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FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA 
 
 
 
 
 
JEFFERSON HENRIQUE DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA SUSPENÇÃO CONDICIONAL DA PENA 
O SURSIS E SEUS ELEMENTOS NA ÓTICA JURÍDICO-BRASILEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIANÉSIA-GO 
2017
 
FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA 
 
 
 
 
JEFFERSON HENRIQUE DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
ANÁLISE DA SUSPENÇÃO CONDICIONAL DA PENA 
O SURSIS E SEUS ELEMENTOS NA ÓTICA JURÍDICO-BRASILEIRA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho avaliativo de pesquisa cientifica para a 
matéria de DIREITO PENAL IV – dos crimes em 
espécie, entregue a Prof. Me. Cristina Ribeiro, como 
avaliação participativa em pontos médios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIANÉSIA-GO 
2017
 
RESUMO 
 
Em sequência teremos um artigo expondo o andamento, elementaridade, 
jurisprudência e pesquisas sobre a suspenção condicional da pena, também 
conhecido como o sursis que vem a ser instituto jurídico de política criminal. Tal artigo 
é avaliativo e foi desenvolvido com a ajuda de doutrinas de direito penal, parte geral, 
e artigos sobre o tema que expõe em minucias o que vem a ser o tema estudado, 
deste modo podemos citar o grande apoio de materiais online de pesquisa e bem 
como o auxílio de diversos acadêmicos do curso de direito que expõe as resoluções 
de quais quer duvidas encontradas no decorrer da criação de tal material didático. 
 
Palavras chave: criminologia, sursis, suspenção, condicional, pena, penal, direito, 
jurisprudência, STF. 
 
 
SUMMARY 
 
In sequence we will have an article exposing the progress, elementarity, 
jurisprudence and researches on the conditional suspension of the sentence, also 
known as the sursis that comes to be legal institute of criminal policy. This article is 
evaluative and was developed with the help of doctrines of criminal law, general part, 
and articles on the subject that exposes in minutia what is the subject studied, so we 
can cite the great support of online materials of research and as well as the assistance 
of several academics of the law course that exposes the resolutions of any doubts 
encountered during the creation of such didactic material. 
 
Key words: criminology, sursis, suspension, conditional, penalty, criminal, law, 
jurisprudence, STF.
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 
1. EXPLICAÇÕES PRELIMINARES SOBRE SURSIS ................................................ 5 
2. NATUREZA JURÍDICA.......................................................................................... 10 
3. REQUISITOS PARA CONCESSÃO ...................................................................... 11 
3.1 REQUISITOS OBJETIVOS ................................................................................. 12 
3.2 REQUISITOS SUBJETIVOS ............................................................................... 13 
4. ESPÉCIES DE SURSIS ........................................................................................ 14 
4.1 SIMPLES ............................................................................................................. 14 
4.2 ESPECIAL ........................................................................................................... 15 
4.3 ETÁRIO E HUMANITÁRIO .................................................................................. 15 
5. REVOGAÇÃO ....................................................................................................... 16 
5.1 FACULTATIVA .................................................................................................... 17 
5.2 OBRIGATÓRIA ................................................................................................... 17 
6. SURSIS, LEI DOS CRIMES HEDIONDOS, TORTURA, TERRORISMO E TRAFICO 
ILÍCITO DE ENTORPECENTES ............................................................................... 18 
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 20 
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 21 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Todo o ser humano por mais pacifico que seja a de tentar contra alguma 
legalidade ao menos uma vez na vida, de modo assim não existem pessoas que nunca 
terão infringindo uma norma, é certo que em grandes casos essas infrações são 
bagatelas e em algumas vezes nem sequer chegam ao conhecimento das 
autoridades. 
 Sendo todos passiveis de pequenos e grandes erros, não se pode sujeitar o 
indivíduo a únicos erros cometidos na vida, deste modo teremos mecanismos de 
politica criminal para retirar estes indivíduos das problemáticas penais do sistema 
carcerário que já é em demasia superlotado, complexo e de baixa ineficácia. 
É sobre estas questões que surge o instituto do sursis, para que se possa retirar 
o individuo de um sistema carcerário complicado no sistema brasileiro teremos a 
concessão de benefícios para que o individuo possa provar que sua conduta foi uma 
inexorável e unitária conduta que não há de se repetir. 
O sursis e as penas privativas de direitos tem grande em comum sobre estas 
questões de politica criminal que evitam que o agente possa sofrer malefícios no 
sistema penal, afinal a função finalista da pena não é uma função simples vingativa e 
sim um modo de ressocialização do indivíduo. 
Na presente pesquisa teremos um esboço do que vem a ser a suspenção 
condicional da pena, mais conhecido como sursis, e como este se desdobra no 
ordenamento jurídico brasileiro, sendo assim se elenca neste trabalho apenas 
pequenos aspectos e não uma comparação complexa que poderia ser feita entre sua 
efetividade e suas correlações com outros institutos jurídicos de benefícios e de 
política criminal. 
 
