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JOÃO PESSOA - PB 10/02/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins Resenha sobre as diretrizes atuais referentes ao tratamento da Infecção pelo Helicobacter pylori. JOÃO PESSOA - PB 10/02/2023 Os fatores responsáveis pela diminuição da eficácia terapêutica incluem hábitos de vida, doença de base, má adesão ao tratamento, tabagismo, polimorfismo genético CYP2C19, acidez gástrica elevada, uso prévio de antimicrobianos e, principalmente, resistência do HP aos antimicrobianos, incluindo claritromicina, fluoroquinolona e metronidazol. Apesar das crescentes taxas de resistência à claritromicina e às fluoroquinolonas no Brasil, seu uso ainda é recomendado para o tratamento da PH. As taxas de erradicação do HP com esquemas de primeira linha vêm diminuindo nos últimos anos, principalmente com o uso da terapia tripla por 7 dias. Apesar das crescentes taxas de resistência à claritromicina e às fluoroquinolonas no Brasil, seu uso ainda é recomendado para o tratamento da PH. As alternativas recomendadas para a terapia tripla padrão de 14 dias incluem esquemas quádruplos de bismuto (IBPs, bismuto, tetraciclina e metronidazol) por 10 a 14 dias ou terapia concomitante (IBP, amoxicilina, claritromicina e metronidazol ou tinidazol) por 14 dias. recomendação para indivíduos com alergia à amoxicilina é IBP 2x dia + claritromicina 500 mg 2x dia + levofloxacino 500 mg 1x dia por 14 dias; ou IBP 2x dia + doxiciclina 100 mg 2x dia; ou tetraciclina 500 mg 4x dia + metronidazol 500 mg 3x dia + bismuto 240 mg 2x dia por 14 dias. Nos casos de falha da terapia tripla com claritromicina ou terapia quádrupla concomitante, as estratégias recomendadas são terapia tripla com levofloxacino ou terapia quádrupla com bismuto, ambas por 10-14 dias. O tratamento após três falhas terapêuticas deve ser restrito a casos especiais e guiado por testes fenotípicos ou genotípicos de suscetibilidade antimicrobiana. O uso de rifabutina, quando disponível, pode ser uma alternativa. REFERÊNCIAS: COELHO, Luiz Gonzaga Vaz et al. VI Consenso Brasileiro sobre infecção por Helicobacter pylori, 5 de abril de 2018. Disponível em: https://www-scielo- br.translate.goog/j/ag/a/DQtggHCHth5R6xx75G8tVtC/?lang=en&format=html&_x_tr_sl= auto&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=wapp# .Acesso em: 10 fev. 2023. CROWE, Sheila E. Infecção por Helicobacter pylori, 21 de março de 2019. Sisponível em: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMcp1710945 . Acesso em: 10 fev 2023. https://www-scielo-br.translate.goog/j/ag/a/DQtggHCHth5R6xx75G8tVtC/?lang=en&format=html&_x_tr_sl=auto&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=wapp https://www-scielo-br.translate.goog/j/ag/a/DQtggHCHth5R6xx75G8tVtC/?lang=en&format=html&_x_tr_sl=auto&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=wapp https://www-scielo-br.translate.goog/j/ag/a/DQtggHCHth5R6xx75G8tVtC/?lang=en&format=html&_x_tr_sl=auto&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=wapp https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMcp1710945 JOÃO PESSOA - PB 17/02/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins Sistema CRISPR-Cas9 Encaminhe uma resenha com o funcionamento do Sistema CRISPR-Cas9, incluindo os tipos possíveis de reparo no DNA. JOÃO PESSOA - PB 17/02/2023 As pesquisadoras, Emanuelle Charpentier e sua colega de trabalho Jennifer Doudna, iniciaram um projeto destinado a desvendar como as bactérias atacam as infecções virais. Observaram que as bactérias possuem um sistema imunológico adaptativo, chamado CRISPR que lhes permite detectar o DNA viral e destruí-lo. Junto a esse sistema foi descoberta uma proteína denominada Cas9, capaz de procurar, clivar e degradar o DNA do vírus. E através do estudo dessa proteína, Cas9, perceberam que poderiam usá-la como ferramenta para edição de genomas. Cas9 é uma enzima que possui dois domínios de nuclease, sendo que cada um destes é responsável por clivar uma das fitas do DNA detectado pelo sistema CRISPR-Cas. Com o auxílio dessa enzima é possível gerar mutação em um dos domínios para inativa-lo e produzir proteínas que clivem somente uma das fitas de DNA. Nesse caso a enzima funciona como uma helicase. O sistema CRISPR/Cas9 tem como base o mecanismo de defesa bacteriano contra o vírus invasor, que ao detectar um DNA viral já conhecido, produz duas fitas de RNAs curtos, onde uma delas terá a sequência correspondente a do vírus invasor. CRISPR/Cas9 depende de sistemas endógenos de reparo e recombinação para completar o processo de clivagem, como introns de auto-emenda, nucleases de dedo de zinco e nucleases efetoras6 . O sistema CRISPR/Cas9 atua quando umbacteriófago invade, mas não destrói a célula bacteriana, onde parte de seu DNA possa ser inserido no genoma do hospedeiro, sendo intercalado com sequências repetidas. Devido a várias funções da técnica CRISPR/Cas9, é possível alterar a informação genética de diversas espécies. Tal alteração inclui a capacidade de corrigir mutações genéticas responsáveis por doenças hereditárias. A ferramenta mostrou-se muito promissora para uso em humanos, pois através dessa técnica podem ser introduzidas mudanças no genoma para curar mutações genéticas responsáveis por diversas doenças, tais como imunodeficiências, hemoglobinopatias, fibrose cística entre outras. Outra provável aplicação da técnica será no combate a infecção causada por vírus que permanecemlatentes no organismo ou que se integram ao DNA do hospedeiro As vantagens do sistema CRISPR/Cas9 estão relacionadas com a alta versatilidade, eficácia, especificidade e a facilidade de uso da técnica, onde essa proporciona uma oportunidade única para realizar a aplicação da mesma em terapia de células humanas, sendo possível fazer a correção de defeitos em células progenitoras, doenças genéticas e vários outros tratamentos. Esse sistema tem se mostrado bastante eficaz na eliminação dos vírus de células infectadas, tumores, e em tratamentos de doenças monogênicas hereditárias. REFERÊNCIAS: CAETANO, Gisdenilton Carlos Gonzaga et al. Técnica CRISPR-CAS9 e sua utilização na área laboratorial. Vol.25,n.2,pp.96-99 (Dez 2018 – Fev 2019) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. Nature video. CRISPR: Gene editing and beyond. Youtube, 31 de out de 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4YKFw2KZA5o . Nature video: Immunology wars: Monoclonal antibodies. Youtube, 3 de abr. de 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5AXApBbj1ps . JORDE, Lynn B. Genética Médica.Grupo GEN, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151659/ . Acesso em: 17 fev. 2023 https://www.youtube.com/watch?v=4YKFw2KZA5o https://www.youtube.com/watch?v=5AXApBbj1ps https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151659/ JOÃO PESSOA - PB 24/02/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins CÓLERA Quando suspeitar clinicamente que o paciente possa apresentar cólera? Qual a diferença das outras enterocolites bacterianas? JOÃO PESSOA - PB 24/02/2023 A cólera é uma doença diarreica causada por infecção do intestino com o Vibrio cholerae. Pode infectar tanto crianças como adultos. A cólera é normalmente transmitida através de água ou alimentos contaminados com fezes e continua a ser um risco sempre presente em muitos países. Novos surtos podem ocorrer esporadicamente em qualquer parte do mundo onde o fornecimento de água, o saneamento, a segurança alimentar e a higiene não sejam adequados. O período de incubação da doença varia de algumas horas a 5 dias, sendo geralmente de 2 a 3 dias. A cólera apresenta grande diversidade de aspectos, que vai desde infecções inaparentes até casos de diarréia profusa e grave. Apesar das infecções assintomátícas e das formas benignasda doença serem mais freqüentes, são as menos diagnosticadas, o que talvez se constitua no maior fator responsável pela disseminação do bacilo. Levando-se em consideração as manifestações clínicas, a infecção pelo vibrião colérico pode ser dividida nas seguintes formas: (1) INFECÇÕES INAPARENTES: Caracterizam-se pela ausência de sintomas, considerando-se o indivíduo infectado como portador são. (2) INFECÇÕES BENIGNAS: o quadro clínico manifesta-se de forma insidiosa, cursando com diarréia discreta, dor abdominal sem expressão, mal-estar, assemelhando-se a outras gastroenterites. (3)INFECÇÕES GRAVES: o início é súbito, com diarréia aquosa, profusa e incoercível, e inúmeras evacuações diárias. Na maioria dos casos não ocorre febre. As fezes são líquidas, sem pus, muco ou sangue, com a aparência clássica de água de arroz (aspecto não muito encontrado em nosso meio) ou de água amarelo- esverdeada e têm, na grande maioria das vezes, um odor característico de peixe. A perda de líquido e de etetrólitos é de grande monta, levando, conseqüentemente, a uma rápida desidratação, cujo quadro clínico é representado por sede intensa, astenia, rápida perda de peso, diminuição do turgor da pele que se torna enrugada e seca, principalmente nas mãos ("mãos de lavadeira"), olhos encovados, com olhar parado e vago, voz sumidiça e cãibras, que atingem a musculatura do abdômen e dos membros superiores e inferiores (panturrilhas principalmente). Outra forma atípica grave de cólera, ocasional em crianças, é a chamada "cólera seca", que se manifesta, inicialmente, por um quadro de íleo paralítico. O paciente apresenta distensão abdominal, çom grande quantidade de líquido retido na luz do intestino grosso e delgado, e a desidratação ocorre sem que a perda de líquido seja evidente (devido a ausência de diarréia), fato este que podetrazer dificuldades iniciais para o diagnóstico e, desta maneira, contribuir para a morte rápida do paciente. Outras enterocolites bacterianas: