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Treinamento e Desenvolvimento Humano Autora Soraia Vasconcelos ExpEdiEntE Direção Geral: Prof. Me. CláuDio ferreira Bastos Direção Geral aDMinistrativa: Prof. Dr. rafael raBelo Bastos Direção De relações instituCionais: Prof. Dr. CláuDio raBelo Bastos Direção aCaDêMiCa: Prof. Dr. valDir alves De GoDoy CoorDenação PeDaGóGiCa: Profa. esP. Maria aliCe Duarte GurGel soares CoorDenação neaD: Profa. Me. luCiana roDriGues raMos Duarte Ficha técnica autoria: soraia vasConCelos DesiGn instruCional: MiGuel José De a. Carvalho / João Paulo s. Correia ProJeto GráfiCo e DiaGraMação: franCisCo Cleuson Do n. alves / DieGo Porto noJosa / luCiana roDriGues r. Duarte CaPa e trataMento De iMaGens: franCisCo Cleuson Do n. alves / franCisCo erBinio a. roDriGues autoria De leitura CoMPleMentar: José valDenir nasCiMento / luCiCleiDe De souza BaCelar revisão téCniCa: thiaGo Costa roDriGues revisão MetoDolóGiCa: Maria estela aPareCiDa Giro revisão ortoGráfiCa: Karen BoMfiM hyPPolito Ficha catalográFica Índice para Catálogo Sistemático 1. Educação Ensino Superior I. Título FATE : Faculdade Ateneu. Educação superior – graduação e pós-graduação. 1. ed. Fortaleza, 2017. ISBN 978-85-64026-12-4 Para alunos de ensino a distância – EAD. 1. Educação Superior I. Título Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autori- zação escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Direção. Seja bem-vindo! Prezado estudante, apresento a você o material referente à disciplina Treinamento e Desenvolvimento Humano. Este livro é parte imprescindível do conteúdo da disciplina no Ambiente Virtual de Aprendizagem, que são as leituras complementares, as propostas de discussões nos fóruns virtuais e os questio- nários avaliativos. O material está dividido em quatro unidades, assim distribuídas: unidade 01, com o título Capital Humano no Processo de Aprendizagem, abordando inicial- mente a questão do sofrimento psíquico nas relações de trabalho; em seguida, a Ideia de Capital Humano; e, por fim, a Aprendizagem Organizacional, enfocando desde conceitos como tipos de aprendizagem e meios para alcançá-la. Na unida- de seguinte, com título Gestão de Pessoas e de Conhecimento nas Organizações, você encontrará um conteúdo que trata do processo de ensino e aprendizagem no contexto organizacional; a conceituação e a aplicabilidade da Gestão de Conhe- cimento e Gestão por Competências e, finalizando a unidade, a questão da certi- ficação profissional. A unidade 03 trata de Competências: Conceito, Dimensões e Aplicabilidade no Treinamento, e a última unidade traz as Etapas do Treinamento e Desenvolvimento, incluindo LNT (levantamento da necessidade de treinamento), programação e execução e avaliação dos resultados do treinamento. Espero que este material seja de grande utilidade para o seu aprendizado em relação à temática proposta, bem como à aplicabilidade na sua vida profissional. Tenha um bom proveito! Sumário UNIDADE 01 CAPITAL HUMANO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ................................9 1. SOFRIMENTO PSÍQUICO NAS RELAÇÕES DE TRABALHO ........................10 2. CAPITAL HUMANO DA PROMESSA À REALIDADE .....................................18 3. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL: A ORGANIZAÇÃO QUE APRENDE ................................................................21 3.1. O que é aprendizagem organizacional? ........................................................22 3.2. Tipos de aprendizagem .................................................................................24 3.3. Aprendizagem individual ...............................................................................25 3.4. Aprendizagem versus Desempenho .............................................................25 Referências ..........................................................................................................27 UNIDADE 02 GESTÃO DE PESSOAS E DE CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES ........31 1. O ENSINO E A APRENDIZAGEM NAS ORGANIZAÇÕES .............................32 2. GESTÃO DO CONHECIMENTO: E “EU COM ISSO!” .....................................36 2.1. Conhecimento: o principal fator de produção do século XXI .........................37 2.1.1. Gestão do conhecimento: o que é isso? ....................................................39 2.1.2. Capitais do conhecimento ..........................................................................40 2.1.3. Ambiente de negócios ................................................................................40 2.1.4. Capital humano ..........................................................................................40 2.1.5. Metodologias e ferramentas .......................................................................41 2.2. A gestão de pessoas por competências e a certificação profissional .............................................................................41 2.2.1. A gestão por competências ......................................................................41 2.2.2. A certificação profissional .........................................................................45 2.3. A gestão de pessoas voltada para a estratégia organizacional ....................48 2.4. Desenvolver competências e gerar resultados .............................................49 Referências ..........................................................................................................51 UNIDADE 03 COMPETÊNCIAS: CONCEITO, DIMENSÕES E APLICABILIDADE