Prévia do material em texto
O que são atividades de extensão? Profa. Dra. Emanuelle Geórgia Amaral Ferreira. Você já ouviu falar sobre extensão universitária? Esse termo se refere às atividades realizadas por uma instituição de ensino superior (IES) e têm como objetivo estimular o diálogo do ambiente acadêmico com a comunidade na qual a IES está inserida. Sendo um dos três pilares da universidade junto ao ensino e à pesquisa, a extensão tem como foco primordial a troca de conhecimentos científicos e culturais na sociedade. Fonte: Integração Ensino-Pesquisa-Extensão. Disponível em: https://www.ecientificocultural.com/ECC3/epe.htm. Acesso em: 23 out. 2023. https://www.ecientificocultural.com/ECC3/epe.htm O que são atividades de extensão? São atividades que envolvem diretamente as comunidades externas, no âmbito local, regional, nacional e/ou internacional, vinculadas à formação na Educação Superior dos estudantes. • Curricularização da extensão Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, que estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira. Qual é o conceito de extensão curricular? A extensão é uma atividade que se integra à matriz curricular e se refere à inclusão de atividades e projetos que vão além do currículo acadêmico formal e oferecem oportunidades adicionais de aprendizado e envolvimento dos estudantes. A extensão curricular busca complementar a formação dos alunos, proporcionando experiências enriquecedoras. Visa estimular o desenvolvimento de competências não apenas acadêmicas, mas, também, socioemocionais, como colaboração, liderança, resiliência, pensamento crítico e ética. A extensão curricular valoriza a participação ativa dos estudantes, incentivando-os a se envolver em atividades que tenham impacto na comunidade e no mundo ao seu redor. As atividades de extensão têm como objetivo principal levar o conhecimento acadêmico e as habilidades técnicas para além da instituição de ensino, atendendo às demandas e necessidades da comunidade, que se beneficia do acesso a serviços, cursos, projetos e eventos que visam melhorar a educação, a saúde e o bem-estar, além de promover a conscientização e a participação cidadã. A extensão também promove a troca de conhecimentos e experiências entre a academia e a comunidade, fortalecendo o diálogo e a colaboração. Os estudantes envolvidos nas atividades de extensão têm a oportunidade de trabalhar em conjunto com os membros da comunidade, compartilhando seus conhecimentos e contribuindo para o desenvolvimento local. Como será implantada a extensão curricular na matriz dos cursos? As atividades de extensão devem computar 10% do total da carga horária curricular dos cursos em todas as modalidades de oferta e integrar a matriz curricular dos cursos como componente curricular de atividades de Extensão. As atividades extensionistas inserem-se nas seguintes modalidades: I. Programas: atividades integradas, de médio e longo prazo, orientadas a um objetivo comum, articulando projetos e outras atividades de extensão. II. Projetos: atividade de caráter educativo, social, cultural, científico, tecnológico com prazo determinado. III. Cursos e oficinas: cursos de atualização, treinamento, qualificação profissional, aperfeiçoamento. IV. Eventos: congresso, seminário, ciclo de debates, exposição, espetáculo, evento esportivo, festival. V. Prestação de serviço: serviço de consultoria, assessoria e curadoria, assistência à saúde humana, assistência à saúde animal, assistência jurídica e judicial. Os estágios obrigatórios, as aulas de campo, as visitas técnicas, científicas ou culturais ou as atividades práticas de uma disciplina podem ser creditadas como atividades de extensão? Não. As atividades de extensão, conforme definidas na Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, precisam estabelecer uma interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade. Qual é a diferença entre atividades de extensão e atividades complementares? As atividades de extensão desempenham um papel fundamental ao promover o protagonismo dos estudantes. Ao se engajarem em projetos de extensão, os estudantes são incentivados a assumir um papel ativo na busca por soluções para desafios sociais e comunitários, exercendo sua autonomia, criatividade e responsabilidade. Essa participação ativa lhes permite adquirir uma consciência crítica, ampliar suas perspectivas e desenvolver competências transversais, como trabalho em equipe, liderança, comunicação e empreendedorismo social. Por meio do protagonismo estudantil nas atividades de extensão, os futuros profissionais se tornam agentes de transformação, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da sociedade e para a construção de um futuro mais justo e inclusivo. As atividades complementares, o estágio