JOÃO PESSOA - PB 24/02/2023 Coqueluche: enfermidade infectocontagiosa aguda do trato respiratório, conhecida popularmente como “tosse comprida”, seca com som de sibilo, que provoca tosse paroxística de intensidade variável e com duração de várias semanas. A Bordetella pertussis é uma das quatro espécies de bactérias que formam o gênero Bordetella. O homem é o único reservatório natural. A transmissão se dá, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa susceptível, através de gotículas de secreção da orofaringe, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Pode ocorrer a transmissão por objetos recentemente contaminados com secreções do doente, porém é pouco freqüente, pela dificuldade do agente sobreviver fora do hospedeiro. A apresentação clínica da coqueluche varia dependendo da idade e do estado de vacinação da criança. Apresentações atípicas ocorrem em crianças jovens, aqueles que foram previamente vacinadas, crianças mais velhas e adolescentes com diminuição da imunidade. O diagnóstico da coqueluche é clínico. Quando as características clássicas da doença estão presentes, o diagnóstico pode ser facilmente considerado e iniciado o tratamento. Difteria: doença bacteriana aguda causada pela toxina da bactéria: Corynebacterium diphtheriae, são descritos quatro tipos (gravis, mitis, intermedius e belfantis). A doença afeta principalmente o trato respiratório superior (garganta e narinas). O período de incubação da doença varia entre 2 e 5 dias, embora às vezes seja mais longo. Uma membrana branca geralmente é vista na faringe. –acinzentado, comprometendo a úvula e o palato, tecidos moles, além de faringite, amigdalite (geralmente assimétrica), adenomegalia cervical e/ou secreção nasal serossanguinolenta (difteria nasal), febre, tosse "latindo", fraqueza e comprometimento do estado em geral. A difteria extrafaríngea pode afetar o ouvido e pele. A infecção pode levar a falta de ar, insuficiência ataque cardíaco, paralisia e até a morte. Dependendo de sua localização, a difteria pode ser classificam-se em: nasal, faríngeo e tonsilar, laríngeo e cutâneo. O diagnóstico definitivo de um caso de difteria deve ser baseado em ambos os achados clínicos omo no isolamento e identificação de uma cepa Corynebacterium diphtheriae produtora de toxina difteria; Grande parte da gravidade da doença está associada à presença da toxina, não apenas das bactérias. Disenteria bacilar: Shigella é uma das principais causas de disenteria em todo o mundo, infectando milhões de pessoas a cada ano, principalmente crianças abaixo dos cinco anos de idade em populações de baixa renda. Agentes causadores desta disenteria: o bacilo tipo Shiga, 0 tipo Flexner, o tipo Hiss (Y), typo Strong e os pseudo- disentéricos. A disenteria pode apresentar o aspecto duma diarreia banal; as dores abdominais são ligeiras, as fezes pouco abundantas, às vezes com algum muco que passa despercebido, a língua é ligeiramente saburrosa e algumas náuseas podem aparecer. A doença aparece sem podromos e dias depois tudo desaparece. Para tratar a disenteria bacteriana leve, o paciente deve apenas repor os líquidos e manter-se hidratado, bebendo muita água e também o soro de reidratação oral. Em casos mais graves, pode ser recomendado o uso de antibióticos e microbióticos para conter o agente causador da disenteria. Em casos onde a desidratação do paciente é severa, a internação para o recebimento de soro intravenoso é imprescindível. JOÃO PESSOA - PB 24/02/2023 REFERÊNCIAS: Silva, Manuel Pereira da. "Disenteria bacilar." (1920). Alves, Souza, et al. "Disenteria bacilar: uma ameaça à saúde pública global1." Macambira, Rômulo Pereira, Lívia Barboza Formiga, and Luiz Carlos Duarte Formiga. "Difteria: o grave prognóstico brasileiro." J. bras. med (1994): 69-72. Gerolomo, M., & Penna, M. L.. (2000). Cólera e condições de vida da população. Revista De Saúde Pública, 34(Rev. Saúde Pública, 2000 34(4)). https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000400005 Macambira, Rômulo Pereira, Lívia Barboza Formiga, and Luiz Carlos Duarte Formiga. "Difteria: o grave prognóstico brasileiro." J. bras. med (1994): 69-72. Snow, John. "Sobre a maneira de transmissão do cólera." Sobre a maneira de transmissão do cólera. 1999. 249-249. Leão, Raimundo Nonato Queiroz de. "Doenças infecciosas e parasitárias: enfoque amazônico." Doenças infecciosas e parasitárias: enfoque amazônico. 1997. 886-886. Telles, Ana Paula Andrade. "Coqueluche." (2012): 55-55. JOÃO PESSOA - PB 01/03/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins Síndromes clínicas - neoplasias Esquema com as Síndromes Clínicas associadas a cada topografia do Intestino Grosso - relacionado às neoplasias! JOÃO PESSOA - PB 01/03/2023 A polipose adenomatosa familiar Doença autossômica dominante na qual pólipos adenomatosos forram o cólon e o reto. Síndrome de Turcto Síndrome tumor cerebral; Polipose adenomatosa; Distúrbio hereditário raro que consiste na associação de neoplasia primária do sistema nervoso central (SNC) e polipose colorretal. Síndrome de Gardner Desordem rara, autossômica dominante; CÓLONS, OSTEOMAS DE MANDÍBULA, CRÂNIO E OSSOS LONGOS, CISTOS EPIDÉRMICOS, TUMORES DESMOIDES E DA TIREOIDE. Síndrome de Lynch Alteração genética que aumenta a predisposição de um indivíduo em apresentar câncer no intestino grosso (cólon e reto). Sindrome de Peutz- Jeghers Doença autossômica dominante; Múltiplos pólipos hamartomatosos no estômago, intestino delgado e colo. Lesões epidérmicas pigmentadas distintivas. Síndrome de Cowden Causada por uma mutação genética que pode levar ao crescimento de múltiplos tumores benignos, os chamados hamartomas Aparecem na pele e nas mucosas da boca ou nariz, nas mamas, no útero, no cérebro e no intestino. Os adenomas de cólon podem se tornar lesões malignas e pacientes com a síndrome desenvolvem câncer colorretal precoce. Síndrome de polipose hiperplásica Presençade pólipos hiperplásicos múltiplos, PRINCIPALMENTE SIGMOIDE, EVOLUINDO PARA O RESTANTE DO CÓLON. REFERÊNCIAS: Noam Shussman; Steven D. Wexner, Colorectal polyps and polyposis syndromes, 2014. Kathleen R.LiscumMD, Chapter 53 - Colorectal Carcinoma, 2009, Aaron Vinik, MD, PhD, FCP, MACP, FACE, Marybeth S Hughes, M.D., JOÃO PESSOA - PB 01/03/2023 F.A.C.S., Eric Feliberti, MD, FACS, Roger R Perry, M.D., FACS, Carolina Casellini, M.D., Mark Sinesi, MD, PhD, Harlan Vingan, MD, and Lester Johnson, MD, Carcinoid Tumors, 2018, ANA I. LOPES, JUAN GONÇALVES, ANA M PALHA, FÁTIMA FURTADO, ANTÓNIO MARQUES, SINDROME DE PEUTZ-JEGHERS Diversidade de Expressão Gastrointestinal em Idade Pediátrica e Considerações sobre a sua Abordagem Clínica, 2004. ZATERKA, Schlioma; EISIG, Jaime N. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação. São Paulo: Atheneu, FBG. 2011 JOÃO PESSOA - PB 11/03/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins BIOSSEGURANÇA Quais os princípios de biossegurança que devem ser observados no atendimento de um paciente candidato ao uso do Iodo Radioativo? JOÃO PESSOA - PB 11/03/2023 Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. A Iodoterapia é altamente eficaz e segura, mas exige uma série de cuidados especializados. Ela deve ser realizada por médicos especializados em Medicina Nuclear, que utilizam quantidades mínimas de radiação para o diagnóstico e tratamento de doenças. Para poder realizar o tratamento com Iodoterapia de forma segura e eficaz, o paciente precisa seguir algumas orientações: Suspender, por 30 dias, o uso dos hormônios tireoidianos que são prescritos logo após a retirada da glândula. Para os pacientes que não podem ficar tanto tempo sem o hormônio, usa-se outra medicação, o TRH Recombinante. Realizar uma dieta pobre em Iodo, evitando o consumo de peixes, frutos do mar e algas marinhas. Evitar o contato com medicamentos e produtos que possuam Iodo, como maquiagens, esmaltes e sabões específicos. Realizar jejum de pelo menos 4 horas no dia do tratamento. Essa conduta auxilia a potencializar a absorção do iodo radioativo pelo estômago. Levantou-se a importância do uso de EPIs nos exames da tireoide e a sensibilidade dessa glândula à radiação, o essencial uso de um protetor específico, sendo que para profissionais dessa área é o avental de chumbo, que tem como objetivo proteger toda a região do tórax e abdômen da exposição à radiação ionizante, que além de ser usado por profissionais, em alguns casos indicado ao paciente também. Outro item indispensável para segurança na Medicina Nuclear é o protetor de gônadas, ou seja, dos órgãos responsáveis pela produção das células reprodutivas. A exposição à radiação eleva o risco de infertilidade, o que justifica a necessidade desse equipamento de proteção. A internação acontece em um quarto especial, que possui proteção específica contra radiação. Essa medida de segurança é indispensável, pois evita que as pessoas ao redor sejam atingidas pela radiação. Também é recomendado que os pacientes da Iodoterapia bebam bastante líquidos durante o tratamento. Assim, estimula-se a eliminação de radiação pela urina. Além disso, balas azedas e frutas cítricas, que estimulam a salivação, também são indicadas. Elas ajudam a evitar que o iodo radioativo se acumule nas glândulas salivares, reduzindo as chances de efeitos colaterais como a “boca seca”. Referências: Penna, P. M. M., Aquino, C. F., Castanheira, D. D., Brandi, I. V., Cangussu, A. S. R., Macedo Sobrinho, E., Sari, R. S., Silva, M. P. da ., & Miguel, Â. S. M.. (2010). BIOSSEGURANÇA: UMA REVISÃO. Arquivos Do Instituto Biológico, 77(Arq. Inst. Biol., 2010 77(3)), 555–565. https://doi.org/10.1590/1808- 1657v77p5552010 https://doi.org/10.1590/1808-1657v77p5552010 https://doi.org/10.1590/1808-1657v77p5552010 JOÃO PESSOA - PB 11/03/2023 Rissato, Maria Lúcia, et al. "Iodoterapia: avaliação crítica de procedimentos de precaução e manuseio dos rejeitos radioativos." Revista do Instituto Adolfo Lutz 68.2 (2009): 245-253. Bruhn, G. M., Meirose, G. P. D. S., Matos, L. J. D., Vega, M. S. D., Cauduro, M. H. M., Fialkowski, S. M. M., & Camponogara, V. (2007). Iodoterapia: orientações e cuidados. JOÃO PESSOA - PB 14/03/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins Tipos de hepatite viral Quais os cinco principais tipos de hepatites virais conhecidas? Quais as diferenças clínicas entre elas? Quais possuem vacina disponível? JOÃO PESSOA - PB 14/03/2023 O termo hepatite significa inflamação do fígado. HEPATITES INFECCIOSAS: (1) VIRAL: 1.1 Entre os vírus que causam doença sistêmica e podem afetar o fígado: EpsteinBarr (mononucleose infecciosa), que pode causar hepatite branda durante a fase aguda; Citomegalovírus (principalmente nos recémnascidos e nos pacientes imunossuprimidos); Herpesvírus; Enterovírus. 