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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA E SÍFILIS CONGÊNITA NA ADOLESCÊNCIA

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ANA BEATRIZ DA SILVA FERREIRA
GABRIEL SOUZA DE FREITAS
JULIA MÁRCIA DE FIGUEIREDO
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA E SÍFILIS CONGÊNITA
NA ADOLESCÊNCIA
ANÁLISE COMPARATIVA DE DIFERENTES
ABORDAGENS GOVERNAMENTAIS
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Centro Universitário de Belo Horizonte, como parte das exigências para a obtenção do título das graduações de BACHARELADO EM BIOMEDICINA e ENFERMAGEM.
Orientadora: Professora Daniela Sanches Machado
Belo Horizonte
2024
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA E SÍFILIS CONGÊNITA
NA ADOLESCÊNCIA
ANÁLISE COMPARATIVA DE DIFERENTES
ABORDAGENS GOVERNAMENTAIS
INTRODUÇÃO
É essencial analisar como a saúde pública aborda os casos de sífilis congênita (Doença transmitida da mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada para a criança durante a gestação (transmissão vertical)), especialmente na adolescência. Isso se justifica segundo Fernandes e Zanini (2020, p. 3804) pelos maiores índices de casos observados em adolescentes e pessoas mais jovens que ainda estão na escola e em desenvolvimento. Embora esses índices tenham diminuído ao longo do tempo, a pesquisa concentra-se nas abordagens governamentais de prevenção e no impacto social que a sífilis congênita tem na vida das jovens grávidas infectadas pela bactéria Treponema pallidum. Exploraremos as diferentes abordagens e práticas adotadas em diferentes contextos e regiões do país.
A sífilis na adolescência, segundo Silva e Alves (2020), representa um desafio significativo para a saúde pública em todo o mundo. Para entender adequadamente essa questão, é crucial começar compreendendo a própria doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), cuja transmissão ocorre principalmente através do contato sexual desprotegido, mas também pode ocorrer por meio de materiais perfurocortantes, transfusão sanguínea e de forma vertical, da mãe para o filho durante a gestação. Esta IST é causada pela bactéria Treponema pallidum, cuja descoberta remonta a 1905.
O termo "sífilis" tem uma origem histórica interessante. Ele deriva do poema latino "Syphilis sive morbus gallicus" ("Sífilis ou o mal francês"), escrito por Girolamo Fracastoro no século XVI. O poema descreve os sintomas de uma doença então desconhecida que se espalhava pela Europa. O nome "Sífilis" foi adotado como o termo médico oficial para a condição.
Segundo Frutuoso (2013), ao longo da história, a sífilis tem sido uma doença altamente prevalente e muitas vezes devastadora. Durante séculos, sua natureza e transmissão eram mal compreendidas, o que levava a uma variedade de tratamentos ineficazes e frequentemente prejudiciais.
No entanto, avanços significativos em pesquisa médica permitiram uma compreensão mais profunda da sífilis e levaram ao desenvolvimento de tratamentos eficazes, como a penicilina, na primeira metade do século XX, que foi descoberta em 1928. No entanto, foi somente no início da década de 1940 que a penicilina se tornou o principal antibiótico para tratar de forma efetiva e sem resistência bacteriana todas as formas de sífilis, e essa eficácia persiste até os dias de hoje.
