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CESEC – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO CONTINUADA “DURCELINO DA SILVA REIS”
GUANHÃES – MINAS GERAIS
	PLANO DE ESTUDOS - 2021
	ALUNO:
	COMPONENTE CURRICULAR:GEOGRAFIA
	PROFESSOR: MAURICIO LUIZ PEREIRA
	
ENSINO MÉDIO / MÓDULO 2
Olá estudante, você já concluiu o Módulo 1. Seja bem-vindo (a) a mais essa etapa! 
MÓDULO 2
Estado, Nação e Governo
Entender a diferença entre Estado, Nação e Governo é fundamental para a compreensão de conflitos nacionais e separatistas.
É comum haver confusão entre os conceitos de Estado, Nação e Governo. Muitas pessoas acreditam que tais expressões possuem o mesmo significado, entretanto, trata-se de assuntos bem diferentes.
Por Estado entende-se a unidade administrativa de um território. Não existe Estado sem território. O Estado é formado pelo conjunto de instituições públicas que representam, organizam e atendem (ao menos em tese) os anseios da população que habita o seu território. Entre essas instituições, podemos citar o governo, as escolas, as prisões, os hospitais públicos, o exército, dentre outras.
Dessa forma, o governo seria apenas uma das instituições que compõem o Estado, com a função de administrá-lo. Os governos são transitórios e apresentam diferentes formas, que variam de um lugar para outro, enquanto os Estados são permanentes (ao menos enquanto durar o atual sistema capitalista).
A Nação, por outro lado, tem seu conceito ligado à identidade, à cultura e aos aspectos históricos. Por nação entende-se um agrupamento ou organização de uma sociedade que partilha dos mesmos costumes, características, idioma, cultura e que já possuem uma determinada tradição histórica.
Alguns autores chegam a afirmar que o Estado seria a institucionalização da Nação. Entretanto, observa-se a existência de Estados com muitas nações – ou multinacionais – e algumas nações sem Estado constituído.
Um exemplo de Estado multinacional é o Brasil, que possui habitantes de diferentes costumes e etnias, como os indígenas e os habitantes da região do pampa gaúcho (que habitam o Sul do Brasil e partes da Argentina e do Uruguai). Entre as nações sem Estado, é destaque a situação dos curdos, um povo que habita regiões do Oriente Médio e que não possui o seu próprio território, isto é, o seu Estado constituído.
Surgimento dos Estados Nacionais
O surgimento dos Estados Nacionais, também chamados de Estados-nação, ocorreu principalmente no fim do século XVIII.
Um Estado nacional contemporâneo tem como princípio realizar a soberania política e militar dentro de um determinado território delimitado por fronteiras que definem quando termina um território e inicia outro.
O Estado nacional é também chamado de Estado-Nação, leva em consideração as pessoas que vivem no território e que possuem características singulares segundo a sua identidade (língua, religião, moeda, hino do país etc.) cultural, histórica, étnica, colocadas em prática dentro do estado.
Os Estados-Nações, ou propriamente dito países, surgiram principalmente no fim do século XVIII início do século XIX. Foram constituídos a partir do processo de industrialização original e/ou clássica com mecanismo de divisão do espaço geográfico internacional, estabelecendo uma nova configuração política e espacial, tudo isso é fruto da burguesia e revolução industrial que contribuiu para proteger o mercado de um determinado território.
Nesse contexto, quem não realizasse medidas de proteção de mercado seria incapaz de competir com produtos ingleses, então era preciso fechar o mercado. A proteção de mercado não devia se limitar apenas a fiscalizar as fronteiras, ou taxar produtos, mais do que isso, era preciso constituir sentimentos de amor à pátria (nacionalismo) em seu povo.
O nacionalismo e/ou patriotismo passou a ser desenvolvido através de vários meios, como a escola era pública e obrigatória ela conseguia atingir uma grande quantidade de crianças, as forças armadas antes constituídas por mercenários passou a aceitar somente pessoas de mesma língua e com afinidade com o país, outras maneiras de consolidação do sentimento nacionalista eram retratadas nas obras literárias, folclores, tradições, culinária,data comemorativas, modos de vestir e etc.
A concepção do Estado nacional ocasionou divergências entre reis e imperadores, no século XVI e XVII, no XIX entre igreja e nação, e entre senhores feudais e o estado.
Posteriormente aos conflitos, o estado foi consolidado superando as ideologias e interesses da igreja e dos senhores feudais, assim promoveu a centralização do poder, e essa dava direito de representação da nação.