1.2 Vírus hepatotrópicos: Vírus da hepatite A (VHA); Hepatite B (VHB), vírus δ associado à hepatite B (VHD); Vírus da hepatite C (VHC); Vírus da hepatite E (VHE). HEPATITE A Família picornavírus, não envelopado, de RNAde fita positiva, que ocupa seu próprio gênero, Hepatovirus. Benigna e autolimitada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A maioria são assintomáticos! Febre, malestar, náuseas, anorexia, desconforto abdominal, urina escura e icterícia. Crianças < 6 anos geralmente são assintomáticas e poucas têm icterícia; Crianças maiores e nos adultos, a doença geralmente é sintomática e 70% dos pacientes têm icterícia. NÃO CRONIFICA (não evolui para a crônica, sem sequelas). MARCADORES SOROLÓGICOS A presença de IgM antiVHA indica hepatite A aguda, enquanto a IgG antiVHA simplesmente confirma infecção no passado. IMUNIZAÇÃO Existe vacina para hepatite A: a imunização tem como objetivo substituir o uso de imunoglobulina pelos indivíduos em risco elevado de exposição ao VHA. JOÃO PESSOA - PB 14/03/2023 PNI: 1 dose aos 15 meses de vida.; Ou 2 doses ou 3 doses, com intervalo de 6 meses; Profilaxia pós-exposição: Contato até 2 semanas - vacina de bloqueio. Indivíduos entre 12 meses e 40 anos: VACINA. Menores que 12 meses, > 40 anos, imunodeprimidos, hepatopatas e contraindicação a vacina: IMUNOGLOBULINA. HEPATITE B Um vírus de ácido desoxirribonucleico (DNA) bicatenar (hélice dupla). Família Hepadnaviridae; Caráter oncogênico; Transmissão parenteral (sangue e fluidos contaminados). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 65% assintomáticos; Os demais 25% apresentam sintomas constitucionais inespecíficos, como anorexia, febre, icterícia e dor no quadrante superior direito. O vírus da hepatite B pode produzir: (1) hepatite aguda seguida por recuperação e eliminação do vírus, (2) hepatite crônica não progressiva, (3) doença crônica progressiva terminando em cirrose, (4) insuficiência hepática aguda com necrose hepática maciça; (5) um estado de portador assintomático “saudável”. MARCADORES SOROLÓGICOS IMUNIZAÇÃO VACINAÇÃO: Melhor forma de prevenção; 3 doses/4 doses em recém-nascidos; Resposta protetora de anticorpos anti-HBs. Profilaxia da transmissão vertical: TODO recém-nascido de mãe HBsAg positivo; Vacina + Imunoglobulina; Mães com alta viremia: Tenofovir; Aleitamento materno: liberado. Profilaxia pós-exposição: JOÃO PESSOA - PB 14/03/2023 Após exposição de risco; Até 7-14 dias: Vacina + Imunoglobulina. TRATAMENTO Medicamentos: Interferon preguilado; Tenofovir; Entecavir. HEPATITE C Vírus de RNA unicatenar (hélice simples). Família Flaviviridae; A infecção por HCV é potencialmente curável. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Assintomática. Icterícia não é comum e apenas 10% dos adultos sintomáticos têm icterícia. As consequências maisgraves da infecção crônica pelo VHC são fibrose hepática progressiva evoluindo para cirrose, doença hepática termina e câncer hepatocelular. Uma característica única para a infecção da hepatite C é a associação com a síndrome metabólica, em especial com o genótipo 3 de HCV. Aparentemente, o HCV pode dar origem à resistência à insulina e à doença hepática gordurosa não alcoólica. MARCADORES SOROLÓGICOS TRATAMENTO JOÃO PESSOA - PB 14/03/2023 TODO paciente com hepatite C tem indicação de tratamento. Não existe vacina. Objetivo: resposta virológica sustentada. HCV-RNA negativo após 12 ou 24 semanas após o tratamento. Antivirais de ação direta: HEPATITES D Família Deltaviridae; Vírus RNA; Depende do vírus da hepatite B. Esse vírus pode causar hepatite aguda ou crônica. A hepatite D aguda tem duas apresentações: (1) Coinfecção primária, que ocorre simultaneamente com a hepatite B aguda; 95% EVOLUEM COM RECUPERAÇÃO COMPLETA; Perfil sorológico: HBsAg positivo; Anti-HBc IgM positivo; Anti-HDV positivo. (2) Superinfecção, na qual a hepatite D é superposta à infecção crônica pelo vírus da hepatite B. Casos mais graves e pior prognóstico; Perfil sorológico: HBsAg positivo; Anti-HBc IgG positivo; Anti-HDV positivo. Os modos de transmissão da hepatite D são semelhantes aos da hepatite B. Não tem tratamento específico e, como a infecção está relacionada com a hepatite B, a profilaxia para esta primeira doença deve começar com medidas para evitar hepatite B por vacinação. HEPATITE E Vírus de RNA unicatenar (hélice simples) sem envelope viral. Família Hepeviridae; Transmissão: Oral-fecal; JOÃO PESSOA - PB 14/03/2023 Transmitida entericamente pela água. Os vírus são eliminados nas fezes durante a doença aguda. Principalmente em jovens e adultos de meia-idade. Doença é autolimitada; Manifestações clínicas semelhantes às que ocorrem com a hepatite A. Da mesma forma que a hepatite A, a hepatite E não tem um tratamento específico, NÃO HÁ VACINA. O mais importante evitar a automedicação para alívio dos sintomas, vez que, o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem piorar o quadro. As formas crônicas da doença têm sido diagnosticadas nos receptores de transplantes de órgãos sólidos, pacientes infectados pelo HIV ou tratados com quimioterapia e portadores de doenças hematológicas. Antes do início da doença clínica, o HEV do RNAe virions de HEV podem ser detectados por PCR nas fezes e no soro. As primeiras manifestações de elevação das aminotransferases séricas, doença clínica e elevação dos títulos de IgM antiHEV são praticamente simultâneas. Os sintomas cedem em 2 a 4 semanas, e nesse período a IgM é substituída por anticorpos persistentes de IgG anti-HEV. Referências: KUMAR, Vinay. Robbins Patologia Básica . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018. E- book. ISBN 9788595151895. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151895/. Acesso em: 14 mar. 2023. JAMESON, J L.; FAUCI, Antônio S.; KASPER, Dennis L.; e outros Medicina interna de Harrison - 2 volumes . [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2019. E-book. ISBN 9788580556346. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556346/. Acesso em: 14 mar. 2023. Cheinquer, Hugo, et al. "Tratamento das hepatites virais: tratamento das formas crônicas." Tratado de hepatites virais. 2002. 545-601. JOÃO PESSOA - PB 25/03/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins ABDOME AGUDO Defina, citando exemplos, os cinco tipos de abdome agudo. ABDOME AGUDO JOÃO PESSOA - PB 25/03/2023 Abdome agudo é uma síndrome clínica caracterizada por dor na região abdominal, não traumática, súbita e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas e que necessita de diagnóstico e conduta terapêutica imediata, cirúrgica ou não. A classificação mais utilizada do abdome agudo é de acordo com o seu processo desencadeante: (1) ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO: Processo inflamatório/infeccioso ao peritônio e às modificações do funcionamento do trânsito intestinal. Nas fases iniciais há ainda pouca atividade inflamatória com aumento da efusão peritoneal e quimiotaxia de células inflamatórias. Já nas fases tardias existe uma exuberante resposta inflamatória com formação de fibrina, aderências, pus, e, por fim, fibrose. Suas principais etiologias são: Apendicite aguda; Colecistite aguda; Pancreatite aguda; Diverticulite aguda. Clínica: Dor abdominal de início insidioso e intensidade progressiva; Náuseas e vômitos; Febre; Obstipação. (2) ABDOME AGUDO PERFURATIVO: Extravasamento de secreção luminal na cavidade temos uma inflamação peritoneal de natureza química de intensidade variável, seguida de invasão bacteriana secundária e progressivo processo infeccioso, com repercussões locais e sistêmicas. Diferentemente do abdome agudo inflamatório, ocorre por perfuração de uma víscera oca. Diagnósticos etiológicos: Úlceras peptídica perfurada; Divertículos; Corpos estranhos. Clínica: Dor de início súbito e intenso, difusa em todo abdome, agravada com movimentação e irritação peritoneal por derrame de conteúdo de vísceras ocas no peritônio. A clínica pode ser acompanhada de sinais de sepse, hipotensão JOÃO PESSOA - PB 25/03/2023 ou choque a depender da gravidade do caso. (3) ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO: síndrome caracterizada por presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve a interrupção da progressão do conteúdo intestinal. Situação de emergência na qual se encontra um fator obstrutivo em trato gastro intestinal (TGI). Etiologias: hérnia estrangulada, aderências, doença de Crohn, neoplasia intestinal, diverticulites, fecaloma, impactação por bolo de arcaris, íleo paralítico, oclusão vascular. Complicações: Paciente pode apresentar sinais de desidratação ou choque hipovolêmico. A presença de sensibilidade/reatividade à palpação abdominal pode sugerir peritonite secundária ao estrangulamento de alças. A presença de massas