acadêmico e científico. O texto 
argumentativo quetrazemos é ilustrado pelo resumo de um artigo científico.
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Panorama das pesquisas em educação a distância no Brasil 
Resumo
O investimento em treinamento, desenvolvimento e educação continua sendo um 
diferencial competitivo para as organizações. Nesse contexto, a educação a distância (EaD) 
é analisada como uma possibilidade viável na construção de mecanismos que favoreçam 
a aprendizagem e qualificação contínuas e ao longo da vida. O presente estudo se insere 
nesse conjunto de reflexões. Seu objetivo é descrever brevemente o contexto e o foco das 
pesquisas sobre treinamentos a distância (TaD) no Brasil, no período de 2003 a 2009, a 
partir de pesquisa bibliográfica e de dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação 
Aberta e a Distância (ABRAED). A revisão da produção de conhecimentos em EaD no Brasil 
mostra a necessidade de mais pesquisas nas áreas de educação corporativa, qualificação 
profissional e avaliação. O ritmo das pesquisas é incompatível com o acelerado 
crescimento desse tipo de aprendizagem em organizações. Outras considerações são 
realizadas e uma agenda de pesquisa é proposta.
Abbad, Zerbini e Souza (2010, p. 291).
Quadro 7 - Exemplo de texto argumentativo
Fonte: Elaborado pela autora (2018). 
O resumo que trouxemos exemplifica bem o texto argumentativo, em conformidade 
com a estrutura apresentada. Note que a primeira frase do texto é uma introdução 
do que será tratado. Na sequência o autor faz um desenvolvimento, apresentando as 
principais ideias do resumo. Por fim, temos a conclusão para fechamento do texto.
Dissertar é discorrer, com propriedade, sobre um assunto. Desse 
modo, a dissertação requer o desenvolvimento de um assunto de 
maneira aprofundada, sem o posicionamento do autor, permitindo 
ao leitor que reflita e que formule, ele mesmo, seu próprio ponto 
de vista sobre o assunto. Por outro lado, o texto dissertativo-
argumentativo irá apresentar o posicionamento do autor por meio 
de argumentos que possam influenciar o leitor sobre o seu ponto 
de vista.
Atenção
Os tipos textuais constituirão os gêneros textuais. Em uma fábula, por exemplo, 
podemos encontrar a narração, a descrição, a argumentação e a injunção. Ou seja, a 
tipologia, como já dissemos no início deste tópico, refere-se aos esquemas linguísticos 
sequencialmente organizados. 
Os gêneros textuais compõem um conjunto bem maior de classificação, como 
veremos a seguir.
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Gêneros textuais
Gênero textual é o texto propriamente dito. É a materialização das diferentes situações 
de comunicação que usamos em nosso cotidiano. Marcuschi (2008, p. 155) diz que 
os gêneros textuais são aqueles que “[...] apresentam padrões sociocomunicativos 
característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos 
concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e 
técnicas”. 
Compreendido dessa forma, é possível conceber a ideia de que a existência dos 
gêneros textuais remete à necessidade de organização da fala e da escrita. Sem eles, 
a comunicação seria praticamente impossível.
Cada situação de uso determinará um gênero textual, sendo que sua escolha deverá 
ser amparada no objetivo proposto para o momento comunicativo, o ambiente em que 
ele irá circular socialmente e a função que irá exercer (KOCH; ELIAS, 2010).
A lista dos gêneros textuais é infinita. Apresentamos somente alguns deles, talvez os 
mais usuais:
Carta - reportagem - notícia - telefonema - bilhete - resenha - romance - conto - crônica 
- receita culinária - cardápio - bula de remédio - bate-papo no smartphone - conversa 
espontânea - edital - e-mail - aula expositiva - artigo acadêmico - entrevista - lista de 
compras - biografia - piada - curriculum vitae - palestra - regulamento - conto de fadas - 
diário - abaixo-assinado.
Quadro 8 - Gêneros textuais 
Fonte: Adaptado de Marcuschi (2008).