NO TREINAMENTO ...............................................................55 1. GESTÃO DE PESSOAS BASEADA EM COMPETÊNCIAS ............................56 1.1. Evolução do conceito de competência ..........................................................57 1.2. Dimensões do conceito de competências .....................................................59 2. SELEÇÃO POR COMPETÊNCIAS – GARIMPANDO TALENTOS E POTENCIAIS ...................................................63 2.1. Tomada de decisão .......................................................................................65 2.2. Atitudes ..........................................................................................................65 2.3. Conhecimentos ..............................................................................................65 2.4. Habilidades ....................................................................................................65 3. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL ...............................68 3.1. Conceito de educação ...................................................................................68 3.2. Conceito de treinamento ...............................................................................71 3.3. O ciclo do treinamento ...................................................................................74 Referências ..........................................................................................................78 UNIDADE 04 ETAPAS DO TREINAMENTO E DO DESENVOLVIMENTO ...............................81 1. LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES DE TREINAMENTO ........................82 1.1. Análise organizacional como levantamento de necessidades de treinamento: o sistema organizacional ....................................................82 1.2. Análise dos Recursos Humanos como levantamento de necessidades de treinamento: o sistema de treinamento .............................84 1.3. Análise das operações e das tarefas: o sistema de aquisição de habilidades ...............................................................................86 2. MEIOS DE LEVANTAMENTODE NECESSIDADES DE TREINAMENTO .....87 3. PROGRAMAÇÃO DE TREINAMENTO ............................................................90 4. TECNOLOGIA EDUCACIONAL DE TREINAMENTO ......................................92 5. APRENDIZAGEM .............................................................................................98 6. EXECUÇÃO DO TREINAMENTO ..................................................................100 7. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DO TREINAMENTO ...............................102 Referências ........................................................................................................106 Material complementar: A ética e o profissional de administração: um estudo de caso com os gestores graduados em administração da Faculdade Ateneu – FATE ............................................................................109 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 55 compEtências: concEito, dimEnsõEs E aplicabilidadE no trEinamEnto Apresentação Esta unidade se inicia tratando, especificamente, do tema Competências, abordando a evolução de seu conceito e as dimensões que nela estão contempla- das, a saber: conhecimento, habilidade e atitude. Em seguida, será apresentada a seleção baseada em competências, tratando de todas as suas especificidades e sua relevância enquanto processo de agregar pessoas a uma organização. Como tópico final da unidade, você estudará o tema de Treinamento e Desenvolvimento propriamente dito, com suas definições e etapas que compõem seu ciclo: Levan- tamento de Necessidades de Treinamento (LNT), Programação, execução e ava- liação de seus resultados. Ao final desta unidade, é esperado que você tenha um bom aproveitamento em relação ao tema Treinamento e Desenvolvimento e boa aplicabilidade profissional. • Identificar as novas tendências da Gestão de Recursos Humanos baseado em competências; • Estudar competências e seus processos; • Identificar as principais funções, tendências e segmentos de mercado ao aspecto competência; • Conhecer o panorama geral da educação e do treinamento; • Entender como a seleção de competências funciona na realidade atual. Objetivos de aprendizagem Uni 56 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 1. gEstão dE pEssoas basEada Em compEtências A combinação de recursos humanos e materiais, sob os mais variados formatos, permite a obtenção de resultados dentro de sistemas denominados or- ganizações. Observar e entender o fenômeno administrativo constitui um desa- fio para os estudiosos da área e para os gestores por eles responsáveis. A evolução dos conceitos possibilitou sair da denominação de recursos hu- manos para gestão de pessoas ou de talentos. Não se trata de simples alteração na denominação, mas revela uma nova abordagem, com uma visão mais comple- xa e integrada das pessoas nas organizações. A complexidade do fenômeno administrativo também impulsionou novas pesquisas e a criação de novos modelos ou abordagens para a área de gestão de pessoas. Entre elas, destaca-se a ideia de competência, cujo conceito, de forma estruturada, nas palavras de Dutra (2004), foi proposto pela primeira vez em 1973 por David McClelland, quando buscava uma abordagem mais efetiva do que os testes de inteligência nos processos seletivos das empresas. Fique atento O contexto empresarial de constantes mudanças exige das empresas um esforço na identificação de modelos de gestão que permitam a promoção susten- tada do desenvolvimento organizacional. Por esta razão, é importante alinhar as diretrizes de gestão do pessoal aos objetivos estratégicos das organizações, com seus valores, sua missão e sua visão de futuro. Da mesma forma, é importante também que haja um alinhamento das po- líticas e das práticas com as expectativas das pessoas. É assim que se consegue uma maior efetividade na gestão dos recursos da organização. Nessa linha, a ideia de competência preenche a lacuna existente e permite a estruturação da aborda- gem de gestão por competências. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 57 1.1. Evolução do conceito de competência É possível localizar a utilização da palavra competência, na linha do tem- po, desde a Idade Média. Com significados diversos, o termo é utilizado em várias áreas do conhecimento. Na área administrativa, há pesquisadores que utilizam mais de uma classificação, enquanto outros realizam seus estudos a partir da op- ção por um conceito. O conceito de competência vem sendo construído por meio de pesquisas e estudos e na literatura administrativa é possível encontrar estudos que enfa- tizam desde aspectos individuais até os organizacionais, como é o caso do conceito de competência essencial emitido por Hamel e Prahalad (1990), citados por Fleury e Fleury (2001). Para se caracterizar como chave (core competence), segundo esses autores, as competências deveriam responder a três critérios: ofe- recer reais benefícios aos consumidores, ser difícil de imitar e prover acesso a diferentes mercados. Com a aplicação prática do conceito na gestão empresarial, a abordagem ganha força, especialmente pela possibilidade de integração com as estratégias da organização. Competência tem vários conceitos, dentre elas podemos destacar os pensamentos de Fleury e Fleury (2001), quando consideram que a competência é uma ação que é um saber, movido de responsabilidade e reconhecimento, sua essência traz a conotação de mobilização, integração, transferência de conhecimentos, recursos e habilidades, sendo que todos estes aspectos proporcionam valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo. Fique atento Perceba que em complemento à visão dos autores anteriormente citados, apresenta-se o conceito adotado no Banco do Brasil para a implantação de um sistema de gestão do desempenho por competências. Com uma abordagem diferenciada da anterior, a concepção utilizada indica que: 58 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO Competências representam combinações sinérgicas de conheci- mentos, habilidades e atitudes, expressadas no desempenho pro- fissional, dentro de determinado contexto ou estratégia organizacio- nal. Isso significa que as competências demandadas pela empresa mudam no tempo e no espaço (BANCO DO BRASIL, 2005, p. 21). A opção pelo conceito acima informa a linha pedagógica adotada pela em- presa. Revela a aproximação com a abordagem construtivista, pois a compe- tência, nessa visão, é a capacidade de mobilizar os conhecimentos, habilidades, atitudes e emoções para exercer uma ou várias funções de forma eficiente, eficaz e criativa. Dessa forma, as normas de competência não são construções defi- nitivas, mas se encontram em constante processo de melhoria. A ideia de vinculação do conceito de competência a uma linha pedagó- gica traduz também a visão sistêmica da empresa. Permite a sintonização direta das ações de capacitação com as estratégias, contribuindo assim para a rea- lização da missão da organização. Trata-se, como indicado no capítulo anterior, do alinhamento dos subsistemas de gestão de pessoas com as grandes linhas de ação da empresa. A Pedagogia Construtivista, por sua vez, ao tratar da criação e da re- criação do conhecimento pelas pessoas, sempre por meio de processos intera- tivos influenciados pelo contexto econômico, político e social em que se realizam, permite pensar na educação corporativa como processo por meio do qual as competências se instalam e se desenvolvem. Dessa maneira, permitem que o subsistema de gestão de pessoas, denominado de educação corporativa, esteja perfeitamente alinhado com as demais concepções administrativas, ora em discus- são, todas direcionadas para a realização dos objetivos visados pela organização. A característica de dinamismo presente nas normas de competências per- mite alterações no processo de formação profissional em decorrência das transfor- mações do ambiente, da participação e da negociação entre as partes. “O objetivo TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 59 é que cada pessoa modifique sua formade trabalhar através de descobertas e experiências no exercício de sua atividade.” (VARGAS, 2002, p. 82). @ CO NE CT E-S E • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tutori@conectada. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 1.2. Dimensões do conceito de competências Conhecimentos, habilidades e atitudes A partir do conceito de competência adotado, é preciso compreender cada um dos elementos ou recursos nele expressos: conhecimento, habilidade e ati- tude. São eles que, conjugados, permitem a expressão da competência, observá- vel no desempenho do profissional. Entende-se que o primeiro elemento, o conhecimento, se refere ao saber o que fazer, compreender por que fazê-lo e: […] é o resultado do processamento cognitivo de informações apre- endidas em nossa interação com o mundo. O conhecimento é cons- truído a partir da articulação de informações, com as quais temos contato na relação que estabelecemos com as pessoas e com as coisas (BANCO DO BRASIL, 2002, p. 21). 