abdominais sugere processo inflamatório ou neoplásico. (4) ABDOME AGUDO ISQUÊMICO: Representado pela isquemia mesentérica ou intestinal por fornecimento inadequado de oxigênio para o intestino, que necessita de intervenção médica imediata por ser potencialmente fatal. Principais fatores de risco: Doenças crônicas; Má formação arteriovenosa; Medicações vasoconstritoras (opioides, imunomoduladores e cocaína). Sintomas: dor abdominal intensa, desproporcional as alterações do exame físico. Os fatores de risco associados é idade avançada, doença vascular, fibrilação arterial, doenças valvares, cardiopatias, hipercoagulaçao. Embora seja raro, possui uma alta mortalidade. (5) ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO: pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre a 5ª e 6ª décadas de vida; em geral a dor aumenta progressivamente e pode ser acompanhado de manifestações de choque hipovolêmico.. Etiologias comuns: Gravidez ectópica rota; Ruptura de aneurisma de aorta; Rotura de baço. Sintomas: Alteração hemodinâmica: choque hipovolêmico hemorrágico; taquicardia; hipotensão; palidez; pulsos finos; taquipneia; alteração do nível de consciência; dor abdominal com ou sem irritação peritoneal; Referências: Feres, Omar, and Rogério Serafim Parra. "Abdômen agudo." Medicina JOÃO PESSOA - PB 25/03/2023 (Ribeirão Preto) 41.4 (2008): 430-436. Brunetti, Adriano, and Sandro Scarpelini. "Abdômen agudo." Biblioteca Escolar em Revista 40.3 (2007): 358-367. Francisco, Marina Celli, et al. "Abdome agudo obstrutivo: revisando pontos fundamentais." Rev. imagem (2008): 51-60. Dani, Renato, e Maria do Carmo Friche Passos. Gastroenterologia Essencial, 4ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2011. Norris, Tommie L. Porth - Fisiopatologia . Disponível em: Minha Biblioteca, (10ª edição). Grupo GEN, 2021. See More. JOÃO PESSOA - PB 29/03/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas OrgânicosIntegrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins LITÍASE URINÁRIA Em relação à composição, quais os tipos de cálculos urinários? O que podemos fazer para evitar a formação de cálculos urinários? JOÃO PESSOA - PB 29/03/2023 Os cálculos originam-se em todos os segmentos do trato urinário, principalmente na pelve renal, depois nos cálices e, em seguida, na bexiga. Existem quatro tipos principais de cálculos: (1) de sais de cálcio; (2) de fosfato de amônia e magnésio; (3) de ácido úrico; (4) de cistina. Em todos os cálculos, existe uma matriz orgânica de mucoproteínas, que corresponde a 1 a 5% do peso do cálculo. Os cálculos de sais de cálcio são os mais frequentes (60 a 75%). São radiopacos e formados por oxalato, fosfato ou carbonato de cálcio, ou mistos, especialmente oxalato de cálcio em mistura com fosfato de cálcio. Os cálculos de oxalato, geralmente pequenos, duros, nodulares ou triangulares, têm cor escura (por sangue alterado), pardacenta ou acinzentada; os de carbonato são branco-acinzentados, estratificados, raramente volumosos; os de fosfato apresentam-se brancos, com superfície e forma irregulares, ásperos, quebradiços, frequentemente volumosos, podendo preencher e moldar a pelve e os cálices. Os cálculos de fosfato de amônia e magnésio (15%) são geralmente múltiplos. Em geral, associam-se a infecções urinárias por bactérias que clivam a ureia em amônia; com isso, ocorre alcalinização da urina e precipitação de sais de fosfato de amônia e magnésio sobre núcleo de bactérias, células e muco. No início, esses cálculos são radiotransparentes, mas depois tornam-se radiopacos pela adição de fosfato de cálcio. Os cálculos de ácido úrico (5 a 8%) são esferoidais ou ovoides, pardo-amarelados, friáveis, lisos e radiotransparentes. São mais comuns em condições associadas a destruição celular (policitemia, leucemia e linfomas, especialmente sob tratamento com citotóxicos) e na gota. Podem surgir sem hiperuricemia ou hiperuricúria, possivelmente pela precipitação de cristais de ácido úrico em urina com pH baixo (5,5); isso ocorre em pacientes com diarreia crônica ou após ileostomia permanente com perda de fluidos alcalinos. Os cálculos de cistina (1 a 2%) têm aspecto radiado, apresentam cor verde-amarelada e estão associados a defeitos genéticos nos mecanismos tubulares de transporte de alguns aminoácidos (cistina, lisina, arginina e ornitina). Outros cálculos, ainda mais raros, resultam de distúrbios metabólicos congênitos (glicinúria, xantinúria). Várias medidas são indicadas para todos os doentes com litíase independentemente dos factores de risco subjacentes. São medidas de carácter preventivo e educativo, que muitas vezes envolvem mudanças de estilo de vida e um comprometimento diário algumas vezes difícil de manter. Uma medida de extraordinária importância consiste na . O objectivo desta é a diminuição da saturação urinária prevenindo as várias fases da litogénese. A orientação dietética é outra das estratégias importantes para a prevenção da litíase. No entanto foi demonstrado que uma dieta moderada em cálcio diminui o risco de litíase renal e que as dietas restritivas em cálcio têm alguns riscos, Assim é recomendada a ingestão de cálcio dietário de forma moderada, sendo os alimentos mais ricos em cálcio os produtos lácteos e seus derivados como leite, iogurte e o queijo. As proteínas animais e o sódio são implicados como importantes factores de risco para a formação de cálculos de cálcio. O sódio pode provocar hipercalciúrias por intercâmbio tubular renal com o cálcio. Assim é fundamental a limitação da ingestão de sódio e proteínas para as hipercalciúrias No doente com hiperuricosúria a dieta deve limitar a ingestão de carnes gordas (porco e pato) e jovens (frango, vitela, cabrito, leitão), órgãos e vísceras (miolos, fígado, coração, rins), peixes gordos (atum, sardinha, salmonete, cavala, anchova), conservas, mariscos, queijos e bebidas alcoólicas (cerveja). A restrição de alimentos ricos em oxalato é essencial nos doentes com hiperoxalúrias de origem dietética. Deve ser controlada a ingestão de espinafres, frutos secos (particularmente noz), morangos, chocolate, chá e bebidas de cola. Pode ainda ser importante a ingestão de produtos com elevado teor em fibras. Referências: Filho, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (10th edição). Grupo GEN, 2021. Freitas, Ronilson Ferreira, Débora Ribeiro Vieira, and Dorothea Schmidt França. "Prevenção de litíase urinária a partir de terapia de reposição de citratos de potássio e magnésio: relato de caso." Revista da Universidade Vale do Rio Verde 15.1 (2017): 49-53. JOÃO PESSOA - PB 29/03/2023 Gomes, Pedro Neto, et al. "Profilaxia da litíase renal." Acta Urol 22.3 (2005): 47-56. JOÃO PESSOA - PB 06/04/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins VENENO DAS SERPENTES Quais as diferenças de ação clínica dos venenos das serpentes encontradas no país? JOÃO PESSOA - PB 06/04/2023 No Brasil, quatro tipos de acidente são considerados de interesse em saúde: botrópico, crotálico, laquético e elapídico. Acidentes por serpentes não peçonhentas são relativamente frequentes, porém não determinam acidentes graves, na maioria dos casos, e, por isso, são considerados de menor importância médica. No Brasil, ocorrem quatro gêneros de serpentes venenosas, com dezenas de sub-espécies reconhe-cidas. Os gêneros Bothrops (jararacas) e Micrurus(corais) podem ser encontrados em todo o territórionacional, enquanto o gênero Crotalus (cascavéis) sedistribui preferencialmente pelo Sudeste e Sul e asLachesis (surucucus), na Região Amazônica. Os venenos ofídicos podem ser classificados de acordo com suas atividades fisiopatológicas, cujos efeitos são observados em nível local (região da picada) e sistêmico. A suscetibilidade está relacionada com condições ambientais favoráveis à existência das serpentes, como disponibilidade de alimento. A gravidade depende da quantidade de veneno inoculada, região atingida e espécie envolvida. Não existe imunidade adquirida contra o veneno das serpentes. Pode haver casos de picada em que não ocorre envenenamento (“picada seca”) e, nessas circunstâncias, não há indicação de soroterapia. Acidente botrópico: É causado por serpentes da família Viperidae, dos gêneros Bothrops e Bothrocophias (jararacuçu, jararaca, urutu, caiçaca, comboia). Manifestações locais – se evidenciam nas primeiras horas após a picada com a presença de edema, dor e equimose na região da picada, que progride ao longo do membro acometido. As marcas de picada nem sempre são visíveis, assim como o sangramento nos pontos de inoculação das presas. Bolhas com conteúdo seroso ou serohemorrágico podem surgir na evolução e dar origem à necrose cutânea. As principais complicações locais são decorrentes da necrose e da infecção secundária que podem levar à amputação e/ou déficit funcional do membro. JOÃO PESSOA - PB 06/04/2023 Manifestações sistêmicas – sangramentos em pele e mucosas são comuns (gengivorragia, equimoses à distância do local da picada); hematúria, hematêmese e hemorragia em outras cavidades podem determinar risco ao paciente. Hipotensão pode ser decorrente de sequestro de líquido no membro picado ou hipovolemia consequente a sangramentos, que podem contribuir para a instalação de insuficiência renal aguda. Acidente laquético: serpentes da família Viperidae, no caso a espécie Lachesis muta (surucucu-pico-de-jaca). A surucucu é a maior serpente peçonhenta do Brasil. As manifestações, tanto locais como sistêmicas, são indistinguíveis do quadro desencadeado pelo veneno botrópico. A diferenciação clínica se faz quando, nos acidentes laquéticos, estão presentes alterações vagais, como náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, hipotensão e choque. Acidente crotálico: causado pelas cascavéis (Família