Prévia do material em texto
PATOBOOK Jorgiana Galvão ''A patologia se dedica ao estudo das alterações estruturais, bioquímicas e funcionais em células, tecidos e órgãos que constituem a base das doenças'' (Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças) ÍNDICE Conceitos gerais Adaptação Celular Crescimento Adaptação celular Diferenciação HOMEOSTASE ADAPTAÇÃO CONCEITOS INICIAIS Equilíbrio celular fisiológico Respostas estruturais e funcionais reversíveis às alterações fisiológicas ou a estímulos patológicos, em que há um novo estado de equilíbrio, que permite a sobrevivência e a atividade funcional da célula (Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças) TIPOS DE TECIDOS LABÉIS01 ESTÁVEIS PERMANENTES células hematopoiéticas na medula óssea epitélio colunar do trato gastrointestinal, útero e trompas de Falópio; e o epitélio transicional do trato urinário epitélios escamosos estratificados da pele cavidade oral, vagina e cérvice; epitélios cuboides dos ductos que drenam os órgãos exócrinos (p. ex., glândulas salivares, pâncreas e trato biliar TECIDOS LÁBEIS As células desse tecido são perdidas continuamente e substituídas pela maturação de células-tronco e pela proliferação de células maduras. Esses tecidos podem regenerar-se prontamente após a lesão, contanto que a reserva de células-tronco esteja preservada. fígado, rim e pâncreas células endoteliais, fibroblastos e células musculares lisasSão capazes de se dividir em resposta à lesão À exceção do fígado, os tecidos estáveis têm capacidade As células desses tecidos são quiescentes ( G0 do ciclo celular) e têm apenas atividade proliferativa mínima em seu estado normal. ou à perda de massa tecidual. limitada de se regenerar após eventuais lesões. TECIDOS ESTAVÉIS maioria dos neurônios e das células do músculo cardíaco Terminantemente diferenciadas e não proliferativas A lesão no cérebro ou no coração é irreversível e na vida pós-natal. resulta em cicatriz, pois os neurônios e miócitos cardíacos não se regeneram. TECIDOS PERMANENTES TIPOS DE ADAPTAÇÃO CRESCIMENTO01 DIFERENCIAÇÃO02 Hipertrofia Atrofia Hiperplasia Metaplasia 4 Aumento do tamanho do órgão afetado Macroscopia Aumento do tamanho das células 1 2 3 5 HIPERTROFIA O órgão hipertrofiado não possui novas células, apenas células maiores. Aumento da demanda funcional . Estimulação de hormônios e fatores de crescimento Fisiológica (Fisiculturistas) Causas Tipos Patológica (Hipertensão arterial, valvas deficientes) Aumento na produção das proteínas celulares. HIPERTROFIA Miócito normal Miócito hipertrófico (adaptado) Resposta ao aumento de carga Adaptação Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças) HIPERTROFIA Corte longitudinal Menor aumento Corte longitudinal Maior aumento Corte trasnversal Maior aumento Tecido muscular estriado cardíaco hipertrofiado Anatpat (Universidade Estadual de Campinas (FCM-UNICAMP). 2 Redução do tamanho do órgão afetado Macroscopia Redução do tamanho das células1 3 ATROFIA Fisiológica (Timo, Notocorda, Útero na menopausa)) Tipos Patológica (Atrofia do desuso, diminuição da inervação, diminuição do suprimento sanguíneo) Diminuição do tamanho e do número de células. ATROFIA Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas d Cérebro jovem normal Atrofia Senil (No idoso, o cérebro sofre atrofia progressiva, principal mente, por causa da redução do suprimento sanguíneo, causada pela aterosclerose) Comparação Adelgaçamento dos giros e alargamento dos sulcos. (Cérebro adulto x idoso) Cérebro idoso Atrofia do desuso Perna Atrofiada Perna Normal ATROFIA Fibras musculares atróficas Fibras musculares normais ou hipertróficas A causa da atrofia foi um caso de poliomielite no passado, que deixou muitas fibras desnervadas, pois esta virose destrói neurônios dos cornos anteriores da medula espinal. Anatpat (Universidade Estadual de Campinas (FCM-UNICAMP). POLIOMIELITE Anatpat (Universidade Estadual de Campinas (FCM-UNICAMP). ATROFIA Testículo atróficoTestículo normal Os túbulos seminíferos estão