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Hepatite A: • forma ictérica no adulto. VAcina efetiva, não cronifica. Hepatite B • Ag é do vírus: Ag-HBS (superfície) ; Ag-HBE (replicação) • Anti é resposta imune: anti-HBS: contra a superfície ; anti-HBE: contra a replicação ; anti- HBC : contato • Sorologias pegadinhas: possuem PCR elevado e alteração de transaminases mesmo com • anti-HBE + = mutante pré-core • anti-HBS + = mutante por escape / heterotipo • anti-HBC isolado positivo - esqueceu de fazer anti-HBS ou tem esse mutante? • se TGP normal, revacina e avalia anti-HBS - se não responder, PCR-HBV • Tratamento se faz por evidência de dano hepático sustentado devido à replicação viral • Informações gerais: Quadro viral agudo é observado principalmente nas hepatites A e B. Hepatites B e C se cronificam, a hepatite A nunca cronifica. 1.1 Pródromo viral: • Os sintomas mais proeminentes são expressos no TGI como: • Náuseas/Vômitos. • Dor abdominal. • Hepatomegalia dolorosa. • Presença de mialgia e cefaleia. • Febre é incomum. • Se estiver presente, geralmente, é uma febre baixa de 37,5°C – 37,9oC, não tão intensa como em arboviroses, simula bastante uma GECA. ATENÇÃO: Transaminases altíssimas → > 1.000UI/ml. • Nesses casos, sempre pensar em hepatites virais agudas e febre amarela. • Sempre que as transaminases forem mais brandas, na faixa dos 200-300, devemos pensar em outros diagnósticos diferenciais, como: dengue, leptospirose e malária. • Na hepatite A sempre há cura espontânea, nunca cronifica, maioria das vezes ocorre na infância • Dano hepático: TGP >= 52 homens / 37 mulheres • Sustentado: repetido em 3 meses • Replicação viral: PCR > 2.000 cópias • Outras indicações de tratamento • Alto risco CHC: fibrose avançada / cirrose, co- infect HIV / HCV; histórico familiar • manifestações extra-hepáticas • Rituximab se anti-HBC + • Profilaxia • Ig só tem indicação • Mãe ou fonte Ag-HBS + • Se não responder após 2 esquemas de vacinação Hepatite C : • PCR-HCV + > 6 meses • Se trata e se cura = RVS por 12 semanas. Seguimento o resto da vida depende de fibrose 1. HEPATITES VIRAIS AGUDAS HEPATITES VIRAIS e passa meio oligossintomática. No adulto mais frequentemente faz caso grave, mas ainda apresenta baixa taxa de complicações. • Na hepatite B, até 20% dos quadros podem evoluir para a fase ictérica. 1.2 Fase ictérica: • Estabelecimento da síndrome colestática. • Aumento de bilirrubina direta. • Acolia fecal. • Colúria. • Leucopenia com linfocitose acima de 35%. • Diferentemente de doenças bacterianas como a colangite e leptospirose que apresentam leucocitose com desvio à esquerda. • Tratamento na fase ictérica: • Hepatite A: Tratamento de suporte • Hepatite B: Tratamento de suporte A cura da hepatite B depende da resposta imunológica. Para se ter boa resposta, há necessidade de reconhecer o vírus como non-selfie. Desse modo, antivirais, por diminuírem a carga viral, diminuem as chances do sistema imune fazer esse reconhecimento e aumentam as chances de cronificação. RAÍ DA ROSA VIANA - raidarosav@gmail.com - 03381885090 INFECTOLOGIA2 • Tratamento específico com antivirais apenas se houver evidências que pode vir a fulminar, como: • INR > 1,5 por > 15 dias. • Bilirrubina total > 3 por > 15 dias. • Sintomas na fase ictérica > 4 semanas. • Qualquer sintoma de encefalopatia hepática. • É uma doença predominantemente da criança: • 50% têm quadro viral inespecífico, como de uma GECA. • Apenas 1 – 2% evoluem para forma mais grave - icterícia. • Em adultos: • 5% têm