 
1. EXPLICAÇÕES PRELIMINARES SOBRE SURSIS 
 
6 
 
 O Sursis é entendido como sendo o que se expõe no artigo 77 do código penal, 
uma suspenção da pena privativa de liberdade, não superior a 2 anos, sendo esta 
suspensa por 2 a 4 anos, seguindo certos critérios previamente estipulados nos 
artigos subsequentes e nas jurisprudências. 
Se trata o sursis de um benefício concedido ao réu para que o mesmo, diante 
de uma pena branda possa ter a oportunidade de se reinserir na comunidade de modo 
a ter sua pensa suspensa, mas não excluída, fazendo com que o agente tenha a 
oportunidade de “provar seu valor” moral. 
Em melhor conceito as palavras de Guilerme de Souza Nucci: 
 
Trata-se de um instituto de Politica Criminal, tendo por fim a 
suspenção da execução da pena privativa de liberdade, evitando 
recolhimento ao cárcere do condenado não reincidente, cuja pena não é 
superior a dois anos (ou quatro, se septuagenário ou enfermo), sob 
determinadas condições, fixadas pelo juiz, bem como dentro de um período 
de prova definido (Art. 77, CP). (Nucci, 2014, pg 489) 
 
 Sendo assim a suspenção condicional da pena, sursis, é uma suspenção da 
execução penal, em pena privativa de liberdade, de modo que aquela pena ainda há 
de existir, mas não será aplicada de maneira que o agente a qual responde não será 
levado em cárcere, entretanto continuará sendo limitado por certas questões fixadas 
pelo juiz (limitação de fim de semana ou prestação de serviços comunitários). 
Podemos entender que sursis não aparece no código, de modo que este 
instituto jurídico benéfico ao réu é aqui de nome correto como sendo “SUSPENÇÃO 
CONDICIONAL DA PENA”, a palavra sursis se toma como necessária para abreviar 
o conceito e tornar de rápido entendimento. É importante evidenciar que a palavra 
sursis não se trata de um acrônimo ou uma pura abreviação, a palavra sursis tem 
derivação francesa, assim nos ensinamentos de Fernando Capez, citemos: 
 
Origem: conforme o ensinamento de Basileu Garcia, sursis é um 
substantivo masculino, que significa suspenção, sendo correlatodo verbo 
surseoir – suspender “sendo de inspiração belga-francesa o sistema da 
legislação brasileira, a própria palavra sursis integrou-se aos abitos forenses, 
com pronuncia já um tanto nacionalizada”. (Capez, 2014, apud Garcia, pg 
508) 
 
7 
 
 Deste modo entendemos que a palavra sursis não é brasileira, mas se torna 
necessária nos casos brasileiros devidas as sua rápida pronuncia em detrimento da 
longa pronuncia “SUSPENÇÃO CONDICIONAL DA PENA” e também exprime todo o 
entendimento que se quer com tal questão. 
 O dicionário comum de nenhuma maneira apresenta a palavra sursis, este 
entendimento só será encontrado e um dicionário especifico jurídico que demonstra o 
real significado da palavra sursis. 
 No dicionário técnico jurídico teremos: 
 
 Sursis – É a suspenção condicional da pena, significando o adiamento 
da execução de pena privativa de liberdade por certo período de prova, 
imposta a criminosos ou contraventores primários em razão de prática 
criminal, com a condição de que naquele período de tempo, não se cometa 
nova infração, e ao término do “sursis” dá-se a extinção da punibilidade. 
(Guimarães, 2010, pg. 556) 
 