Mesmo com a vitória política do Estado-Nação ainda existem países que não detêm uma hegemonia de nacionalidade e de língua, como, por exemplo, Canadá, Suíça, Rússia entre outras.
Conceito de Estado-nação
O conceito de Estado-nação refere-se à forma de organização dos governos dos Estados Modernos e às organizações sociais que se estabeleceram em torno deles.
Quando falamos do conceito de Estado, referimo-nos aos mecanismos de controle político de um governo que rege determinado território. Organizações como um Parlamento ou um Congresso, instituições legais e um exército permanente são ferramentas utilizadas por um governo para controlar as várias esferas que compõem a sociedade de um Estado-nação. Um Estado-nação é constituído por uma massa de cidadãos que se considera parte de uma mesma nação. Sob essa perspectiva, podemos afirmar que todas as sociedades modernas são Estados-nações, isto é, todas as sociedades modernas estão organizadas sob o comando de um governo instituído que controla e impõe suas políticas.
Muito embora a entidade do Estado tenha existido em vários momentos de nossa história, há algumas características que diferenciam os Estados-nações modernos que observamos hoje daqueles que surgiram em sociedades tradicionais e não industriais. O sociólogo Anthony Guiddens pontua as principais diferenças que podemos observar ao compararmos os dois momentos distintos dessa forma de organização:
Soberania - A Idade Média caracterizou-se pelo absolutismo e pelos governos monárquicos, nos quais a figura do Estado estava atrelada à figura do Rei. Porém, os territórios sobre os quais esses Estados tradicionais exerciam domínio estavam muito mal definidos, e o nível de controle do governo central era precário, se compararmos com o que vemos hoje. O princípio da soberania de um Estado, ou o exercício da autoridade absoluta que um governo deve ter sobre o território ao qual pertence, era ainda mal definido e não era tão relevante quanto é nos Estados contemporâneos.
Cidadania – A ideia de cidadania, ou seja, a condição de cidadão que aqueles que detêm o direito de participação na vida política de um Estado possuem, não existia para a grande maioria dos indivíduos que integrava os Estados tradicionais. A maior parte da população demonstrava pouco ou nenhum interesse nos assuntos referentes aos seus governantes. Os direitos políticos, ou o poder de exercer influência sobre assuntos políticos, eram reservados apenas para uma pequena parcela da população. Em contrapartida, nos Estados-nações modernos, a maior parte das pessoas que vive sob a jurisdição de um sistema político é cidadã, partilhando de direitos e deveres assegurados por seu governo, tendo ainda o poder de interferência e influência nas decisões políticas de seu interesse.
Nacionalismo – O sentimento de nacionalismo é um dos pontos mais característicos de um Estado-nação. Esse sentimento está atrelado a um conjunto de símbolos e convicções vistos como traços representativos de uma determinada identidade nacional. O nascimento de um sentimento nacionalista tornou-se uma das principais fontes de força unificante e mobilizadora. Línguas em comum, religiosidade e símbolos foram usados como pontos de aglomeração de povos, que passaram a se ver representados por sua nacionalidade.
A bandeira é o mais marcante dos símbolos de uma nação
Povoamento e ocupação do território brasileiro
O início da ocupação europeia no território brasileiro, a partir doséculo XVI, foi parte da expansão territorial portuguesa no Atlântico, estimulada pela Revolução Comercial, que tornara a Europa sedenta por produtos tropicais, além de minerais. Nesse mesmo século foram iniciadas então a expropriação da população nativa e a devastação da floresta, com o povoamento e colonização. Inicialmente, navegadores, aventureiros e corsários se interessaram por produtos da terra, como o pau-brasil, estimulando os indígenas do litoral a coletarem madeiras e peles de animais adentrando nas matas, em troca de objetos de pouco valor.
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Mapa do Brasil de 1574, elaborado pelo português Luís Teixeira.
Início da ocupação pelos portugueses
Somente algumas décadas após o “descobrimento”, Portugal voltou suas atenções para esse território, iniciando de fato o povoamento e desmatando grandes áreas para a agricultura, sobretudo da cana-de-açúcar. Para produzir o açúcar, aprisionaram e escravizaram indígenas, importaram escravos da África, trouxeram animais de tração da Europa e intensificaram a destruição da floresta. Os indígenas que se rebelaram, fugiram para o interior, sendo perseguidos pelos portugueses que, nessa busca, conquistaram mais terras.