supervisionado e as práticas pedagógicas por sua vez, ainda que possam desempenhar um papel formativo, possibilita ao estudante participar na condição de ouvinte/orientando e em ações que não envolvam a comunidade externa. Por exemplo, como estudante em um curso de idiomas ou participante/ouvinte em seminários e palestras. As atividades de extensão deverão ser realizadas virtualmente ou presencialmente? Presencialmente, tanto nos cursos presenciais quanto a distância, em região compatível no qual o estudante esteja matriculado. As evidências do desenvolvimento da atividade de extensão serão recebidas e passarão por um processo de validação, assegurando a validade das informações e da documentação apresentada. Desse modo, a disciplina intitulada “Projetos Integradores (PI) – Atividades Extensionistas” tem por finalidade curricularizar as atividades de extensão na Faculdade IPEMIG. Este componente curricular consiste em atividades acadêmicas, práticas e teóricas, abrangendo ensino, iniciação científica/pesquisa e extensão, visando integração das disciplinas definidas para cada período letivo, no âmbito do curso, conforme definição do respectivo NDE e Coordenação. Tendo como referência as unidades curriculares e os conhecimentos construídos ao longo da formação acadêmica, os alunos podem desenvolver distintas ações de extensão em prol da comunidade: • Palestras; • Aulas de monitoria; • Cursos; • Orientação; • Debates da comunidade local; • Participação em projetos sociais; • Projetos coletivos multidisciplinares; e • Trabalhos voluntários. Os locais que poderão contemplar o projeto de extensão ao longo das disciplinas são: • Distintas tipologias de bibliotecas: públicas, escolares, universitárias, especializadas, comunitárias, itinerantes, etc., • Entidades pertencentes à Administração Pública municipal, estadual ou federal; • Escolas ou colégios; • Organizações não governamentais (ONG); instituições privadas com ações sociais; • Fundações; • Entidades religiosas como igrejas, ordens, templos, congregações, missões, fraternidades e casas de acolhimento ou assistência; • Entidades de saúde e assistência social; • Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs); • Organizações de moradores; • Cooperativas; • entre outras. Proposta metodológica O conceito do Método de Melhorias, conhecido pela sigla PDCA. O Ciclo PDCA é projetado para ser usado como um modelo dinâmico e ininterrupto, assim, o processo sempre pode ser reanalisado e um novo processo de mudança pode ser iniciado. É utilizado para identificação e solução de problemas; melhoria de processos; para planejar, implementar e monitorar novos projetos ou iniciativas, garantindo que eles alcancem seus objetivos e resultados esperados. A proposta é que utilizando o método PDCA para elaborar o planejamento e a ação extensionista, o aluno desenvolva as seguintes competências: a) diagnosticar, reconhecer e delimitar problemas; b) identificar oportunidades e soluções; c) promover o desenvolvimento da habilidade de comunicação interpessoal; d) coordenar e integrar as diferentes áreasfuncionais da organização da informação no ambiente de trabalho. Assim, a metodologia PDCA (Plan, DO, Check, Act) será norteadora para o desenvolvimento da ação de extensão no âmbito da disciplina PI – Atividades Extensionistas. No entanto, uma etapa anterior ao ciclo PDCA se faz necessária: o Diagnóstico. 1. Diagnosticar: Perceber a dificuldade ou demanda local; 2. Planejar: Definir o problema e propor a ação de extensão; 3. Fazer: Mobilizar esforços necessários para executar o planejado; 4. Verificar: análise do que foi planejado e executado; 5. Agir: avaliação do proponente da ação e da comunidade atendida, se necessária adequação ou revisão da proposta inicial, refinamento e padronização dos resultados para reinício no ciclo inicial. Avaliação da atividade extensionista Na etapa do diagnóstico, no âmbito da disciplina “PI – Atividades Extensionistas I”, o aluno deverá entregar um relatório descritivo com todas as informações inerentes ao local escolhido e com as observações realizadas que justificam a realização da ação extensionista. Para a etapa do planejamento, no âmbito da disciplina “PI – Atividades Extensionistas II”, o aluno deverá entregar um projeto, em conformidade com as normas da ABNT para apresentação do trabalho, citação ao longo do texto e referências Para a etapa fazer, no âmbito da disciplina “PI – Atividades Extensionistas III”, o aluno deverá executar a ação extensionista em conformidade com o projeto entregue no semestre anterior. Para a etapa verificar, no âmbito da disciplina “PI – Atividades Extensionistas IV”, o aluno deverá entregar um relatório detalhado com a análise da ação desenvolvida com a comunidade. O aluno poderá utilizar como recurso o uso