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PÓLIPOS E NEOPLASIAS INTESTINAIS CONCEITOS BÁSICOS PÓLIPO INTESTINAL qualquer massa ou estrutura que se projeta no lúmen do intestino a partir da parede intestinal APARÊNCIA NEOPLÁSICOS X NÃO NEOPLÁSICOS PÓLIPOS SÉSSEIS: pólipos achatados, base alargada e sem haste NÃO NEOPLÁSICO PÓLIPOS PEDUNCULADOS: Com uma haste e base mais fina, assumindo aparência “alongada” HIPERPLÁSICO INFLAMATÓRIO HAMARTOMATOSO NEOPLÁSICO ADENOMAS VILOSO TUBULAR TUBULOVILOSO Lesões infracentimétricas (< 1cm), rosadas e abobadais, carecem de repercussão clínica. São mais comuns em idosos, sendo benignos na grande maioria dos casos e ocorrendo principalmente no retossigmoide. Trata-se do tipo mais frequente de pólipos não neoplásicos. Pólipos não neoplásicos constituídos por componentes estromais, epiteliais e células inflamatórias. Exemplos: pseudopólipos inflamatórios e pólipos inflamatórios tipo prolapso. Lesões polipoides epiteliais cuja arquitetura tecidual se apresenta desorganizada. São lesões relativamente raras, ocorrendo com mais frequência em menores de 20 anos. Assim, os chamados pólipos juvenis, causa de hemorragia digestiva baixa em crianças, são pólipos hamartomatosos, ocorrendo em pequena quantidade. Correspondem a 65-80% dos pólipos adenomatosos, apresentam > 75% de componente tubular. São os que têm menos células atípicas e, consequentemente, menor risco de malignização. Correspondem a 10-25% dos pólipos adenomatosos, apresentam 25 a 75% de componente viloso. Apresentam intermediária quantidade de células atípicas e taxa intermediária de malignização. Correspondem a 5-10% dos pólipos adenomatosos, apresentam > 75% de componente viloso. São os que têm mais células atípicas e, consequentemente, maior risco de malignização "VILÃO” ADENOMAS AVANÇADOS (alto risco de malignização): Presença de componente viloso "VILÃO” Tamanho > 10mm (1 cm) Presença de displasia de alto grau SEQUÊNCIA ADENOMA-CARCINOMA A sequência adenoma-carcinoma ocorre por uma progressão ordenada de alterações moleculares/mutações genéticas distintas e cumulativas, da seguinte forma: Mutação no gene APC, um dos principais genes supressores de tumor, corresponde à mutação mais precoce, dando início à sequência adenoma-carcinoma; 1. Ativação do K-RAS, um protoncogene, ou seja, gene que produz proteínas que promovem crescimento e proliferação celular; 2. Mutação no gene DCC (deleted in colorectal carcinoma), um gene supressor de tumor;3. Mutação no gene p53, também um gene supressor de tumor, ocorre mais tardiamente na sequência adenoma-carcinoma. 4. SÍNDROMES DE CÂNCER COLORRETAL HEREDITÁRIAS COM POLIPOSE SEM POLIPOSE Pólipos adenomatosos Pólipos hamartomatosos Síndrome de CCR hereditário não poliposo Síndrome de polipose adenomatosa familia e suas variantes Polipose associada ao MUTYH Síndrome de Cowden Síndrome de Bannayan- Riley- Ruvalcaba Polipose juvenil familiar Síndrome de Peutz- Jeghers Síndrome de Lynch GENÉTICA AD | Mutação no gene APC AR | Mutação no gene MUTYH AD | Mutação no gene PTEN AD | Mutação no gene PTEN AD | Mutação no gene SMAD4 e/ou BMPR1A AD | Mutação no gene STK1 AD | Mutação nos genes MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 *Instabilidade de microsatélites MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS GASTROINTESTINAIS Variante clássica: > 100 pólipos adenomatosos colorretais. Pólipos duodenais e gástricos. Variante atenuada: 10 a 99 pólipos adenomatosos colorretais Pólipos adenomatosos colorretais, geralmente < 500 Pólipos duodenais e gástricos Pólipos gastrointestinais hamartomatosos múltiplos TGI e Pele Pólipos gastrointestinais hamartomatosos múltiplos Múltiplos pólipos GI hamartomatosos na primeira década de vida Múltiplos pólipos hamartomatosos GI Sem múltiplos pólipos Assintomáticos até que cursem com CCR Vários familiares com CCR MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EXTRAINTESTINAIS Osteomas Tumores desmoides Cistos epidérmicos Hipertrofia congênita do epitélio retiniano Síndrome de Gardner: tumores extraintestinais benignos + anomalias dentárias Síndrome de Turcot: Tumores do SNC (gliomas e meduloblastomas) Semelhantes à PAF Alterações mucocutâneas: Triquilemomas, Queratomas acreais Papilomas orais Tumores cerebrais benignos Déficit cognitivo Macrocefalia Lentigos penianos Lipomas Anormalidades vasculares Atraso no desenvolvimento Teleangiectasia hemorrágica hereditária (pele, mucosa oral, TGI) Epistaxes Sangramentos Máculas hipercrômicas na face, palmas, plantas e mucosa oral (Lentigos) Síndrome de Muir- Torre: Neoplasias das glândulas sebáceas Síndrome de Turcot: Tumores SNC (gliomas) OUTRAS MALIGNIDADES ASSOCIADAS Câncer: Periampular Tireoide Fígado SNC Câncer: Duodeno Ovário Bexiga Tireoide Pele Câncer: Mama Útero Tireoide Rim Câncer gastrointestinal Câncer gástrico CCR Mama Pulmão, Ovário Útero Endométrio Ovário Estômago Intestino delgado Pelve Ureter Hepático Biliar RISCO DE CÂNCER COLORRETAL Próximo a 100% É feita proctocolectomia com anastomose ileoanal profilática ao final da adolescência ou ínicio da terceira década (20 anos) em pacientes com adenomas esparsos (< 10mm) ou pequenos (< 5mm) 18 a 43% 13% Indeterminado 39 a 68% até 60 anos 15 a 57% 10 a 47% entre 45–60 anos, mais comum á direita Legenda: AD = autossômica dominante, AR = autossômica recessiva, CCR = câncer colorretal PÓLIPOS E NEOPLASIAS INTESTINAIS CÂNCER COLORRETAL 70 - 80% ESPORÁDICA 20 - 30% HEREDITÁRIA FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO E PROTEÇÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RISCO: Idade Sexo masculino Pólipos > 1cm Pólipos adenomatoso Pólipos de alto grau Dieta pobre em fibras Dieta rica em gorduras e proteínas Consumo de carne vermelha Obesidade Sedentarismo Tabagismo Etilismo História familiar Doença inflamatória intestinal Radioterapia Acromegalia Colecistectomia O Diagnóstico pode ser feito por: Sintomatologia Exames de rastreio Complicações que levam o paciente à urgência.PROTEÇÃO: Dieta rica em fibras e vegetais Atividades físicas regulares Cálcio Anti-inflamatórios Aspirina Ácido fólico Terapia de reposição hormonal SINTOMAS Alteração de hábito intestinal: diarreia, constipação ou uma alternância das duas sintomatologias. Sangramento retal: câncer de cólon direito costuma apresentar sangramento mais escurecido (melena), ao passo que o câncer de cólon esquerdo e reto apresenta sangramento vermelho vivo. Perda de peso: neoplasias malignas, de uma forma geral, podem predispor à perda ponderal. Anemia (microcítica e hipocrômica): ocorre pelo sangramento contínuo promovido pela lesão tumoral e, muitas vezes, é a partir da sua detecção em exames de rotina que se desconfia da possibilidade de CCR, sobretudo em idosos. Dor abdominal intermitente: a dor abdominal associada ao CCR é frequentemente inespecífica. Por esse motivo, muitas vezes pode passar quase que despercebida. Massa retal ou abdominal: 24,5% dos portadores de câncer de reto apresentam massa retal palpável, ao passo que massa abdominal é observada em 12,5% dos casos de CCR colônico. *Tumores restritos ao RETO, acrescentamos os sintomas de TENESMO, DOR RETAL e REDUÇÃO DO CALIBRE DAS FEZES, que se tornam finas e longas (ou “fezes em fita”, em decorrência do estreitamento provocado pela presença da neoplasia). DIAGNÓSTICO Fatores que influenciam no rastreio do CCR: • Idade do paciente • Síndromes hereditárias associadas a CCR • História familiar ou pessoal de CCR • Presença de pólipos adenomatosos ou serrilhados • Doença inflamatória intestinal • Exposição à radioterapia abdominal Rastreio CCR População normal - médio risco Idade de início: 50 anos Intervalo: Colonoscopia a cada 10 anos Pesquisa de sangue oculto nas fezes: anual Rastreio CCR História familiar para câncer colorretal em <60 anos sangue oculto nas fezes anualmente Rastreio CCR Doença inflamatória intestinal Idade de início: 8 a 10 anos após o diagnóstico Intervalo: Colonoscopia a cada 1 ou 2 anos Rastreio CCR Síndromes hereditárias que predispõem ao CCR EXAME FÍSICO O toque retal é capaz de identificar cerca de 50% dos tumores malignos que acometem a região.EXAMES COMPLEMENTARES TESTES REALIZADOS A PARTIR DE AMOSTRAS FECAIS PESQUISA DE SANGUE OCULTO NAS FEZES Teste da o-toluidina ou guaiaco (dieta) Teste imunológico ou imunocromatografia (sem dieta) ANÁLISE DO DNA FECAL (sem dieta) a cada 3 anos EXAMES ENDOSCÓPICOS Retossigmoidoscopia rígida aprox. 