A penicilina é o tratamento preferencial e mais eficaz para a sífilis gestacional, segundo o CDC (2022), de acordo com as diretrizes médicas e de saúde pública. No entanto, em casos de alergia à penicilina, outros antibióticos podem ser considerados. Alternativas à penicilina para o tratamento da sífilis em gestantes incluem:
· Ceftriaxona: Este antibiótico da classe das cefalosporinas tem sido estudado e utilizado como uma alternativa eficaz para o tratamento da sífilis em pacientes alérgicos à penicilina. No entanto, seu uso durante a gravidez pode ser considerado apenas se os benefícios superarem os riscos potenciais para o feto, e deve ser prescrito sob supervisão médica;
· Doxiciclina: Embora a doxiciclina seja eficaz no tratamento da sífilis em pacientes não grávidas, não é recomendada durante a gravidez, pois pode causar danos ao feto, especialmente durante os estágios de desenvolvimento ósseo;
· Azitromicina: Algumas diretrizes sugerem a azitromicina como uma alternativa para o tratamento da sífilis em pacientes alérgicos à penicilina. No entanto, a eficácia da azitromicina no tratamento da sífilis gestacional pode não ser tão bem estabelecida quanto a da penicilina.
É importante ressaltar que a decisão sobre o tratamento da sífilis durante a gravidez deve ser feita em consulta com um profissional de saúde qualificado, levando em consideração o estágio da doença, a saúde materna e fetal, bem como quaisquer alergias medicamentosas ou outras considerações individuais da paciente.
Apesar dos avanços no tratamento, a sífilis continua sendo um problema de saúde pública, especialmente entre os adolescentes. O acesso limitado à educação sexual e aos serviços de saúde, juntamente com comportamentos de risco, contribui para a persistência da doença nessa faixa etária sendo assim é importante destacar que, muitas vezes, estes estágios podem passar despercebidos, especialmente em jovens adolescentes com pouco conhecimento sobre seus corpos, pois os sintomas desaparecem rapidamente, podendo a sífilis até mesmo ser assintomática e passar despercebida. No entanto, é uma infecção totalmente curável, apesar disso não informar o cônjuge é uma forma de ineficácia no tratamento, pois poderá ocorrer a reinfecção da mulher e a mesma não terá a cura, podendo agravar a situação.
Olhando para o futuro, é crucial continuar investindo em programas de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis, especialmente entre os jovens. Isso inclui políticas de saúde pública eficazes, educação sexual abrangente e acesso facilitado a serviços de saúde.
JUSTIFICATIVA 
A escolha desse tema para o TCC pode ser justificada por diversas razões. Primeiramente, a sífilis congênita é um problema de saúde pública global, afetando não só os recém-nascidos, mas também impactando diretamente a saúde das gestantes e adolescentes. Além disso, a adolescência é um período crucial de desenvolvimento, no qual muitos comportamentos de saúde são estabelecidos, tornando-o um momento oportuno para intervenções preventivas e educativas. 
Ainda, a análise das políticas de saúde pública relacionadas à prevenção, detecção e tratamento da sífilis congênita na adolescência pode revelar lacunas ou áreas de melhoria que são essenciais para garantir o bem-estar dessa população.
OBJETIVO GERAL 
Analisar as políticas públicas governamentais e pesquisas existentes sobre o tema no Brasil, destacando os principais aspectos epidemiológicos como raça, idade e mortalidade. Assim, fornecendo uma base sólida a fim de compreender o problema e identificar lacunas nas estratégias de prevenção, se as políticas públicas adotadas pelo ministério da saúde vêm obtendo bons resultados entre as adolescentes nessa condição.
MATERIAIS E MÉTODOS 
Dessa bibliografia, foram selecionados e analisados estudos que proporcionam uma compreensão abrangente do tema abordado, permitindo uma discussão fundamentada das questões apresentadas no decorrer deste trabalho usando como base de dados: Scielo, artigos científicos, MINISTÉRIO DA SAÚDE,OMS, PubMed.
As palavras-chave utilizadas foram: adolescência, sífilis, saúde pública, pré-natal, sífilis congênita, prevenção.
Método de exclusão: publicações anteriores à 2016, sendo analisados artigos e dados governamentais de 2016 a 2022. 
Com base nessa bibliografia, foram selecionados nove artigos: dois artigos dos Estados Unidos, dois da Organização Mundial da Saúde (OMS), um da PLOS ONE, um do Bulletin of the World Health Organization, um da BMC Infectious Diseases, e dois do Infectious Diseases in Obstetrics and Gynecology.