Viperidae, espécie Crotalus durissus). Manifestaçõeslocais – não se evidenciam alterações significativas. A dor e o edema são usualmente discretos e restritos ao redor da picada; eritema e parestesia são comuns. Manifestações sistêmicas – o aparecimento das manifestações neuroparalíticas tem progressão craniocaudal, iniciando-se por ptose palpebral, turvação visual e oftalmoplegia. Distúrbios de olfato e paladar, além de ptose mandibular e sialorreia podem ocorrer com o passar das horas. Raramente a musculatura da caixa torácica é acometida, o que ocasiona insuficiência respiratória aguda. Essas manifestações neurotóxicas regridem lentamente, porém são totalmente reversíveis. Pode haver gengivorragia e outros sangramentos discretos. Progressivamente, surgem mialgia generalizada e escurecimento da cor da urina (cor de “coca cola” ou “chá preto”). A insuficiência renal aguda é a principal complicação e causa de óbito Acidente elapídico: É causado pelas corais-verdadeiras (família Elapidae, gêneros Micrurus e Leptomicrurus). São amplamente distribuídos no país, com várias espécies que apresentam padrão característico com anéis coloridos. Manifestações locais – dor e parestesia na região da picada são discretos, não havendo lesões evidentes. Manifestações sistêmicas – fácies miastênica ou neurotóxica (comum ao acidente crotálico) constitui a expressão clínica mais comum do envenenamento por coral verdadeira; as possíveis complicações são decorrentes da progressão da paralisia da face para músculos respiratórios. Acidentes por serpentes não peçonhentas. A maioria das picadas causa apenas traumatismo local. Nos acidentes por Phylodrias (cobra-verde, cobra-cipó) e Clelia (muçurana, cobra-preta), podem haver manifestações locais, como edema, dor e equimose na região da picada, porém sem gravidade. JOÃO PESSOA - PB 06/04/2023 Referências: ACIDENTES OFÍDICOS - Acidentes por animais peçonhentos. Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. Secretaria de Vigilância em Saúde / MS. Disponível em: https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201611/03110835-1402342405-guia- de-vigilancia-epidemiologica-7ed-anipec.pdf. Acesso em: 06 abr. 2023. Azevedo-Marques, Marisa M., Palmira Cupo, and Sylvia Evelyn Hering. "Acidentes por animais peçonhentos: serpentes peçonhentas." Medicina (Ribeirão Preto) 36.2/4 (2003): 480-489. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/777/789. Acesso em: 06 abr. 2023. https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/777/789 https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201611/03110835-1402342405-guia-de-vigilancia-epidemiologica-7ed-anipec.pdf https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201611/03110835-1402342405-guia-de-vigilancia-epidemiologica-7ed-anipec.pdf https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/777/789 JOÃO PESSOA - PB 12/04/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins Quais as funções dos anticorpos? O que define um tipo de anticorpo? Quais são as diferenças entre eles? JOÃO PESSOA - PB 12/04/2023 Os anticorpos reconhecem e se ligam a antígenos. O reconhecimento altamente específico de antígenos é essencial para a resposta imune adquirida. Duas principais moléculas estão envolvidas nesse processo: anticorpos (imunoglobulinas) e receptores de antígenos de células T (TCR). Os anticorpos são glicoproteínas expressas como: receptores nas membranas dos linfócitos B ou moléculas solúveis (secretadas pelos plasmócitos) presentes no soro e fluidos teciduais. O contato entre o receptor de linfócitos B, em um determinado linfócito B, e o antígeno resulta na ativação e diferenciação do linfócito B para gerar um clone de plasmócitos que secreta grandes quantidades de anticorpos. Cada clone secreta apenas um tipo de anticorpo com especificidade única. O anticorpo secretado tem a mesma especificidade de ligação do receptor do linfócito B original. Os anticorpos pertencem a uma família de glicoproteínas. Cinco classes distintas de anticorpos são encontradas na maioria dos mamíferos, denominadas IgG, IgA, IgM, IgD e IgE. Elas diferem em: tamanho, por exemplo, o número de cadeias polipeptídicas; carga; sequência de aminoácidos conteúdo de carboidrato. Imunoglobulina A (IgA): É a segunda imunoglobulina em maior quantidade no organismo. Uma de suas funções é fazer a proteção dos tecidos das mucosas contra a invasão de microrganismos. Segundo o UpToDate, ela pode ser encontrada nas lágrimas, leite materno, saliva, secreções do trato respiratório etc. Imunoglobulina G (IgG):Rsponsáveis por neutralizar as toxinas liberadas pelos agentes infecciosos. Auxilia no processo anti-inflamatório e armazena memória específica contra um antígeno. É a imunoglobulina em maior concentração no sangue. Imunoglobulina M (IgM): se apresenta em maiores quantidades na fase inicial da infecção, realizando a tarefa de receber e avisar o corpo sobre os agentes invasores. Fica localizado no meio intravascular e na superfície dos linfócitos B. Imunoglobulina E (IgE): relacionada às doenças alérgicas. Uma de suas principais funções é proteger os indivíduos contra enfermidades causadas por parasitas, especialmente helmintos e alguns tipos de protozoários. Determinante de reações alérgicas que fica na superfície dos mastócitos e basófilos. Imunoglobulina D (IgD): relacionada às membranas dos linfócitos B imaturos. Ao contrário da IgG, que é abundante no nosso corpo, a IgD está disponível em pequenas quantidades na corrente sanguínea. Considerado um ativador de células para proteger o organismo; JOÃO PESSOA - PB 12/04/2023 Referências: MALE, David. Imunologia . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2014. E-book. ISBN 9788595151451. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151451/. Acesso em: 12 abr. 2023. COSTA, Diogo Miguel Antunes. Aplicações terapêuticas dos anticorpos monoclonais. 2015. Tese de Doutorado. DELVES, Peter J. ROITT - Fundamentos de Imunologia, 13ª edição . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788527733885. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527733885/. Acesso em: 12 abr. 2023. JOÃO PESSOA - PB 18/04/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins Triagem de IST's na gestação As patologias que devem ser rotineiramente consideradas na avaliação de uma gestante. JOÃO PESSOA - PB 18/04/2023 Alterações gestacionais, como imunossupressão relativa, mudanças anatômicas da gravidez e alterações hormonais, podem alterar o curso das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). As infecções na mãe podem impactar tanto a saúde materna quanto a fetal, e a transmissão pode se dar no período da gestação, durante o parto e no pós-parto. Dados do Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde (MS) sobre a prevalência de algumas DSTs em populações selecionadas de seis capitais brasileiras indicaram que, entre 3.303 gestantes, a prevalência de infecção por clamídia foi de 9,4%, de sífilis, 1,6% e de infecção gonocócica, 1,5%. Entre as DSTs virais, a maior prevalência corresponde ao papilomavírus humano (HPV), com 40,4%. O mesmo estudo indicou uma prevalência de 0,5% tanto para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) quanto para o vírus da hepatite B (HBV) e de 22,7% para o vírus herpes simples tipo 2 (HSV-2). O diagnóstico e o tratamento dessas infecções vão depender do tipo de infecção, do período de incubação, da apresentação clínica da doença, da disponibilidade de testes diagnósticos acurados e rápidos e de tratamento específico. Nas gestantes, os riscos do procedimento diagnóstico e terapêutico devem ser considerados. Sorologia para HIV, sífilis e HBV são, normalmente, realizadas durante as visitas de pré-natal, enquanto que, para clamídia e gonorreia, são usualmente negligenciadas. Além disso, não raramente, mesmo quando realizados estes testes sorológicos, muitasgestantes não chegam a ser informadas do resultado, quer seja por desorganização do sistema de saúde como um todo. Abordar-se-ão, durante o período gestacional, as principais DSTs: cancro mole, donovanose, gonorreia, clamidíase, herpes genital, infecção pelo HPV, infecção pelos vírus das hepatites B e C, linfogranuloma venéreo, sífilis e as vulvovaginites. Alterações fisiológicas do organismo materno podem mudar o curso das DSTs, bem como facilitar complicações obstétricas e neonatais. Ao se abordarem as particularidades da história natural e terapêutica no período gestacional das principais DSTs, acredita-se que a atenção e a conscientização copiosas por parte dos profissionais de saúde, principalmente, no tocante ao diagnóstico, devem ser as mais precoces possíveis, assim como o tratamento. Este, que muitas vezes apresenta limitações pela toxicidade inerente, deve preservar a integridade física da gestante e do concepto, afastando-o de riscos e complicações. O reforço às medidas de prevenção e ao tratamento do parceiro, por certo, também contribui de forma substancial para que essas ações sejam realmente efetivas. Nesse contexto, a triagem das DSTs durante o pré-natal é de importância fundamental tanto no diagnóstico precoce quanto no melhor manejo terapêutico. Referências: COSTA, Mariana Carvalho et al. Doenças sexualmente transmissíveis na gestação: uma síntese de particularidades. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 85, p. 767-785, 2010 Dela Justina, Tamires. "Caracterização das puérperas com infecções sexualmente transmissíveis na maternidade do Hospital Universitário de Santa Maria." (2019). Oliveira, Ana Julya Santos. "Mulheres e a abordagem sobre as IST: revisão narrativa." (2022). JOÃO PESSOA - PB 27/04/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins TRABALHO DE PARTO Quais os objetivos / propostas da avaliação inicial (primeira etapa do trabalho de parto) da gestante em trabalho do parto? Qual a propedêutica recomendada nesta etapa? E a amniotomia? Deve ser realizada? A gestante nesta etapa pode se alimentar? Quais as condições?. JOÃO PESSOA - PB 27/04/2023 A maioria das mulheres com gravidez normal e início de trabalho de parto espontâneo a termo terá um parto vaginal sem complicações. A progressão através do trabalho de parto é descrita em 3 etapas: a primeira fase do trabalho de parto (fase latente e fase ativa), o segundo estágio do trabalho de parto (é o tempo desde a dilatação cervical completa até o nascimento do recém-nascido) e a terceira fase do trabalho de parto (é o tempo desde o nascimento do bebê até a expulção da placenta e das membranas). No primeiro estágio do trabalho de parto normal, a gestante pode caminhar ou sentar em uma cadeira confortável conforme desejado. Quando a paciente está deitada na cama, a posição supina deve ser desaconselhada. As pacientes em trabalho de parto ativo devem evitar a ingestão de alimentos sólidos. Líquidos claros, pedaços de gelo ou preparações para umedecer a boca e os lábios devem ser permitidos. Quando quantidades significativas de líquidos e de calorias são requeridas devido ao trabalho de parto longo, eles devem ser administrados por via intravenosa. Fases da primeira fase do trabalho de parto: Fase latente definida como início de contrações uterinas dolorosas com algum grau de apagamento e dilatação cervical < 4-6 cm Fase ativa (trabalho de parto estabelecido): definida como contrações uterinas dolorosas regulares com apagamento cervical e dilatação cervical entre 4 e 10 cm . Duração da primeira fase do trabalho de parto: Duração média da fase latente não estabelecida. A duração da fase ativa varia de acordo com a mulher e a paridade: em mulheres nulíparas duração média de 8 horas e em mulheres multíparas a duração média é de 5 horas. JOÃO PESSOA - PB 27/04/2023 Avaliação: Considere partograma (registro pictórico do trabalho de parto) com linha de ação de 4 horas assim que o trabalho de parto ativo estiver estabelecido. Outras avaliações podem incluir: Temperatura materna e pressão arterial na admissão e a cada 4 horas. Pulso a cada hora. Documentação da frequência das contrações a cada 30 minutos. Frequência de esvaziamento da bexiga. Exame vaginal (antes do exame vaginal, confirmar que o exame é necessário e relevante para a tomada de decisão). Intervenções: Se a limpeza vaginal for necessária antes do exame vaginal durante a primeira fase do trabalho de parto, use água da torneira (antissépticos não recomendados). Encorajar a mulher a adotar qualquer posição que ela considere confortável durante o trabalho de parto, incluindo mobilização e posição ereta. Intervenções clínicas que não são recomendadas com o único propósito de prevenir o atraso no trabalho de parto incluem: Alívio da dor Amniotomia Amniotomia precoce com ocitocina precoce Ocitocina em mulheres com analgesia epidural. Outras intervenções clínicas não recomendadas rotineiramente quando o trabalho de parto está progredindo normalmente sem sinais de comprometimento materno ou fetal: Enema na admissão para reduzir o uso de intensificação do trabalho de parto não recomendado. Depilação perineal/púbica Irrigação vaginal com clorexidina. Antiespasmódicos. Manejo ativo da primeira fase do trabalho de parto: Definição de gerenciamento ativo varia, mas geralmente inclui: JOÃO PESSOA - PB 27/04/2023 Amniotomia precoce de rotina (ruptura artificial de membranas). Aumento de ocitocina se o progresso do trabalho de parto diminuir Exame vaginal a cada 2 horas. Suporte de trabalho contínuo individual Definição estrita de trabalho estabelecido A ruptura terapêutica das membranas fetais (amniotomia) tem sido amplamente desacreditada como um meio de indu-ção quando utilizada isolada. Além disso, a ruptura artificial das membranas aumenta o risco de corioamnionite e a necessidade de antibióticos (especialmente se o trabalho de parto é prolon-gado), bem como o risco de prolapso de cordão se a parte de apresentação não está encaixada. A amniotomia pode, contudo, fornecer informação sobre o volume de líquido amniótico e a presença de mecônio. Além disso, a ruptura das membranas pode causar um aumento na contratilidade uterina. A amnioto-mia não deve ser realizada rotineiramente. Ela deve ser utilizada quando a monitoração uterina ou fetal interna é requerida e pode ser útil quando a intensificação da contratilidade uterina na fase ativa do trabalho de parto é indicada. Deve-se tomar cuidado na palpação do cordão umbilical e evitar deslocar a cabeça fetal. A frequência cardíaca fetal deve ser registrada antes, durante e imediatamente após o procedimento. O manejo ativo com amniotomia e reposição de ocitocina não é recomendado rotineiramente em mulheres de baixo risco com partos vaginais de evolução normal. Referências: DECHERNEY, Alan H.; NATHAN, Lauren; LAUFER, Neri; e outros CURRENT ginecologia e obstetrícia: diagnóstico e tratamento: Grupo A, 2014. E-book. ISBN 9788580553246. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553246/. Acesso em: 27 abr. 2023. DynaMed. Gestão de Trabalho de Rotina. Serviços de informação da EBSCO. Acessado em 27 de abril de 2023. Disponível em: https://www.dynamed.com/management/management-of-routine-labor. Acesso em: 27 abr. 2023. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553246/ https://www.dynamed.com/management/management-of-routine-labor https://www.dynamed.com/management/management-of-routine-labor JOÃO PESSOA - PB 27/04/2023 JOÃO PESSOA - PB 10/05/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins TIPOS DE ABORTO Quais os tipos de aborto? JOÃO PESSOA - PB 10/05/2023 O abortamento é a expulsão de feto pesando menos de 500 g ou com menos de 20 semanas de gestação(Organização Mundial da Saúde [OMS], 1976; Fédération Internationale de Gynécologie et d’Obstétrique [FIGO], 1976), podendo ser espontâneo ou provocado. Pontos-chave 1. Em gestações diagnosticadas clinicamente, 10% terminam espontaneamente até 12 semanas, representando 80% de todos os abortamentos. 2. As cromossomopatias são responsáveis por 60% dos abortamentos esporádicos do 1o trimestre; a anormalidade mais comum é a síndrome de Turner (45,X0), com incidência de 19%. 3. Metade das mulheres com ameaça de abortamento aborta. 4. O diagnóstico definitivo de gravidez inviável será realizado quando o CCN for ≥ 7 mm e não houver BCF, ou o SG for ≥ 25 mm e não estiver presente embrião. 5. O abortamento habitual tem sido definido recentemente como a perda de duas ou mais gestações. 6. Entre as causas do abortamento habitual estão: alterações cromossômicas, SAF, doenças endócrinas, anomalias uterinas, insuficiência cervical. 7. Em mais de 50% das vezes não se consegue identificar a causa do abortamento habitual, e, mesmo assim, a probabilidade de uma nova gravidez normal é da ordem de 70%. 8. O tratamento da SAF com heparina e AAS é bem-sucedido em 70% dos casos. 9. O cariótipo anormal do embrião no material de abortamento habitual é indicativo de que essas mulheres abortam por acaso. 10. O tratamento da insuficiência cervical é feito com a cerclagem do colo uterino. Constituem tipos clínicos de abortamento: Ameaça de abortamento Abortamento inevitável Abortamento completo Abortamento incompleto Abortamento infectado Abortamento habitual JOÃO PESSOA - PB 10/05/2023 Insuficiência cervical. 1) Ameaça de abortamento: Consiste, fundamentalmente, em hemorragia, que traduz anomalia decidual e/ou descolamento do ovo, e dor, sinal de contração uterina. (Hematoma subcoriônico. SG, saco gestacional; H, hematoma) 2) Abortamento inevitável: O diagnóstico não oferece dificuldades. O episódio é, quase sempre, precedido por período de ameaça de abortamento; excepcionalmente, pode manifestar-se pela primeira vez no estágio de iminente expulsão. As hemorragias tendem a ser mais abundantes que as da fase de ameaça, e o sangue apresenta cor viva. 3) Abortamento completo: É frequente até 8 semanas de gestação. Considera-se abortamento completo quando, após a expulsão do ovo, cessam as cólicas e o sangramento reduz-se a perdas muito discretas. Só a evolução do caso confirma o diagnóstico. JOÃO PESSOA - PB 10/05/2023 Ultrassonografia. “Útero vazio” é indicação certa de abortamento completo. Ecos intrauterinos centrais e escassos ou moderados podem representar coágulos sanguíneos, decídua, glândulas endometriais e placenta. 4) Abortamento incompleto: Está relacionado com a eliminação parcial do ovo, que causa hemorragia persistente e é terreno propício à infecção. O abortamento incompleto é comum após 8 semanas de gestação, quando as vilosidades coriônicas ficam aderidas ao útero. Ultrassonografia. Massa focal ecogênica caracteriza o diagnóstico de restos ovulares. 5) Abortamento infectado: O abortamento infectado sucede, quase sempre, à interrupção provocada em más condições técnicas, mas esta não é sua única origem. Espontâneo ou intencional, há sempre antecedentes que a anamnese esclarece: abortamento incompleto, manipulação instrumental cavitária, introdução de sondas, laminárias, soluções diversas. Os microrganismos causadores são os existentes na flora normal do sistema genital e dos intestinos: cocos anaeróbios (peptococos, peptostreptococos), E. coli, bacteroides, Clostridium perfringens. JOÃO PESSOA - PB 10/05/2023 6) Abortamento retido: O útero retém o ovo morto por dias ou semanas. Após a morte fetal, pode ou não haver sangramento vaginal. O útero mantém-se estacionário e pode até diminuir. A ultrassonografia não exibe BCF após o embrião ter atingido ≥ 7 mm ou se o SG for ≥ 25 mm e o embrião estiver ausente. Nas retenções prolongadas do ovo morto (mais de 4 semanas), os distúrbios da hemocoagulação constituem a complicação mais temida. Ovo morto retido. Ultrassonografia de 6 semanas – multiplanar e superfície. Batimento cardiofetal ausente. 