25cm da margem anal Retossigmoidoscopia flexível aprox 60cm da margem anal Colonoscopia (padrão ouro) Permite a biópsia das lesões tumorais e a retirada de pólipos EXAMES DE IMAGEM RADIOGRÁFICA Enema baritado com duplo contraste Sinal da maça mordida Colonografia / enterografia por tomografia computadorizada ou “colonoscopia virtual” EXAME PARA ACOMPANHAMENTO ANTÍGENO CARCINOEMBRIONÁRIO (CEA) O CEA não é um marcador específico para o câncer colorretal, podendo ser encontrados níveis elevados em outras condições neoplásicas (linfomas, melanoma, câncer de tireoide, fígado, pâncreas, rim, estômago, próstata, bexiga, colo do útero, ovário) e não neoplásicas (por exemplo, úlcera péptica, diverticulite, gastrite, doença hepática, DPOC, diabetes). Os valores normais são estimados entre 3ug/mL e 5ug/mL, com níveis pouco mais elevados em tabagistas. Sua dosagem não tem valor para o rastreio/diagnóstico do CCR, em razão da baixa sensibilidade e especificidade. Entretanto, níveis acima de 10ug/mL ao diagnóstico sugerem maior possibilidade de metástases ou de tumor localmente muito avançado. Sua dosagem pré-operatória é recomendada pelo fato de seu valor prognóstico poder influir no planejamento terapêutico e no seguimento pós-operatório, ocasião em que uma elevação de seus níveis deve chamar a atenção para a possibilidade de metástase, em especial hepática, com sensibilidade de 64% e especificidade de 90%. Sabe-se ainda que esse antígeno se eleva sobretudo nas metástases hepáticas de maior volume. ESTADIAMENTO PÓLIPOS E NEOPLASIAS INTESTINAIS TRATAMENTO TRATAMENTO DO CÂNCER COLÔNICO LOCALIZADO CIRURGIA O objetivo é remover o tumor primário junto ao seu suprimento linfovascular COLECTOMIA SEGMENTAR ASSOCIADA À LINFADENECTOMIA REGIONAL RESSECÇÃO EM BLOCO de estruturas contíguas é indicada se houver fixação ou infiltração do tumor em um órgão ou estrutura potencialmente ressecável. RECONSTRUÇÃO DE TRÂNSITO? COLECTOMIA NÃO COMPLICADA - Anastomose primária Perfuração livre, peritonite difusa, instabilidade - Colostomia ou Ileostomia temporária CA cólon não obstruído ou perfurado, não localmente avançado, sem cirurgia abdominal extensa prévia - Colectomia assistida por laparoscopia (técnica preferida) A quimioterapia adjuvante geralmente é iniciada seis a oito semanas após a ressecção do tumor primário. Para os pacientes estádio III, estudos recentes recomendam o esquema FOLFOX (5- fluorouracil, leucovorin e oxaliplatina). Os pacientes com doença em estádio II recebem mais frequentemente um regime que não inclui oxaliplatina. A radioterapia não tem nenhuma indicação no contexto do câncer de cólon não retal devido à proximidade com o intestino delgado, que não tolera altas doses de radiação. TRATAMENTO DO CÂNCER COLÔNICO METASTÁTICO TRATAMENTO DO CÂNCER RETAL LOCALIZADO TERAPIA MULTIMODAR SEQUENCIADA Radioterapia + Quimioterapia infusional (5-fu) 5-6 semanas 1. Esperar 6 a 10 semanas 2. Fazer ressecção cirúrgica3. TERAPIA NEOADJUVANTE (ANTES da ressecção cirúrgica) A radiação pré-operatória (combinada com quimioterapia) atualmente é aplicada para: TRATAMENTO CIRÚRGICO EXCISÃO LOCAL: RESSECÇÃO TRANSANAL RESSECÇÃO RADICAL ORDEM DO TRATAMENTO: Terapia neoadjuvante 1. Ressecção cirúrgica2. Quimioterapia adjuvante para todos os pacientes que receberam radioquimioterapia neoadjuvante. 3. O esquema preferido atualmente é o FOLFOX (o mesmo empregado para adjuvância no câncer do cólon estágio III), por 24 semanas. a. TERAPIA ADJUVANTE TERAPIA DO CÂNCER RETAL METASTÁTICO DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA CÓLON DIREITO, TRANSVERSO PROXIMAL - VMS - VEIA PORTA - FÍGADO CÓLON TRANSVERSO DISTAL, DESCENDENTE, SIGMOIDE E PARTE DO RETO PROXIMAL - VMI - VEIA PORTA - FÍGADO RETO DISTAL - VV RETAIS MÉDIA E INFERIOR - V ILÍACA INTERNA - V CAVA INFERIOR - PULMÃO