Buscar

PrepSaúde: Concursos Públicos em Saúde Pública

Prévia do material em texto

PrepMedBrasil
CONCURSOS
PÚBLICOS
SAÚDE 
PÚBLICA
Paola Soares Motta
Márcia Moreira Morais 
Anderson Sena Barnabe
Luís Filipe R. Jacomossi de Oliveira
PREPSAÚDE
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
© 2022 Propriedade da PrepSaúde, sendo vedada a sua reprodução por qualquer 
meio, físico ou digital, total ou parcialmente, comercialização, publicação, alteração do con-
teúdo ou qualquer ato que importe violação do direito autoral.
ORGANIZAÇÃO
PrepSaúde
RESPONSÁVEL TÉCNICO-CIENTÍFICO
Dr. Hércules de Pinho
AUTORES
Dra. Paola Soares Motta
Dra. Márcia Moreira Morais 
Prof. Anderson Sena Barnabe
Dr. Luís Filipe Roriz Jacomossi de Oliveira
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Formata Produções Editoriais
IMAGEM CAPA
Freepik.com
Bibliotecária responsável: Cleide A. Fernandes CRB6/2334
	 Motta,	Paola	Soares
M921s	 	 Concursos	públicos	:	saúde	pública	/	Paola	Soares	
Motta	;	Márcia	Moreira	Morais	;	Prof.	Anderson	Sena	
Barnabe.	-	Belo	Horizonte	:	PrepSaúde,	2022.	
	 	 Recurso	eletrônico	;	213	p.	:	il.	color.	
	 	 Formato:	pdf
 Modo de acesso: World Wide Web
	 	 Inclui	bibliografia.
	 	 ISBN	978-65-997151-2-9
	 	 1.	Saúde	pública	-	Brasil	2.	Sistema	Único	de	Saúde	
(Brasil)	I.	Morais,	Márcia	Moreira	II.	Barnabe,	Anderson	
Sena	III.	Título.
CDD:	362.10981
Catalogação	na	Publicação	(CIP)
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
SUMÁRIO
1. CONHECIMENTOS DO SUS .........................................................................5
1.1 Aspectos históricos .......................................................................................8
1.2. Fundamentação Jurídica e organizacional do SUS.............................. 14
2. ORGANIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DO SUS — 
PT4279 (PRC nº3) .........................................................................................50
2.1 Por que organizar rede de atenção à saúde no SUS ........................... 51
2.2 Fundamentos da Rede de Atenção à Saúde .......................................... 54
2.3 Atributos da Rede de Atenção à Saúde .................................................. 56
2.4 Principais Ferramentas de Micro Gestão dos 
Serviços nas Redes .................................................................................... 58
2.5 Elementos Constitutivos da Rede de Atenção à Saúde ..................... 61
2.6 Diretrizes para Implementação Da RAS .................................................. 68
2.7 Política Nacional de Atenção Básica ....................................................... 69
2.8 Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem 
operacionalizados na Atenção Básica .................................................... 70
2.9 Infraestrutura, Ambiência e Funcionamento 
da Atenção Básica ..................................................................................... 80
2.10	Equipes	de	Atenção	Básica	para	Populações	Específicas ................. 88
2.11 Do Financiamento do Programa Saúde na Hora ................................118
2.12 Do Programa Saúde na Hora ..................................................................120
3. PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE ...................124
3.1 Programa Nacional de Segurança do Paciente ...................................125
3.2 A PNSP ........................................................................................................127
3.3 Avaliação e Monitoramento ....................................................................133
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
4. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO E GESTÃO 
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – HUMANIZASUS .................................134
4.1 Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão 
no Sistema Único de Saúde – HUMANIZASUS .................................135
5. EPIDEMIOLOGIA ...................................................................................141
5.1 Epidemiologia e Saúde Pública ..............................................................142
5.2 Anexo ...........................................................................................................148
5.3 Indicadores Epidemiológicos ..................................................................153
5.4 Indicadores de Saúde Baseado em Evidências ...................................162
6. POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE ... 164
6.1 Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 
(Portaria GM/MS nº 1.996, de 20 de agosto de 2007) ......................165
7. CARTEIRA DE SERVIÇOS DA ATENÇÃO 
PRIMÁRIA A SAÚDE (CASAPS): ............................................................... 172
7.1 Carteira de Serviços da Atenção Primária a Saúde (CaSAPS): 
versão	profi	ssionais	de	saúde	e	gestores. ...........................................173
7.2	 Bibliografi	as	inclusas	e	kits	de	materiais .............................................176
8. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) .......................................172
8.1 Apresentação .............................................................................................178
8.2 Informação em Saúde ..............................................................................178
8.3 O que é um Sistema de Informação em Saúde — SIS? .....................181
8.4 Os Sistemas de Informação do SUS .....................................................185
8.5 Sistemas de Informação na Atenção Primária à Saúde ....................197
8.6 Integrações de Sistemas Nacionais e a 
Estratégia de E-SUS AB ............................................................................203
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................205
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
CONHECIMENTOS 
DO SUS
SAÚDE 
PÚBLICA
1
Dra. Paola Soares Motta
Dra. Márcia Moreira Morais 
Especialistas em Saúde Pública, 
Mestres em Administração Pública
Prof. Anderson Sena Barnabe
Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP em 
Epidemiologia
Dr. Luís Filipe Roriz Jacomossi de Oliveira -
Mestrando, Preceptor de Residência de MFC, Médico de Família pela 
COREME da Universidade Evangélica de Goiás – Anápolis.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
6
PrepMedBrasil
CONHECIMENTOS DO SUS
1. Aspectos históricos. 
2. Fundamentação Jurídica e organizacional do SUS: 
 Princípios e Diretrizes do SUS (Constituição). Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 
1990. 
 Lei Federal nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. 
 Decreto nº 7508, de 28 de junho de 2011 que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de se-
tembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde – SUS, 
o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá 
outras providências
3. Portaria de Consolidação Nº 3, Portaria Nº 4279, de 30 de dezembro de 2010, que esta-
belece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS). 
4. Atenção Primária à Saúde e Saúde Coletiva:
 Estratégia Saúde da Família: organização e prática. Portaria de Consolidação Nº 2, 
Nº 3, Portaria Nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, aprova a Política Nacional de 
Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção 
Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 
 Portarias de Consolidação Nº 2, Nº 5 e Nº 6, Portaria Nº 397 de 16 de março de 2020, 
que dispõe sobre o Programa Saúde na Hora, no âmbito da Política Nacional de Aten-
ção Básica.
 Portaria Nº 2.979, de 12 de novembro de 2019: institui o Programa Previne Brasil.
5. Documento de Referência do Programa Nacional de Segurança do Paciente.
6. Humaniza SUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 
7. Política Nacional de Educação Permanente. 
8. Institui o Programa Médicos pelo Brasil, no âmbito da atenção primária à saúdeno Sis-
tema Único de Saúde (SUS), e autoriza o Poder Executivo federal a instituir serviço social 
autônomo denominado Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde 
(ADAPS). 