No Sudeste do Brasil e na Bahia, a penetração foi bem mais expressiva ao final do século XVI, quando os bandeirantes se interiorizaram na busca por metais preciosos e índios para escravizar. Na Bahia, quem comandou a penetração foram fazendeiros à procura de terras para a pecuária, que também buscaram exterminar os indígenas resistentes.
No século XVIII, a ocupação já era mais intensa. Na bacia do São Francisco e parte do sertão nordestino, grandes latifúndios eram explorados diretamente pelos sesmeiros, ou por sitiantes que criavam animais e pagavam uma pensão ao proprietário.
Descoberta das Minas Gerais
Minas de ouro e de pedras preciosas foram descobertas pelos paulistas que adentravam novas terras, atraindo grandes migrações ao interior e formando arraiais de garimpeiros. Esse povoamento descontínuo se adensava em torno dos garimpos, originando vilas, muitas vezes, distantes entre si, como o núcleo situado nos Gerais e Diamantina, Vila Boa de Goiás e Cuiabá. Entre essas vilas, desenvolveram-se lavouras de subsistência e também atividades pecuárias. Aos poucos, estas áreas deram origem às Capitanias de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, desmembradas da então Capitania de São Vicente.
Povoamento do sul do Brasil
No sul do Brasil daqueles tempos, houve pouquíssimo povoamento no litoral, na porção ocidental interiorana se desenvolveu um Estado teocrático indígena, organizado pelos jesuítas, com a formação das missões. Lá desenvolviam a pecuária e a agricultura de subsistência. Essa civilização, com obras de arte monumentais, como a igreja de São Miguel, provocou suspeitas entre as coroas de Espanha e Portugal, além de despertar a cobiça dos bandeirantes que, em sucessivas incursões, destruíram vários núcleos missioneiros, escravizando indígenas, roubando o gado e desorganizando a estrutura de povoamento.
A colonização, ou dominação do território no sul do país ocorreu com população de origem portuguesa – colonos açorianos assentados no Rio Grande do Sul. Áreas percorridas por bandeirantes paulistas que se estabeleceram nas áreas de campo, desenvolvendo a pecuária, que ali encontrou condições ambientais favoráveis.
Por volta do século XIX, no sul do Brasil foram instaladas colônias baseadas no sistema de apropriação de terras, através de colonização oficial ou particular. Esse modo de ocupar as terras foi mais difundido nessa região, assentando distintas levas de imigrantes para além dos portugueses, como: alemães, italianos, árabes, poloneses e japoneses.
O mapa do Brasil em 1822, ano de fundação do Império do Brasil.
A ocupação da Amazônia e o norte do Brasil
A ocupação da Amazônia foi lenta. As distâncias eram enormes, o clima muito quente e úmido, os indígenas insubmissos e diversas doenças atingiam os navegadores e aventureiros. Os rios e seus afluentes foram percorridos por navegadores portugueses e espanhóis desde o século XVI, com vantagem para os lusitanos que se estabeleceram na foz do grande rio, em Belém, fazendo expedições de caça aos indígenas e à procura de drogas do sertão.
No século XVIII, com maior definição das fronteiras com a Espanha, Portugal estabeleceu um modelo de ocupação permanente, utilizando em princípio missões religiosas e, em seguida, estabelecimentos governamentais para reter o indígena e fazê-lo produzir para o mercado – madeiras, essências florestais, peixes salgados, couros e peles, entre outros.
Na segunda metade do século XIX, a exploração da borracha e da castanha provocariam uma intensificação da migração para a Amazônia, causando o abandono das roças de mantimentos e o aumento da exploração da seringueira e da castanheira. A economia se focou ao mercado externo, implantando-se os seringais nas margens dos rios, enquanto nos pontos de convergência de vários rios situaram-se vilas e cidades; dentre elas, Belém e Manaus tiveram grande crescimento populacional e comercial. O ciclo da borracha não duraria muito, porque a seringueira foi levada para o Sudeste Asiático, conquistando os mercados do Brasil. A estagnação e decadência duraram até a segunda metade do século XX, quando o povoamento foi adensado com a construção de rodovias e o desenvolvimento da mineração e da pecuária.
A ocupação da região central do país e Brasília
O processo de ocupação da Amazônia, desenvolvido a partir dos anos 1930, e o projeto de transferência da capital para o Planalto Central, foram feitos por algumas etapas: do Estado Novo de Vargas; de Juscelino, com ênfase na construção da capital Brasília e ligação do território nacional; a do período militar, com grande abertura para o capital estrangeiro e o emprego de grandes capitais na construção de rodovias e mineração; e a etapa que o geógrafo Manuel Correia de Andrade considera que se inicia em meados da década de 1990, caracterizada pela grande crise da chamada década perdida (1980) e a tentativa de recuperação.