 Entendido o conceito de SURSIS como sendo totalmente igual ao entendimento 
da suspenção condicional da pena, vejamos como é consolidado este beneficio ao 
réu no ordenamento brasileiro. 
 A origem histórica-primaria do sursis é difícil de se averiguar com plena certeza, 
mas se diz que o mesmo surgiu Nos Estados Unidos da América, e o sistema ao qual 
adotamos é do advindo do modelo sistemático continental europeu que é criado a 
partir do projeto francês “Béranger”, de 26 de maio de 1884. (Menechini, 2001) 
 Existem grandes controvérsias doutrinarias sobre as origens deste instrumento 
de criminologia, podemos ter grandes doutrinadores como Damásio de Jesus, Rogerio 
Greco e Bitencout afirmando a origem maior sendo advinda do campo jurídico Norte 
Americano, enquanto que André Estefam, Victor Eduardo, Mirabete e Nucci expondo 
o sursis como sendo derivado so projeto francês Béranger. No que tange ao histórico 
brasileiro sobre o sursis a doutrina é consentânea sobre sua origem e sobre suas 
mudanças historicas. 
O sursis nasceu, com nome de “condenação condicional”, no ordenamento 
jurídico do Brasil, pelo advento do decreto 4.577, de 5 de setembro de 1922, este 
decreto autorizava ao Poder Executivo aplicar o benefício, tempos depois este instituto 
seria consolidado no Decreto 16.588, de 6 de setembro de 1924, que elencava a 
8 
 
“condenação condicional em matéria penal”, se espelhando no modelo belga criminal 
e de acordo com as diretrizes gerais do sistema europeu, a suspenção de uma pena 
se daria e ao fim desta suspenção concluída a pena seria considerada inexistente. 
(Nucci, 2014) 
Em 1924 no dia 31 de dezembro por meio da Lei Nº 16.751, se alterava o nome 
da “condenação condicional” para “suspenção condicional da pena” para melhor 
adequar o entendimento de tal instituto ainda em ascensão na época. 
Em 1940 com o novo código penal já era bem aplicado o sursis, mas entretanto 
este previa que seria usado o sursis excepcionalmente para penas de reclusão e 
quando o agente tivesse idade inferior a 21 anos ou superior a 70. Estas limitações 
precárias a sua aplicação foram suprimidas com o vigor da Lei Nº 6.416 de 1977. 
Entre 1977 e 1998 o sursis foi amplamente aplicado de modo a ser um grande 
instituto criminal no brasil, fazendo com que milhares de pessoas pudessem ter o 
benefício de demonstrar sua aptidão de viver na sociedade de modo correto. 
Entretanto em 1998 teremos o advento da Lei Nº 9.714 que passa a criar uma 
evolução nas penas restritivas de direitos e desta maneira essas passam a ser 
aplicadas em infrações de certa gravidade e em penas inferiores a 4 anos. 
 Existem de modo geral 2 tipos de sistemas sobre a suspenção condicional, o 
sistema anglo-americano também chamado de probation system e o outro sistema 
Frango-belgo que é o adotado na ótica jurídica brasileira. 
O primeiro sistema, probation system, é amplamente aplicado nos Estados 
Unidos e na Inglaterra, se trata de um sistema em que, segundo os ensinamentos de 
Cleber Masson: 
 
o magistrado, sem aplicar pena, reconhece a responsabilidade penal 
do réu, submetendo-lhe a um período de prova, no qual, em liberdade, deve 
ele comportar-se adequadamente. Se o acusado não agir de forma correta, 
o julgamento é retomado, com a conseqüente prolação de sentença 
condenatória e imposição de pena privativa de liberdade. (Massom, 2009, 
pg. 700) 
 
 No segundo sistema, Franco-Belga, que é o sistema adotado na ótica jurídica 
brasileira, neste sistema ainda segundo Cleber Masson será: 
9 
 
 
o réu é processado normalmente, e, com a condenação, a ele é 
atribuída uma pena privativa de liberdade. O juiz, entretanto, levando em 
conta condições legalmente previstas, suspende a execução da pena por 
determinado período, dentro do qual o acusado deve revelar bom 
comportamento e atender as condições impostas, pois, caso contrário, 
deverá cumprir a sanção penal. (Massom, 2009, pg. 700) 
 
No sistema jurídico brasileiro se elenca o sistema típico do Franco-Belga devido 
se tratar de uma suspenção da pena e não do processo, visto que assim se supõe 
que a reincidência seja menor e desta maneira a suspenção condicional da pena seja 
melhor que a suspenção condicional do processo. 
Tal instituto do sursis existe em virtude de se evitar o cárcere em curtas penas, 
podemos ter uma noção de que o cárcere é medida de ultimo fim e em certos casos 
pode causar um maléfico para o agente pois o coloca em um ambiente de grande 
criminalidade que pode lhe proporcionar um maleficio em sua índole e moral, deste 
modo se aplica nestes casos o sursis observando as condutas do agente e bem como 
outros critérios benéficos deste. Sendo o objetivo do estado reeducar e não punir 
simplesmente o estado opta por “dar uma segunda chance” para o apenado fazendo 
com que sua pena seja suspensa por certo tempo de maneira que caso este se 
comporte de maneira apta social se extinguirá a pena anterior mente suspensa. 
 Julio Fabbrini Mirabete elenca este benefício do sursis como sendo ótima 
proposta para se evitar os malefícios do encarceramento, em suas palavras: 
 