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
7
PrepMedBrasil
 Institui o Serviço Social Autônomo denominado Agência para o Desenvolvimento da 
Atenção Primária à Saúde - ADAPS. 
 Dispõe sobre a metodologia de priorização de municípios e de dimensionamento de 
vagas	e	defi	ne	a	relação	dos	municípios	elegíveis	e	o	quantitativo	máximo	de	vagas	no	
âmbito do Programa Médicos pelo Brasil. 
 Altera o Título IV da Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, 
para dispor sobre as regras para execução do Programa Médicos pelo Brasil. 
 Aprova o Regimento Interno da Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à 
Saúde — ADAPS. 
 Dispõe sobre o Contrato de Gestão para o desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde.
 Sistemas de informação em saúde. 
 Vigilância epidemiológica e indicadores de saúde pública, SISVAN. 
 Anexo	—	Carteira	de	serviços	da	Atenção	Primária	à	Saúde	(CaSAPS):	versão	profi	ssio-
nais de saúde e gestores / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, 
Departamento de Saúde da Família-Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: 
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefi	ndmkaj/viewer.html?pdfurl=http%3A%-
2F%2F189.28.128.100%2Fdab%2Fdocs%2Fportaldab%2Fdocumentos%2Fcasaps_ver-
sao_profi	ssionais_saude_gestores_completa.pdf&clen=767850&chunk=true
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
8
PrepMedBrasil
1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS
Desde 1808 quando as instituições começaram a organizar-se no Brasil já existiam as 
Santas Casas que focavam no tratamento dos miseráveis e inválidos; a criação da hoje FIO-
CRUZ em 19001; a Revolta da Vacina2 em 1904; em 1920 a criação do Departamento Nacio-
nal de Saúde Pública integrado ao Ministério da Justiça; a instituição em 1930 do Ministério 
da Educação e Saúde, e as Caixas de Assistência e Previdência CAPs3 criadas em 1923 que 
foram	unifi	cadas	em	Institutos	de	Aposentadorias	e	Pensões	(IAPs)4 em 1930; o Serviço Es-
pecial de Saúde Pública – SESP5 –, criado em 1942 e quando em 1953 o Ministério da Saú-
de (MS) foi constituído e separado do Ministério da Educação, são momentos históricos 
iniciais relevantes. Merece destaque também quando, em 1966, os IAPs (que contavam com 
recursos diferentes entre eles para utilizar na Assistência) são fundidos em um único órgão, o 
INPS6, que arrecadava recursos e pagava serviços médicos e na construção de hospitais. Na-
quele momento havia preocupação maior com as questões econômicas do que com as so-
ciais e prevalecia a prática assistencial curativa, embasada na construção de hospitais com 
forte tendência privatizante. A maioria dos serviços privados dependia da ação do Estado 
de investir na saúde pública. Em 1967 com a Reforma Administrativa Federal do Decreto Lei 
200, mantendo a exclusão à Assistência Médica dos brasileiros que não conseguiam entrar 
no	mercado	de	trabalho	formal,	fi	cou	defi	nido	que	ao	Ministério	da	Saúde	caberia: a formula-
ção e coordenação da Política nacional de saúde; Atividades médicas e para-médicas; Ação 
preventiva	em	geral;	vigilância	sanitária	de	fronteiras	e	de	portos	marítimos,	fl	uviais	e	aéreos;	
Controle de drogas, medicamentos e alimentos e Pesquisas médico-sanitárias. Assim no 
1 Foi criado o Instituto Soroterápico Federal de Manguinhos, no Rio de Janeiro, para o desenvolvimento de 
vacinas
2 Quando uma parte da população não queria ser vacinada pelas brigadas sanitárias contra Varíola.
3 O trabalhador usava uma rede de serviços de acordo com a empresa a qual estava vinculado.
4	 Os	trabalhadores	usavam	os	serviços	de	acordo	com	a	categoria	profi	ssional
5 Foi criado através de acordo entre os governos brasileiro e norte-americano, tendo como funções o sanea-
mento de regiões produtoras de matérias-primas estratégicas aos interesses do acordo, como a borracha 
e	o	minério	de	ferro	e	mica.	Proveu	a	assistência	médica	aos	seringueiros	e	o	treinamento	de	profi	ssionais	
de saúde, especialmente médicos, enfermeiras e engenheiros sanitários
6 Instituto Nacional de Previdência Social.
1900 1904
1942
1920
1953
1930
19671966
1923 1930
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
9
PrepMedBrasil
início a assistência médica no Brasil ocorreu de maneira excludente, uma vez que quem não 
tivesse trabalho formal não teria direito aos cuidados de saúde. Mas as primeiras ações de 
saúde pública aconteceram através de campanhas de vacinação abarcando toda a popula-
ção. Em 1975 – organização do Sistema Nacional de Saúde – ao Ministério da Saúde, ao 
qual compete formular a política nacional de saúde e promover ou executar ações preferen-
cialmente voltadas para as medidas e os atendimentos de interesse coletivo; ao Ministério 
da Previdência e Assistência Social, com atuação voltada principalmente para o atendimento 
médico-assistencial individualizado; ao Ministério da Educação e Cultura, incumbido princi-
palmente	da	formação	e	da	habilitação	dos	profi	ssionais	de	nível	universitário,	assim	como	
do pessoal técnico e auxiliar necessário ao setor saúde; ao Ministério do Interior, atuando 
nas áreas de saneamento, radicação de populações, desenvolvimento regional integrado e 
assistência em casos de calamidade pública e Ministério do Trabalho, quanto à higiene e 
segurança	do	trabalho,	à	prevenção	de	acidentes,	de	doenças	profi	ssionais	e	do	trabalho,	à	
proteção,	disciplina	corporativa	e	política	salarial	das	profi	ssões	de	saúde.
Nos	anos	70	com	a	crise	fi	nanceira	no	INPS	ocasionada	por	aumento	de	gastos,	de-
manda,	falta	de	fi	scalização,	modelo	de	contrato,	foi	criado	em	1977 o Sistema Nacional de 
Previdência e Assistência Social, com coordenação e controle do Ministério da Previdência 
e Assistência Social – MPAS, no qual os serviços da previdência foram separados dos servi-
ços da assistência à saúde. O novo sistema transferiu parte das funções até então exercidas 
pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) para duas novas instituições. A assis-
tência médica aos segurados foi atribuída ao INAMPS7 e a gestão fi nanceira, ao Instituto 
de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), permanecendo no 
INPS apenas a competência para a concessão de benefícios.