No período Vargas, o governo desenvolveu projetos de colonização agrícola no chamado Mato Grosso de Goiás e no próprio Estado de Mato Grosso criou cinco territórios federais, visando dinamizar economicamente as áreas de fronteiras, desenvolvendo atividades em trechos distantes e pouco povoado. Destes territórios fronteiriços, três se transformaram em estados – Amapá, Roraima e Rondônia – e dois foram extintos em 1947: Iguaçu e Ponta-Porã (integrado ao atual estado do Mato Grosso do Sul, criado em 1975).
No período de Juscelino Kubitschek foi realizada a construção de Brasília, fazendo uma área antes formada por grandes fazendas de criação e terras devolutas quase despovoadas ser ocupada por cidades, formando núcleos urbanos que viviam em função da capital. A construção da cidade atraiu muitos migrantes, principalmente do Nordeste – os candangos – trazendo crescimento populacional a Goiás, graças à abertura de estradas. A inauguração da rodovia Belém-Brasília facilitou a penetração do povoamento até a porção sul do Maranhão e do Pará, influenciando a criação do Estado do Tocantins, em 1988.
Os militares, que ocuparam o poder de 1964 a 1985, desenvolveram uma política de expansão no Norte e no Centro-Oeste. Concluíram assim a construção de estradas que ligaram o Centro-Sul às principais cidades amazônicas, fortalecendo uma migração populacional no sentido Sul-Norte. Grandes projetos foram iniciados por grupos internacionais interessados na extração de minérios, desmatamento para a produção de celulose, entre outros. Concessões de terras desvantajosas também foram feitas também visando a extração de bauxita no Pará. Projetos como esses ocorreram por toda a região, acompanhados de concessões nas áreas próximas às rodovias, sobretudo para a pecuária bovina e localização de colonos que deveriam desenvolver produzir cacau e café para exportação. Essa política foi prejudicial ao país, por desconsiderar a inadequação de grande parte dos solos e o encarecimento dos produtos,devido às distâncias. Ademais, foi responsável pelo desmatamento de grandes áreas, erosão dos solos, poluição dos rios, além de estimular a formação de imensos latifúndios improdutivos.
O “vazio” demográfico existente em áreas de fronteira, o crescimento do narcotráfico e a penetração de garimpeiros estrangeiros, levaram o Exército a formular um projeto de ocupação e povoamento da fronteira, o Calha Norte, idealizado em 1985 durante o governo Sarney, que previa a ocupação militar de uma faixa do território nacional situada ao Norte da Calha do Rio Solimões e do Rio Amazonas.
Tratados e acordos para incorporação de territórios
· Tratado de Tordesilhas (1494)
· Tratado de Lisboa (1681) - devolução da Colônia de Sacramento
· 1º Tratado de Utrecht entre Portugal e França (1713) estabeleceu as fronteiras portuguesas do norte do Brasil: o rio Oiapoque foi reconhecido como limite natural entre a Guiana e a Capitania do Cabo do Norte.
· 2º Tratado de Utrecht entre Portugal e Espanha (1715) tratou da segunda devolução da Colônia de Sacramento a Portugal.
· Tratado de Madri (1750) - anulou o tratado de Tordesilhas e redefiniu a fronteira do Brasil e as colônias espanholas. Portugal conquistou assim a maior parte da Bacia Amazônica, enquanto a Espanha ficou com toda a parte sul da Bacia do Prata.
· Tratado de Santo Ildefonso (1777) confirmou o Tratado de Madri e devolveu a Portugal a ilha de Santa Catarina, ficando com a Espanha a Colônia de Sacramento e a região dos Sete Povos.
· Tratado de Badajós entre Portugal e Espanha (1801) incorporou definitivamente os Sete Povos das Missões ao Brasil.
· Tratado de Petrópolis (1903), negociado pelo Barão do Rio Branco com a Bolívia, incorporou ao Brasil a região do Acre.
Inconfidência Mineira
A Inconfidência Mineira foi uma das maiores revoltas organizadas contra a Coroa portuguesa durante o período colonial e envolveu parte da elite da capitania de Minas Gerais.