Entre as propostas para evitar-se o mal do encarceramento, a que 
contou com maior sucesso foi a da instituição da suspenção condicional da 
pena. Trata-se de dar-se um crédito de confiança ao criminoso, estimulando-
o a que não volte a delinquir e, além disso, prevê-se uma medida profilática 
de saneamento, evitando-se que o individuo que resvalou para o crime fique 
no convívio de criminosos irrecuperáveis. (Mirabete, 2013, pg. 315) 
 
 Deste modo entenderemos então que para evitar que o agente apenado com 
pequenas penas privativas de liberdade passe para o cárcere onde irá conviver com 
criminosos irrecuperáveis que podem macular sua índole, se aplicará o sursis para 
que o agente tenha competência de demonstrar que a sua pratica criminosa foi um 
caso isolado, de modo assim, que a justiça a de confiar que o agente não mais 
praticara delitos. Elenca ainda, Eugênio Cuello Calón, que de todos os mecanismos 
10 
 
para substituição das penas curtas de cárcere privado esta se toma como sendo a 
maior importância, maior difusão e melhor efetividade; isto até certas atualizações do 
código como a atualização das penas restritivas de direitos alteradas pela Lei Nº 9.714 
/98. 
 Em certos comentários jurídicos sobre este instituto se expõe que esta pratica 
do sursis é dada como uma confirmação da fala que acaba por ser o sistema 
carcerário punitivo, de modo que onde residem detentos irrecuperáveis e o sistema 
de cárcere acaba por gravar a fata de recuperação de um apenado, sendo deste modo 
necessário mecanismos como o sursis para que o criminoso de pouca pena não venha 
a adentrar no sistema prisional pois se assim o fizer este poderá correr sériosriscos 
de também se tornar um detento irrecuperável. (Siqueira, 2017) 
 
 
2. NATUREZA JURÍDICA 
 
 O sursis não detém consenso sobre sua natureza jurídica, há quem diga que 
se trata de um tipo de pena modificada, mas como esta não se apresenta no Art. 32 
CP que elenca os tipos penais não há o que se dizer do sursis ser um tipo de pena. 
Teremos como um entendimento mais consolidado o mesmo encontrado o julgado do 
STF, HC 77.224-3/SP, onde o Ministro Marco Aurélio elenca o sursis como sendo 
uma medida de politica criminal ao citar “O instituto do sursis consubstancia execução 
mitigada da pena” (Nucci, 2014 apud julgado: STF, HC 77.724-3/SP, 05/08/1998 , DJU 
12.08.1998, p.3) 
 Apesar da falta de consenso penal sobre o que é o sursis, onde alguns o 
contam estes como sendo um instituto de espécie de pena e outros como sendo uma 
medida de politica criminal de benefícios, é consentâneo que o sursis se trata de um 
tipo de execução da pena vista que após o prazo previsto do sursis esta pena será 
extinta e se tomara como sendo completamente cumprida. Podemos entender 
também que o próprio dito da Lei em seu Art. 77, II CP elenca o sursis como sendo 
um benefício, deste modo temos a abstração de que este instituto passou por um mal 
11 
 
crivo nominal para o instituto, sendo assim poderemos entender o sursis como sendo 
ao mesmo tempo modo de execução e beneficio penal. 
Sobre este entendimento exposto elenca André Stefam e Victor Gonçalves, 
elencando ainda jugado STJ que corrobora seu pensamento: 
 
O Sursis não é espécie de pena prevista no rol do art. 32 do Código 
Penal. Trata-se de medida alternativa ao cumprimento da pena, sendo, 
porém condicionada. Cuida-se, inegavelmente de um benefício, pois, de 
modo indiscutível, é mais vantajoso do que o cumprimento da pena em 
regime prisional. O próprio Código Penal denomina quem está em 
cumprimento do sursis de beneficiário (art. 81). Por conta disso, podemos, 
então, dizer que o sursis é um beneficio legal alternativo ao cumprimento 
da pena privativa de liberdade. É ao mesmo tempo, forma de execução 
de pena, pois pressupõe decreto condenatório e substituição da pena de 
prisão pelo cumprimento de condições – inclusive prestação de serviços à 
comunidade ou limitação de fim de semana. Nesse sentido: “O sursis, 
denominado, no Código Penal, ‘suspenção condicional da pen’ (rectius – 
suspenção condicional da execução da pena) deixou de ser mero incidente 
da execução para tornar-se modalidade de execução da condenação. Livra 
o condenado da sanção que afeta o status libertatis, todavia impõe-se-lhe 
pena menos severa, eminentemente pedagógica. O confronto do instituto na 
redação inicial da Parte Geral do Código Penal e a dada pela reforma de 
1984 evidencia ser a primeira mais benigna” (STJ, REsp 54.695/SP, 6ª 
Turma, Rel Min Luiz Vicente Cernicchiaro, DJ 15.04.1996, p. 11.556). 
(Stefam e Gonçalves, 2014, pg. 603) 
 