DISCUSSÃO 
No presente trabalho bibliográfico, foram comparadas e analisadas datas e dados governamentais com o objetivo de avaliar a eficácia das políticas públicas de prevenção adotadas pelo governo, verificando se estas resultam em desfechos positivos ou negativos. A análise abrangerá o período de 2017 a 2022,focando especificamente no percentual de adolescentes grávidas com sífilis, a fim de determinar se esse índice apresenta uma tendência de diminuição ou aumento ao longo dos anos...
Segundo Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico – Número Especial | Out. 2019. Em maio de 2016, a Assembleia Mundial de Saúde adotou a estratégia 2016–2021 do setor global de saúde para as IST1. Essa estratégia inclui a expansão de intervenções e serviços baseados em evidências para controlar as IST e diminuir seu impacto como problema de saúde pública até 2030. De acordo com a WHO, 2016, p. 10-12, A estratégia inclui a expansão do acesso a serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST’s, ampliação da oferta de testes de diagnóstico de IST acessíveis pela rede de saúde pública, Disponibilidade de tratamentos eficazes e acessíveis na rede pública para as IST’s, e promoção do uso consistente de preservativos masculinos e femininos e gratuidade como meio de prevenção. Além disso, promove a educação e conscientização sobre IST’s por meio de campanhas de sensibilização pública e educação em saúde sexual nas escolas e comunidades. Um fortalecimento dos sistemas de vigilância e monitoramento de IST, com a implementação de sistemas de vigilância epidemiológica e a realização de pesquisas periódicas para maior controle de dados. Também tentar reduzir o TABU (Interdição social ou cultural implícita de abordar determinado assunto ou de adotar determinado comportamento) sobre as IST’s sendo assim conscientizando de maneira correta e humanizada, assim como o atendimento respeitando os direitos humanos, e com esses monitoramentos e avaliações anuais e continuas a intenção é que até em 2030 tenha um impacto significativo na saúde pública em relação aos altos índices de IST’s incluindo a sífilis.
Segundo o ministério da saúde, em 2017, no Brasil, observou-se uma taxa de detecção de 17,2 casos de sífilis em gestantes/1.000 nascidos vivos (28,4% superior à taxa observada no ano anterior), ou seja, em 2017 tivemos um aumento consideravelmente alto em um ano, sendo que 52% das gestantes diagnosticadas com sífilis 24,7% são adolescentes de 15 a 19 anos.
A escolaridade geral das gestantes com sífilis incluindo as adolescentes 26,1% da informação foi registrada como “ignorada” em 2017. Além disso, 53,1% das mulheres que foram notificadas não tinham o ensino médio completo, e 20,7% completaram, no mínimo, o ensino médio, confirmando que parte dessas gestantes são adolescentes sem acesso ao conhecimento básico escolar.
Sífilis congênita: Em 2017, foram notificados 24.666 casos. De 2016 para 2017, houve aumento de 16,4% no número de notificações no Brasil, com esse aumento percentual de casos de sífilis congênita, em 2017, ocorreram em crianças cujas mães adolescentes tinham seguidas das faixas de 15 a 19 anos, faziam parte de 24,1%, ou seja, boa parte dessa porcentagem era de mães adolescentes.
Em 2017 a maior parte das pessoas notificadas era parda (34.4%), seguidas de brancas (38.3%) e de pretas (9.7%); considerando-se pardos e pretos, o percentual foi de 44.1%.
Em 2017, a porcentagem de nascidos vivos foi de 87,1%, óbitos por sífilis congênita foi de 1,5% e de aborto 3,5%.
2018: Em 2018, o número total de casos de sífilis em gestantes notificados no Brasil foi de 62.599, 25,7% mais casos que no ano anterior, o índice continua crescendo.
