Buscar

Prévia do material em texto

AFYA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE SANTA INÊS 
CURSO DE MEDICINA 
 
 
 
 
 
KAUÊ SILVA AGUIAR DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Inês 
2024 
 
KAUE SILVA AGUIAR DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 
 
 
Tarefa apresentada ao Modulo de Clinica 
Integrada II, como requisito para 
composição de nota referente a Tics. 
Professora: Sarah Campos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Inês 
2024 
 
 
1. Quais os tipos de Câncer de Endométrio? 
O câncer de endométrio, uma neoplasia maligna que se origina no epitélio 
glandular do endométrio uterino, é classificado em diversos subtipos histológicos, 
cada um com características morfológicas e moleculares distintas. Os principais 
subtipos incluem2: 
 Adenocarcinoma Endometrioide: Representando a maioria dos casos, surge a 
partir da proliferação anormal das células glandulares do endométrio. 
 Adenocarcinoma de Células Claras: Uma variante menos frequente, 
caracterizada pela presença de células com citoplasma claro e distintivo sob 
microscopia. 
 Carcinoma de Células Serosas: Tipicamente associado a uma maior 
agressividade, este subtipo apresenta células epiteliais de morfologia serosa. 
 Carcinoma Mucinoso: Raro, este subtipo é caracterizado pela produção 
abundante de mucina pelas células neoplásicas. 
 Carcinoma de Células Pequenas: Uma forma extremamente rara e agressiva 
de câncer de endométrio, caracterizada por células pequenas com alta relação 
núcleo-citoplasma. 
 
O tratamento e o prognóstico do câncer de endométrio variam de acordo 
com o subtipo histológico, estágio da doença e características individuais do paciente. 
O adenocarcinoma endometrioide, em particular, é frequentemente associado a uma 
exposição prolongada ao estrogênio sem contrarregulação de progesterona1. 
 
2. Quais a questões moleculares / genéticas de cada um deles? 
O câncer de endométrio é uma neoplasia heterogênea que abrange 
diversos subtipos, cada um caracterizado por diferentes perfis moleculares e 
genéticos. O adenocarcinoma endometrioide, o mais comum entre eles, é 
frequentemente associado a mutações no gene PTEN e ativação das vias de 
sinalização do PI3 quinase/AKT/mTOR, além de expressar receptores de estrogênio 
e progesterona3. Em contraste, o adenocarcinoma de células claras tende a 
apresentar mutações no gene ARID1A e uma menor expressão de receptores 
hormonais, enquanto o carcinoma de células serosas é frequentemente caracterizado 
por mutações no gene TP53 e uma menor resposta aos receptores hormonais. Por 
 
outro lado, o carcinoma mucinoso, embora menos comum, mostra menos mutações 
em genes de reparo de DNA e pode expressar receptores hormonais em alguns 
casos5. 
Em termos de tratamento e prognóstico, a compreensão das características 
moleculares e genéticas de cada subtipo é crucial. Por exemplo, o adenocarcinoma 
endometrioide, geralmente associado a uma melhor resposta aos tratamentos 
hormonais, pode ter um prognóstico mais favorável em comparação com os subtipos 
mais agressivos, como o carcinoma de células serosas4. 
 
3. Qual a relação com o estrógeno? 
O câncer de endométrio está intrinsecamente ligado aos níveis de 
estrógeno devido à influência significativa desse hormônio no crescimento e na 
regulação do endométrio, o epitélio glandular do útero. A exposição prolongada a 
concentrações elevadas de estrógeno, particularmente na ausência de progesterona, 
pode desencadear um crescimento desregulado do endométrio, predispondo ao 
desenvolvimento do câncer endometrioide, o subtipo mais prevalente6. 
O adenocarcinoma endometrioide, comum nessa patologia, 
frequentemente apresenta expressão de receptores de estrógeno (ER), respondendo 
aos estímulos estrogênicos com proliferação celular. Esta resposta é mediada pela 
ligação do estrógeno aos ERs, desencadeando cascata de sinalização intracelular que 
promove a expansão do tecido endometrial. Assim, condições que resultam em um 
desequilíbrio hormonal, como obesidade ou terapia hormonal de reposição (THM), 
podem amplificar o risco de carcinogênese endometrial devido à exposição excessiva 
ao estrógeno7. 
Estratégias terapêuticas visando inibir os efeitos do estrógeno nos 
receptores de estrógeno têm sido exploradas como abordagens potenciais para o 
tratamento ou prevenção do câncer de endométrio. Isso inclui terapias hormonais que 
antagonizam a ação do estrógeno nos receptores de estrógeno, visando conter o 
crescimento tumoral. A compreensão detalhada dessa relação entre estrógeno e 
câncer de endométrio é crucial para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas 
mais eficazes e direcionadas para essa neoplasia uterina5. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. BAHAMONDES, Luis. Câncer do endométrio-o que considerar? Revista da 
Associação Médica Brasileira, v. 50, p. 8-9, 2004. 
 
2. CARVALHO, Glaucia Alves de. Câncer de endométrio: quais os fatores 
associados com recidiva? 2019. 
 
3. DE ARAÚJO JÚNIOR, Naidilton Lantyer Cordeiro; ATHANAZIO, Daniel Abensur. 
Terapia de reposição hormonal e o câncer do endométrio Hormone replacement 
therapy and endometrial cancer. Cad. Saúde Pública, v. 23, n. 11, p. 2613-2622, 
2007. 
 
4. MATOS, Aline Arêdes et al. COMO OS FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS 
ATUAM NO DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE ENDOMÉTRIO: revisão de 
literatura. 
 
5. REIS, Vania Marisia Santos Fortes dos. Análise de expressão gênica da via de 
sinalização do receptor do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 
no câncer de endométrio. 2018. 
 
6. TOMAZ, Maria de Fátima Pereira; DA SILVA, Dagrimar Gomes. A aplicação da 
radioterapia no tratamento do câncer de colo uterino e do carcinoma endometrial. 
Revista Coopex., v. 14, n. 4, p. 2742-2752, 2023 
 
7. YOSHIDA, Adriana; SARIAN, Luís Otávio Zanatta; ANDRADE, Liliana Aparecida 
Lucci De Angelo. Hiperplasia endometrial e câncer do endométrio. Femina, v. 48, 
2019.

Mais conteúdos dessa disciplina