Os que não contribuíam com a previdência, como trabalhadores rurais, desempre-
gados e inválidos, não tinham direito ao acesso aos serviços remunerados pelo INAMPS, 
ou seja, tinham de recorrer às santas casas. Assim no início a assistência médica no Brasil 
7 Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi extinto em 1993, e suas 
competências transferidas às instâncias federal, estadual e municipal gestoras do Sistema Único de Saúde 
(SUS),	criado	pela	Constituição	de	1988,	que	consagrou	o	direito	universal	à	saúde	e	a	unifi	cação/descen-
tralização para os estados e municípios da responsabilidade pela gestão dos serviços de saúde.
1975 1977
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
10
PrepMedBrasil
ocorreu de maneira excludente, uma vez que quem não tivesse trabalho formal não teria di-
reito aos cuidados de saúde. Cabia ao Ministério da Saúde atuar na área de saúde pública 
por meio de campanhas de vacinação	 e	das	ações	que	 foram	defi	nidas	pelo	Decreto-Lei	
200/1967.
A década de 1970, em plena ditadura militar, num contexto de crise econômica, mode-
lo curativo assistencial; exclusão de acesso, abertura política no regime militar lenta, gradual 
e segura surgem os movimentos sociais entre eles o da Reforma Sanitária que buscava 
uma reorganização da assistência a saúde garantindo acesso à toda população, do qual 
participavam grandes intelectuais que contestavam a organização dos serviços de saúde 
e que foram contratados pelo Governo para desenvolverprojetos voltados para questões 
sociais	e	de	saúde.	No	fi	nal	dos	anos	1970,	intensifi	cavam-se	a	mobilização	e	a	organização	
da sociedade civil brasileira e as iniciativas na área da saúde também foram incentivadas 
por instituições americanas8. Colocados em prática os primeiros embriões de um sistema 
de saúde universal e territorial: Distritos Sanitários Inseridos em um Sistema Nacional de 
Saúde; 1976 — PIASS9; 1980 — PREV-SAÚDE10; 1982 — Plano CONASP11;1982 PAIS12 e 1983
— AIS13. Em 1986, acontece um dos marcos mais importantes da Reforma Sanitária Bra-
sileira — 8º Conferência Nacional de Saúde. Ela se pautou em 3 temas fundamentais que 
foram: Saúde como Direito; Reformulação do Sistema Nacional de Saúde e Financiamento 
do setor. O	documento	“Democracia	é	Saúde”	lançando,	a	partir	do	relatório	fi	nal	os	alicerces 
para a proposta do Sistema Único de Saúde (SUS). O conceito de saúde	defi	nido	sintetiza	
grande parte do ideário do Movimento Sanitário Brasileiro: “Em sentido mais abrangente, a 
saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio am-
biente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a 
serviços de saúde. E assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social 
8 Como a Fundação Kellogs, Rockfeller, ou mesmo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)
9 Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento.
10 Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde.
11 Plano de Reorientação de Assistência à Saúde no Âmbito da Previdência Social.
12 Programa das Ações Integradas de Saúde
13 Ações Integradas de Saúde
1976 1980 1982 1983 1986
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
11
PrepMedBrasil
da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida”. E ainda an-
tes da Constituição em 1987 do SUDS14. 
Publicada a Constituição Federal de 1988 (Constituição Cidadã) que defi ne três 
grandes referenciais para o sistema de saúde brasileiro: o conceito ampliado de saú-
de; a saúde como direito do cidadão e dever do Estado e a instituição de um Sistema 
Único de Saúde (SUS).. 
Bandeiras do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira refl etidos na Constituição 
de 1988, o SUS, calcado nos princípios de universalidade, integralidade, descentralização 
e participação da comunidade, foi resultado de um intenso movimento social, que teve 
como objetivo construir um sistema universal de saúde para o país. Segundo Fleury, 2009, 
quatro princípios nortearam a reforma: princípio ético-normativo15; princípio científi co16; 
princípio político17; e princípio sanitário18. 
Marcos importantes no desenvolvimento do SUS que merecem destaque, são a 
8ª Conferência Nacional de Saúde em 1986 e a elaboração da nova Constituição.
O	SUS	 foi	defi	nido	na	Constituição	de	1988,	 e	 regulamentado em 1990 pelas Leis 
n. 8.080 e 8.142. – Lei 8.080 dispôs sobre as condições para promoção, proteção e recu-
peração	de	 saúde,	 organização	 e	 funcionamento	 dos	 serviços,	 reafi	rmando	os	princípios 
doutrinários/fi nalísticos (universalidade, equidade, integralidade) e as diretrizes organi-
zacionais/estratégicas (regionalização, hierarquização, descentralização e participação 
social). A Lei n. 8.142 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS nas 
14	 	Programa	dos	Sistemas	Unifi	cados	e	Descentralizados	de	Saúde
15 Insere a saúde como parte dos direitos humanos
16 Compreende a determinação social do processo saúde/doença
17 Assume a saúde como direito universal inerente à cidadania em uma sociedade democrática.
18 Entende a proteção à saúde de forma integral, desde a promoção, passando pela ação curativa até a reabi-
litação.
1987
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
12
PrepMedBrasil
três esferas – municipal, estadual e federal, garante a criação dos conselhos de saúde e 
conferências de saúde, com participação paritária de usuários, trabalhadores e gestores.
Com	as	defi	nições	legais	da	Constituição	Federal	de	1988	e	da	Lei	Orgânica	da	Saúde,	
teve início a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), sempre de uma forma negociada 
com as representações dos Secretários Estaduais e Municipais de Saúde. Esse processo é 
orientado pelas Normas Operacionais do SUS, instituídas por meio de portarias ministeriais, 
defi	nindo	as	competências	de	cada	esfera	de	governo	e	as	condições	necessárias	para	que	
Estados e Municípios possam assumir as novas posições no processo de implantação do 
SUS. O	teor	das	portarias	é	defi	nido	de	forma	pactuada	entre	o	Ministério	e	os	representantes	
do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secre-
tários Municipais de Saúde (CONASEMS).
Desde o início do processo, foram publicadas três Normas Operacionais Básicas (NOB/
SUS 01/91, NOB/SUS 01/93 e NOB/SUS 01/96). NOB-SUS 01/1991 – Editada pelo INAMPS 
tem por objetivo fornecer instruções aos responsáveis pela implantação e operacionalização 
do Sistema Único de Saúde – SUS; NOB–SUS 1/1993, no contexto da publicação do Docu-
mento “Ousadia de Cumprir a Lei” (a Constituição e as leis do SUS). Em sua introdução, a 
norma estabelece como objetivo “disciplinar o processo de descentralização de gestão das 
ações e serviços de saúde na perspectiva de construção do Sistema Único de Saúde” num 
esquema de transição, com diferentes níveis de responsabilidades para os Estados e municí-
pios e, por relação, para o próprio nível federal. NOB-SUS 1/1996, que impulsiona o processo 
de municipalização do setor da saúde. Em 2001 foi publicada a primeira Norma Operacional 
da Assistência a Saúde (NOAS/SUS 01/01)19, que foi revista e publicada em 2002 (NOAS/SUS 
01/02) 20 com ênfase na Regionalização da Saúde.