De acordo com o ministério da saúde, esse aumento pode ser atribuído, em parte, à mudança no critério de definição de casos, que passou a considerar a notificação durante o pré-natal, parto e puerpério a partir de outubro de 2017.
Em 2018, no Brasil, observou-se uma taxa de detecção de 21,4 casos de sífilis em gestantes/1.000 nascidos vivos 25,7% a taxa de gestantes no modo geral se, ser só as adolescentes é superior à taxa observada no ano anterior, ainda sem diminuição de um ano pro outro, índices ainda altos.
24,7% de gestantes adolescentes na faixa de 15 a 19 anos mantendo a mesma faixa do último ano.
Quanto à escolaridade, 26,6% dessa informação foi registrada como “ignorada” em 2018. Além disso, 21,9% completaram o ensino médio e 51,5% das mulheres não tinham o ensino médio completo, mantendo uma faixa na questão da escolaridade, teve aumento de 1,9% nas grávidas com sífilis que concluíram o ensino médio, e diminuição de 2,1 que não tinham o ensino médio completo.
SÍFILIS CONGÊNITA 2018: 
Em 2018, foram notificados 26.219 casos. De 2017 para 2018, houve aumento de 5,2% no número de notificações no Brasil.
Os maiores percentuais de casos de sífilis congênita em adolescentes na faixa de 15 a 19 anos (23,4%) houve diminuição de 0,7% na porcentagem das mães adolescentes, o que é significativo para nossa pesquisa, os índices estão diminuindo.
Quanto à escolaridade materna, observou-se que a maior parte possuía da 5ª à 8ª série incompleta (22,2%) e que, em 27,0% dos casos, essa informação foi classificada como ignorada.
2018: Em 2018 a maior parte das pessoas notificadas era parda (36.7%), seguidas de brancas (36.3%) e de pretas (10.3%); considerando-se pardos e pretos, o percentual foi de 47%.
Em 2018, a porcentagem de nascidos vivos foi de 88,5%, óbitos por sífilis congênita foi de 1,3% e de aborto 3,4%.
2019: Em 2019, o número total de casos notificados no Brasil foi de 61.127, o que representa uma redução de 3,3% em relação ao ano anterior.
Em 2019, no Brasil, observou-se uma taxa de detecção de 20,8 casos de sífilis em gestantes por mil nascidos vivos (3,3% inferior à taxa observada no ano anterior).
Quanto à escolaridade, 13,5% possuíam o ensino fundamental completo, 20,9% o ensino médio incompleto, 28,6% o ensino médio completo e 26,9% como ignorado.
Em 2019, a maior parte das pessoas notificadas era parda (37,6%), seguidas de brancas (35%) e de pretas (10.4%); considerando-se pardos e pretos, o percentual foi de 48%.
Em 2019, a porcentagem de nascidos vivos foi de 88,9%, óbitos por sífilis congênita foi de 1,2% e de aborto 3,7%.
Sífilis congênita: Em 2019, foram notificados 24.130 casos. De 2018 para 2019, houve redução de 8,7% no número de notificações no Brasil. Seguidas daquelas mães adolescentes nas faixas de 15 a 19 anos 22,3% houve diminuição de 1,1%.
Quanto à escolaridade materna, observou-se que a maior parte das mães possuía da 5ª à 8ª série incompleta (20,7%) houve diminuição de 2,2% e que, em 27,6% dos casos, essa informação foi classificada como ignorada subindo 0,6%.
Segundo o ministério da saúde, a sífilis adquirida, agravo de notificação compulsória desde 2010, teve sua taxa de detecção aumentada até 2018, quando atingiu 76,4 casos por 100.000 habitantes.
Segundo o ministério da saúde por conta da pandemia mundial houve diminuição dos casos em todos os aspectos por conta do isolamento social, Em 2019, tem uma redução da taxa de detecção, que chegou a 74,2 casos por 100.000 habitantes. E em 2020 caiu para 54,5 casos por 100.000 habitantes, ou seja houve uma queda brusca em 2020, Verifica-se que no ano de 2020, em comparação com o ano de 2019, houve redução de todas as taxas: 26,6% na taxa de detecção de sífilis adquirida, 9,4% na taxa de incidência de sífilis congênita e 0,9% na taxa de detecção em gestantes.