apresentação clínica inespecífica. • 80% evoluem para forma mais grave – icterícia. • A transmissão acontece oral-fecal: • A hepatite A é picoRNAvírus com apenas 1 sorotipo, por isso a eficácia da vacina: • A vacina contra a hepatite A dura toda a vida: • Em adultos → 2 doses com 6 meses de intervalo. • A vacina entrou no PNI em 2014, então nascidos antes de 2014 não receberam a vacina rotineiramente. • A indicação da vacina para adultos em casos de: • Homem que faz sexo com homem (HSH); • Hepatopatas; • Coinfeção: PVHIV, HCV ou HBV; • Imunossuprimidos em geral; • Coagulopatia, hemoglobinopatias 2. HEPATITE A 3. HEPATITE B Eliminação viral Sintomas lgM lgG 3 semanas S semanas • Se trata de um DNA vírus: Se integra ao DNA humano. Têm potencial carcinogênico independente da cirrose. Realizar seguimento clínico com USG e alfafeto a cada 6 meses para sempre. Início, de forma geral: 40 anos em homens e 50 anos em mulheres • A hepatite B forma o cccDNA que fica em latência virológica, ou seja, não há cura microbiológica, apenas a cura funcional. • A hepatite B pode ser reativada, principalmente se tratar de paciente imunossuprimido, principalmente se a imunossupressão for feita com Anti – CD20 - rituximab 3.1 A transmissão ocorre por vias: • Sexual – principal forma de transmissão. • Percutânea – é o vírus com maior risco de contágio nesse tipo de acidente • Perceba que ao apresentar sintomas o período de eliminação viral já se encerrou, dessa forma, não faz sentido colocar pacientes com hepatite A em isolamento de contato ou coletar PCR. O diagnóstico é feito pela sorologia - IgM marca a doença aguda e o IgG que marca a imunidade prévia • Curso sorológico da hepatite A: • Vertical. • Sanguínea: lembrar que os screenings em bancos de sangue para hepatites virais surgiram na década de 90, pacientes que receberam transfusões prévias a isso podem ter se contaminado em transfusões sanguíneas. 3.2 A estrutura viral da hepatite B • S = Superfície = AgHbS; • C = Core/Centro = Interpretado na sorologia como “Contato” = AgHbC. Não é possível dosar o AgHbC no sangue porque o vírus não o elimina na circulação. Vê-se apenas o anti-HbC = resposta imune. RAÍ DA ROSA VIANA - raidarosav@gmail.com - 03381885090 3HEPATITES VIRAIS 3.3 Marcadores sorológicos: • Antígenos (Ag): • Parte do vírus; • Aparece precoce • AgHBS: Indica doença ou que não houve cura funcional • AgHBC: Indica Contato. • AgHBE: Indica rEplicação. • Anticorpo (Anti): • Resposta imune; • Demora um pouco para ser sintetizado; • AntiHBS: Indica cura funcional ou vacinação prévia • AntiHBC: Indica contato. • AntiHBE: Indica não haver replicação. AGHBS AntiHBS AntiHBC AgHBE AntiHBE Doença aguda + - - +/- - Doença Replicante + - + + - Não teve cura + - + - -/+ Cura funcional - + + - + imunidade sem contato = vacina - + - - - lgG antiHBC agHBS agHBE Incubação Sintomas Recuperação IgM antiHBC antiHBS antiHBE 4 sem 8 sem 28 sem 32 sem24 sem Marcadores sorológicos até a cura funcional. RAÍ DA ROSA VIANA - raidarosav@gmail.com - 03381885090 INFECTOLOGIA4 lgG antiHBC agHBS agHBE IgM antiHBC Cronica = AgHBS por > 6 meses. Marcadores sorológicos ate a cronificação. Nunca faz o antiHBS. Cronica = AgHBS por > 6 meses. AGHBS AntiHBS AntiHBC AgHBE AntiHBE Não teve cura + - + - -/+ • Quanto mais cedo na vida o paciente tiver contato com o vírus, mais imaturo será o sistema imune para fazer o anti-HbS. Por conseguinte, na transmissão vertical é onde temos o maior risco de cronificação. Atenção! Sorologias pegadinhas: Na situação abaixo, sempre indicará que o paciente não teve cura (conversão em anti-HBS) • No caso acima, podemos ter duas possibilidades: • Portador inativo: nunca se curou mas convive bem com o vírus. • Mutante pré-core: cepa capaz de se replicar mesmo na presença do Anti-HbE, “se escondendo” do sistema imune exatamente por não ter o AgHbE. Altera TGP/TGO (> 1,5x LSN) e PCR elevado (> 2000 UI). 