Prévia do material em texto
questões sobre diferenças entre cicatriz hipertrófica e queloide; diferenças entre as fases da cicatrização e fatores que interferem na cicatrização. #HARDTOPICS cicatrização 01 O QUE CAI?# FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO.# fatores locais. infecção, isquemia, tensão, técnica cirúrgica, presença de corpo estranho. fatores sistêmicos. idade avançada; diabetes; tabagismo; desnutrição; deficiências de vitaminas C, A, ferro e zinco; uso de corticosteroides e drogas antineoplásicas; hipotireoidismo; radioterapia; queimaduras; sepse; insuficiência hepática, renal e respiratória. TIPOS DE CICATRIZAÇÃO.# primária ou de primeira intenção. aproximação das bordas por sutura, enxerto ou retalho. secundária ou de segunda intenção. ferida deixada aberta; fechamento de dentro para fora (principalmente casos infectados). terciária ou de terceira intenção. inicialmente deixado aberto e sutura posterior. inflamatórias. IL1, IL6, TNF alfa (primeira fase); IL2 (segunda fase). anti-inflamatórias. IL4 e IL10 (a partir da segunda fase). INTERLEUCINAS.# fase inflamatória. 1 a 4 dias; hemostasia e inflamação. agregação plaquetária, vasodilatação, aumenta permeabilidade vascular. neutrófilos (maior concentração em 24-48h), feridas infectadas. são substituídos por macrófagos (48 a 96h) e finalizam a “limpeza” da ferida. atenção. os neutrófilos são as primeiras células a chegarem na ferida, porém os macrófagos são as principais células da primeira fase da cicatrização – o “maestro”. fase proliferativa. 3-4 dias até 2 semanas. epitelização, angiogênese (estímulo do TNF-alfa), formação do tecido de granulação, fibroplasia (produção de colágeno). colágeno tipo I é o mais frequente e mais resistente. colágeno tipo III é imaturo e mais presente em tecidos moles. atenção. o fibroblasto é a principal célula da fase proliferativa, com pico em 5 dias. fase de maturação ou remodelamento. deposição de colágeno de maneira organizada. ocorre a contração da ferida pelos miofibroblastos. Temos uma boa cicatrização quando há equilíbrio entre a síntese da nova matriz e a lise da matriz antiga. FASES DA CICATRIZAÇÃO.# conceito. perda do controle entre síntese e degradação. queloides. ultrapassam os limites da incisão; não regridem; ocorre mais tarde (após 3 meses); mais em extremidades, membros, região supraclavicular, tronco e face; mais comum em pessoas de pele mais escura e possui fatores genéticos. DEFEITOS DA CICATRIZAÇÃO.# #HARDTOPICS cicatrização 02 cicatriz hipertrófica. confinadas aos limites da incisão; podem regredir com o tempo; ocorrem mais precocemente (após 4 semanas); mais em áreas de flexão (articulações). tratamento. possibilidade de ressecção cirúrgica, infiltração de corticoide, laser, uso de lâminas de silicone, betaterapia, entre outros. todos com maus resultados. o melhor tratamento é a prevenção (fechamento sem tensão, hemostasia, manuseio adequado dos tecidos, uso de fios monofilamentares e desbridamento de tecidos desvitalizados). úlcera de Marjolin. cicatriz crônica de queimadura, com surgimento de um câncer de pele, um carcinoma epidermoide (pior prognóstico que o habitual). caso clínico de grande queimado para cálculo de hidratação. indicações de intubação orotraqueal. #HARDTOPICS queimados 01 O QUE CAI?# CONCEITOS.# grande queimado. mais de 20% de superfície corporal queimada (SCQ) com queimadura de 2° grau em adultos e 15% na criança. mais de 10% de SCQ com queimadura de 3° grau em adulto e 5% em criança. necessita reposição volêmica. queimadura = trauma grave. focar no ABCDE; resposta metabólica ao trauma muito intensa, choque por perda de líquido, intenso catabolismo, tratamento em centro especializado. mortalidade. profundidade da queimadura; idade; SCQ. transferência para centro de queimados. queimadura de espessura parcial > 10% SCQ (ATLS) ou > 20% adulto e 10% criança e qualquer de 3° grau (sociedade de queimados). queimadura de face, mão, pé, genitais e pele de articulações. queimaduras elétricas incluindo raios. queimaduras químicas e lesão por inalação. crianças queimadas e queimadura associada a politrauma. TIPOS DE QUEIMADURA.