Como dissemos, a lista é grande. Tanto que, ao lê-la, você certamente lembrará de 
outros que não trouxemos aqui. Poderá, ainda, lembrar de algum e se perguntar se é 
considerado gênero ou tipo textual.
Para dirimir tal dúvida e encerrar nosso assunto sobre texto (pelo menos por ora), 
trazemos um quadro resumido e comparativo entre tipo e gênero textual. 
TIPO TEXTUAL GÊNERO TEXTUAL
Construção teórica com 
natureza linguística 
determinada.
Materialização das situações 
comunicativas.
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Categorização limitada e 
reduzida.
Categorização ilimitada e 
ampla.
Narração, descrição, exposição, 
injunção e argumentação.
Carta, bilhete, artigo, romance, 
crônica, notícia, manual etc.
Quadro 9 - Comparativo entre tipo e gênero textual
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Você já ouviu falar no gênero textual jornal? Pois bem, esse é um 
dos muitos equívocos sobre a diferença entre gênero e suporte. 
O gênero é o texto, propriamente dito; já o suporte é um “lugar 
(físico ou virtual), com formato específico e que serve para fixar 
e mostrar o texto” (MARCUSCHI, 2008, p. 174). Portanto, o jornal 
é um suporte para diferentes gêneros textuais, como a notícia, a 
crônica, a narração, dentre outros.
Curiosidade
Com a abordagem sobre tipo e gênero textual, chegamos ao final de mais um conteúdo. 
Desejamos que você aproveite os conhecimentos aqui partilhados para compor seu 
repertório comunicativo e discursivo de modo ainda mais abrangente. 
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Conclusão
Neste conteúdo, você viu que:
• A estilística textual diz respeito à individualidade de cada texto.
• Texto é algo dotado de sentido, que tem por finalidade comunicar algo em 
determinado momento.
• Os fatores de textualidade, responsáveis por dar significado e estrutura ao 
texto, são a coerência, a coesão, a intencionalidade, a informatividade, a acei-
tabilidade, a intencionalidade e a situacionalidade.
• Tipo textual diz respeito à construção teórica com natureza linguística deter-
minada presente em cada texto.
• O conjunto de tipos textuais são limitados à narração, descrição, exposição, 
injunção e argumentação.
• Gênero textual é a materialização da situações comunicativas. É o texto pro-
priamente dito.
• O conjunto de gêneros textuais é ilimitado.
A leitura é fator importante para a compreensão do texto, seus 
diferentes tipos e gêneros. Por meio da leitura, o indivíduo passa a 
ter contato com os diversos gêneros textuais e acaba por perceber 
sua utilização nas situações comunicativas mais diversas. 
Acesse o link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-294X2010000300009 para aprofundar seus 
conhecimentos sobre leitura, gêneros textuais e construção de 
sentidos.
Saiba mais
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Referências
ABBAD, G. S.; ZERBINI, T.; SOUZA, D. B. L. Panorama das Pesquisas em educação a 
distância no Brasil. Estudos de Psicologia, Natal, v. 10, n. 3, set./dez. 2010. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2010000300009 
. Acesso em: 22 fev. 2018.
ALMEIDA, A. F.; ALMEIDA, V. S. R. Português básico: gramática, redação, texto. 5. ed. 
São Paulo: Atlas, 2008.
CUNHA, L. Câncer de pele é o tipo mais comum entre os brasileiros. Jornal Eletrônico 
O Tempo, 10 fev. 2018. Disponível em http://www.otempo.com.br/interessa/
sa%C3%BAde-e-ci%C3%AAncia/c%C3%A2ncer-de-pele-%C3%A9-o-tipo-mais-comum-
entre-os-brasileiros-1.1572397. Acesso em: 10 fev. 2018.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São 
Paulo: Contexto, 2010.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: 
Parábola Editorial, 2008.
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português Instrumental: de acordo com as atuais 
normas da ABNT. 29. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SAVIOLI, F. P.; FIORIN, J. L. Lições de texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo: Ática, 
2006.
TOMASI, C.; MEDEIROS, J. B. Comunicação empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
VERISSIMO, L. F. O marido do dr. Pompeu. Porto Alegre: L&PM, 1997.

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