 Este parece ser o melhor conceito sobre o que vem a ser a natureza jurídica 
do instituto da suspenção condicional da pena (sursis), deste modo tende a ser um 
“beneficio legal alternativo ao cumprimento da pena privativa de liberdade. 
 
 
3. REQUISITOS PARA CONCESSÃO 
 
 Os requisitos se dividem em requisitos Objetivos e requisitos Subjetivos, de 
modo que preenchidos estes requisitos há de se aplicar o sursis em grandes 
problemáticas. Vejamos seus tipos de requisitos. 
 
12 
 
3.1 REQUISITOS OBJETIVOS 
 Em primeiro é crivo objetivo de que o réu seja condenado a pena privativa de 
liberdade não superior a 2 anos, como expõe expressamente o Ar. 77, caput do CP, 
vejamos: 
“Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) 
anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, ... (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)” 
Deste modo se entende que necessita que a pena seja de privativa de liberdade 
independendo de ser reclusão ou detenção e que o montante final da pena não 
ultrapasse 2 anos. Ainda assim se entende pelo Art. 80 do CP que o agente não se 
beneficiara do sursis em casos de pena restritivas de direito e em penas de multa. 
Em casos de concurso de crimes se entender que o montante final da pena não 
pode ser superior a 2 anos, sendo assim a de se observar o conjunto das penas e 
aferir a possibilidade de aplicação do sursis após a soma das penas e de qualquer 
causa de aumento. 
Stefam e Golçalves elencam ainda que deverá ser inaplicável o sursis as 
medidas de segurança aplicáveis ao inimputável ou semi-inimputável, isso se entende 
visto que o texto legal é categórico e sem margem a interpretação colocando como 
beneficiarias do sursis apenas as penas privativas de liberdade e de modo a se 
entender que não há de se caber as medidas de segurança visto que, também, que 
as medidas de segurança tem finalidades especiais que as tornam incompatíveis com 
a suspenção condicional da pena. (Gonçalves , 2014) 
O segundo requisito objetivo é que não seja indicada ou cabível a substituição 
por pena restritiva de direitos ou multa como é exposto no Art. 77, III, CP, vejamos: 
“Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, 
poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.” 
 Deste modo entendemos que esta parte “desde que” toma-se como sendo 
alusão a condicionamento, deste modo sendo aplicadas as restritivas de direito ou 
13 
 
multa não a de se caber o sursis como medida de beneficio uma vez que já existe 
medida melhor cabível. 
 Hoje em dia não existem muita aplicação do sursis devido a esta motivação, 
com o advento da Lei. Nº 9.714/98 as penas de restrição de direitos passaram de uma 
limitação de 1 ano mínimo e 2 máximos nas penas privativas de liberdade para uma 
grande evolução sendo aplicadas agora nos crimes com penas não superiores a 4 
anos e sem evidencia de violência ou grave ameaça, deste modo sursis acabou por 
se menos aplicado por se tratar de beneficio mais prejudicial do que as medidas 
restritivas de direitos. 
 
3.2 REQUISITOS SUBJETIVOS 
 Se trata de requisito subjetivo do agente o que consta no Art. 77, I, CP, isso em 
exceção ao §1º, vejamos 
 
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) 
anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
... 
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do 
benefício. 
 