2006 — PACTO PELA SAÚDE — O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institu-
cionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados e Municípios) com 
19	 Amplia	as	responsabilidades	dos	municípios	na	Atenção	Básica;	defi	ne	o	processo	de	regionalização	da	
assistência; cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e 
procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios.
20 Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; estabelece o processo de regionalização 
como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade; cria mecanismos 
para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos 
critérios de habilitação de estados e municípios
2001 2002 2006
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
13
PrepMedBrasil
o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar 
maior	efi	ciência	e	qualidade	das	respostas	do	Sistema	Único	de	Saúde	e	aprova	as	Diretrizes	
Operacionais do Pacto pela Saúde para Consolidação do SUS com seus três componentes: 
Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão.
2011 — Decreto 7508/2011 — regulamenta a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90) 
no que diz respeito à organização do SUS, ao planejamento da Saúde, à assistência à saúde 
e à articulação interfederativa e institui o Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde 
(COAP)	como	a	fi	gura	jurídica	que	dará	concretude	aos	compromissos	de	cada	ente	federado	
frente a objetivos comuns, discutidos e consensuados em cada região de saúde, respeitando 
a diversidade federativa e garantindo a segurança jurídica necessária a todos. 
Lei Complementar 141/2012 dispõe sobre os valores mínimos a serem aplicados anual-
mente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saú-
de; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas 
de	fi	scalização,	avaliação	e	controle	das	despesas	com	saúde	nas	3	(três)	esferas	de	governo.
Portarias de Consolidação (PRCs) de 2017 — Foram analisadas mais de 18.000 por-
tarias editadaspelo Gabinete do Ministro da Saúde, que, após categorização, resultaram em 
749 portarias que passaram nos critérios para consolidação, ou seja, foram consideradas 
de conteúdo normativo e de efeitos permanentes ou duradouros. Assim, foram publicadas 
seis	Portarias	de	Consolidação	que	sistematizam	portarias	classifi	cadas:	
Portarias de Consolidação
PRC nº 1 - Consolida as normas sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde, a organização 
e o funcionamento do SUS.
PRC nº 2 - Consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS.
PRC nº 3 - Consolida as normas sobre as redes do SUS.
PRC nº 4 - Consolida as normas sobre os sistemas e os subsistemas do SUS.
PRC nº 5- Consolida as normas sobre as ações e os serviços de saúde do SUS.
PRC	nº	6	-	Consolida	as	normas	sobre	o	fi	nanciamento	e	a	transferência	dos	recursos	federais	
para as ações e os serviços de saúde do SUS.
Fonte: MS. Quadro elaborado pela autora
2011 2017
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
14
PrepMedBrasil
É importante destacar que, quando se diz que a portaria foi revogada por consolida-
ção,	signifi	ca	que,	embora	a	portaria não esteja mais vigente, seu conteúdo foi consolidado 
e, portanto, está inserido em uma das PRCs.
1.2 FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA E ORGANIZACIONAL DO SUS
Retomando...O SUS foi defi nido na Constituição de 1988, e regulamentado em 1990 
pelas Leis n. 8.080 e 8.142.
A Lei 8.080 dispôs sobre as condições para promoção, proteção e recuperação de 
saúde,	organização	e	funcionamento	dos	serviços,	reafi	rmando	os	princípios doutrinários/
fi nalísticos (universalidade, equidade, integralidade) e as princípios estratégicos/diretrizes 
organizacionais (regionalização, hierarquização, descentralização e participação social). 
A Lei n. 8.142 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS nas 
três esferas – municipal, estadual e federal, garante a criação dos conselhos de saúde e 
conferências de saúde, com participação paritária de usuários, trabalhadores e gestores;
O Sistema Único de Saúde — SUS
Constituição 1988 – Art 196 — A saúde é direito de todos e dever do Estado, garan-
tido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e 
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promo-
ção, proteção e recuperação. Constituição Federal de 1988 (Constituição Cidadã) defi ne três 
grandes referenciais para o sistema de saúde brasileiro: o conceito ampliado de saúde; a 
saúde como direito do cidadão e dever do Estado e a instituição do SUS.
Lei 8080 – Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, 
executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas na-
turais ou jurídicas de direito Público ou privado.
A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as con-
dições indispensáveis ao seu pleno exercício. O dever do Estado de garantir a saúde consis-
te na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de 
riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem 
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e 
recuperação. O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da 
sociedade. Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo 
a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o 
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
15
PrepMedBrasil
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, 
o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Dizem respeito também à 
saúde as ações que, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-
-estar físico, mental e social.
O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas 
federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações manti-
das pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). Estão incluídas aqui as 
instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e 
produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipa-
mentos para saúde. A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), 
em caráter complementar.
Da Participação Complementar
Constituição de 1988
A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. As instituições privadas poderão participar 
de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato 
de	direito	público	ou	convênio,	tendo	preferência	as	entidades	fi	lantrópicas	e	as	sem	fi	ns	lucrativos.
É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às institui-
ções	privadas	com	fi	ns	lucrativos.
É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na as-
sistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. Conforme disposto na Constitui-
ção	de	1988	a	Lei	8080	(alterada	pela	Lei	nº	13.097,	de	2015)	defi	niu	como	se	dá	participação	
direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País: 
É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de 
capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos: 
I. doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de 
entidades	de	cooperação	técnica	e	de	fi	nanciamento	e	empréstimos;
II. pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar
a)	 hospital	geral,	inclusive	fi	lantrópico,	hospital	especializado,	policlínica,	clínica	geral	e	
clínica especializada; e 
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; 
III.	 serviços	de	saúde	mantidos,	sem	fi	nalidade	lucrativa,	por	empresas,	para	atendimento	
de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e 
IV.	 demais	casos	previstos	em	legislação	específi	ca.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
16
PrepMedBrasil
A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, 
tecidos	e	substâncias	humanas	para	fi	ns	de	transplante,	pesquisa	e	tratamento,	bem	como	
a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo 
de comercialização.
Lei 8080	–	Quando	as	suas	disponibilidades	forem	insufi	cientes	para	garantir	a	co-
bertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) 
poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. A participação complementar 
dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respei-
to, as normas de direito público.
As entidades fi lantrópicas e as sem fi ns lucrativos terão preferência para 
participar do Sistema Único de Saúde (SUS)
Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por ini-
ciativa	própria,	de	profi	ssionais	liberais,	legalmente	habilitados,	e	de	pessoas	jurídicas	de	
direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.