3.4 Indicações de tratamento na fase crônica: • Por causas dessas cepas mutantes é que o novo PCDT é categórico • Pacientes com HBV-DNA ≥ 2.000 UI/mL, independentemente do status do HBeAg E níveis de ALT elevados (≥ 52 U/L para homens e ≥ 37 U/L para mulheres) em duas medidas consecutivas, com intervalo mínimo de 3 meses elas, devem ser tratados Quem tem alto risco de fazer hepatocarcinoma. • Cirrose oufibrose avançada ≥ F3 • Bx : ≥F2 • Elasto : ≥ F3 = >9kPa (AST normal) / > 12kPA (AST 1-5x LSN) • Histórico familiar Carcinoma Hepatocelular. • Co-infecção HCV/HIV. • Quem sofre muito com manifestação extra- hepática – lembrar da poliartrite nodosa. • Todo AgHBE +: • ≥ de 30 anos, pois dificilmente soroconvertem. • Transaminases > 1,5 LSN por mais de 3 meses. • Todo imunossuprimido com contato prévio (realizar terapia preemptiva). • Rituximab (antiCD-20). • Possui tempo de meia-vida longa. • Se o paciente já teve a cura funcional com o rituximab, ele pode passar pela soro reversão → perde o antiHBS e reativa a Hepatite B, ALT e Anti-HBs HEPATITE B OCULTA Se HBsAg NEG e anti-HBc POS Se replica mesmo na presença de anti-HBS pois perdeu/fez um outro agHBS Uma dose de vacina Anti-HBS > 10 Anti-HBS < 10 Anti-HBs <10 e ALT normal Anti-HBs <10 e ALT alterada Detectável Solicitar PCR-HBV RAÍ DA ROSA VIANA - raidarosav@gmail.com - 03381885090 5HEPATITES VIRAIS Infecção Hepatite Infecção Hepatite HBeAg Reagente Reagente Não reagente Não reagente PCR-HBV Muito alto Alto Baixo Alto ALT Normal Elevada Normal Elevada Nome Antigo Imunotolerante Imunorreativo Portador Inativo Reativação Trata? Não Sim Não Sim Sim se >= 30 anos Sim se persistência > 3 meses • Se for usar rituximab e for antiHBC positivo, não importa o anti HBS, e deve-se fazer a terapia preemptiva. • Terapia preemptiva: entecavir / TDF por 18 meses após término do rituximab. 3.5 Tratamento: • Inibidores de nucleosídeos: Se for utilizado para tratamento NUNCA haverá a suspensão da medicação. • Entecavir: • Tenofovir 300mg/dia: Único possível na gestação; atentar-se para os efeitos colaterais → Corrigir para função renal; causa alteração no metabolismo ósseo e pode desencadear osteoporose: • Realizar densitometria óssea a partir de 5 anos de uso do medicamento; • Pode desencadear a Síndrome Fanconi; • Evitar uso em pacientes com comorbidades e/ ou imunossuprimidos. • Interferon pegulinato: • É a tentativa de cura no paciente jovem e sem cirrose – há muitos efeitos colaterais e muitas interações medicamentosas; • Tempo total de 48 semanas; • Não pode ter cirrose instalada em nenhum grau para utilizar desse tratamento; • Boa resposta se houver soroconversão: AgHBS → Anti-HBS; AgHBE → Anti-HBE; • PCR BHV inicial alto: > 20.000UI se AgHBE +; > 2.000 se AgHBE. • Na hepatite B os resultados são ruins tanto em mono quanto em terapia combinada. 