Deste modo será inaplicável a suspenção condicional da pena para aquele 
condenado reincidente de crime DOLOSO, visto que este já demonstrou caráter de 
periculosidade ao convívio social e deste modo não há de se beneficiar da confiança 
do estado na sua aplicação penal, se esta reincidência se trata de apenas uma multa 
aplicada em consequência deste crime anterior não há o que esta reincidência ser 
coloca como obstáculo para a concessão do sursis. 
Também é requisito subjetivo para aplicação do sursis o que se apresenta no 
Art. 77, II, CP, vejamos: 
 
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 
(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
... 
14 
 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias 
autorizem a concessão do benefício; 
 
 De modo que a conduta do agente e bem como seus antecedentes, além das 
circunstâncias podem ser impedimento, desde que fundamentados na negativa, para 
aplicação so sursis, sendo assim caso o agente seja réu primário estes elementos de 
conduta violenta e circunstancia do crime podem ser impedimento para o sursis. 
Quanto aos antecedentes estes são requisitos impeditivos desde que o crime anterior 
não seja de multa, vale ressaltar que no que tange aos antecedentes a sumula 444 
do STJ já evidenciouque não pode ser agravar pena base, e de mesmo modo não se 
pode ser questão de impedimento para conceder o sursis, antecedentes de ações 
penais em curso ou inquéritos policiais. 
 Vale ressaltar ainda que a questão do réu revel durante a ação penal não obsta 
apara aplicação do sursis. (Gonçalves, 2014) 
 
 
4. ESPÉCIES DE SURSIS 
 
 Segundo expõe a doutrina e o próprio código o sursis se divide em certas 
espécies, simples, especial, etário e humanitário, que tem seus certos requisitos e 
consequentemente seus certos tipos de benefícios, vejamos como é cada uma de 
suas espécies. 
 
4.1 SIMPLES 
 O código não elenca devidamente como sendo um sursis simples, mas, como 
expõe André Estefam e Victor Gonçalves, se entende este como sendo o simples ou 
normal por causa de exclusão, de modo que se considerando tantas espécies a de 
existir uma espécie normal e seria esta. 
15 
 
 Seria esta espécie de sursis o que tem questões de aplicações mais brandas e 
básicas que são os pressupostos básicos elencados no Art. 77, caput. Ainda com as 
condições impostas do Art. 78, §1º, que são condições básicas no sursis, vejamos: 
 
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à 
observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. 
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à 
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). 
 
 
4.2 ESPECIAL 
 O sursis especial se trata de uma forma de sursis mais branda do que o simples 
pois impõe condições especiais menos danosas do que se apresenta no art. 78, §1º, 
de modo que serão aplicadas ao invés do dito no §1º terá o §2º. Vejamos: 
 
Art. 78 ... 
... 
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-
lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente 
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas 
seguintes condições, aplicadas cumulativamente: 
a) proibição de freqüentar determinados lugares; 
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar 
e justificar suas atividades. 
 
 Será então substituídas todas as condições do §1º pelas condições do §2º na 
medida que o juiz entender necessárias, desse modo se demonstra esta modalidade 
de sursis especial sendo mais branda que o sursis normal/simples 
 
4.3 ETÁRIO E HUMANITÁRIO 
 O sursis humanitário e etário é considerado por boa parte da doutrina como 
sendo uma modalidade de sursis diferente do que se apresenta no especial, 
16 
 
entretanto certa parte minoritária da doutrina apresenta o especial, o etário e o 
humanitário como sendo apenas um tipo de sursis. 
 O sursis etário se entende como sendo aplicado mais 2 quesitos de requisição 
para aplicação deste tipo de sursis, o primeiro requisito é uma idade mínima de 70 
anos de idade, se entendendo assim que o indivíduo não há de desperdiçar seu curto 
resto tempo de vida em cárcere e que com isso nada há de se aproveitar . Em 
segundo momento sobre o sursis etário o requisito da pena sobe para 4 anos, deste 
modo não pode ser a pena superior a 4 anos e nesta questão o tempo de suspenção 
será de 4 a 6 anos dependendo da intenção do juiz. 
 No sursis humanitário os requisitos são os mesmo do etário só que neste ao 
invés de ser necessário a idade de 70 anos será substituída pela necessidade de 
existir uma enfermidade grave ou invalidez do agente. 
 Estes requisitos estão elencados no Art. 77, §2º, vejamos: 
 
Art. 77... 
... 
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, 
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja 
maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. 
 
 
 
5. REVOGAÇÃO 
 
 O sursis pode ou deve ser revogado sobre descumprimento de certas 
condições estipuladas pelo juiz, estas condições de revogação ficam expressas no 
Art. 81, I a III, e existirá uma revogação facultativa no que condiz a estipulações do 
juiz de modo entendido no Art. 79. Deste modo se entende a existirem 2 tipos de 
revogação, uma obrigatória do Art. 81 e outra facultativa do Art. 79; vejamos cada uma 
delas: 
 