# 1° grau ou superficiais. limitadas à epiderme; típica queimadura solar, com eritema e dor moderada, sem bolhas, sem comprometimento dos anexos, não deixa sequelas. tratamento com analgésicos, anti-inflamatórios e hidratantes. atenção. as queimaduras de 1° grau não entram no cálculo da SCQ. 2° grau ou de espessura parcial. atingem a derme. superficiais (até porções superficiais da derme - camada papilar), muito dolorosas, úmida e com bolhas. profundas (até a derme reticular), pele seca, dor moderada, diminuição da sensibilidade tátil com preservação da sensibilidade à pressão. formam cicatrizes não estéticas. 3° grau ou de espessura total. atinge o subcutâneo. presença de chamuscamento, textura firme como couro, sensibilidade tátil e à pressão diminuídas. cicatrização só ocorre às custas de contração importante da ferida ou através de enxerto cutâneo. atenção. queimaduras de 3° grau circunferenciais no tórax podem causar insuficiência respiratória por restrição mecânica à ventilação. indicação de escarotomia. 4° grau. toda a espessura da pele, subcutâneo e tecidos profundos como músculo e ossos. o exemplo típico é a queimadura elétrica. regra dos 9 (Wallace). cabeça 9%, membros superiores 9% (cada lado), membros inferiores 18% (cada lado), tronco anterior 18%, tronco posterior 18%, genitais 1%. criança. a proporção é diferente com muito mais peso para a cabeça e menos para os membros inferiores. varia com a idade (regra de Lund e Browder). CÁLCULO DA SCQ.# #HARDTOPICS queimados 02 ATENDIMENTO AO QUEIMADO.# vias aéreas. lesão direta pelo calor, vistas à laringoscopia (edema, bolhas), insuficiência respiratória imediata. lesão por inalação, com insuficiência respiratória após 24h, lesão química, aumento da permeabilidade capilar e alveolar e exsudação (visto na broncoscopia). indicações de IOT: rouquidão, broncoespasmo, estridor, taquipneia, uso de musculatura acessória, escarro carbonáceo, queimadura de face, vibrissas nasais, incêndio em ambiente fechado, redução de consciência, queimadura circunferencial no pescoço, hipoxemia ou hipercarbia (PO2 < 60, PCO2 > 50, PO2/FiO2 < 200). acesso venoso periférico. pode ser em área queimada. infusão de cristaloide aquecido. fórmula de Parkland 2 a 4 ml X peso X SCQ. ATLS indica utilizar essa fórmula com 2ml em adultos, 3ml em crianças e 4ml em choques elétricos. o resultado é o volume a ser infundido nas primeiras 24h, sendo 50% nas primeiras 8h e 50% nas demais 16h. o tempo começa a contar do momento da queimadura. diurese esperada. 0,5 a 1 ml/kg/h no adulto e 1ml/kg/h na criança. outros cuidados. retirar roupas e joias; interromper a queimadura, lavar com água ou soro e prevenir a hipotermia; reforço de anti-tetânica; controle da dor (morfina); suporte nutricional; curativos com sulfadiazina de prata (não há indicação de antibiótico sistêmico a princípio) intoxicação por monóxido de carbono. afinidade pela hemoglobina 240x maior que a do oxigênio, liga-se à hemoglobina formando a carboxihemoglobina impede o transporte de oxigênio. ambiente fechado com inalação de fumaça. diagnóstico. suspeita clínica (cefaleia, náuseas, confusão mental, coma) em paciente que possa ter inalado fumaça. confirmação por dosagem de carboxihemoglobina. atenção. oxímetro não mostra alteração porque não diferencia a oxihemoglobina da carboxihemoglobina. tratamento. oferecer O2 a 100% (dissociação em 40min). queimadura elétrica. lesões profundas, a pele é apenas a ponta do iceberg. pode haver arritmias (fazer ECG); mioglobinúria, IRA. hidratação vigorosa (4ml X peso X SCQ), usar manitol e bicarbonato de sódio para alcalinizar a urina (reduzindo o risco de necrose tubular aguda). espera-se uma diurese de pelo menos 100ml/h. síndrome compartimental. edema muscular aprisionado na fascia, levando à isquemia do membro. dor intensa frente a extensão passiva do músculo acometido, parestesia, tensão aumentada, ausênciade pulso e cianose (não são obrigatórios). fasciotomia. abertura cirúrgica da fascia commelhora da perfusão. catarata. pode surgir tardiamente em até 30%. úlcera de Curling. úlcera péptica do grande queimado, por isquemia da mucosa. úlcera de Marjolin. presença de um carcinoma epidermoide em uma cicatriz antiga de queimadura. síndrome de Ogilvie. pseudoobstrução intestinal do cólon. obstrução funcional pode estar presente no grande queimado. colecistite alitiásica. inflamação aguda da vesícula sem cálculo, provavelmente por isquemia. Pode estar presente no queimado. COMPLICAÇÕES.#