7) Abortamento habitual: JOÃO PESSOA - PB 10/05/2023 Definido como a perda de duas ou mais gestações. Esse conceito é considerado inovador, haja vista que a maioria dos autores continua definindo abortamento habitual como a perda de três ou mais gestações consecutivas. A idade materna e o número de abortamentos anteriores são dois fatores de risco independentes para uma nova interrupção. A idade materna avançada está associada a declínio tanto no número como na qualidade dos oócitos remanescentes. A idade paterna também tem sido reconhecida como fator de risco. Ovo anembrionado. 8) Insuficiência cervical: É uma das principais causas de abortamento habitual tardio ou de parto pré-termo extremo. A “dilatação cervical é sem dor” e o feto nasce vivo e morfologicamente normal. A insuficiência cervical costuma ser precedida por história de traumatismo cervical causado por conização, laceração cervical no parto ou dilatação exagerada do colo em casos de interrupção provocada da gravidez e defeitos müllerianos. JOÃO PESSOA - PB 10/05/2023 Não há nenhum teste diagnóstico pré-concepcional recomendado para confirmar insuficiência cervical. O achado sonográfico de colo curto no 2o trimestre, embora esteja associado a risco aumentado de parto pré-termo, não é suficiente para diagnosticar a insuficiência cervical, quando está ausente a história clínica. Insuficiência cervical aguda com dilatação do colo e herniação das membranas. REFERÊNCIA: MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia Fundamental, 14ª edição . Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732802/. Acesso em: 10 mai. 2023. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732802/ JOÃO PESSOA - PB 17/05/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins CÂNCER DE MAMA Quais os fatores que aumentam, diminuem e os fatores inconclusivos para alteração do risco de câncer de mama nas mulheres? JOÃO PESSOA - PB 17/05/2023 O câncer consiste em uma enfermidade crônica, caracterizada pelo crescimento celular desordenado, o qual é resultante de alterações no código genético. Entre 5% a 10% das neoplasias são resultados diretos da herança de genes relacionados ao câncer, mas grande parte envolve danos ao material genético, de origem física, química ou biológica, que se acumulam ao longo da vida. Apesar da importância de se conhecer os fatores envolvidos na etiologia do câncer de mama, visto que é um importante problema de Saúde Pública mundial, alguns deles ainda não estão bem elucidados. Quem é mais afetado? Mulheres > 40-50 anos. 95% dos novos casos ocorrem em mulheres > 40 anos Cerca de 20% ocorrem em mulheres < 50 anos Fatores de risco prováveis: Para a maioria das mulheres, o aumento da idade é o fator de risco mais importante para o câncer de mama. Fatores de risco genéticos e familiares para câncer de mama incluem: História familiar de câncer de mama Mutação BRCA Condições genéticas raras (por exemplo, síndrome de Li-Fraumeni). Fatores demográficos, como idade associada ao risco de câncer de mama. Vários elementos da história reprodutiva e exposição hormonal associados ao aumento do risco de câncer de mama, especialmente: Idade mais jovem no primeiro período menstrual Nuliparidade ou paridade inferior Idade mais avançada ao primeiro nascimento vivo Idade avançada na menopausa Terapia de reposição hormonal. Fatores de estilo de vida que afetam o risco de câncer de mama incluem: Aumento do índice de massa corporal e ganho de peso em mulheres na pós- https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#FAMILY_HISTORY_OF_BREAST_CANCER https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#BRCA_MUTATIONhttps://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#RARE_GENETIC_CONDITIONS_ASSOCIATED_WITH_INCREASED_RISK_OF_BREAST_CANCER https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#DEMOGRAPHICS https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#REPRODUCTIVE_GENERAL_INFORMATION https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#REPRODUCTIVE_GENERAL_INFORMATION https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#INCREASED_BODY_MASS_INDEX__BMI_ JOÃO PESSOA - PB 17/05/2023 menopausa Uso de álcool Uso do tabaco. Elementos da história médica, como: Hiperplasia atípica da mama e carcinoma in situ Densidade mamográfica Câncer anterior. Exposições ambientais, como exposição à radiação. Fatores não associados a risco aumentado: Fatores associados a um risco diminuído: Certos fatores genéticos, como o polimorfismo do fator de crescimento transformador (TGF)-beta-1 Fatores de estilo de vida: maior ingestão de fibras dietéticas, níveis séricos de vitamina D mais altos, maior ingestão dietética de cálcio (≥ 650 mg/dia) e vitamina D (≥ 350 mg/dia). História reprodutiva:: ≥ 10 partos, infertilidade devido a um distúrbio ovulatório. PREVENÇÃO Mudanças de estilo de vida: Recomendações: Diretrizes da American Cancer Society (ACS) para dieta e atividade física para prevenção do câncer: Atingir e manter um peso corporal saudável ao longo da vida; isso inclui manter o peso corporal dentro de uma faixa saudável e evitar o ganho de peso quando adulto. Ser fisicamente ativo. Ser um padrão alimentar saudável independentemente da idade. Evite álcool se possível; se o paciente optar por beber álcool, incentive a limitação do consumo a ≤ 1 bebida/dia para mulheres e ≤ 2 bebidas/dia para homens. https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#ALCOHOL_USE https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#TOBACCO_USE https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#CARCINOMA_IN_SITU_AND_OTHER_HISTOLOGIC_LESIONS https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#MAMMOGRAPHIC_DENSITY https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#PRIOR_CANCER https://www.dynamed.com/condition/risk-factors-for-breast-cancer#PRIOR_RADIATION_THERAPY JOÃO PESSOA - PB 17/05/2023 Recomendações para organizações públicas, privadas e comunitárias incluem trabalhar em conjunto para implementar políticas e mudanças ambientais para: apoiar o aumento do acesso a alimentos nutritivos e acessíveis, fornecer oportunidades seguras e acessíveis para a atividade física e limitar o álcool para todos os indivíduos.. 1) Atividade física: aumento da atividade física associado a maior redução do risco de câncer de mama. 2) Dieta: dieta com baixo teor de gordura. 3) Limitação da ingestão de álcool. 4) Quimioprevenção. 5) Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), incluindo aspirina. O uso de AINEs pode estar associado a risco reduzido de câncer de mama. nem todos os estudos encontram consistentemente risco reduzido com o uso de AINEs. 6) Mastectomia profilática: procedimento de remoção da mama que é feito antes mesmo do câncer ser encontrado. 7)Histerectomia e ooforectomia. Outras estratégias de prevenção: Evidências inconsistentes de associação entre o uso de bisfosfonatos para osteoporose e diminuição do risco de câncer de mama em mulheres na pós-menopausa. JOÃO PESSOA - PB 17/05/2023 Referências: Inumaru, Lívia Emi, Érika Aparecida da Silveira, and Maria Margareth Veloso Naves. "Fatores de risco e de proteção para câncer de mama: uma revisão sistemática." Cadernos de Saúde Pública 27.7 (2011): 1259-1270. DynaMed. Câncer de Mama em Mulheres. Serviços de informação da EBSCO. Acessado em 17 de maio de 2023. https://www.dynamed.com/condition/breast-cancer-in-women https://www.dynamed.com/condition/breast-cancer-in-women JOÃO PESSOA - PB 24/05/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins Moduladores Seletivos dos Receptores de Estrogênio O que são Moduladores Seletivos dos Receptores de Estrogênio? (SERM's) Quais as indicações de uso? JOÃO PESSOA - PB 24/05/2023 O termo modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM – selective estrogen receptor modulator) designa moléculas que se ligam ao receptor estrogênico com ações agonistas e antagonistas, em tecidos específicos. Como resultante, estas moléculas apresentam efeitos estrogênicos e antiestrogênicos em vários órgãos. Os SERMs são tipicamente variações da molécula de 17-β estradiol e podem ser classificados, de acordo com sua estrutura central, e subclassificados, de acordo com a cadeia lateral na região afetora hélice 12. Os mais conhecidos são os trifeniletilenos, como o tamoxifeno, mas sua aplicação tem sido limitada pela estimulação endometrial. Uma segunda classe é a dos benzotiofenos, que inclui o raloxifeno e o arzoxifeno. Há ainda os SERMs indole-based como o bazedoxifeno e outras duas classes, os benzopiranos e os naftalenos (por exemplo, o lasofoxifeno). As diferenças moleculares, as mudanças conformacionais específicas induzidas pela ligação de cada SERM e as variadas interações resultantes, com proteínas celulares, entre outros fatores, são responsáveis pela atividade moduladora intrínseca de cada SERM e por suas ações específicas em cada tecido. Dos vários SERMs desenvolvidos até o momento, o raloxifeno é aprovado para a prevenção e o tratamento de osteoporose na pósmenopausa e para o câncer de mama ER-positivo; o tamoxifeno, para a prevenção e o tratamento do câncer de mama ER- positivo na pós-menopausa; e o clomifeno, primeiro SERM a ser estudado e empregado clinicamente, para infertilidade. CLOMIFENO O citrato de clomifeno (CC) é, por sua estrutura química, um cloroetileno. Usado para tratamento da infertilidade feminina em mulheres normogonádicas e normogonadotróficas, o clomifeno consiste numa mistura racêmica de isômeros cis- e trans-: enclomifeno e zuclomifeno. O zuclomifeno, mais potente para a