atróficos, hialinizados, sem células germinativas, arredondados e de cor rósea. Há acometimento testicular, pois é um dos locais de preferência, por ser de temperatura mais baixa, localizado que está no saco escrotal. HANSENÍASE VIRCHOWIANA Aumento do tamanho do órgão afetadoMacroscopia 1 2 3 4 HIPERPLASIA A hiperplasia somente ocorre em tecidos que contêm células capazes de se dividir. Aumento da demanda funcional . Estimulação de hormônios e fatores de crescimento Fisiológica (Mama puérpere, Regeneração hepática ) Causas Tipos Patológica (Hiperplasia endometrial e HPB) Aumento na produção das proteínas celulares. Aumento no número de células em um órgão ou tecido HIPERPLASIA A hiperplasia somente ocorre em tecidos que contêm células capazes de se dividir. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA A HPB é comum em homens com mais de 50 anos. Há uma hiperplasia nodular das células do estroma prostático e células epiteliais Forma nódulos bastante nítidos, na região periuretral da próstata Pode levar a obstrução urinária. O principal andrógeno na próstata é a di-hidrotestosterona (DHT). A DHT é formada na próstata a partir da testosterona HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA Nódulos das glândulas hiperplásicas em ambos os lados da uretra. Dupla população celular típica: a camada de células colunares internas e a de células basais achatadas externas. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças) ÚTERO GRAVÍDICO Há hiperplasia e hipertrofia. Útero normal Útero gravídico Pequenas células fusiformes de músculo liso de um útero normal células grandes com amplo citoplasma do útero gravídico Para não morrer, Alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. METAPLASIA Célula sensível Célula resistente que sobrevive. Resposta adaptativa em que uma célula sensível a um determinado estímulo nocivo é substituído por outro tipo de célula que é mais capaz de suportar o ambiente adverso. Estress Se adapta Nome da metaplasia: tecido/célula resistente. Metaplasia glandular Metaplasia Escamosa METAPLASIA ESCAMOSA Tecido pseudoestratificado cilíndrico ciliado METAPLASIA Tecido estratificado escamoso (Nomeia a metaplasia) Os mecanismos de proteção contra infecções (a secreção de muco e o movimento ciliar do epitélio colunar) são perdidos. METAPLASIA ESCAMOSA Tecido cilíndrico normal METAPLASIA Tecido estratificado escamoso (Acidez vaginal) METAPLASIA INTESTINAL Tecido estratificado pavimentoso METAPLASIA Tecido colunar gástrico + cél. caliciformes Refluxo ácido gástrico (HCL) Esôfago de Barret PORQUE É NA LÂMINA QUE VEMOS A METAPLASIA + CÉLULAS CALICIFORMES É um diagnóstico histopatológico Esôfago de Barret LEMBRANDO... Tecido colunar gástrico com cél. caliciformes O patologista que dá!!! Esôfago de Barret METAPLASIA INTESTINAL Se não tiver células caliciformes, apenas a metaplasia (mudança do tecido estratatificado pavimentoso para o tecido colunar gástrico) se chama metaplasia glandular. Se tiver além da mudança do epitélio, as células caliciformes, chama metaplasia intestinal. CASOS CLÍNICOS JLV, masculino, professor, negro, com 54 anos, hipertenso há 10 anos, com tratamento irregular. Chega na Emergência do Hospital São Gabriel, com queixa forte de dispneia, angina e síncope, infelizmente, faleceu por hemorragia cerebral. Na necropsia, o coração do paciente pesava 650 gramas (N=280-340g), apresentando miocárdio do V.E. com 2,8 cm de espessura e com áreas focais irregulares esbranquiçadas e os músculos papilares proeminentes. Qual processo adaptativo ilustrado? Por que? R: Hipertrofia. O miocárdiosubmetido a uma carga de trabalho persistentemente aumentada, como na hipertensão, adapta-se submetendo-se à hipertrofia para gerar a força contrátil necessária. JLV, masculino, professor, negro, com 54 anos, hipertenso há 10 anos, com tratamento irregular. Chega na Emergência do Hospital São Gabriel, com queixa forte de dispneia, angina e síncope, infelizmente, faleceu por hemorragia cerebral. Na necropsia, o coração do paciente pesava 650 