A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Na prestação de serviços privados de 
assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão 
de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento
Conforme	disposto	na	Constituição	de	1988	a	Lei	8080	defi	niu	como	se	dá	par-
ticipação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saú-
de no País: 
É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de 
capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos: 
I. doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Uni-
das,	de	entidades	de	cooperação	técnica	e	de	fi	nanciamento	e	empréstimos;
II. pessoas jurídicas destinadasa instalar, operacionalizar ou explorar
a)	 hospital	geral,	inclusive	fi	lantrópico,	hospital	especializado,	policlínica,	clínica	ge-
ral e clínica especializada; e
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
III.	 serviços	de	saúde	mantidos,	sem	fi	nalidade	lucrativa,	por	empresas,	para	atendi-
mento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade 
social; e 
IV.	 demais	casos	previstos	em	legislação	específi	ca.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
17
PrepMedBrasil
Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cober-
tura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde 
(SUS),	aprovados	no	Conselho	Nacional	de	Saúde.		Na	fi	xação	dos	critérios,	valores,	 for-
mas de reajuste e de pagamento da remuneração, a direção nacional do Sistema Único de 
Saúde	(SUS)	deverá	fundamentar	seu	ato	em	demonstrativo	econômico-fi	nanceiro	que	ga-
ranta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados.
Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos 
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e 
fi	nanceiro	do	contrato.
Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados 
é	vedado	exercer	cargo	de	chefi	a	ou	função	de	confi	ança	no	Sistema	Único	de	Saúde	(SUS).
Diretrizes e Princípios
Tabela 1 – Diretrizes/Princípios do Sistema Único de Saúde 
DIRETRIZ/PRINCÍPIO DEFINIÇÃO
Universalidade
é a garantia de que todos os cidadãos devem ter acesso aos serviços 
de saúde públicos e privados conveniados, em todos os níveis do 
sistema de saúde
Equidade
o acesso aos serviços de saúde deve ser garantido a toda a população 
em condições de igualdade, não importando o gênero, a situação 
econômica, social, cultural, racial ou religiosa, mas podendo haver uma 
discriminação positiva em casos especiais, em que a prioridade deve 
ser dada a quem tem mais necessidades
Integralidade incorpora um amplo espectro de intervenções, articulando prevenção, 
atendimento curativo, reabilitação e readaptação ao convívio social
Hierarquização e 
Regionalização
os serviços de saúde precisam estar organizados em níveis de 
complexidade crescente, com tecnologia adequada para cada nível, 
potencializando a resolutividade num dado território articulado.
Descentralização
processo de municipalização da saúde com descentralização politico-
administrativa de redistribuição do poder, repassando competências 
e instâncias decisórias para esferas mais próximas à população, 
desconcentrando o poder da União e dos Estados para os municípios.
Controle Social é a garantia dada pelo Estado de que a sociedade civil organizada tem 
possibilidade	concreta	de	infl	uir	sobre	as	políticas	públicas	de	saúde
Fonte: Elaborado pela autora a partir de DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; 
GIUGLIANI C, organizadores. 2013; Lei 8080 e Constituição Federal de 1988.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
18
PrepMedBrasil
Na Constituição de 1988 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com 
as seguintes diretrizes:
I. descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II. atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais;
III . participação da comunidade.
Lei 8080 – diretrizes previstas na Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguin-
tes princípios
I. universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II. integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações 
e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em 
todos os níveis de complexidade do sistema;
III. preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV. igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V. direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI. divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização 
pelo usuário;
VII. utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recur-
sos e a orientação programática;
VIII. participação da comunidade;
IX. descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X. integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI.	 conjugação	dos	 recursos	fi	nanceiros,	 tecnológicos,	materiais	e	humanos	de	 todos	os	
Entes na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII. capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII.	 organização	dos	serviços	públicos	de	modo	a	evitar	duplicidade	de	meios	para	fi	ns	idênticos.
XIV.	 organização	de	atendimento	público	específi	co	e	especializado	para	mulheres	e	vítimas	
de violência doméstica em geral.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
19
PrepMedBrasil
A observância dos Princípios
Para	fi	ns	de	apuração	da	aplicação	dos	recursos	mínimos	em	cada	esfera	de	governo	
(12%	arrecadação	de	impostos	específi	cos	Estados;	15%	arrecadação	de	impostos	especí-
fi	cos	Municípios	e	a	União	variação	do	PIB),	considerar-se-ão	como	despesas	com	ações	e	
serviços públicos de saúde aquelas voltadas para a promoção, proteção e recuperação da 
saúde que atendam, simultaneamente, aos princípios estatuídos na Lei no 8.080, de 19 de 
setembro de 1990, e às seguintes diretrizes: 
I. sejam destinadas às ações e serviços públicos de saúde de acesso universal, igualitá-
rio e gratuito; 
II. estejam em conformidade com objetivos e metas explicitados nos Planos de Saúde de 
cada ente da Federação; e 
III. sejam de responsabilidade específi ca do setor da saúde, não se aplicando a despesas 
relacionadas a outras políticas públicas que atuam sobre determinantes sociais e eco-
nômicos, ainda que incidentes sobre as condições de saúde da população. 
Além de atender aos critérios acima, as despesas com ações e serviços públicos de 
saúde realizadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios deverão 
ser fi nanciadas com recursos movimentados por meio dos respectivos fundos de saúde.
Lei 8080 — Da Organização, da Direção e da Gestão do SUS
As ações e serviços de saúde, executados pelo SUS, serão organizados de forma 
regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. A direção do SUS é 
única, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I. no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II. no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou ór-
gão equivalente; e
III. no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente
Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações 
e os serviços de saúde que lhes correspondam. Aplica-se aos consórcios administrativos in-
termunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre 
sua observância.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
20
PrepMedBrasil
Das comissões intersetoriais
Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conse-
lho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entida-
des representativas da sociedade civil.
As	comissões	 intersetoriais	 terão	a	fi	nalidade	de	articular	políticas	e	programas	de	
interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sis-
tema Único de Saúde (SUS).
A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abran-gerá, em especial, as seguintes atividades:
I. alimentação e nutrição;
II. saneamento e meio ambiente;
III. vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV. recursos humanos;
V. ciência e tecnologia; e
VI. saúde do trabalhador
Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de 
saúde e as instituições de ensino (CIES) profi ssional e superior.
As Comissões Intergestores Bipartite (representação de municípios e Estado) e Tri-
partite (representação de municípios, Estados e União) são reconhecidas como foros de ne-
gociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do SUS e terá por 
objetivo:
I.	 decidir	sobre	os	aspectos	operacionais,	fi	nanceiros	e	administrativos	da	gestão	com-
partilhada	do	SUS,	em	conformidade	com	a	defi	nição	da	política	consubstanciada	em	
planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;
II.	 defi	nir	diretrizes,	de	âmbito	nacional,	regional	e	intermunicipal,	a	respeito	da	organização	
das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança 
institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados;
III.	 fi	xar	diretrizes	sobre	as	regiões	de	saúde,	distrito	sanitário,	integração	de	territórios,	refe-
rência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e servi-
ços de saúde entre os entes federados.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
21
PrepMedBrasil
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de 
Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) são reconhecidos como entidades represen-
tativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e de-
clarados	de	utilidade	pública	e	de	relevante	função	social,	na	forma	do	regulamento.       	Os	
Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) são reconhecidos como entidades 
que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes 
à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao CONASEMS, na forma que dispuserem 
seus	estatutos. 