17 
 
5.1 FACULTATIVA 
 Segundo a revogação facultativa do Art 81, §1º se entende que o beneficiado 
terá o sursis retirado, a depender do que interesse ao juiz zelando pela paz social, 
caso o exista condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção com pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos, deste modo nesses casos fica a 
depender do juiz se retira ou não o benefício do sursis nestes caso. 
 O juiz verificando a viabilidade de o acusado prosseguir cumprindo as 
condições do sursis e observando as responsabilidades e conduta do agente poderá 
neste caso facultar a suspenção do sursis ou aumentar o período de suspenção da 
pena (período de prova). De modo em que uma condenação em contravenção penal 
poderá fazer com que o agente beneficiado pelo sursis vá para a reclusão ou que 
tenha seu período de prova aumentado. 
 Caso o agente beneficiado pelo sursis descumpra uma das condições fixadas 
pelo juiz, em caso de sursis especial, o juiz poderá facultar em revogar os benefícios 
do sursis por pena imposta pelo descumprimento das exigências de seus benefícios. 
 Estas causas facultativas são evidenciadas no Art. 81, §1º; vejamos o que diz 
o Art. Citado: 
 
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
... 
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre 
qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime 
culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de 
direitos. 
 
 
5.2 OBRIGATÓRIA 
 O Art. 81, I a III elenca as causas de revogação obrigatória, de modo que em 
aparecendo qualquer uma destas circunstancia o sursis será revogado e será perdido 
este aludido direito pelo agente beneficiado. 
 
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
18 
 
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, 
sem motivo justificado, a reparação do dano; 
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. 
 
 O Art. 81, I, elenca a possibilidade de perder o beneficio do sursis em caso de 
condenação irrecorrível por crime doloso, de modo que isso acaba por demonstrar 
uma reincidência e macular os antecedentes do agente e com isso o beneficio dado 
em virtude de o agente demonstrar seus valores fica revogado já que o réu se 
demonstra não apto ao convívio na sociedade. Vale ressaltar que caso a pena da 
condenação seja por multa se entende que não se revogara o sursis, visto que se não 
é impedimento para concede-lo não há de ser questão para revoga-lo (Nucci, 2014) 
 O Art. 81, II, se entende como sendo motivo de perda visto que será um 
atentado contra a justiça e seus fins, não cumprindo a multa sem motivos plausíveis 
para tal o agente está demonstrando que suas ações são contrarias ao convívio de 
bem-estar social e consequentemente deverá ser levado a reclusão. 
 O Art. 81, III, demonstra a possibilidade de perda do direito do sursis quando o 
agente descumpre os pressupostos do Art. 78, §1º, ou seja, caso não se limite os fins 
de semana e não realize as atividades de serviço comunitário. De mesmo modo este 
se demonstra como sendo uma provação do beneficiado e caso ele descumpra suas 
provações será este cassado seu benefício. 
 Nucci elenca que em qualquer dos casos de revogação o agente beneficiado 
será chamado para audiência de defesa para que seus direitos principiológicos de 
ampla defesa e contraditório. (Nucci, 2014) 
 
 
6. SURSIS, LEI DOS CRIMES HEDIONDOS, TORTURA, TERRORISMO 
E TRAFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTESTais crimes da lei de crimes hediondos, tortura e terrorismo tendem a criar 
divergências sobre a questão de aplicação so sursis, podemos entender que tais 
crimes como o de tortura tem penas mínimas que podem chegar ao patamar de 2 
19 
 
anos, deste modo seria aplicável o sursis visto que os não se abarcaria as penas 
restritivas de direito pois tais não se aplicam em crimes com violência ou grave 
ameaça, dai a ideia de que seria possivel o sursis, entretanto existem divergências 
sobre estas aplicações. 
 Sobre esta questão surgem duas correntes: 
1. o sursis é incompatível pois: com base na constituição federal segundo elenca o 
Art. 5º, XLIII da CF estes crimes teriam tratamento mais gravoso e com isso não seria 
aplicável o sursis, pois caso assim aconteça o criminoso de crime hediondo teria o 
mesmo tratamento de crimes comuns. 
Nucci elenca um julgado que corrobora esse pensamento da primeira corrente, 
vejamos: 
 
Penal Recurso especial. Art. 213, c/c o Art. 14, II, do CP. Sursis (Art. 
77 CP). Sistemática da Lei n. 8.072/90. Incompatibilidade. A suspenção 
condicional da pena é inaplicável quando se tratar de crimes hediondos e 
equiparados, pois incompatível com a sistemática do art. 2º, § 1º, da Lei n. 
8.072/90. (Precedentes). Recurso provido” (STJ, REsp 660.920/RS, 5ª 
Turma, Rel. Min. Felix Fisher, DJ 14.02.2005, p. 233). 
 