60 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO A habilidade representa a capacidade de saber como fazer alguma coi- sa. O que se exige saber do aspecto intelectual, ou seja, quando exigir a coor- denação neuromuscular. Nesse segundo elemento, é solicitada a capacidade mental do indivíduo. O terceiro elemento, a atitude, se refere ao querer fazer algo. Está rela- cionado a aspectos sociais e afetivos em nossas ações no trabalho. A atitude diz respeito a um sentimento ou à predisposição da pessoa, o que determina a sua conduta em relação aos outros, ao trabalho ou às situações. A combinação dos três elementos compõe a competência que se ex- pressa no desempenho profissional. Por conseguinte, conhecimento, habilidade e atitude dão suporte à competência. É o que você pode observar na figura a seguir. Sob esse enfoque também se pode afirmar que a análise do desempe- nho, no raciocínio de retorno, deve necessariamente indicar a presença desses elementos. Sob essa ótica podemos caminhar para a observação da competência em ação e confirmar as primeiras afirmações acima descritas acerca de sua com- posição. Essa ideia também permite viabilizar a certificação da competência por meio da comprovação da presença de seus elementos constitutivos. Fernandes (2006) nos alerta ainda que a competência envolve um conjun- to de conhecimentos, habilidades e atitudes a montante; sem esses pré-requisi- tos ou inputs não seria possível o desempenho competente. Os três elementos combinados traduzem a ideia de competência. Frise-se que esses elementos ou dimensões são tratados isoladamente apenas para fins de melhor compreensão e estudo, pois não é possível imaginá-los autônomos ou independentes na abordagem de gestão por competências. Memorize TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 61 Também é importante você saber que a expressão da competência ocorre em um determinado contexto e por ele é influenciada. O contexto ou meio am- biente inclui os valores vigentes e que vão impregnar o desempenho, quando eles estiverem relacionados a aspectos superficiais desse comportamento. Quando os valores estiverem presentes no cerne da expressão da competência, eles serão determinantes do modo ou da própria expressão ou não da competência. Encon- tra-se aí outro elemento de vinculação com a abordagem estratégica: os valores ou as crenças ou princípios da organização. Outro fator importante na expressão da competência e que contribui: [...] denomina de desempenho competente, decorre da reiteração do mesmo desempenho. A repetição do comportamento permite a reflexão sobre o mesmo e, a partir desta, o aprimoramento das ações e dos procedimentos. Configura-se assim o processo de de- senvolvimento por meio da observação, análise e incorporação de ajustes, o que se traduz em mais um elemento presente na expres- são da competência: a experiência (FERNANDES, 2006, p. 51). Os aspectos que acabamos de citar traduzem a ideia de que a competência constitui-se de pelo menos mais dois elementos, além do conhecimento, habilidade e atitude. Os outros dois elementos que dão suporte à competência são os valores e a experiência. A conjugação desses cinco elementos explica como se expressa a competência no mundo das organizações. Memorize Considerando a competência individual como um recurso constitutivo da competência organizacional, convém estabelecer a diferença entre aquela e a habilidade. No dizer de Dutra (2004), enquanto a competência significa um patamar de agregação de valor por parte da pessoa para a organização e para o meio, a habilidade caracteriza-se pela capacidade de a pessoa exercer tarefas, atividades e funções. 62 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO A figura que você visualize as diferenças entre competências e habilidades para a adequada identificação de cada uma das concepções. Quadro 1: Comparativo entre competência e habilidade COMPETÊNCIA X HABILIDADE Definição Agregação de valor para empresa ou negócio Sabe fazer Mensuração Nível de complexidade de atribuições e responsabilidades Certificação por pessoas ou entidades legítima Características Resulta em entregas permanentes – pas- sam a integrar o patrimônio de conheci- mento da empresa Resulta na capacidade de executar tarefas, atividades ou funções Fonte: Adaptado de Dutra (2004). 1. Qual o real objetivo do treinamento e desenvolvimento humano? Caso necessite, busque discutir esta(s) questão(ões) com seu(sua) tutor(a) e colega, na sala virtual. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Pratique @ CO NE CT E-S E • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tutori@conectada. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 63 2. sElEção por compEtências – garimpando talEntos E potEnciais A seleção de profissionais segue processos que contemplam duas demandas: • Rapidez e agilidade de resposta: já que existe um tempo para preenchimento da vaga; • Qualidade no serviço prestado: candidatos indicados de acordo com a demanda enviada para a vaga. Para se prestar um serviço de qualidade no processo seletivo por competência é neces- sário considerar que: deve-se entender o que o requerente da vaga necessita, considerando que este profissional precisará ser avaliado e ter indicadores que permitam analisar sua competência. Um processo seletivo será eficaz se permitir identificar se o perfil de competências está de acordo com o que o requerente solicita para a vaga. Fique atento Portanto, a construção do perfil de competências é a primeira fase do processo de seleção por competência. Nesta fase, o trabalho de seleção deve ocorrer em conjunto com o setor ou árearequisitante, através de escuta e fala sobre o que realmente se deseja do profissional que irá ocupar a vaga, principal- mente as expectativas. Geralmente, é solicitado um candidato com características que são necessárias para todos os candidatos, como iniciativa, relacionamento interpessoal satisfatória e comunicação fluente. Mas os indicadores comporta- mentais que poderão mensurar estas características não são definidos. Dessa forma, é preciso compreender que o profissional que ocupará a vaga irá passar por dificuldades e precisará ter definido o que se espera da atuação dele. Após esses aspectos definidos é que se pode conceituar as competências. 