indução de ovulação, tem atividade antiestrogênica e levemente estrogênica, enquanto o enclomifeno é inteiramente antiestrogênico. TAMOXIFENO É uma das drogas antineoplásicas mais comumente prescritas no mundo, atuando como antagonista do estrogênio na mama e agonista no endométrio. É amplamente utilizado no tratamento e na quimioprevenção em mulheres de alto risco para câncer de mama na pré- e pós-menopausa. RALOXIFENO O raloxifeno é um composto não esteroide, poli-hidroxilado, pertencente à classe dos benzotiofenos. Utilizado atualmente como agonista parcial do estrogênio no osso, prevenindo fraturas vertebrais e perda da densidade mineral óssea. Atualmente, cerca de 500.000 mulheres estão em uso de raloxifeno no mundo para o manejo da osteoporose. TOREMIFENO Desenvolvido para melhorar o perfil de risco-benefício do tamoxifeno, o toremifeno é também um trifeniletileno que pode ser usado no tratamento do câncer de mama.O toremifeno parece inibir a proliferação celular nos tecidos mamário e endometrial, além de induzir apoptose e inibir a entrada de células tumorais da mama em mitose. O JOÃO PESSOA - PB 24/05/2023 toremifeno parece ainda ter menos efeitos genotóxicos e carcinogênicos do que o tamoxifeno, além de diminuir o colesterol total e o LDL e promover um aumento do HDL, sem afetar os triglicérides BAZEDOXIFENO De forma semelhante ao raloxifeno, o bazedoxifeno reduz o risco de fraturas vertebrais, mas não influencia significativamente a incidência de fraturas não vertebrais. LASOFOXIFENO Pertence à classe dos naftalenos. Promove aumento da densidade mineral óssea superior ao obtido com raloxifeno na coluna lombar e em grau semelhante no quadril. Também reduz os marcadores de remodelação óssea e o LDL mais efetivamente que o raloxifeno. Este SERM também promove redução do risco de câncer de mama ER- positivo, mas tem sido associado com incidência aumentadade sangramento vaginal e espessamento endometrial, além de pólipos, embora não tenha sido documentada maior incidência de câncer endometrial. ARZOXIFENO O arzoxifeno é outro SERM potente, da classe dos benzotiofenos, sendo investigado para a prevenção e o tratamento da osteoporose e quimioprevenção do câncer de mama. Recentemente, demonstrou-se que o arzoxifeno é menos efetivo do que o tamoxifeno no tratamento do câncer de mama e, apesar de reduzir a incidência de fraturas vertebrais, não promove efeito benéfico na redução das fraturas não vertebrais. OUTROS SERMS Pequenos estudos de vários outros SERMs, incluindo ospemifeno, pipendoxifeno, HMR-3339 e fulvestrante, estão sendo delineados ou conduzidos para a prevenção e o tratamento do câncer de mama e da osteoporose da pós-menopausa, além dos benefícios do toremifeno na prevenção de fraturas em homens submetidos à supressão gonadal para o tratamento do câncer de próstata. JOÃO PESSOA - PB 24/05/2023 Referências: Ferreira, Márcia Cristina França, et al. "Moduladores seletivos do receptor estrogênico: novas moléculas e aplicações práticas." Femina (2011). McDonnell, Donald P. "A farmacologia molecular dos SERMs." Trends in Endocrinology & Metabolism 10.8 (1999): 301-311. JOÃO PESSOA - PB 30/05/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins História natural da infecção pelo HIV Como é a história natural da infecção pelo HIV? JOÃO PESSOA - PB 30/05/2023 Após sua entrada no corpo através das membranas mucosas ou do sangue, o HIV fica preso nos gânglios linfáticos regionais. A presença do HIV, como a presença de qualquer outro estímulo antigênico, causa ativação de linfócitos CD4 e macrófagos ganglionares, que passam a secretar citocinas como fator de necrose tumoral (TNF) e interleucina-6. Essas citocinas causam maior ativação de números crescentes de linfócitos, com maior expressão de moléculas CD4 em sua superfície. O HIV tem a capacidade de aderir a essas moléculas, penetrando assim nos linfócitos CD4. O HIV se espalha para outros órgãos do sistema linfático através da migração de linfócitos infectados, e a reprodução maciça do vírus começa neste ponto tanto no tecido linfático quanto no sangue. Linfócitos CD8 citotóxicos destroem linfócitos CD4 infectados que expressam antígenos virais em sua superfície, e anticorpos direcionados a diferentes antígenos virais ligam-se a partículas virais que são aprisionadas e destruídas por células do sistema dendrítico folicular nos linfonodos. Desta forma, o número de células produtoras de HIV e o número de partículas virais circulantes no sangue diminuem, e a infecção está parcialmente controlada A carga viral nos gânglios linfáticos é 5 a 10 vezes maior que a carga no sangue, e a quantidade de vírus produzida nos gânglios é 10 a 100 vezes maior que a produzida no sangue. Esses eventos correspondem à fase de latência clínica da doença. e a quantidade de vírus produzida nos gânglios é 10 a 100 vezes maior que a produzida no sangue. Esses eventos correspondem à fase de latência clínica da doença. e a quantidade de vírus produzida nos gânglios é 10 a 100 vezes maior que a produzida no sangue. Esses eventos correspondem à fase de latência clínica da doença. Depois de vários anos, essa inflamação constante nos gânglios acaba destruindo sua arquitetura normal, essencial para filtrar o vírus e mantê-lo preso dentro deles. De maneira semelhante, as respostas imunes celulares e humorais que mantêm a reprodução viral sob controle são perdidas. O resultado final é um aumento explosivo na reprodução viral, os linfócitos CD4 caem acentuadamente e as infecções oportunistas e neoplasias que definem a AIDS começam a aparecer. Esses eventos finais ocorrem, em média, 7 a 10 anos após contrair a infecção. JOÃO PESSOA - PB 30/05/2023 Referências: NUNES, Danilo Ferreira. "História natural da infecção pelo hiv: avaliação da atividade natural killer." (1996): 70-70. Silva Filho, Nelson. "O manejo psicoterápico e a história natural da AIDS." Mudanças-Psicologia da Saúde 16.1 (2008): 27-36. Trigo, Diva, e João Borges da Costa. "Infecção VIH: epidemiologia, história natural e diagnóstico." Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia 74.4 (2016): 371-374. JOÃO PESSOA - PB 31/05/2023 FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA Sistemas Orgânicos Integrados IV Tecnologias da Informação e Comunicação Aluna: Emillyn Gomes Lins Hiperplasia Prostática Benigna Quais as estratégias farmacológicas disponíveis para o tratamento clínico da hiperplasia benigna da próstata? JOÃO PESSOA - PB 31/05/2023 A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma das patologias mais comuns nos homens a partir da quinta década de vida, podendo associar-se a sintomas do trato urinário inferior (STUI ou LUTS). A doença costuma interferir nas atividades diárias e no padrão do sono dos pacientes e, quando não tratada, pode levar à retenção urinária, hidronefrose e insuficiência renal. O quadro clínico é variável, podendo apresentar sintomas intermitentes ou progressivos. Alguns pacientes apresentam STUI mesmo sem crescimento expressivo da próstata, da mesma forma que algumas pessoas com aumento prostático significativo podem permanecer oligossintomáticas. A decisão sobre o tratamento deve ser individualizada e compartilhada com o paciente. As principais opções de manejo são: expectante/conservador e medicamentoso. MEDICAMENTOSO Indica-se o uso de medicamentos quando a pessoa apresenta sintomas leves que causam prejuízo à qualidade de vida e pessoas com sintomas moderados a graves. Os medicamentos da classe alfa-bloqueadores causam benefício imediato dos sintomas, enquanto os inibidores da 5-alfa-redutase requerem um tratamento em longo prazo. A) α-BLOQUEADORES: Indicação: monoterapia é indicada especialmente em sintomas leves que causam prejuízo para qualidade de vida ou sintomas moderados. Ação: relaxamento da musculatura lisa do colo vesical, uretra prostática e cápsula prostática. Provoca alívio dos sintomas de forma mais rápida que os inibidores da 5-αredutase. Medicamentos: doxazosina, tansulosina, terazosina, alfusozina. Apresentam eficácia semelhante e dose-dependente. Recomenda-se iniciar com doxasozina 2 mg, via oral, 1 vez ao dia na hora de dormir, para reduzir sintomas de hipotensão postural, reavaliando resposta sintomática em 2 a 4 semanas para aumento da dose para 4 mg. Pode optar por utilizar 4 mg da terazosina, 10 mg da alfuzosina ou 0,4 mg da tansulosina. As doses máximas toleráveis geralmente consideradas são de 8 mg para a doxasozina, 0,8 mg para a tansulosina e 10 mg para a terazosina. Não há vantagens em se associar dois agentes α-bloqueadores Efeitos colaterais: hipotensão ortostática, disfunção ejaculatória, cefaleia, vertigem e congestão nasal. B) INIBIDORES DA 5-α-REDUTASE: Indicação: pacientes sintomáticos com próstata maior que 40 mg ou PSA > 1,4 ng/ml. Pode-se optar pela monoterapia em pacientes com efeitos colaterais JOÃO PESSOA - PB 31/05/2023 intoleráveis aos αbloqueadores. Ação: seus efeitos estão baseados na redução dos níveis séricos e intraprostáticos da di-hidrotestosterona. Podem reduzir o volume da próstata em 20% a 30% com o uso prolongado (cerca de 6 a 12 meses). Estudos mostram que seu uso por mais de 12 meses melhora sintomas e reduz o risco de retenção urinária aguda e cirurgia. Os resultados na diminuição dos sintomas são inferiores aos α-bloqueadores, sendo sua utilização inapropriada em pacientes que não apresentem aumento significativo da próstata. Medicamento: finasterida. Recomenda-se dose de 5 mg ao dia, via oral. Avaliar melhora dos sintomas após 3 a 6 meses. Efeitos colaterais: principalmente relacionados à disfunção sexual (impotência, redução da libido e disfunção ejaculatória), sendo reversíveis após a descontinuação do tratamento e uso em longo prazo. C) TERAPIA COMBINADA (associação