Na Constituição de 1988: Ao SUS compete, além de outras atribuições, 
I.	 controlar	e	fi	scalizar	procedimentos,	produtos	e	substâncias	de	interesse	para	a	saúde	e	
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderiva-
dos e outros insumos;
II. executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador;
III. ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV. participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V.	 incrementar,	 em	sua	área	de	atuação,	 o	desenvolvimento	científi	co	e	 tecnológico	e	a	
inovação;
VI. fi	scalizar	e	inspecionar	alimentos,	compreendido	o	controle	de	seu	teor	nutricional,	bem	
como bebidas e águas para consumo humano;
VII. participar	do	controle	e	fi	scalização	da	produção,	 transporte,	guarda	e	utilização	de	
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII. colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
Dos Objetivos e Atribuições do SUS – Lei 8080
São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I.	 a	identifi	cação	e	divulgação	dos	fatores	condicionantes	e	determinantes	da	saúde;
II. a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e 
social, que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabele-
cimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos 
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
22
PrepMedBrasil
III. a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação 
da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preven-
tivas. Não está na 8080. Ex de medida de Proteção à Saúde: Vacinação para doenças 
preveníveis por vacinação.
Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I. a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) 
de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
cêutica;
Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, dimi-
nuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio 
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da 
saúde, abrangendo:
 o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a 
saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
 o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com 
a saúde.
Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam 
o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinan-
tes	e	condicionantes	de	saúde	 individual	ou	coletiva,	 com	a	fi	nalidade	de	 recomendar	e	
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
Entende-se por saúde do trabalhador, um conjunto de atividades que se destina, 
através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e prote-
ção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde 
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, 
abrangendo:
 assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença 
profi	ssional	e	do	trabalho;
 participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estu-
dos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existen-
tes no processo de trabalho;
 participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da nor-
matização,	fi	scalização	e	controle	das	condições	de	produção,	extração,	armazena-
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
23
PrepMedBrasil
mento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máqui-
nas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
 avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
 informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre 
os	riscos	de	acidentes	de	trabalho,	doença	profi	ssional	e	do	trabalho,	bem	como	os	
resultados	de	fi	scalizações,	avaliações	ambientais	e	exames	de	saúde,	de	admissão,	
periódicos	e	de	demissão,	respeitados	os	preceitos	da	ética	profi	ssional;
 participação	na	normatização,	fi	scalização	e	controle	dos	serviços	de	saúde	do	tra-
balhador nas instituições e empresas públicas e privadas;
 revisão	periódica	da	listagem	ofi	cial	de	doenças	originadas	no	processo	de	trabalho,	
tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
 a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdi-
ção de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver 
exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
II. a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III. a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV. a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V. a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI. formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insu-
mos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII.	 o	controle	e	a	fi	scalização	de	serviços,	produtos	e	substâncias	de	interesse	para	a	saúde;
VIII.	a	fi	scalização	e	a	inspeção	de	alimentos,	água	e	bebidas	para	consumo	humano;
IX.	 a	participação	no	controle	e	na	fi	scalização	da	produção,	transporte,	guarda	e	utilização	
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X.	 o	incremento,	em	sua	área	de	atuação,	do	desenvolvimento	científi	co	e	tecnológico;
XI. a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.Lei 8080 — Atribuições COMUNS à União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios
I.	 defi	nição	 das	 instâncias	 e	mecanismos	 de	 controle,	 avaliação	 e	 de	 fi	scalização	 das	
ações e serviços de saúde;
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
24
PrepMedBrasil
II.	 administração	 dos	 recursos	 orçamentários	 e	 fi	nanceiros	 destinados,	 em	 cada	 ano,	 à	
saúde;
III. acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condi-
ções ambientais;
IV. organização e coordenação do sistema de informação de saúde;
V. elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâme-
tros de custos que caracterizam a assistência à saúde;
VI. elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promo-
ção da saúde do trabalhador;
VII. participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico 
e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente;
VIII. elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
IX. participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento 
de recursos humanos para a saúde;
X. elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformida-
de com o plano de saúde;
XI. elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo 
em vista a sua relevância pública;
XII.	 realização	de	operações	externas	de	natureza	fi	nanceira	de	interesse	da	saúde,	autoriza-
das pelo Senado Federal;
XIII. para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situa-
ções de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade 
competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, 
tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;
XIV. implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XV. propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à saúde, 
saneamento e meio ambiente;
XVI.	elaborar	normas	técnico-científi	cas	de	promoção,	proteção	e	recuperação	da	saúde;
XVII.	 promover	articulação	com	os	órgãos	de	fi	scalização	do	exercício	profi	ssional	e	outras	
entidades	representativas	da	sociedade	civil	para	a	defi	nição	e	controle	dos	padrões	
éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
25
PrepMedBrasil
XVIII. promover a articulação da política e dos planos de saúde;
XIX. realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
XX	.	defi	nir	as	instâncias	e	mecanismos	de	controle	e	fi	scalização	inerentes	ao	poder	de	po-
lícia sanitária;
XXI. fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento 
emergencial.
Lei 8080 — A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:
I. formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
II. participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
III.	 defi	nir	e	coordenar	os	sistemas:
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária;
IV.	 participar	da	defi	nição	de	normas	e	mecanismos	de	controle,	com	órgão	afi	ns,	de	agravo	
sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
V. participar	da	defi	nição	de	normas,	critérios	e	padrões	para	o	controle	das	condições	e	
dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
VI. coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;
VII. estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, 
podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII. estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de 
produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;
IX.	 promover	articulação	com	os	órgãos	educacionais	e	de	fi	scalização	do	exercício	profi	s-
sional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na 
área de saúde;
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
26
PrepMedBrasil
X. formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produ-
ção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos 
governamentais;
XI.	 identifi	car	os	serviços	estaduais	e	municipais	de	referência	nacional	para	o	estabeleci-
mento de padrões técnicos de assistência à saúde;
XII.	 controlar	e	fi	scalizar	procedimentos,	produtos	e	substâncias	de	interesse	para	a	saúde;
XIII.	prestar	cooperação	técnica	e	fi	nanceira	aos	Estados,	ao	Distrito	Federal	e	aos	Municí-
pios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
XIV. elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os 
serviços privados contratados de assistência à saúde;
XV. promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos ser-
viços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;
XVI. normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e 
Derivados;
XVII. acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as com-
petências estaduais e municipais;
XVIII. elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técni-
ca com os Estados, Municípios e Distrito Federal;
XIX.	estabelecer	o	Sistema	Nacional	de	Auditoria	e	coordenar	a	avaliação	técnica	e	fi	nanceira	
do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municí-
pios e Distrito Federal.