gramas (N=280-340g), apresentando miocárdio do V.E. com 2,8 cm de espessura e com áreas focais irregulares esbranquiçadas e os músculos papilares proeminentes. JCS, 74 anos, sexo masculino, negro, agricultor, procurou o Pronto-Socorro municipal da cidade, com queixa de dificuldade miccional. Relatou que há mais ou menos um ano, observou diminuição do jato urinário, evoluindo, nas últimas semanas, com sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e necessidade de esforço abdominal às micções (sintomas obstrutivos). Percebeu piora acentuada dos sintomas, apresentando, disúria e incontinência de urgência. Qual processo adaptativo ilustrado? Qual o principal hormônio deste fenômeno? JCS, 74 anos, sexo masculino, procurou o Pronto-Socorro municipal da cidade, com queixa de dificuldade miccional. Relatou que há mais ou menos um ano observou diminuição do jato urinário e aumento da frequência urinária, que evoluiu nas últimas semanas com sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e necessidade de esforço abdominal às micções (sintomas obstrutivos). Percebeu piora acentuada dos sintomas, apresentando polaciúria, disúria e incontinência de urgência. Descreva o processo de adaptação celular que poderá ser encontrado. R: Adaptação celular de crescimento do tipo hiperplasia, ocorrendo aumento do número de células, que tem como percursor o hormônio di- hidrotestosterona. (DHT) Observou-se que em pacientes tabagistas habituais, frequentemente, ocorre a substituição das células epiteliais cilíndricas ciliadas normais da traqueia e dos brônquios por células epiteliais escamosas. Desta maneira, perdem-se importantes mecanismos de proteção, como a secreção de muco e a remoção ciliar da matéria particulada. Qual tipo de adaptação celular está presente nos casos acima e porque ela ocorre? Observou-se que em pacientes tabagistas habituais frequentemente ocorre a substituição das células epiteliais cilíndricas ciliadas normais da traqueia e dos brônquios por células epiteliais escamosas. Desta maneira, perdem-se importantes mecanismos de proteção, como a secreção de muco e a remoção ciliar da matéria particulada. Qual tipo de adaptação celular está presente nos casos acima e porque ela ocorre? R: Metaplasia escamosa. A substituição ocorre, pois o epitélio escamoso estratificado, sendo mais resistente, pode sobrevive aos produtos químicos nocivos na fumaça do cigarro enquanto o epitélio respiratório mais frágil não tolera. M.R.C., sexo feminino, 75 anos, procedente e residente em fortaleza, parda, viúva, aposentada, católica, vem à consulta, devido à queixa de esquecimento. Em exame neurológico, apresenta desorientação temporo- espacial, Miniexame do estado mental (MEEM) 18, Sinal de Romberg positivo, déficit de sensibilidade vibratória em membros inferiores, com preservação da sensibilidade tátil superficial e térmica. Reflexos preservados. Marcha atáxica. Quais mudanças estruturais e qual processo de adaptação celular possivelmente será observado no cérebro da paciente? M.R.C., sexo feminino, 75 anos, procedente e residente em Granja, interior do Ceará, parda, viúva, aposentada, católica, com escolaridade até ensino fundamental completo. Vem à consulta, trazida pela irmã, devido a queixa de que “está esquecida”. Em exame neurológico, apresenta desorientação temporo-espacial, Miniexame do estado mental (MEEM) 18, Sinal de Romberg positivo, déficit de sensibilidade vibratória em membros inferiores, com preservação da sensibilidade tátil superficial e térmica. Reflexos preservados. Marcha atáxica. Quais mudanças estruturais e qual processo de adaptação celular possivelmente será observado no cérebro da paciente? R: Perda de substância do cérebro, alargamento dos sulcos e estreitamento dos giros. Atrofia, diminuição no tamanho das células por perda de substância celular. BIBLIOGRAFIA KUMAR, VINAY. ROBBINS PATOLOGIA BÁSICA. RIO DE JANEIRO: GRUPO GEN, 2018. BRASILEIRO FILHO, GERALDO. BOGLIOLO PATOLOGIA BÁSICA. 10 ED. RIO DE JANEIRO: GRUPO GEN, 2018. UNICAMP, ANATPAT.