da entrevista com o gestor do local ou com alguns participantes da ação para obter insumos que sustentem o relatório. Para a última etapa, no âmbito da disciplina “PI – Atividades Extensionistas V”, diante da ação de extensão realizada e da avaliação realizada, o aluno deve propor a continuidade da ação extensionista com a realização de um novo projeto que pode ser aplicado na mesma instituição escolhida ou em outras instituições. O produto final das atividades extensionistas consistirá num Portfólio com os relatórios e imagens registradas de cada etapa da ação de extensão a ser entregue no último período. Exemplo de atividade extensionista: Projeto “Pedagogia na Praça: brincar é aprender”: promoção de atividades lúdicas e culturais para crianças em eventos junto à comunidade. Projeto aplicado em Orleans e São Ludgero, em Santa Catarina, com atividades de rua, educativas e recreativas com foco na coordenação motora, concentração, habilidades artísticas e socialização. Fonte: Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE). Exemplo de atividade extensionista: Projeto “Educação patrimonial: saúde e bem-estar”, foi promovida a interação entre os usuários do Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Orleans e o Museu ao Ar Livre Princesa Isabel (Malpi), em Santa Catarina, proporcionando momentos de aprendizado, reflexão e inclusão social. O projeto fez parte da semana da programação da 21ª Semana Nacional de Museus, que tinha como tema “Museus, sustentabilidade e bem-estar”. Fonte: Centro Universitário Barriga Verde (UNIBAVE). Exemplo de atividade extensionista: Projeto Desenvolvimento Infantil: Os estudantes leram o livro O Cérebro da Criança, que tem 12 estratégias para nutrir e estimular o cérebro da criança em desenvolvimento. A partir dessa leitura, eles fizeram um resumo de cada uma dessas estratégias, formularam uma cartilha pedagógica, visitaram escolas e realizaram uma ação na Praça Ermembergo Pellizzetti, em Rio do Sul, para orientar e informar as pessoas sobre essas estratégias. Fonte: Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (UNIDAVI). Exemplo de atividade extensionista: Projeto Café Pedagógico: diálogo e conversação simples e informal, porém um poderoso meio de comunicação construtiva que fomenta o discurso educacional, com a possibilidade de transformação para a ação docente. Com essa prática pedagógica desenvolver-se-á a motivação, a cooperação, a interdisciplinaridade, favorecendo a melhoria contínua do processo ensino aprendizagem. Fonte: Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Exemplo de atividade extensionista: Projeto: “Anjos do HUPAA: a arte de contar histórias e outras práticas biblioterapêuticas em hospital de ensino e assistência”. O projeto consiste em práticas efetivas em biblioterapia no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) como forma de ser um estimulo à amenização do sofrimento vivenciado por muitos de seus usuários e de entretimento para seus acompanhantes.O projeto de extensão tem caráter multidisciplinar compreendendo as áreas de Biblioteconomia, Psicologia e Enfermagem. Ações desenvolvidas no âmbito do projeto: contação de histórias na Pediatria, recitais e distribuição de poesia nos ambulatórios e enfermarias e empréstimos de livros nas enfermarias. Fonte: Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Exemplo de atividade extensionista: Projeto: “Observatório de boas práticas em torno do livro, da leitura, da literatura e da biblioteca”. O projeto consiste na divulgação de boas práticas em torno do livro, da leitura, da literatura e da biblioteca. Os pilares teóricos do projeto envolvem os conceitos de boas práticas, curadoria de conteúdo, mediação da informação e estudos métricos. Para sua operacionalização foi criado um site próprio (https://informapedia.github.io/boasPraticas/) onde vem sendo publicado as notícias selecionadas a partir de um trabalho de curadoria de conteúdo. São realizadas também postagens semanais nas redes sociais específicas do projeto (Instagram Webconcib; Facebook Webconcib e Twitter, atual X BoasPraticasBCI). Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Proposta interdisciplinar da Faculdade Ipemig vinculada aos cursos de Artes Visuais, Biblioteconomia e Letras: Projeto: “Decolonialidade do conhecimento: amplificando a voz a comunidade” O projeto consiste em dar visibilidade a discursos e práticas oriundas da comunidade, desmistificando a concepção de cultura, literatura e arte como conceitos eruditos e elitizados. Obrigada! Qualquer dúvida, estou a disposição. Profa. Dra. Emanuelle Geórgia Amaral Ferreira. emanuelle.ferreira@ipemig.com.br mailto:emanuelle.ferreira@ipemig.com.br Slide 1: O que são atividades de extensão? Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36