64 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO A competência tem em sua conceituação um tripé (habilidades, conhe- cimentos e atitudes), para o alcance do sucesso profissional e a excelência no desempenho organizacional. Após esta definição, o selecionador manifesta a apresentação de uma série de competências universais que serão explanadas com o requisitante da vaga, explicando detalhadamente cada uma delas e optando com aquelas competências que mais se enquadram na vaga. É recomendável de cinco a seis competências, no máximo. É válido salientar que uma competência, muitas vezes, vem associada a outras competências. Algumas competências universais: • Capacidade empreendedora; • Capacidade de trabalhar sob pressão; • Comunicação; • Criatividade e inovação; • Cultura da qualidade; • Capacidade negocial; • Liderança; • Planejamento e organização; • Tomada de decisão; • Visão sistêmica. Essas competências podem ser acrescidas, considerando que o requisi- tante apresente a necessidade de novas competências no processo seletivo. Ao ser definido o perfil do candidato, o selecionador busca entender quais as competências do CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude). Depois desse reconhecimento, ocorrerá uma validação com o detentor da vaga. Exemplo: TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 65 2.1. Tomada de decisão Definição: são as várias alternativas existentes, mas que será identificada a que garante o melhor resultado, obedecendo os prazos estipulados e as variáveis de risco. 2.2. Atitudes • Pensa e pondera antes de agir; • Assume as responsabilidades pelas decisões tomadas; • Corre riscos calculados (planeja a ação). 2.3. Conhecimentos • Ferramentas básicas para tomada de decisão; • Conhecimento do próprio negócio; • Planejamento estratégico da organização. 2.4. Habilidades • Sistematiza a tomada de decisão; • Consegue convencer a equipe a seguir sua decisão; • Obtém resultados assertivos ao enfrentar situações arriscadas. A segunda fase implica na definição da metodologia a utilizar, ou seja, os métodos de avaliação de candidatos. É preciso que você entenda que existem diversos métodos, mas é primordial optar por aquele que se enquadra mais coerentemente no contexto apresentado, como: quantidade de candidatos, tempo para preenchimento da vaga, recursos financeiros que podem ser utilizados, valor técnico do selecionador e demais condicionantes pertinentes. Memorize 66 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO @ CO NE CT E-S E • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tutori@conectada. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ A seguir os métodos mais utilizados: I. Inventários específicos de mapeamento de potencial: instrumentos especí- ficos, desenvolvidos, testados e validados, que permitem indicar tendências e estilos pessoais de atuação; II. Entrevista por competência: entrevista individual de avaliação realizada por especialista, com o objetivo de identificar potenciais nas competências im- prescindíveis para o cargo. Realizada com roteiros pré-estabelecidos com base em perfis de competências desejáveis. III. Avaliação presencial: participação dos candidatos em atividades vivenciais, simulando situações e desafios do cotidiano empresarial. As atividades são selecionadas em função dos perfis de competências desejáveis. Como todo método, há suas vantagens e desvantagens. Recomenda- mos que os métodos sejam o que apresentam mais possibilidades de garantia de sucesso: • Entrevistas individuais por competências para identificação de potenciais; • Entrevistas coletivas por competências, quando o número de candidatos for muito grande; • Sessões de avaliação presencial através de situações-teste, simulando a rea- lidade empresarial, incluindo atividades vivenciais variadas e os inventários específicos de verificação de competências. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 67 É relutante frisar que, ao verificar as competências, o selecionador necessita ter um parâmetro que possibilite identificar se o candidato está de acordo com o perfil especificado para o cargo. Dessa forma, as atitudes, os conhecimentos e as habilidades desejáveis para o cargo devem ser compostas de cinco a seis indicações a serem desejavelmente atendidas. Fique atento A terceira fase é a finalização do processo e a definição do candidato selecionado. Passos a serem adotados ao final do processo: • Devolução ao candidato (feedback); • Reunião com o requisitante da vaga para apresentação do relatório final com os dados de cada participante do processo; • Indicação daquele(s) mais próximo(s) ao perfil traçado. Selecionar por competências representa não somente mensurar aspec- tos comportamentais do perfil da vaga mas também de fazer com que o sele- cionador tenha condições de entender melhor as etapas do processo com mais clareza e objetividade, avaliando os pontos positivos e os negativos decorrentes. Assim, proporciona um indicador muito forte que deve ser considerado, no que se refere à clareza do perfil solicitado e assim mais chance de encontrar um candidato que se enquadre de forma justa e ética. @ CO NE CT E-S E • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tutori@conectada. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 68 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 3. trEinamEnto E dEsEnvolvimEnto dE pEssoal A palavra treinamento tem muitos significados. Chiavenato (1983) destaca que profissionais da área de administração de pessoal consideram o treinamento como um meio para desenvolver a força de trabalho dentro dos cargos particu- lares. Já outros pesquisadores consideram o termo de forma mais ampla, sendo o treinamento voltado para o profissional que objetiva se enquadrar no cargo, ou seja, compreendendo que o treinamento possibilitará um melhor desempenho dele no cargo e, consequentemente, permitirá nivelar o aspecto intelectual pela capacitação a ser recebida. Outros estudiosos reverenciam o treinamento a um desenvolvimento, onde há uma separação entre treinamento e desenvolvimento, já que treina- mento objetiva preparar o indivíduo para o cargo, enquanto a educação objetiva preparar o indivíduo para os ambientes interno e externo do seu trabalho. A partir dessas premissas, abordaremos os tópicos seguintes. 3.1. Conceito de educação Desde o berço até o fim, o homem encontra-se em uma constante relação com o meio ambiente, interagindo e reagindo. A educação recebe então essa influência do ser humano, que se adapta às condições vigentes da sociedade, com seus valores e normas presentes. Por outrolado, o ser humano é fruto de aspectos hereditários e do meio ambiente, ou seja, influencia e é influenciado pela socie- dade que está inserido, é modificado e modifica as situações vigentes. Sendo assim, a educação influência e também é influenciada pelos com- ponentes da sociedade, de acordo com as inclinações e as predisposições exis- tentes, proporcionando a modificação do comportamento, obedecendo os padrões pessoais e individuais. A educação ganha legitimidade e exercício de forma sistemática. Nas instituições formalizadas existe um aspecto preestabelecido mas também há um desenvolvimento do processo educacional de forma assistemática e desconfi- gurada em determinados âmbitos da sociedade, como no lar e nas comunidades, onde não há um padrão processual e estabelecido a ser seguido. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 69 Devemos compreender que a educação é a possibilidade de entendermos a vida com mais clareza, portanto ser compreendida como uma possibilidade também de se preparar para viver. A educação tem várias subdivisões de conhecimento, como o saber cultural, o profissional, o político, o social, o econômico, dentre outros. Nessa abordagem, a que nos propomos, nos importa o saber profissional. Fique atento A educação profissional objetiva deixar o profissional mais preparado para a sua atuação no mercado de trabalho. Contempla três fases interdependentes, que são: • Formação profissional: é a educação profissional que prepara o homem para uma profissão. • Aperfeiçoamento ou desenvolvimento profissional: é a educação profissional que aperfeiçoa o homem para uma carreira dentro de uma profissão. • Treinamento: é a educação profissional que prepara o homem para um cargo ou função. A formação profissional, conhecida também como educação profissional instituciona- lizada, permite deixar o ser humano capaz de exercer sua profissão, formando-o e preparando-o para o contexto que já se encontra inserido ou que se pretende assumir. É uma proposta em longo prazo, com a intenção de se qualificar para uma profissão. Nas escolas, o ensino “convencional” é dividido em ensino fundamental e médio. Nas empresas, existe ainda uma preocupação com essa formação, quando os funcionários ainda não adotam o método da leitura, da compreensão e da interpretação, ou até mesmo com formação escolar incompleta. Fique atento O desenvolvimento profissional também conhecido como educação profissional já tem outro propósito: visa desenvolver e aperfeiçoar o ser huma- no que já tem a formação profissional. Ou seja, busca contemplar o profissional que objetiva crescer no seu trabalho por meio de uma produtividade e qualidade 70 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO de referência nas atividades que exercita ou que venha a exercer. Suas intenções são em médio prazo e vislumbram proporcionar um diferencial que o torne capaz de transcender sua atuação. Geralmente, o profissional para obter esses conheci- mentos para assumir atividades complexas, buscam as instituições de ensino mais especializadas e com experiência de atuação. O treinamento já apresenta outro propósito diferente da formação e da educação profissional, já que o seu propósito é adaptar o homem à empresa a qual se encontra inserido. Com proposta em curto prazo, suas intenções são imediatas, preparando o homem para o exercício de sua profissão de uma forma mais adequada. Existem algumas empresas voltadas para o propósito de treinamentos. Quando a própria empresa em que o profissional está inserido tem interesse de realizar o treinamento, o gestor imediato do profissional é quem se encarrega de oferecer o treinamento ou outro profissional que já tenha experiência no assunto. É aplicável a todos os níveis e setores da empresa. Obedece a um planejamento, execução e avaliação que é assumido pelo setor de recursos humanos. Fique atento @ CO NE CT E-S E • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tutori@conectada. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 71 3.2. Conceito de treinamento O treinamento tem sido entendido como o processo pelo qual a pessoa é preparada para desempenhar de maneira excelente as tarefas específicas do cargo que deve ocupar. Modernamente, o treinamento é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais e, cada vez mais, valiosos. Por meio do treinamento é possível a transmissão de informações e co- nhecimentos específicos ao cotidiano do trabalho, assim são desenvolvidas ha- bilidades para ser capaz de assumir as demandas emergentes. Perpassará pelo aspecto do conhecimento, da habilidade e da atitude. Hoje se fala que perpassa também pelo aspecto do resultado, ou seja, é lançada uma expectativa que o pro- fissional deverá atender através da apresentação do alcance do propósito inicial. O treinamento para alguns estudiosos tem uma visão fechada e limita- da, quando sua intenção é apenas aumentar o conhecimento de um empregado para desempenhar determinada atividade. Em outros contextos tem um propósito de educação especializada, já que nas empresas contemporâneas as funções passam pela aquisição de habilidades e o conhecer técnico. Permite qualifi- cação administrativa e conhecimentos que proporcionam o saber enfrentar os problemas sociais. Segundo os princípios da National Industrial Conference Board, o treinamento tem por finalidade ajudar a alcançar os objetivos da empresa, proporcionando oportunidades aos empregados de todos os níveis de obterem o conhecimento, a prática e a conduta requeridos pela organização. Memorize 72 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO Outros pesquisadores do assunto assumem a posição que o treinamento não pode ser visto como um custo, mas como um investimento pessoal, profis- sional e empresarial, já que os ganhos são coletivos. Em muitas situações, os ganhos são mais evidentes para o contexto organizacional, já que objetiva reduzir ou acabar com o desempenho inadequado dentro da empresa. O treinamento contempla a visão holística empresarial, porque, ao se ter uma visão sistêmica, as chances de se obter um retorno satisfatório é de maior alcance. Investimento precioso que não deve ser considerado custo, ganha uma dimensão de ter um alcance de retorno e compensador. O treinamento pode proporcionar quatro tipos de mudança de comportamento: • Transmissão de informações: nos programas de treinamento é o repasse de conteúdo, ou seja, envio de informações sobre o trabalho, como os produtos, os serviços, as missões, os valores, as normas e os regulamentos da empresa. Pode envolver também transmissão de novos conhecimentos. • Desenvolvimento de habilidades: são as habilidades relacionadas ao desem- penho do cargo presente ou de possíveis ocupações advindas. O treinamento é voltado para as atividades e as funções a serem executadas pelo profissional. • Desenvolvimento ou modificação de atitudes: é voltado para as mudanças benéficas, considerando que as atitudes negativas podem se encaminhar para as positivas. Objetiva proporcionar a motivação, o desenvolvimento da per- cepção e a coordenação dos sentimentos e das emoções de outras pessoas. Propõe-se a aquisição de novas ações perante os clientes internos e externos. • Desenvolvimento de conceitos: o treinamento objetivaproporcionar a abs- tração de pensamentos e formas de conceituar, para que seja facilitada a definição de formas de agir no âmbito profissional. Com essa ação, eleva-se o desenvolvimento de gestores com um pensamento holístico. Esses quatro tipos de conteúdo, do treinamento podem ser utilizados sepa- rada ou conjuntamente. Em alguns programas de treinamento de vendedores, por exemplo, inclui-se transmissão de informações (sobre a empresa, os produtos, os clientes, o mercado etc.), desenvolvimento de habilidades (preenchimento de pedidos, cálculo dos preços etc.), desenvolvimento de atitudes (como tratar o cliente, como se comportar, como conduzir o processo de venda, como argumentar e contornar as negativas do cliente etc.) e desenvolvimento de conceitos (prin- cipalmente relacionados com a filosofia da empresa e com a ética profissional). TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 73 Os principais objetivos do treinamento são: • Preparar o pessoal para execução imediata das diversas tarefas peculiares à organização. • Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas em seus cargos atuais mas também para outras funções para as quais a pessoa pode ser considerada; • Mudar a atitude das pessoas, com várias finalidades, entre as quais criar um clima mais satisfatório entre empregados, aumentar-lhes a motivação e torná-los mais receptivos às técnicas de supervisão e gerência. Memorize @ CO NE CT E-S E • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tutori@conectada. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ O treinamento é uma responsabilidade de gestores e profissionais com posição de liderança, onde alguns chamam de staff. Hoje, o treinamento deixou de ser uma missão essencialmente do setor de recursos humanos e passou a ser uma responsabilidade assumida pela área administrativa. Dessa forma, o treinamento deve ser assumido por cada administrador e gestor organizacional. Sabemos que o administrador tem como base os conhecimentos especia- lizados na área, ou seja o conhecimento técnico mas também necessidade ter a habilidade do saber administrar. Em muitos casos, é preciso oferecer as condições 74 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO para que tenham condições de oferecer o treinamento adequado. O treinamento está embutido na função e atividade do gestor, em qualquer instância. Considera- se que o treinamento se faz presente na apresentação de um procedimento novo na organização e também em uma operação convencional no trabalho. 