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, é como ficou conhecida a revolta de caráter separatista que estava sendo organizada na capitania das Minas Gerais no final do século XVIII. Essa revolta foi organizada pela elite socioeconômica de Minas Gerais e acabou sendo descoberta pela Coroa portuguesa antes de ser iniciada. Tiradentes foi um dos envolvidos nessa revolta.
Antecedentes
A capitania de Minas Gerais era a mais rica do Brasil, em razão da extração de ouro e diamantes na região. A exploração trouxe uma enorme riqueza e fez Minas Gerais prosperar e crescer. A atenção da Coroa portuguesa sobre sua capitania mais importante era redobrada e, no século XVIII, a relação entre os habitantes da capitania e a Coroa começou a demonstrar sinais de desgaste.
Em 1720, por exemplo, aconteceu a Revolta de Vila Rica, motivada pela insatisfação da população local com os altos impostos cobrados pela Coroa. Outras revoltas aconteceram, mas não tinham o objetivo de separar a capitania da Coroa portuguesa.
Durante a administração do Marquês de Pombal, Portugal aumentou os impostos cobrados no Brasil e fortaleceu a insatisfação de Minas Gerais com a Coroa.
A partir da segunda metade do século XVIII, a política fiscal de Portugal em relação à colônia tornou-se mais rígida. Portugal, governado pelo Marquês de Pombal, ordenou o aumento da cobrança de impostos no Brasil como forma de financiar a reconstrução de Lisboa, destruída por um terremoto em 1755. Isso contribuiu para corroer a relação entre colonos e Coroa até o ponto de, na década de 1780, começar a ser organizada uma conspiração.
Participantes
A Conjuração Mineira foi uma conspiração organizada pela elite socioeconômica da capitania das Minas Gerais. Nas palavras das historiadoras Lília Schwarcz e Heloísa Starling, o grupo que formava os conspiradores da conjuração eram pessoas que “tinham laços familiares, de amizade ou econômicos” que os vinculavam com a “cúpula da sociedade das Minas”.
Elas também destacam que, apesar de ser formado majoritariamente por membros da elite socioeconômica, o grupo era composto por pessoas dos mais diversos ofícios, tais como poetas, cônegos, engenheiros, médicos, militares, comerciantes etc.|2| O membro da conspiração de situação econômica mais humilde era Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, comandante da tropa que monitorava a estrada (Caminho Novo) que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Ele, por sua vez, foi um dos membros mais participativos da conjuração.
Causas
Como abordado brevemente, a Inconfidência Mineira foi resultado da insatisfação da elite econômica da capitania das Minas Gerais com a política fiscal imposta pela Coroa portuguesa. Essa insatisfação existiu ao longo de todo o século XVIII, mas a partir da década de 1780 ganhou força e ares de separatismo, dando uma nova dimensão a esse movimento político.
Não se sabe o momento preciso em que a elite das Minas Gerais começou a conspirar contra a Coroa, mas se sabe que foi em algum ponto da década de 1780. Os envolvidos com essa revolta tinham em mente que os impostos cobrados por Portugal eram excessivos, mas também estavam imbuídos de outros ideais – como a separação de Minas Gerais e sua transformação em uma república.
Lília Schwarcz e Heloísa Starling chamam atenção para um fato: a conjuração foi resultado do ressentimento, mas também da percepção de que as Minas Gerais tinham condições de existir sem a presença de uma Coroa controladora. Eles tinham noção de que a capitania tinha condições econômicas de se autossustentar.|3|
O estopim para a deflagração do movimento contra a Coroa aconteceu durante as administrações de Luís da Cunha Meneses e do Visconde de Barbacena, ambos governadores da capitania. O primeiro teve uma administração corrupta que prejudicou interesses da elite local para favorecimento de seus amigos pessoais.
Já na administração do Visconde de Barbacena, foi enviada uma ordem para realizar o cumprimento da cota de ouro anual, que era estipulada pela Coroa. Para cumprir essa cota, foi autorizada a realização da “derrama”, a cobrança obrigatória com o objetivo de alcançar as cem arrobas de ouro. Isso causou indignação porque a economia local estava em crise, em virtude da queda na quantidade de ouro extraído.
A possibilidade de uma derrama alarmou a elite local e antecipou os preparativos para uma revolta contra a Coroa. Os conspiradores planejaram iniciar a revolta para o dia em que a derrama fosse realizada. Um dos grandes propagandistas dessa conspiração foi Tiradentes.
O que defendiam os inconfidentes?