3.6 Seguimento Infecção Hepatite O rastreamento de CHC com USG está indicado para os seguintes grupos e deve ser repetido a cada 6 meses: Homens 40 anos de idade Mulheres 50 anos de idade Pacientes abaixo dessa faixa etária: Fibrose avançada (F3) ou cirrose F4 História familiar de CHC Coinfecção HIV, HCD e/ou HDV Esteatose Hepática não alcoólica ou doença hepática alcoólica Escore PAGE- B > 9 3.7 Profilaxia: • Anti-HBS negativo significa necessariamente ser susceptível? • Não, por vezes o sistema imune simplesmente se esquece, mas a vacinação contra hepatite B tem uma taxa de soroconversão de 90% com o esquema completo RAÍ DA ROSA VIANA - raidarosav@gmail.com - 03381885090 INFECTOLOGIA6 IG: 7 dias exposição perinatais ou percutâneas / 14 dias exposição sexuais. 3.8 Hepatite B na gestação: Gestação mãe AgHBS + com PCR > 2.000 UI → Tenofovir até 30 dias após parto: • Após isso a manutenção ou não da medicação são as indicações de tratamento da hepatite B no geral; • A hepatite B não contraindica a amamentação. • Imunoglobulina: Se RN de mãe AgHBS positiva; A transmissão perinatal corresponde a 90 – 95% das transmissões verticais. • O único vírus que a gente trata e resolve é o da hepatite C. • A partir da infecção aguda, o paciente pode evoluir para: Resolução (cura espontânea) ou Hepatite crônica: • Pode manter-se estável ou evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular. 4.1 Formas de transmissão: • Sangue e perfurocortantes; • Existe transmissão sexual, mas é bem menos importante que na hepatite B. • Não tem vacina e não apresenta sintomatologia até evoluir para a cirrose: • RNAvírus e 7 subtipos, por isso a dificuldade em ter a vacina. 4.2 Tratamento • Apesar de ter vários genótipos, ao invés de realizar a genotipagem, cada vez mais têm sido preconizados esquemas pan-genotípicos. • Existem 6 genótipos para hepatite C (risco de reinfecção): • Tratamentos Pan-genotípicos: • Sofosbuvir + daclatasvir Fonte acidente AgHBS+ Desconhecido Vacina IG Vacina IG antiHBS > 10 UI negativo negativo negativo negativo Não vacinado positivo positivo positivo negativo antiHBS < 10UI / desconhecido positivo positivo positivo negativo Sem resposta após segunda série (6 doses) negativo positivo 2x negativo positivo 2X 4. HEPATITE C • A hepatite crônica é diferenciada da resolução através da manutenção do PCR HCV positivo por ≥ 6 meses, quando indica-se elastografia ou biópsia hepática (avaliar se há e qual o grau da cirrose). PCR HCV + ≥ 6 meses Resolução Hepatite crônica Hepatite fulminante Doença estável Cirrose Morte Cirrose estável Carcinoma Hepatocelular Infecção Aguda Elastografia biópsia hepática 15% 80% 20% 50% 50% 85% raro • Sofosbuvir + velpatasvir • O Sofosbuvir não é utilizado na insuficiência renal, devendo-se substituir por Glecaprevir (ClCr < 30). • Ribavirina - adicionada em esquemas de pacientes cirróticos. Tem toxicidade hematológica e renal. • O tratamento da hepatite C é contraindicado em gestantes e em descompensação hepática ou diante da RVS (resposta virológica sustentada). • A RVS consiste em 12 (não cirróticos) à 24 semanas (cirróticos) após o término do tratamento, avaliada por PCR-HCV. Em quem realizar o seguimento pelo resto da vida? Cirrose ou fibrose (F3/F4) - F0/F1 considera curado sem necessidade de seguimento. F2 avalia se regride após tratamento. Se sim, pode dar alta. Senão, aí mantém seguimento. RAÍ DA ROSA VIANA - raidarosav@gmail.com - 03381885090 7HEPATITES VIRAIS 5. HEPATITE D • Transmissão: igual à Hepatite B - percutânea, materno ou sexual. • Necessita do AgHBS: • Co-infecção simultânea com HBV • Superinfecção com HBV crônico • Rápida progressão para cirrose hepática e CHC: • Quando suspeitar • Exacerbação da doença hepática com HBV- DNA suprimido (menor 2000 UI/mL), sem outra causa identificada RAÍ DA ROSA VIANA - raidarosav@gmail.com - 03381885090