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AFYA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - GARANHUNS MARCELA NOBRE BELTRÃO SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS V Doença Rara - Vacina Oxford - COVID GARANHUNS 2024 MARCELA NOBRE BELTRÃO SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS V Doença Rara - Vacina Oxford - COVID Trabalho apresentado à disciplina de Sistemas Orgânicos e Integrados V, como requisito parcial para obtenção de nota em Sistemas Orgânicos e Integrados V do curso de medicina. Orientador: Prof. Ernando Gouveia. GARANHUNS 2024 1. Qual a diferença entre Esclerose Múltipla e as Leucodistrofias? Quais os tipos de Leucodistrofias? A Esclerose Múltipla (EM) é definida como uma doença neurológica crônica de caráter desmielinizante. Dessa forma, a doença afeta diretamente o sistema nervoso central destruindo a proteína mielina, em que essa é responsável por auxiliar a condução do impulso nervoso. Trata-se de uma doença inflamatória autoimune de etiologia multifatorial, envolvendo fatores ambientais e predisposição genética. (Da Silva et al., 2024) Acredita-se que o processo autoimune observado na EM seja mediado por células T autorreativas, com perfil Th17 que reconhecem antígenos derivados da mielina. A ativação de células T helper autorreativas desencadeia uma cascata imunológica que culmina com a ativação de linfócitos B, T CD8+ e macrófagos levando a invasão do SNC, ativação da micróglia e subsequente produção de anticorpos, citoquinas, quemoquinas e outros mediadores inflamatórios que provocam a destruição da mielina e a formação de placas, marca registrada da doença (Bertolucci et al., 2021). As características clínicas da doença envolvem manifestações de caráter autoimune e degenerativo, ocasionando diversificados sinais neurológicos. Os sintomas podem ser variados e inespecíficos, que incluem fadiga, ansiedade, depressão, parestesia, espasmos musculares e alteração da marcha. A patologia possui um padrão evolutivo que envolve surtos, os quais são caracterizados como exacerbação da atividade inflamatória, intercalando com períodos de remissão ou com deterioração das funções neurológicas. Nessa análise, o desenvolvimento de seus sintomas não segue um padrão temporário, podendo ocorrer em horas, dias ou semanas (Da Silva et al., 2024). Já as leucodistrofias são doenças hereditárias que afetam a substância branca do SNC, existe cerca de dez diferentes formas, de herança autossômica recessiva ou ligada ao X, podendo levar a alterações motoras, visuais, auditivas e cognitivas devido ao distúrbio progressivo na formação e na preservação da mielina (Paiva, 2019). Os principais tipos de leucodistrofias são: (Paiva, 2019). • Adrenoleucodistrofia: que apresenta o comprometimento das glândulas suprarrenais. • Leucodistrofia de Krabbe: definida pela presença de células globoides. • Doença de Perlizaeus-Merzbacher. • Leucodistrofia metacromática. • Leucodistrofia autossômica dominante desmielinizante do adulto. Adrenoleucodistrofia (ALD) - forma mais comum, afeta principalmente meninos. É causada por uma mutação no gene ABCD1, que resulta em acúmulo de ácidos graxos de cadeia muito longa no cérebro e nas glândulas adrenais; Leucodistrofia metacromática (LDM) - é causada pela deficiência da enzima arilsulfatase A, o que leva à acumulação de gorduras tóxicas - cerebrosídeo (galactosilsulfatídeo) - nas células nervosas (Bertolucci et al., 2021). Ademais, têm-se a doença de Krabbe, sendo esta uma forma rara, causada pela deficiência da enzima galactocerebrosidase, que leva à destruição das células nervosas e da mielina. Outro tipo é a leucodistrofia de Canavan, causada pela deficiência da enzima aspartoacilase, o que leva ao acúmulo de uma substância tóxica no cérebro. Já a doença de Perlizaeus-Merzbacher, caracteriza-se por início precoce, curso longo e ilhas preservadas de mielina em áreas desmielinizadas. Por fim, é importante mencionar que existem muitos outros tipos de Leucodistrofias, e cada um tem causas e sintomas diferentes (Berto, 2020). Desse modo, torna-se crucial para a prática médica compreender a natureza da esclerose múltipla, bem como as leucodistrofias, incluindo seus subtipos e os métodos para distingui-los. Embora essas condições compartilhem sintomas semelhantes, é fundamental reconhecer suas distinções, já que exigem abordagens terapêuticas distintas. Adicionalmente, um diagnóstico precoce está diretamente associado a um prognóstico mais favorável e a uma melhor qualidade de vida para o paciente. REFERÊNCIAS BERTO, M. H.; CERVELIN, J. C.; FRIZON, R.; BERTO, J. Metachromatic leukodystrophy: case report of child with late infantile form. Revista de Pediatria SOPERJ, n. 20, v. 3, 2020. BERTOLUCCI, P. H. F. et al. Neurologia: diagnóstico e tratamento. 3. ed. São Paulo: Manole, 2021. DA SILVA, L. L. et al. QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA: REVISÃO DE LITERATURA. REVISTA FOCO, v. 17, n. 3, p. e4555, 4 mar. 2024. PAIVA, A. R. B. Leucodistrofias e leucoencefalopatias genéticas em adultos: caracterização clínica, molecular e de neuroimagem. Tese de doutorado: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2019.