As reivindicações feitas pelos inconfidentes eram variadas, mas, em geral, podem ser resumidas nos seguintes pontos:
· Proclamação de uma república aos moldes dos Estados Unidos;
· Realização de eleições anuais;
· Incentivo a instalação de manufaturas como forma de diversificar a produção econômica das Minas Gerais;
· Formação de uma milícia nacional composta pelos próprios cidadãos das Minas Gerais.
Na questão do trabalho escravo, não existia um consenso entre os inconfidentes. Assim, alguns defendiam a libertação dos escravos, mas outros defendiam a permanência da escravidão caso a capitania alcançasse sua independência.
Os colonos pensavam em realizar uma revolta em Vila Rica que depois se espalharia por toda a capitania. Para ter sucesso nessa empreitada, os inconfidentes planejavam uma guerra de desgaste que forçaria a Coroa portuguesa a negociar o fim das hostilidades. Eles buscaram ajuda internacional de americanos e franceses e até tiveram alguns acenos de apoio, mas que não se concretizaram em ações efetivas.
Como terminou a Inconfidência Mineira?
Tiradentes foi o único dos envolvidos na Inconfidência Mineira a ser condenado à morte.
As reuniões secretas que organizavam e divulgavam os princípios dessa revolta contra Portugal estenderam-se durante anos, mas o movimento não chegou nem ao ponto de ser deflagrado. Isso porque, antes mesmo de sua deflagração, denúncias levaram ao conhecimento da Coroa de que uma conspiração acontecia.
Em 18 de maio de 1789, alguns dos inconfidentes foram informados de que a conspiraçãocontra Portugal tinha sido descoberta. O Visconde de Barbacena recebeu seis denúncias a respeito de uma conspiração em curso nas Minas Gerais. A denúncia mais importante foi realizada por Joaquim Silvério dos Reis.
Silvério dos Reis estava envolvido com a conspiração e devia grandes somas de dinheiro à Coroa portuguesa. Acabou denunciando o movimento organizado pelos inconfidentes como uma forma de ter as suas dívidas perdoadas. O relato de Silvério dos Reis deu todos os detalhes da estratégia da inconfidência e permitiu que autoridades coloniais planejassem a repressão contra os envolvidos.
O Visconde de Barbacena ordenou a suspensão da derrama e deu início às prisões e interrogatórios. Todo o processo de julgamento dos presos por envolvimento na conspiração estendeu-se durante três anos e foi uma demonstração de poder da Coroa como forma de desencorajar outras conspirações do tipo.
A leitura da sentença, conforme afirmação do historiador Boris Fausto, estendeu-se por dezoito horas|4|. As condenações foram as mais diversas e incluíram penas como degredo (expulsão para a África), prisão perpétua, condenação à forca etc. Vários dos envolvidos foram condenados por morte na forca, mas d. Maria, rainha de Portugal, perdoou todos os condenados, menos um: Tiradentes.
Tiradentes foi preso no Rio de Janeiro, em maio de 1789. Sua morte foi utilizada como exemplo de intimidação e ocorreu porque Tiradentes era o grande propagandista do movimento. Quando preso, estava em viagem para divulgar a conspiração que estava sendo organizada.
Tiradentes acabou sendo enforcado no dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Foi esquartejado e partes do seu corpo foram espalhadas pela estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Sua cabeça foi colocada em exposição na praça central de Vila Rica e lá permaneceria até apodrecer, mas acabou desaparecendo e não se sabe o seu paradeiro até hoje.
A Conjuração Mineira foi uma das mais importantes revoltas organizadas contra a Coroa portuguesa e mostrou a disposição dos colonos a romper o laço colonial e a existência de ideais republicanos no seio da principal capitania brasileira. Poucos anos depois, foi a vez da Bahia rebelar-se contra o domínio português na Conjuração Baiana.
Inconfidência ou Conjuração?
O movimento que estudamos neste texto é conhecido como Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira. As duas formas podem ser utilizadas para se referir a esse acontecimento histórico, apesar de existir um debate entre os historiadores a respeito de qual termo é mais apropriado para ser utilizado.
Muitos historiadores não utilizam “inconfidência” sob a alegação de que foi um termo cunhado pela Coroa portuguesa e sua utilização alinha-se a uma perspectiva colonizadora. A palavra “inconfidente” é utilizada para se referir a um traidor, a uma pessoa desleal, infiel. Na perspectiva portuguesa, todos os que se voltaram contra Portugal eram traidores, logo, inconfidentes.
