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Anne Karen Reis ONCOPATOLOGIA Câncer de Endométrio TIPOS DE CÂNCER DE ENDOMÉTRIO TIPO I (ENDOMETRIOIDE) Morfologia → Endometrioide (semelhante às glândulas endometriais). Idade → 55 e 65 anos. Situação clínica → Relacionado a um cenário de hiperestimulação do estrogênio. As pacientes geralmente possuem obesidade, hipertensão e diabetes. Precursor → Hiperplasias endometriais. Mutações genética → PTEN, ARID1A, PI3K, KRAS, MILH1 e TP53. Comportamento → Comportamento mais indolente, mais lento, com disseminação via linfática. TIPO II (SEROSO) Morfologia → Morfologia serosa, presença de células claras e tumores müllerianos mistos. Idade → 65-75 anos. Situação clínica → Relacionado com a atrofia endometrial e biotipo magro. Precursor → Carcinoma intraepitelial endometrial seroso. Mutações genética → TP53, PI3K, FBXW7, CHD4 e PP2A. Comportamento → Mais agressivo e com disseminação intraperitoneal e linfática. EPIDEMIOLOGIA Robbins → apresenta o câncer de endométrio como sendo mais o câncer do trato genital feminino mais comum, especialmente em mulheres que já entraram na menopausa e que representa cerca de 7% de todos os cânceres em mulheres. Instituto Nacional do Câncer → nos dados de 2020 é possível visualizar que o câncer de endométrio não é tão comum entre as mulheres brasileiras, apresentando números mais baixos que o câncer de mama, câncer colorretal e câncer de colo de útero, por exemplo, e representando cerca de 2,9% dos casos de neoplasias nas mulheres do nosso país. MS / INCA / Estimativa de Câncer no Brasil, 2020 FATORES DE RISCO O câncer de endométrio está intimamente relacionado com a hiperestimulação do estrogênio. Sendo assim, os fatores de risco estão relacionados justamente ao aumento desse hormônio e o controle desses fatores é importante para evitar o desenvolvimento do câncer. Podemos citar: • Obesidade; • Diabetes mellitus; • Hiperplasia endometrial: é o principal precursor do câncer de endométrio tipo 1; • Anovulação crônica: está relacionada à exposição prolongada ao estrogênio e, portanto, ao aumento de risco para o câncer de endométrio; • Uso de tamoxifeno: O tamoxifeno funciona como um antiestrogênico no tecido mamário, mas age como um estrogênio no útero. Isso pode fazer com que o revestimento interno do útero cresça Anne Karen Reis ONCOPATOLOGIA o que aumenta o risco de câncer de endométrio. Mas o risco é baixo; • Uso de estrogênio: no caso de pacientes que fazem terapia hormonal, o uso de estrogênio sozinho pode aumentar o risco de câncer de endométrio. O ideal seria a prescrição de uma terapia hormonal combinada, na qual ocorre o uso do estrogênio associado à progesterona; • Menarca precoce; Menopausa tardia; Nuliparidade; • Síndrome do ovário policístico: haverá um distúrbio hormonal; • Síndrome de Lynch: o câncer de endométrio é mais comum em pacientes que possuem essa síndrome, que é uma síndrome de predisposição hereditária para o câncer colorretal; • Predisposição genética. VIA DA FOSFATIDILINOSITOL 3 KINASA (PI3K/AKT) • A ativação anormal da via PI3K resulta na alteração dos mecanismos de crescimento e sobrevivência celular; • PTEN é um regulador negativo de PI3K que, quando alterado, desregula a via; • AKT fosforila MDM2 ativando-a e, consequentemente, inativando o gene supressor de tumor p53, favorecendo a sobrevivência celular e impedindo a apoptose. MORFOLOGIA CARCINOMA ENDOMETRIAL ENDOMETRIOIDE Morfologicamente, o carcinoma endometrioide se apresenta como uma massa polipoide ou então gera um espessamento difuso da cavidade endometrial. Eles são graduados em grau 1, 2 e 3. No grau 1, as glândulas endometriais se encontram bem formadas e a neoplasia é bem diferenciada, sem grandes atipias. No grau 2, começam a surgir mais áreas sólidas, comprometendo até cerca de 50% do tecido. No grau 3, já são encontradas mais de 50% de áreas sólidas, e o tumor é muito pouco diferenciado e há pouca formação de glândulas. Anne Karen Reis ONCOPATOLOGIA CARCIONOMA ENDOMETRIAL SEROSO • Padrão de crescimento papilar; • Presença de células com atipia citológica; • Elevada proporção núcleo-citoplasma; • Figuras mitóticas atípicas; • Hipercromasia; • Nucléolos proeminentes. Por terem um crescimento de predomínio glandular podem ser um diagnóstico diferencial para o carcinoma endometrioide. Todos são grau 3 e podem estar associados à doença peritoneal extensa. Carcinoma intraepitelial endometrial, o precursor do carcinoma seroso, exibindo células malignas (seta) Forte expressão difusa da p53 Carcinoma seroso do endométrio MACROSCOPIA Câncer endometrial endometrioide Câncer endometrial seroso