Embora se observe uma diminuição dos casos de sífilis em quase todo o país, cabe ressaltar que parte dessa redução pode estar relacionada à identificação de problemas de transferência de dados entre as esferas de gestão do SUS, o que pode ocasionar diferença no total de casos entre as bases de dados municipal, estadual e federal de sífilis. O declínio no número de casos também pode decorrer de uma subnotificação dos casos no SINAN, devido à mobilização local dos profissionais de saúde ocasionada pela pandemia de covid-19. (BRASIL, 2021, p. 14)
Em 2020, no Brasil, a taxa de detecção de 21,6 casos de sífilis em gestantes por 1.000 nascidos vivos (0,9% inferior à taxa observada no ano anterior houve uma diminuída nos casos durante a pandemia nas gestantes.
No Brasil, considerando o ano de 2020, observou-se que das gestantes diagnosticadas,23,3% na faixa de 15 a 19 anos houve diminuição de 0,7 nas gestantes adolescentes.
Quanto à escolaridade, 26,3% dessa informação foi registrada como “ignorada” em 2020 diminuindo 0,4%. Além disso, 0,3% das gestantes diagnosticadas com sífilis eram analfabetas, o que não apareceu em outros boletins, 22,7% tinham ensino fundamental incompleto houve diminuição 1,8%, 25,3% haviam concluído o ensino fundamental e 24,0% o ensino médio o que aumentou 2,1%. 
Sífilis congênita: Em 2020, foram notificados 22.065 casos. De 2019 para 2020, houve redução de 9,0% no número de notificações no Brasil. Em 2020, observou-se uma taxa de incidência de 7,7 casos/1.000 nascidos vivos no Brasil, respectivamente.
Houve um progressivo aumento na taxa de incidência de sífilis congênita até 2018 e um início de redução dessa taxa a partir de 2019. Em 2010, a taxa era de 2,4 casos/1.000 nascidos vivos e em 2018 chegou a 9,0 casos/1.000 nascidos vivos, reduzindo-se para 8,5 casos/1.000 nascidos vivos em 2019 e chegando a 7,7 casos/1.000 nascidos vivos em 2020. Com relação à evolução dos casos, nota-se redução do percentual de desfechos desfavoráveis ao longo dos anos. (BRASIL, 2021)
Quanto à escolaridade materna, observou-se que, em 2020, a maior parte das mães possuía da 5ª à 8ª série incompleta (19,0%) houve diminuição de 1,7% e que, em 30,3% dos casos, essa informação foi classificada como ignorada e teve aumento de 2,7%.
Em relação à raça/cor das mães das crianças com sífilis congênita, a maioria delas se declarou como pardas (58,6%), seguidas das brancas (22,7%) e pretas (8,5%).
Em 2020, a porcentagem de nascidos vivos foi de 87,6%, óbitos por sífilis congênita foi de 1,2% e de aborto 3,7%.
2021: O número total de casos notificados no Brasil em 2021 foi de 74.095 no país, observou-se uma taxa de detecção de 27,1 casos de sífilis em gestantes por 1.000 NV (12,5% superior à taxa observada no ano anterior, aqui observamos o aumento novamente, em meio a pandemia.
2021: Em 2021, a maior parte das pessoas notificadas era pardas (40,2%), seguidas de brancas (34,7%) e de pretas (11,1%); considerando-se pardos e pretos, o percentual foi de 51,3%.