2. o sursis é compatível pois: visto que não existe vedação expressa para a concessão 
de sursis aos crimes hediondos estes seriam totalmente possíveis de abarcar o 
benefício, visto assim que se o agente preencher os requisitos gerais do Art. 77 CP 
seria plenamente possivel o juiz aplicar tal beneficio e não caberia a ele negar tal 
benéfico ao réu. 
 Sobre tal tema o STF decidiu, segundo julgado evidenciado por Nucci, que: 
 
Normas penais. Interpretações. As normas penais restritivas de direitos 
hão de ser interpretadas de forma teleológicas – de modo a confirmar que as 
leis são feitas para os homens –, devendo ser afastados enfoques 
ampliativos. Suspenção condicional da pena – crime hediondo – 
compatibilidade. A interpretação sistemática dos textos relativos aos crimes 
hediondos e à suspenção condicional da pena conduz à conclusão sobre a 
compatibilidade de ambos (HC 84.414, 1ª turma, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 
26.11.2004, p.26) e em mesmo sentido o HC 86.698 (DJe 092, 31.08.2007) 
(Nucci, 2014) 
 
20 
 
 Para os crimes de tráfico ilícito de entorpecentes teremos um entendimento 
expresso no que tange a inaplicabilidade teremos ao Art. 44 da lei de Drogas (Lei Nº 
11.343/2006 que, em julgado STF, se entendeu que a parte dita da impossibilidade 
da substituição de penas restritivas de direito sobre em tal matéria de tráfico, 
entretanto a parte que condiz ao sursis se manteve o entendimento expresso. 
Vejamos o artigo e seus correlatos: 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, 
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, 
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda 
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e 
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
... 
§ 4.º Nos delitos definidos no caput e no § 1.º deste artigo, as penas poderão 
ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas 
restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons 
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre 
organização criminosa. 
... 
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1.º, e 34 a 37 desta Lei 
são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade 
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. 
 
 O STF entendeu como inconstitucionais o caput do artigo 44 no que tange as 
penas restritivas de direitos e o artigo 33 §4º de mesmo modo ao que tange as penas 
restritivas de direitos, entretanto o STF já manteve seu entendimento sobre o sursis 
de modo a este ser inaplicável nos crimes de drogas. Deste modo teremos como base 
para este entendimento os julgados do STF de número HC 97.256 Min Ayres Brito 
sobre a inconstitucionalidade das penas restritivas de direito e o HC 104.361 Min 
Cármen Lúcia. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 Podemos entender então o sursis como sendo um direito subjetivo do agente 
desde que cumpridos seus requisitos, deste modo se trata o sursis de direito publico 
21 
 
subjetivo do acusado, e desta maneira não pode o juiz negar-lhe o beneficio sem 
qualquer fundamentação ou sem motivo de relevância para a negativa do benéfico. 
 Entendemos este mecanismo como sendo de politica criminal para evitar a 
contaminação de um indivíduo criminalmente saudável de convivência com 
criminosos que podem influenciar suas índoles para um caminho mais criminosos e 
com isso se retira a pena sobre certas circunstancias para que o agente detenha nova 
chance de provar seu convívio em sociedade. 
 O sursis não é novo instituto e pelo contrario vem sendo aplicado de maneira 
cada vez menor graças as evoluções aplicadas nas penas restritivas de direitos que 
substituem as de restritivas de liberdade. Deste modo vemos que este é um 
mecanismo com pouca atuação devido a melhores maneiras de se substituir as 
pequenas penas restritivas de liberdade por outras com restrições de direitos. 
 O sursis detém suas peculiaridades e bem como diversas vantagens na 
sociedade total, suas peculiaridades são condizentes com seus benefícios, visto que 
é um mecanismo de complexa aplicação no atual mundo jurídico, mas se bem 
aplicado demonstra resultados favoráveis para o bem comum e da índole do agente 
beneficiado. 
 Ao final podemos aferir que os mecanismos do sursis o tornam uma maneira 
saudável de punição visto que restringe de pequena forma o apenado e mesmo assim 
não o deixa a mera mercê da sorte pois impõe certas condições para testar a 
personalidade do agente apenado em convívio com a sociedade de maneira pacifica. 
 
 
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Vade Mecum Saraiva / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração 
de Luiz Roberto Curia, Livia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. — 21. ed. atual. e 
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Direito penal esquematizado: parte geral / André́ Estefam e Victor Eduardo Rios 
Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2014. 
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CP/ Julio Fabbrini Mirabete, Renato N. Fabbrini. – 30 ed. ver. E atual.. até 1 de 
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