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Hemoglobinopatias e Variantes

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Hemoglobinopatias 
São alterações genéticas que ocorrem no gene da he-
moglobina, consequentemente gerando uma hemoglo-
bina defeituosa. 
 
Nossas hemoglobinas normais são formadas por duas ca-
deias de globina alfa e duas cadeias de globinas não-alfa, 
cada uma delas associadas a um grupo heme com áto-
mos de ferro em seu interior. 
O sangue do adulto normal contém 3 tipos de hemoglo-
bina: 
→ A HbA é a molécula mais representativa e mais capa-
citada para a função de trocas gasosas e manutenção 
do equilíbrio ácido-basico, possui duas moléculas alfa e 
duas moléculas beta; 
→ A HbA2 é considerada mais estável, do ponto de vista 
de estrutura molecular, possui duas moléculas alfa e duas 
moléculas delta; 
→ A HbF é fisicamente menos estável, porém apresenta 
maior afinidade com o oxigênio, possui duas moléculas 
alfa e duas moléculas gama. 
Em condições normais, as hemoglobinas são sintetizadas 
principalmente pela ação do gene alfa (cromossomo 16) 
e a beta, gama e delta (cromossomo 11). 
→ Uma simples troca de uma base nitrogenada pode 
resultar na síntese de uma hemoglobina anormal – e 
consequentemente uma hemoglobinopatia – ou afetar a 
quantidade das cadeias alfa e beta – gerar consequências 
na estrutura da hemoglobina (talassemias). 
Muitos desses defeitos genéticos são mais prevalentes 
na região da África, isso porque a maioria dessas muta-
ções acabam fornecendo uma proteção contra a Malária, 
que é endêmica nesses locais. Seleção Natural. 
Variantes estruturais 
Hemoglobina S 
A única diferença molecular entre a HbS e a HbA ocorre 
na posição 6 da cadeia de globina, onde o ácido glutâ-
mico é substituido por valina, devido a uma mutação pon-
tual no 6° códon do gene do grupamento da beta-he-
moglobina da HbA. Ou seja, a HbS também terá duas 
moléculas alfa e duas moléculas betas (defeituosas). 
HbA + HbA = Normal 
HbA + HbS = Traço falcêmico 
HbS + HbS = Anemia falciforme 
Além de possuir uma mutação na hemoglobina S, a pes-
soa também pode ter outra mutação. Inferimos que a 
pessoas ter HbS não significa que ela terá anemia falci-
forme, mas sim alguma síndrome falcêmica. 
→ Para anemia falciforme 
Em casos de diminuição de oxigênio, essa HbS se poli-
meriza e se deforma, formando os drepanócitos (hemá-
cia em foice) que são capazes de ocluir a microcirculação 
e grandes vasos. Não são todas as hemácias que são em 
foice, algumas são hemácias normais que tendem a ser 
falcizar em casos de hipóxia, acidose, desidratação e va-
soconstrição. 
Como esses drepanócitos ocluem vasos sanguíneos, o 
sangue oxigenado não chegará nos tecidos, causando 
infarto em alguns tecidos. Além disso, a pessoa também 
estará mais suscetível a infecções, estando frequente-
mente doente, diminuindo a qualidade de vida da pessoa. 
Os macrófagos irão destruir as células defeituosas, cau-
sando hemólise eritrocitária, causando anemia. Se as he 
mácias forem destruídas, teremos também a diminuição 
do volume do sangue, causando uma deficiência cardíca, 
já que o coração precisa de força para bombear e se 
tivermos essa diminuição da quantidade de hemácias to-
tais, essa intercorrência pode acontecer. Se o coração e 
o bombeamento de sangue são afetados, isso também 
pode trazer problemas cerebrais, causando a morte do 
paciente, entrando como um quadro sistêmico. 
*Malária 
→ Para o tratamento da anemia falciforme temos trans-
fusões intermitentes com o intuito de reduzir o risco de 
acidentes vasculares cerebrais. Além disso, o uso de hi-
droxiureia aumenta os níveis circulantes de Hb fetal (alfa2 
gama2, não possui beta na sua estrutura), diminuindo a 
indução de células falciformes, diminuindo crises doloro-
sas e a mortalidade. 
Achados laboratoriais: 
 
→ Presença de drepanócitos e células em alvo; 
→ Hemoglobina é de geralmente 6-9 g/dL; 
→ Testes de falcização positivos; 
Para o diagnótico definitivo da anemia falciforme é feito 
eletroforese da hemoglobina (HbA não é detectada em 
caso de confirmação de anemia falciforme) ou por aná-
lise direta da mutação da HbS (em busca do par de SS) 
por meio de técnicas de PCR e HPLC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hemoglobina C 
É uma variante anormal da hemoglobina que resulta da 
substituição de ácido glutâmico pela lisina na mesma po-
sição 6 da cadeia beta da globina, tendo migração ele-
troforética mais lenta do que a HbS. 
→ Homozigotos HbC/HbC apresentam doença da HbC, 
caracterizada por anemia mais leve que a dos homozigo- 
tos HbS, acompanhada de esplenomegalia, icterícia e do-
res osseas abdominais; 
→ Heterozigotos HbA/HbC apresentam 25 a 40% de 
HbC, sendo clinicamente assintomáticos; 
→ Indivíduos HbC/HbS tem anemia com gravidade inter-
mediária as do homozigotos HbS/HbS e HbC/HbC; 
Eletroforese de hemoglobina 
Cada proteína tem uma carga elétrica e peso molecular, 
utilizamos o sangue do paciente e submetemos à uma 
carga elétrica com determinado pH, iremos observar as 
proteínas se moverem de acordo com sua carga (pro-
teínas com carga positiva, migram para o polo negativo, 
proteínas com carga negativa, migram para o polo posi-
tivo);

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