Segundo o Boletim Epidemiológico de Sífilis (Brasil, 2021, p. 20), no ano de 2021 a porcentagem de nascidos vivos foi de 87,7%, óbitos por sífilis congênita foi de 1,2% e de aborto 3,9%. (BRASIL, 2022, p. 20)
Também merecem destaque as adolescentes (de 10 a 19 anos), com percentual de 22,3% em 2021 a taxa em adolescentes que é nosso foco diminuiu, mas a faixa etária desceu para os 10 anos que ainda são crianças, o que é preocupante para a saúde publica.
A escolaridade, o percentual de dados ignorados vem se mantendo em torno de 27,0% desde 2018, e isso vem prejudicando a análise dos casos e dados. Em 2021, entre os casos com escolaridade conhecida, 28,5% tinham ensino fundamental incompleto que subiu diante o ultimo boletim subiu 5,8%, 34,4% haviam concluído pelo menos o ensino fundamental subiu diante o ultimo boletim o valor de 3,2, e 32,7% o ensino médio também aumentou 8%. (BRASIL, 2021, p. 22)
Sífilis congênita: Em 2021, foram notificados 27.019 casos.
Entre 2020 e 2021, houve aumento de 14,6% na incidência de casos diagnosticados no Brasil.
Em relação à faixa etária das mães de crianças com sífilis congênita, Os casos em mães adolescentes (10 a 19 anos) apresentaram crescimento de 3,0 vezes na comparação entre 2011 e 2018 (de 2.143 para 6.525 casos), seguido de declínio de 16% entre 2019 e 2021, e representam 20,2% do total de casos de sífilis congênita em 2021, ainda ressalvando a diminuição da faixa etária para os 10 anos que são crianças e não adolescentes, se tornando um alerta para saúde pública é preocupante.
Quanto à escolaridade materna, observou-se em 2021 elevado percentual (30,1%) de casos com essa informação ignorada. Entre as mães com escolaridade conhecida, a maior parte possuía até a 8ª série incompleta (33,9%) e 29,8% o ensino médio completo. (BRASIL, 2022, p. 25)
2022: O número total de casos de sífilis em gestantes notificados no Brasil em 2022 foi de 83.034. Em 2022, no Brasil, observou-se uma taxa de detecção de 32,4 casos de sífilis em gestantes por 1.000 NV, o que representou um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior. (BRASIL, 2022, p. 18)
Também merecem destaque as adolescentes (de 10 a 19 anos), com percentual de 20,6% em 2022. Quanto à escolaridade das gestantes com sífilis, o percentual de dados preenchidos como ignorados no sistema de informações vem se mantendo, desde 2018, em torno de 27,0%, o que prejudica a análise dos casos. Em 2022, entre os casos com escolaridade conhecida, 25,3% tinham ensino fundamental incompleto, 33,6% haviam concluído pelo menos o ensino fundamental e 40,8% possuíam ao menos o ensino médio completo. (BRASIL, 2022) 
Sífilis congênita: Em 2022, foram notificados 26.468 casos.
Entre 2019 e 2022, houve um aumento de 16,0% na incidência de casos de sífilis congênita diagnosticados no Brasil. (BRASIL, 2022, p. 23) 
Em relação à faixa etária das mães de crianças com sífilis congênita, e as mães adolescentes (10 a 19 anos) representam 19,0% do total de casos em 2022. Quanto à escolaridade materna, observou-se, em 2022, elevado percentual de casos com essa informação ignorada (30,4%). Entre as mães com escolaridade conhecida, a maior parte possuía o ensino médio completo (31,8%).
Desde 2016, o percentual de casos de sífilis congênita cujas mães realizaram pré-natal tem se mantido acima de 80,0%, sendo de 82,5% em 2022. Além disso, em 59,9% dos casos de sífilis congênita o diagnóstico da sífilis materna foi realizado durante o pré-natal. Nota-se que, embora altas, as proporções de realização de pré-natal e de diagnóstico de sífilis materna durante a gestação não foram suficientes para quebrar a cadeia de transmissão da doença. Em 2022, 29,7% das mães tiveram diagnóstico de sífilis no momento do parto/curetagem e 5,5% após o parto (BRASIL, 2023, p. 25)
Em 2022, a maior parte das pessoas notificadas era pardas (40,3%), seguidas de brancas (34,7%) e de pretas (11,1%); considerando-se pardos e pretos, o percentual foi de 51,4%.
