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PESSOA NATURAL PERSONALIDADE A PESSOA Pessoa é todo ente físico ou jurídico suscetível de direitos e obrigações (sujeitos de direito). Pessoa natural ou física é todo ser humano considerado como sujeito de direitos e deveres. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil – Art. 1CC. Relação jurídica é toda relação da vida social regulada pelo Direito. O Sujeito da relação jurídica sempre será o ser humano. Personalidade jurídica é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações, • Destaca Caio Mário da Silva Pereira que “ a personalidade não depende de consciência ou vontade do indivíduo, pois “a criança, mesmo recém- nascida, o louco, o portador de enfermidade que desliga o indivíduo do ambiente físico ou moral, não obstante a ausência de conhecimento da realidade, ou a falta de reação psíquica, é uma pessoa, e por isso mesmo dotado de personalidade, atributo inseparável do homem dentro da ordem jurídica, qualidade que não decorre do preenchimento de qualquer requisito psíquico e também dele inseparável.” AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE Teoria Natalista Sistema adotado pelo CC/2002 Ocorre a partir do nascimento com vida (art. 2º) Nascituro – é o que está por nascer Não possui personalidade jurídica Possui expectativas de direito, sob condição suspensiva. Teoria Concepcionista Personalidade jurídica desde a concepção Direitos patrimoniais - nascimento com vida Personalidade jurídica formal – por meio da concepção Personalidade jurídica material - nascimento com vida DIREITOS DO NASCITURO • Ente concebido, embora ainda não nascido. • Embora a lei não o considere explicitamente como pessoa, coloca a salvo seus direitos desde a concepção (art. 2º). • O Código Penal tipifica o crime de aborto. • O nascituro é titular de direitos personalíssimos (como o direito à vida, o direito à proteção pré-natal etc.) • Pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de transmissão inter vivos; • Pode ser beneficiado por legado e herança; • Estabilidade da gestante do início da gravidez, mesmo que seja do desconhecimento de empregado e empregador. • O nascituro tem direito à realização do exame de DNA, para efeito de aferição de paternidade • Alimentos Gravídicos – Lei nº 11.804/2008 DIREITOS DA PERSONALIDADE CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE • Vida e integridade física (corpo vivo, cadáver, voz); • Integridade psíquica e criações intelectuais (liberdade, criações intelectuais, privacidade, segredo); • Integridade moral (honra, imagem, identidade pessoal). SÃO DIREITOS DA PERSONALIDADE (STOLZE,PAMPLONA) a) Direito à vida: direito mais precioso do ser humano, que sintetiza e concentra, em si, todos os demais direitos. b) Direito à integridade física: proteção à incolumidade corpórea e intelectual - direito ao corpo, tanto vivo quanto morto. Exemplo arts. 13 e 14 CC. c) Direito à voz: a voz do ser humano, entendida como a emanação natural de som da pessoa. Art. 5º “XXVIII CF. d) Direito à honra - Consiste em um conceito valorativo, que pode se manifestar sob duas formas: honra objetiva (correspondente à reputação da pessoa, compreendendo o seu bom nome e a fama de que desfruta no seio da sociedade); e honra subjetiva (correspondente ao sentimento pessoal de estima ou à consciência da própria dignidade). e) Direito à imagem – É a expressão exterior sensível da individualidade humana, digna de proteção jurídica. Dois tipos de imagem - Imagem-retrato (que é literalmente o aspecto físico da pessoa) e Imagem-atributo (que corresponde à exteriorização da personalidade do indivíduo, ou seja, à forma como ele é visto socialmente).Art. 20 CC f) Direito à identidade - traduz a ideia de proteção jurídica aos elementos distintivos da pessoa, natural ou jurídica, no seio da sociedade. Proteção preventiva e repressiva. Art. 16, 17,18 e 19 CC. g) Direito à privacidade – também considerada inviolável pelo inciso X do art. 5º da CF, a vida privada é entendida como a vida particular da pessoa natural. O lar, a família e a correspondência são desdobramentos desse direito. Art. 21 CC h) Direito ao segredo pessoal, profissional e doméstico – Proteção da intimidade contra a indiscrição. i) Direito à Liberdade - Faculdade de agir segundo sua consciência, observando-se os limites da liberdade alheia – Art. 5 CF. j) Direito à liberdade de pensamento – Arts. 5º, IV e 220 CF. k) Direito às criações intelectuais - Autoria científica, artística e literária - manifestação direta da liberdade de pensamento.Art. 5 XXVII, XXVIIIft (a,b) e XXIX CF. l) Direito à integridade psíquica - A pessoa é um ser psíquico atuante, que interage socialmente. inclui-se nesse conceito o direito à liberdade, inclusive de pensamento, à intimidade, à privacidade, ao segredo, além do direito à criação intelectual. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE • Absolutos: oponibilidade erga omnes, impondo à coletividade o dever de respeitá-los; • Gerais ou necessários: outorgados a todas as pessoas, simplesmente pelo fato de existirem; • Extrapatrimoniais: ausência de um conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente, ainda que sua lesão gere efeitos econômicos; • Indisponíveis ou irrenunciáveis: nem por vontade própria do indivíduo o direito pode mudar de titular, nem podem ser abandonados ou abdicados por seu titular. • Imprescritíveis: inexiste um prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo não uso - efeitos do tempo para a aquisição ou extinção de direitos. OBS: a pretensão a reparação por danos morais está sujeita aos prazos prescricionais, por ter natureza patrimonial - art. 206, § 3º, V CC – Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil; • Impenhoráveis: Não são passiveis de serem utilizados para satisfação forçada de crédito. • Vitalícios: acompanham a pessoa desde a primeira manifestação de vida até seu passamento. Sendo inerentes à pessoa, extinguem-se, em regra, com o seu desaparecimento. OBSERVAÇÃO ! Há direitos da personalidade que se projetam além da morte do indivíduo, como no caso do direito ao corpo morto (cadáver). Além disso, se a lesão, por exemplo, à honra do indivíduo ocorrer após o seu falecimento (atentado à sua memória), ainda assim poder-se-á exigir judicialmente que cesse a lesão (ou sua ameaça), tendo legitimidade para requerer a medida o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau (art. 12 § único CC) ATOS DE DISPOSIÇÃO DO PRÓPRIO CORPO • São proibidos – Atos que importem a diminuição permanente da integridade física e os que contrariem os bons costumes • Ninguém pode ser constrangido a submeter-se a tratamento médico de risco • Médicos devem atuar com prévia autorização do paciente – Art.15 CC • Depois da morte –Válida disposição gratuita do próprio corpo Art. 13, 14 CC INDIVIDUALIZAÇÃO DA PERSONALIDADE O NOME - ELEMENTOS a) Prenome = primeiro nome – exemplo: Carla b) Patronimico = sobrenome ou apelido familiar – exemplo:Torquato c) Agnome = distingue pessoas da mesma família que tem o mesmo nome – Júnior, Neto, Filho, Bisneto. Estado – Indica sua posição na família e na sociedade. Exemplo: estado civil (solteira, casada) ; estado politico ( brasileiro nato, naturalizado, estrangeiro). MUDANÇA DE NOME • ‘Entendendo-se que o nome civil é a real individualização da pessoa humana no seio familiar e na sociedade, é possível, nas hipóteses previstas em lei, além das hipóteses trazidas pela doutrina e pela jurisprudência, modificar o prenome (ROSENVALD,CHAVES). • Luiz Antônio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes, Luiz Inácio Lula da Silva e Maria das Graças Xuxa Meneghel; • Washington, Uóshinton, Wellington, Uélinto; • KumioTanaka para Jorge Tanaka NOME SOCIAL – DEC. 8.727 DE 28/04/2016 • O decreto dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade degênero de pessoas travestis ou transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. • Nome social - designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida; e • Identidade de gênero - dimensão da identidade de uma pessoa que diz respeito à forma como se relaciona com as representações de masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em sua prática social, sem guardar relação necessária com o sexo atribuído no nascimento. • Pode ser requerido a qualquer tempo. DOMICÍLIOI DOMICÍLIO • Domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde estabelece residência com ânimo definitivo, convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos ou de sua atividade profissional.Art. 70 CC • O Código Civil admite a pluralidade de domicílios e residências – Art. 71 CC • Elementos objetivos e subjetivos: • Objetivo – é o lugar onde o indivíduo habita com a intenção de permanecer, mesmo que dele se ausente temporariamente. • Subjetivo – Consiste no animo definitivo, na intenção de fixar-se no local de modo permanente. TIPOS DE DOMICILIO a) Geral ou voluntário – fixado por livre e espontânea vontade. b) Especial – Foro de eleição – Fixado com base no contrato – art. 76 CC; arts. 62 e 63 CPC e 51, IV CDC. Obs : a eleição do foro só prevalece quando pode ser invocada o princípio da igualdade entre as partes.; não prevalece em ações sobre imóveis e invalida nos contratos de adesão se prejudicarem o consumidor. c) A mudança de domicílio opera-se com a transferência da residência aliada à intenção manifesta de o alterar.Art. 74 CC. DOMICÍLIO APARENTE OU OCASIONAL • Henri de Page desenvolveu a doutrina do domicílio aparente ou ocasional. Esta teoria utiliza-se da aplicação da Teoria da aparência, uma ficção jurídica. • Aplica-se a regra do domicílio aparente para as pessoas que não tenham domicílio certo, a exemplo dos profissionais do circo, ciganos, caixeiros- viajantes, considerando-as domiciliadas no lugar onde forem encontradas. • Art. 73 do CC - Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. DOMICÍLIO LEGAL OU NECESSÁRIO – ART 76 CC Domicílio do incapaz É o do seu representante ou assistente Agente diplomático Distrito Federal ou ultimo domicílio no pais. Domicílio do servidor público O lugar em que exerce permanentemente as suas funções Domicílio do militar O lugar onde serve, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontra imediatamente subordinado Domicílio do marítimo O lugar onde o navio estiver matriculado Domicílio do preso O lugar em que cumpre a sentença