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Ação de Reintegração de Posse

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AO DOUTO JUÍZO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE _____
	NOME DO REQUERENTE, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o n° XXX, RG n° XXX, residente e domiciliado à Rua XX, n° X, Cidade/UF, CEP XXX, endereço eletrônico XXX, através de seus patronos infra assinado, vem perante V. Exa., ajuizar a presente AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR, em face da OFICINA XXX, pessoa de jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° XXX, com sede à Rua XX, n° X, CEP XXX, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I - DOS FATOS
Primordialmente, é de suma importância elucidar os fatos ocorridos. Portanto, aos 16 de novembro de 2009, o autor, possuidor veículo automotor XXX, Modelo X, Ano X, Cor X, Chassi XXX, Renavam XXX, conforme documentação anexa, ao reparar que o motor de seu carro apresentava mal funcionamento, dirigiu-se a uma oficina mecânica - ora requerida, em busca de aferir do que se tratava tais sinais de defeito. 
Em sequência, através do contato com o funcionário da oficina, o mesmo reconheceu um problema no motor e afirmou que seria necessário deixar o carro na oficina para a devida manutenção, usufruindo de sua garantia. Dessa forma, o requerente, interessado em resolver o problema, acabou procedendo, portanto, conforme recomendado pelo expert da empresa ré.
Entretanto, ao retornar à concessionária na data indicada pelo requerido, para retirar seu veículo com a devida manutenção efetuada, o requerente é surpreendido com a informação de que não seria possível a aplicação da garantia - ainda vigente - alegando que o autor teria usado combustível de má qualidade.
Dessa maneira, conforme fora insistentemente aferido pelo requerente que lhe é resguardado direito à garantia contratual, informando não ter usado gasolina de má qualidade, a oficina continuou-se negando a usar a garantia.
Não obstante à esta onerosa posição, a empresa requerida CONDICIONOU A DEVOLUÇÃO DO VEÍCULO AO PAGAMENTO MONETÁRIO REFERENTE AO CONSERTO. Ato contínuo, em 15 de dezembro de 2009, a oficina - de ofício, reteve o bem, alegando falta de pagamento por não ser aplicável o uso da garantia no presente caso. À vista disso, NOME DO REQUERENTE encontra-se até a presente data sem a posse do veículo.
II - DO DIREITO
 
Primordialmente, cabe salientar que a presente ação não discorre acerca do uso ou não da garantia veicular, mas sim sobre a retenção indevida do veículo do requerente pela parte da Oficina Mecânica XXX. 
Vale também provar a tempestividade desta ação, esta foi proposta dentro do período estabelecido pelo art. 558 do CDC, portanto apresenta-se tempestiva.
Assim sendo, a oficina ora requerida justifica a retenção indevida do bem em virtude do serviço prestado e do não pagamento do mesmo - contrapondo a aplicação da garantia vigente, que será objeto de ação específica. 
Dessa forma, cabe salientar que tal ato fere diretamente o art. 1.219 do Código Civil de 2002, o qual é claro ao dizer que em caso de esbulho, o qual o ato é caracterizado, deverá a empresa prestadora de serviço reter o bem por ação processual própria, e não por iniciativa privada.
Portanto, a demandada, no caso mencionado acima, é considerada mera detentora e não tem direito de retenção, de modo que a recusa da devolução caracteriza indevida AUTOTUTELA E ESBULHO.
Ainda assim, é claro na doutrina vigente a distinção entre posse e detenção, restando a primeira exercido um nome próprio e a segunda em favor alheio. Sob essa ótica, torna-se evidente que o demandado não possui, em momento nenhum, a posse do bem, apenas o detém
. Não obstante, conforme o art. 1.196 do CC, o autor do processo em tela é evidentemente o possuidor do bem por possuir o exercício pleno sobre o mesmo, somando o contrato de compra e venda em anexo, devendo ser reintegrado da posse do bem conforme é garantido no art. 560 do CPC. 
Por fim, sob a luz do art. 1.219 do CC, a alegação da realização de benfeitorias no bem é insuficiente para reter o veículo, em face de ser permitida para o possuidor de boa fé, mas não ao mero detentor.
III - DO PEDIDO DE LIMINAR
O direito da parte autora para requerer a reintegração de posse liminarmente está previsto no art. 562 do CPC.
Nesse sentido, face os fatos apresentados e suas devidas comprovações devidamente instruídas, mister se faz o deferimento da liminar, inaudita altera pars, em favor do autor.
Portanto, livre de discricionariedades, o mesmo goza da necessidade da liminar, conforme art. 562 do CPC, pelo zelo ao seu direito de posse, pelos fatos acima descritos.
IV - DOS PEDIDOS
Pelos fatos acima expostos, requer:
1. Seja deferida a medida liminar, determinando a reintegração de posse do autor sob o bem objeto da ação, com fulcro no art. 562 do CPC;
2. A citação do réu para apresentar contestação, sob pena de revelia sob os fatos acima constatados;
3. Seja a ação julgada integralmente procedente, de forma a determinar a cessão do esbulho e a reintegração do autor na posse do bem.
4. A condenação do réu ao pagamento das custas processuais, bem como o pagamento de honorários sucumbenciais no valor de 20% do valor da causa.
5. Que seja deferido o benefício da justiça gratuita em favor da parte autora.
6. O réu seja condenado a multa diária em caso de descumprimento de determinação de fazer cessar o esbulho.
7. Dar-se o valor da causa em R$ 1.000,00 (um mil reais).
Pugna pela a produção de todas as provas em direito admitidas.
Nesses termos, pede deferimento.
CIDADE/UF, XX de MÊS de ANO.
 
OAB/UF n° XXX OAB/UF n° XXX

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