Em 2022 a porcentagem de nascidos vivos foi de 88,2%, óbitos por sífilis congênita foi de 1,2% e de aborto 4,2%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a raça predominante no Brasil é a parda, consequentemente a prevalência da sífilis congênita em populações pardas pode ser influenciada por este fator e por outro, como acesso desigual aos cuidados de saúde, desigualdade socioeconômica e falta de educação sexual abrangente. Esses fatores podem contribuir para taxas mais altas de infecção entre grupos raciais ou étnicos específicos.
CONCLUSÃO 
Após a análise dos dados, foi verificado que houve uma tendência geral de estabilidade ou redução nas taxas de óbitos relacionados à sífilis congênita. Isso pode ser atribuído a melhorias na detecção precoce e no tratamento adequado da doença tanto em gestantes quanto em recém-nascidos. 
Apesar das melhorias na detecção e tratamento da sífilis congênita, as taxas de aborto permanecem relativamente estáveis ao longo dos anos. Além disso, se observa que a faixa etária das adolescentes cai de 15 anos para 10 a 19, ou seja, está acometendo as crianças de 10 anos também, as crianças estão iniciando a vida sexual ainda mais precocemente nos últimos anos, isso sugere a necessidade de um maior foco em programas de educação sexual, principalmente no final do fundamental 1, para que a criança tenha acesso e possa se proteger, e continuem reforçando no fundamental 2 já que a educação é tão importante e a chave para que ocorra diminuição de casos.
A maior parte da população Brasileira se declara como parda, assim justificando o fato de a maior parte de gestantes e mães se declarar ser dessa raça. 
Sobre a escolaridade existem de gestantes analfabetas as gestantes com ensino médio completo, mas a maioria dos anos as gestantes e mães prevalecem com o ensino fundamental incompleto o que é um problema social que precisa ser trabalhado, pois é justamente noensino fundamental que se aprende sobre educação sexual quando essas mães abandonam o ensino, ou no caso das adolescentes que não aprendem nada sobre educação sexual antes de iniciar a vida sexual, é necessário que a educação sexual seja ensinada ainda no fundamental 1 ao 5° ano, quando estão passando da transição de crianças para adolescentes. 
Em conclusão o governo além de intensificar a educação sexual, tem que fazer mais estratégias em mídias sociais visto que os jovens têm mais acesso e rede de canais aberta orientando o que é a de fato a IST, como a doença impacta na vida e na saúde da mulher e recém nascidos com ênfase no quanto podem prejudicar as adolescentes em desenvolvimento, além de tudo intensificar a conscientização do preservativo que hoje está sendo banalizado por muitos, mas é o único que previne de IST’s, o SUS fornece de forma gratuita. Apoio psicológico e social as gestantes adolescentes com sífilis também é importante já que as taxas de aborto ficam estáveis e não houve diminuição.
REFERÊNCIAS:
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https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim-epidemiologico-de-sifilis-numero-especial-out.2023
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https://www.cdc.gov/std/treatment-guidelines/syphilis.htm 
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WORKOWSKI, K. A., & Bolan, G. A. (2015). Sexually transmitted diseases treatment guidelines, 2015. MMWR. Recommendations and reports: Morbidity and mortality weekly report. Recommendations and reports, 64(RR-03), 1–137. https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr6403a1.htm
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ZONI, A. C., & González, M. A. (2011). Determinants of Maternal Syphilis and Congenital Syphilis in Low- and Middle-Income Countries: A Systematic Review and Meta-Analysis. Bulletin of the World Health Organization, 89(5), 321–331. https://doi.org/10.2471/blt.10.084418

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