A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circuns-
tâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam esca-
par do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem 
risco de disseminação nacional. 
Em situações epidemiológicas que caracterizem emergência em saúde pública, 
poderá ser adotado procedimento simplificado para a remessa de patrimônio genético 
ao exterior, na forma do regulamento. Os benefícios resultantes da exploração econômi-
ca de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético 
serão repartidos nos termos da Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015 (dispõe sobre o 
acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicio-
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
27
PrepMedBrasil
nal associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da 
biodiversidade).
Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios.
Lei 8080 À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
I. promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde;
II. acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde 
(SUS);
III. prestar	apoio	técnico	e	fi	nanceiro	aos	Municípios	e	executar	supletivamente	ações	e	
serviços de saúde;
IV. coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
V.	 participar,	 junto	com	os	órgãos	afi	ns,	do	controle	dos	agravos	do	meio	ambiente	que	
tenham repercussão na saúde humana;
VI. participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;
VII. participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
VIII. em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos 
e equipamentos para a saúde;
IX.	 identifi	car	estabelecimentos	hospitalares	de	referênciae	gerir	sistemas	públicos	de	alta	
complexidade, de referência estadual e regional;
X. coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as 
unidades que permaneçam em sua organização administrativa;
XI. estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e 
serviços de saúde;
XII. formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de 
controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;
XIII. colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e 
fronteiras;
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
28
PrepMedBrasil
XIV. o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortali-
dade no âmbito da unidade federada.
Lei 8080 — Da Competência da direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) :
I. planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar 
os serviços públicos de saúde;
II. participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierar-
quizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;
III. participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos 
ambientes de trabalho;
IV. executar serviços:
 de vigilância epidemiológica;
 vigilância sanitária;
 de alimentação e nutrição;
 de saneamento básico; e
 de saúde do trabalhador;
V. dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde;
VI. colaborar na fi scalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão 
sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais com-
petentes, para controlá-las;
VII. formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII. gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
IX. colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, 
aeroportos e fronteiras;
X. celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saú-
de, bem como controlar e avaliar sua execução;
XI. controlar e fi scalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;
XII. normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito 
de atuação.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
29
PrepMedBrasil
Saúde Indígena na 8080
As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indí-
genas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, onde é instituído um 
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – 
SUS,	criado	e	defi	nido	por	esta	Lei,	e	pela	Lei	no	8.142,	de	28	de	dezembro	de	1990,	com	o	
qual funcionará em perfeita integração.
Caberá	à	União,	com	seus	recursos	próprios,	fi	nanciar	o	Subsistema	de	Atenção	à	
Saúde Indígena.
O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos 
responsáveis pela Política Indígena do País.
Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais 
poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações. 
A	União	instituirá	mecanismo	de	fi	nanciamento	específi	co	para	os	Estados,	o	Distrito	
Federal e os Municípios, sempre que houver necessidade de atenção secundária e terciária 
fora dos territórios indígenas.
Em situações emergenciais e de calamidade pública:
I. a União deverá assegurar aporte adicional de recursos não previstos nos planos de saú-
de dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à Saú-
de Indígena; 
II. deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas nos planos emergenciais para aten-
dimento dos pacientes graves das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, explici-
tados	os	fl	uxos	e	as	referências	para	o	atendimento	em	tempo	oportuno.
Dever-se-á	obrigatoriamente	levar	em	consideração	a	realidade	local	e	as	especifi	ci-
dades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde 
indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os 
aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, 
demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional.
O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, 
hierarquizado e regionalizado e terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. 
A	rede	do	SUS	deverá	obrigatoriamente	fazer	o	registro	e	a	notifi	cação	da	declaração	
de	raça	ou	cor,	garantindo	a	identifi	cação	de	todos	os	indígenas	atendidos	nos	sistemas	pú-
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
30
PrepMedBrasil
blicos de saúde. A União deverá integrar os sistemas de informação da rede do SUS com os 
dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. 
O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, 
devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde 
residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário 
em todos os níveis, sem discriminações. 
As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regio-
nal e de centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a aten-
ção primária, secundária e terciária à saúde.
As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados de for-
mulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacio-
nal de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso.
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR na Lei 8080
São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e 
a internação domiciliar.
Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-
-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psi-
cológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pa-
cientes em seu domicílio. O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por 
equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e 
reabilitadora.
O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação 
médica, com expressa concordância do paciente e de sua família.
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, 
PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO na Lei 8080 
Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou con-
veniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompa-
nhante, indicado pela parturiente, durante todo o período de trabalho de parto, parto e 
pós-parto imediato.
Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em local visível de suas depen-
dências, aviso informando sobre o direito a acompanhante.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
31
PrepMedBrasil
 Lei 8080 — DOS RECURSOS HUMANOS
A política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e executada, arti-
culadamente, pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos:
 organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de 
ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas de permanente 
aperfeiçoamento de pessoal;
 valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo 
de	prática	para	ensino	e	pesquisa,	mediante	normas	específi	cas,	elaboradas	conjuntamente	
com o sistema educacional.
Os cargos e funções de chefi a, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo integral.
Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer 
suas atividades em mais de um estabelecimentodo Sistema Único de Saúde (SUS). , aplica-
-se também aos servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de 
cargos	ou	função	de	chefi	a,	direção	ou	assessoramento.
As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão serão regu-
lamentadas por comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho 
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades re-
presentativas	da	sociedade	civil,	garantida	a	participação	das	entidades	profi	ssionais	corres-
pondentes.
Sobre Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Combate a Endemias 
(ACE) na Constituição de 1988:
Art 198 — Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes 
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo 
público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos espe-
cífi	cos	para	sua	atuação. Lei federal (atual Lei 11.350/06) disporá sobre o regime jurídico, o 
piso	salarial	profi	ssional	nacional,	as	diretrizes	para	os	Planos	de	Carreira	e	a	regulamenta-
ção das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, com-
petindo	à	União,	nos	termos	da	lei,	prestar	assistência	fi	nanceira	complementar	aos	Estados,	
ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. 
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
32
PrepMedBrasil
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA 
EM SAÚDE na lei 8080
A assistência terapêutica integral consiste em: 
I. dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja prescrição 
esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas defi nidas em protocolo clínico 
para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado. Na falta de protocolo clínico ou de dire-
triz terapêutica, a dispensação será realizada: 
 com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS, ob-
servadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo forne-
cimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite;
 no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com base nas 
relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a respon-
sabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite
 no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de me-
dicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo 
fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde.
II. oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar, 
constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde — SUS, 
realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.
São	adotadas	as	seguintes	defi	nições: 
a) produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras e equipa-
mentos médicos;
b) protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios para 
o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os 
medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias reco-
mendadas;	os	mecanismos	de	controle	clínico;	e	o	acompanhamento	e	a	verifi	cação	
dos	resultados	terapêuticos,	a	serem	seguidos	pelos	gestores	do	SUS.       
Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão estabelecer os medicamen-
tos ou produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde 
de	que	tratam,	bem	como	aqueles	indicados	em	casos	de	perda	de	efi	cácia	e	de	surgimen-
to de intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou 
procedimento	de	primeira	escolha. Em	qualquer	caso,	os	medicamentos	ou	produtos	serão	
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
33
PrepMedBrasil
aqueles	avaliados	quanto	à	sua	efi	cácia,	segurança,	efetividade	e	custo-efetividade	para	as	
diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo.
A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos medicamentos, produtos 
e procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz 
terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional 
de Incorporação de Tecnologias no SUS. 
 A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja composição e 
regimento	são	defi	nidos	em	regulamento,	contará	com	a	participação	de	1	(um)	re-
presentante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, 
especialista na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina.
 O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS levará em 
consideração, necessariamente:
I.	 as	evidências	científi	cas	sobre	a	efi	cácia,	a	acurácia,	a	efetividade	e	a	segurança	do	me-
dicamento, produto ou procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão compe-
tente para o registro ou a autorização de uso; 
II. a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnolo-
gias já incorporadas, inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, ambulato-
rial ou hospitalar, quando cabível.
A incorporação, a exclusão e a alteração serão efetuadas mediante a instauração de 
processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, 
contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noven-
ta) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem.
O processo administrativo observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 
29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais:
 apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das amostras de pro-
dutos, na forma do regulamento, com informações necessárias para o atendimento 
a documentação para o relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnolo-
gias no SUS.
 realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer emitido pela Co-
missão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS;
 realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a relevância da ma-
téria	justifi	car	o	evento.	
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
34
PrepMedBrasil
São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:
I. o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e procedimen-
to clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária — ANVISA; 
II. a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento e produ-
to, nacional ou importado, sem registro na Anvisa.
A	responsabilidade	fi	nanceira	pelo	fornecimento	de	medicamentos,	produtos	de	inte-
resse para a saúde ou procedimentos aqui tratados será pactuada na Comissão Intergesto-
res Tripartite. 
DO FINANCIAMENTO DO SUS
Na Constituição Federal 
Art 198 —	§	1º.O	sistema	único	de	saúde	será	fi	nanciado,	nos	termos	do	art.	195,	com	
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, além de outras fontes.
Art.194 — A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de ini-
ciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à 
saúde, à previdência e à assistência social.
Art.195 —	A	seguridade	social	será	fi	nanciada	por	toda	a	sociedade,	de	forma	direta	
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I. do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes 
sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qual-
quer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro;As contribuições sociais previstas no inciso I poderão ter alíquotas diferenciadas em 
razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa 
ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de 
bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
35
PrepMedBrasil
II. do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alí-
quotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contri-
buição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;
III. sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV. do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à 
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamen-
to da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma 
integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência so-
cial, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentá-
rias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
A	lei	defi	nirá	os	critérios	de	transferência	de	recursos	para	o	sistema	único	de	saúde	
e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido 
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos 
fi	scais	ou	creditícios.	Nenhum	benefício	ou	serviço	da	seguridade	social	poderá	ser	criado,	
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. São isentas de contri-
buição	para	a	seguridade	social	as	entidades	benefi	centes	de	assistência	social	que	aten-
dam às exigências estabelecidas em lei.
Art 198 — A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anual-
mente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação 
de percentuais calculados sobre: 
I.	 no	caso	da	União,	a	receita	corrente	líquida	do	respectivo	exercício	fi	nanceiro,	não	po-
dendo	ser	inferior	a	15%	(quinze	por	cento);
II. no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação de uma base de 
impostos - dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 
157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, - deduzidas as parcelas que forem transferidas aos 
respectivos Municípios; 
III. no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da a arrecadação de uma base 
de impostos — impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 
158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. Tudo da Constituição.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
36
PrepMedBrasil
Art 198 — Lei complementar (atualmente a LC141/12), que será reavaliada pelo me-
nos a cada cinco anos, estabelecerá: 
I. os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
II. os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Muni-
cípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;
III.	 as	normas	de	fi	scalização,	avaliação	e	controle	das	despesas	com	saúde	nas	esferas	
federal, estadual, distrital e municipal; 
DO FINANCIAMENTO e GESTÃO FINANCEIRA na Lei 8080
O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de 
acordo com a receita estimada,	os	recursos	necessários	à	realização	de	suas	fi	nalidades,	
previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos 
da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabe-
lecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
São considerados de outras fontes os recursos provenientes de: 
 serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde;
 ajuda, contribuições, doações e donativos;
 alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
 taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS); e
 rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
As receitas geradas no âmbito do SUS serão creditadas diretamente em contas es-
peciais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo SUS, 
serão	fi	nanciadas	por	recursos	tarifários	específi	cos	e	outros	da	União,	Estados,	Distrito	Fe-
deral, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
As atividades de pesquisa e desenvolvimento científi co e tecnológico em saúde se-
rão co-fi nanciadas pelo	SUS,	pelas	universidades	e	pelo	orçamento	fi	scal,	além	de	recursos	
de	instituições	de	fomento	e	fi	nanciamento	ou	de	origem	externa	e	receita	própria	das	insti-
tuições executoras.
Os	recursos	fi	nanceiros	do	SUS	serão depositados em conta especial, em cada esfe-
ra de sua atuação, e movimentados sob fi scalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
37
PrepMedBrasil
Na esfera federal, os recursos fi nanceiros, originários do Orçamento da Seguridade 
Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes, serão administrados pelo 
Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a confor-
midade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municí-
pios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério 
da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.
As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada 
transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), os recursos fi nanceiros 
correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos 
e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e 
Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de 
programas e projetos:
I.	 perfi	l	demográfi	co	da	região	(nos	casos	de	Estados	e	Municípios	sujeitos	a	notório pro-
cesso de migração,	os	critérios	demográfi	cos	serão ponderados por outros indicadores 
de crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados);
II.	 perfi	l	epidemiológico	da	população	a	ser	coberta;
III. características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;
IV.	 desempenho	técnico,	econômico	e	fi	nanceiro	no	período	anterior;
V. níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais;
VI. previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;
VII. ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo.
Planejamento e Orçamento – Lei 8080
O processo de planejamento e orçamento do SUS será ascendente, do nível local até o 
federal, ouvidos seus órgãos deliberativos (Conselhos de Saúde), compatibilizando-se as 
necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde 
dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de.
direção do SUS, e seu fi nanciamento será previsto na respectiva proposta orçamentária
É vedada a transferência de recursos para o fi nanciamento de ações não previstas 
nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área 
de saúde.
Izabella Caroline Gebrim Rodrigues
bellagebrim@gmail.com
055.369.681-57
38
PrepMedBrasil

Mais conteúdos dessa disciplina