Assim, existem historiadores que consideram “conjuração” uma forma mais apropriada de se referir a esse acontecimento.
O Estado Islâmico, o terrorismo, a violação dos direitos humanos e da soberania dos estados
O terrorismo em todas as suas formas e manifestações constitui uma das mais sérias ameaças à paz e à segurança e que quaisquer atos de terrorismo são criminosos e injustificáveis, independentemente de suas motivações, não importando quando, onde e por quem sejam cometidos, e reiterando sua inequívoca condenação do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL na sigla em inglês, conhecido também como Daesh), e da Al-Qaeda, de indivíduos, grupos, empresas e entidades a eles associados por contínuos e múltiplos atos criminosos de terrorismo, com o objetivo de causar a morte de civis inocentes e outras vítimas, destruir patrimônio e solapar profundamente a estabilidade, e tendo em vista que o terrorismo constitui uma ameaça à paz e à segurança internacionais e que, enfrentar essa ameaça exige das Nações, esforços coletivos em níveis nacional, regional e internacional, com base no respeito ao Direito Internacional, no compromisso com a soberania, na integridade territorial e na independência política de todos os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas, e, tendo em vista a necessidade de combater por todos os meios, inclusive por normas aplicáveis do Direito Internacional e dos Direitos Humanos, do Direito Internacional dos Refugiados e do Direito Internacional Humanitário, as ameaças à paz e à segurança internacionais, decorrentes de atos terroristas, sublinhando, a esse respeito, o papel importante que as Nações Unidas desempenham na liderança e coordenação desse esforço, foi aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Resolução 2253 (2015), de 17 de dezembro de 2015, que adota, atualiza e fortalece o regime de sanções, imposto pela Resolução 1267 (1999), relativo ao Estado Islâmico no Iraque e no Levante e à Al-Qaeda, razão pela qual foi elaborado e presente Artigo, com o objetivo de demonstrar, que não obstante as medidas materiais e jurídicas, de defesa e segurança, já adotadas, estas ainda, se mostram insuficientes para conter os avanços do grupo terrorista, e por consequência, aumenta a violação aos direitos humanos, eleva o flagelo de milhões de refugiados e impossibilita a garantia da paz mundial. De outra parte, para os Estados, notadamente, da União Europeia, a sensação de completa insegurança para as suas populações, pelos atentados terroristas e violação da soberania. Nesta perspectiva é que se propõe analisar, com destaque, os atos e ações do Estado Islâmico no Iraque e no Levante, bem como as medidas efetivas aplicada por parte da Comunidade Internacional e da ONU, para combater o terrorismo e a violação dos direitos humanos.
Oriente Médio
A região do Oriente Médio é composta por 15 países, com uma população estimada de 260 milhões de habitantes.
A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção oeste do continente asiático, conhecida como Ásia ocidental. Possui extensão territorial de mais de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, com população estimada de 260 milhões de habitantes. É composta por 15 países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia.
Clima
O clima do Oriente Médio é árido e semiárido, o que proporciona o predomínio de uma paisagem vegetal marcada pela presença de espécies xerófilas (nas áreas de clima árido), ou de estepes e pradarias (nas áreas de clima semiárido). Apenas pequenas faixas de terra, na porção litorânea, apresentam climas um pouco mais úmidos, onde há presença de formações vegetais arbustivas.
Atividades Econômicas
O petróleo é o principal produto responsável pela economia dos países do Oriente Médio. Nessa região está localizada a maior concentração mundial dessa fonte energética (aproximadamente 65% de todo o petróleo mundial). Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores econômicos e políticos, criou as condições para a formação, em 1960, de um dos mais importantes cartéis do mundo atual, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Outra atividade econômica importante no Oriente Médio é a agropecuária. Por ser realizada dominantemente de forma tradicional, com uso de pouca tecnologia e mecanização, essa atividade incorpora cerca de 40% da população economicamente ativa. O predomínio de climas áridos e semiáridos na região é bastante prejudicial para o desenvolvimento dessa atividade econômica.
A atividade industrial no Oriente Médio apresenta pouca expressividade. Nos países petrolíferos, há a existência de refinarias e petroquímicas. Outras indústrias se relacionam aos setores mais tradicionais, como o têxtil e o alimentício.
O turismo é outra atividade que vem apresentando importância para alguns países do Oriente Médio, a exemplo de Israel e Turquia (que recebem cerca de 2,5 milhões de turistas por ano).