3.3. O ciclo do treinamento Através do treinamento é possível obter a aprendizagem, na qual surge pelo próprio ser humano, fruto da sua própria busca. Ao aprender, o homem muda o seu comportamento, pois a transformação interfere no seu cotidiano e no da- queles que o rodeiam. O treinamento, por outro lado, tem o propósito de orientar as experiên- cias de aprendizagem positivas e que trazem suplementos para uma atividade planejada e eficiente. Aqueles que estão próximos do aprendiz conseguem de- senvolver com mais agilidade seus conhecimentos, atitudes e habilidades para si e para a empresa. O treinamento segue uma sequência de ação, como um processo que necessita de início, meio e fim. Se renova a cada momento, considerando que a vida segue um contínuo ciclo. Fique atento O processo de treinamento tem os seguintes componentes que devem ser considerados em seu movimento, que são: • Entradas (inputs): são os treinandos, recursos organizacionais; • Processamento ou operação (throughputs): são os processos de aprendi- zagem individual, referentes ao programa de treinamento; • Saída (outputs): são as pessoas que ficam habilitadas quanto ao sucesso ou à eficácia organizacional; • Retroação (feedback): como avaliação dos procedimentos e resultados do treinamento através de meios informais ou de pesquisas sistemáticas. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 75 Fluxograma 1: O treinamento como um sistema PROGRAMAS DE TREINAMENTO PROCESSOS DE APRENDIZAGEM INDIVIDUAL TREINANDO RECURSOS ORGANIZACIONAIS AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS RETROAÇÃO ENTRADA PROCESSO SAÍDA • CONHECIMENTO • ATITUDES • EFICÁCIA ORGANIZACIONAL Fonte: Chiavenato (1983). 2. Qual o seu foco de interesse no estudo apresentado neste tópico? 3. Considerando as quatro fases do treinamento, você compreendeu detalhadamente cada uma delas? Escolha uma delas e, em até cinco linhas, comente sobre seus objetivos. 4. Qual a relação entre competência e treinamento dentro do contexto manifestado? Caso necessite, busque discutir esta(s) questão(ões) com seu(sua) tutor(a) e colega, na sala virtual. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Pratique 76 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO Em termos amplos, o treinamento envolve necessariamente um processo composto de quatro etapas, a saber: • Levantamento de necessidades de treinamento (diagnóstico); • Programação de treinamento para atender às necessidades; • Implementação e execução; • Avaliação dos resultados. Essas quatro etapas formam um processo cíclico, cuja sequência é mostrada pela seguinte figura: Relembre DiaGnóstiCo Da situação DeCisão quanto a estratéGia iMPleMentação ou ação avaliação ou Controle levantaMento De neCessiDaDes Alcance dos objetivos da organização. Determinação dos requisitos básicos da força de trabalho. Resultado da avaliação de desempenho. Análise de relatórios e outros dados. exeCução Do treinaMento Aplicações dos programas pela acessoria, pela linha ou combi- nadamente por ambos. avaliação Dos resultaDos Acompanhamento Verificação ou medição Comparação da situação atual com a situação anterior ProGraMa De treinaMento Quem treinar? Como treinar? Em que treinar? Onde treinar? Quando treinar? retroação: resultaDos satisfatórios retroação: resultaDos inatisfatórios Fonte: Chiavenato (1983). Fluxograma 2: O processo de treinamento TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 77 O treinamento tem um peso de importância e configuração de responsabilidade de gestor com suporte do recursos humanos. A responsabilidade de linha e função de staff devem ser entendidas como extremos de um continuum conforme você pode observar na próxima figura. Obviamente, esses dois extremos não são satisfatórios. Para que realmente haja responsabilidade de linha e função de staff no treinamento, a situação preferidaseria do modelo equilibrado, onde o órgão de linha assume a responsabilidade do treinamento e obtém a assessoria especializada do órgão de staff na forma de levantamento de necessidades e diagnóstico de treinamento e de programação de treinamento. Quadro 2 – Órgão onde está localizado o empregado ORGÃO DE TREINAMENTO ORGÃO ONDE ESTÁLOCALIZADO O EMPREGADO Excessivamente centralizado Levantamento das necessidades. Programação. Execução Nenhuma responsabilidade de linha Centralizado Levantamento das necessidades Execução Equilibrado Levantamento das necessidades Execução.Avaliação de resultados Descentralizado Levantamento das necessidades Programação. Execução. Avaliação de resultados. Excessivamente Descentralizado Nenhuma função de Staff Programação. Avaliação. Execução Fonte: Chiavenato (1983). @ CO NE CT E-S E • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tutori@conectada. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 78 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO Referências BANCO DO BRASIL. Curso Gestão do Desempenho por Competências. Brasí- lia: Universidade Corporativa Banco do Brasil, Caderno 1, 2005. BOOG, Gustavo. 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