Religiões
No Oriente Médio, aproximadamente 238 milhões de pessoas (cerca de 92% da população)são muçulmanas. A maioria pertence às seitas sunita e xiita (sugeridas logo após a morte do profeta Maomé, em 632 d.C.). Há grupos menores de mulçumanos, como os drusos e os alauitas.
A região abriga ainda cerca de 13 milhões de cristãos, muitos de igrejas árabes, como a copta ou a maronita, que estão entre as mais antigas do cristianismo. Além disso, também vivem no Oriente Médio cerca de 6 milhões de judeus, quase todos em Israel. A migração desses deu-se em ondas, originárias primeiro da Europa e, depois, de todo o mundo. Por isso, no Estado judeu encontram-se inúmeros grupos étnicos cujas culturas, tradições, orientações políticas e práticas religiosas variam muito e são livremente expressas.
Consequências dos conflitos no Oriente Médio
Conflitos
A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados é dependente de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial.
As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus, não consideraram a história e as tradições locais, consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no Oriente Médio.
Os novos Estados árabes – Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia – brigaram por recursos naturais e território. O conflito mais grave ocorreu na Palestina, para onde, até o fim da Segunda Guerra, havia migrado meio milhão de judeus. Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes atacaram, na primeira das seis guerras entre árabes e israelenses.
Jerusalém
Os cartógrafos medievais situavam Jerusalém no centro do mundo e, para muita gente, a Cidade Velha continua a ser assim considerada. Para os Judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos. Acima dele está o Domo da Rocha, o terceiro local mais importante no islamismo, de onde Maomé subiu aos céus. A poucos quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus. Israel reivindica a cidade como sua capital eterna; já os palestinos a querem como capital de seu Estado.
A religião no Oriente Médio
A religião no Oriente Médio é bastante diversificada, e essas diferenças religiosas têm provocado, ao longo dos anos, bastantes conflitos.
O Oriente Médio possui extensão territorial de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, está localizado no oeste da Ásia e é formado pelos seguintes países: Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia.
Sua população é de aproximadamente 260 milhões de habitantes. A diversidade étnica e cultural entre os habitantes do Oriente Médio é enorme, fator responsável pelos conflitos naquela região. Um dos elementos diversificados é a religião, com crenças diferentes e disputa por territórios considerados sagrados.
As três principais religiões monoteístas, ou seja, crença na existência de um único Deus, surgiram no Oriente Médio: O Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo.
A religião com maior número de seguidores é o Islamismo (90% da população). É uma religião monoteísta, fundamentada nos ensinamentos de Mohammed, ou Muhammad, chamado pelos ocidentais de Maomé. Após a morte de Maomé, a religião islâmica sofreu ramificações, ocorrendo divisão em diversas vertentes com características distintas. Os segmentos do Islamismo que possuem maior quantidade de adeptos são a dos sunitas (maioria) e a dos xiitas. Ao contrário do que muitos pensam, o Islamismo não é dividido apenas em sunitas e xiitas, existem vários outros grupos menores, entre eles estão os drusos e os alauítas.
A segunda maior religião em números de seguidores no Oriente Médio é o Cristianismo. A região abriga cerca 12 milhões de cristãos, muitos de igrejas árabes, como a Copta ou a Maronita, que estão entre as mais antigas do Cristianismo. Os países com a maior quantidade de cristãos são a Síria e o Líbano.
Além disso, também vivem no Oriente Médio mais de 6,5 milhões de Judeus, quase todos em Israel. O território que atualmente corresponde à Palestina já foi habitado por judeus há cerca de quatro mil anos, no entanto, foram expulsos durante o Império Romano. Os judeus retornaram para o Oriente Médio através de fluxos migratórios, que se fortaleceram com a construção do Estado de Israel, em 1948. Esse fato é um dos principais responsáveis pelos constantes conflitos entre judeus e palestinos, pois Israel está anexando territórios habitados por palestinos.
A cidade de Jerusalém é disputada pelas três grandes religiões. É um local sagrado para o Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo. Confira a importância simbólica de Jerusalém para essas religiões:
- Islamismo: Domo da Rocha, em Jerusalém, é o terceiro local mais importante no Islamismo, de onde Maomé subiu aos céus.
- Cristianismo: Igreja do Santo Sepulcro, localizada em Jerusalém, assinala o local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus Cristo.
- Judaísmo: Para os judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, localizado na cidade de Jerusalém, é o local mais sagrado de todos.
Aspectos Naturais do Oriente Médio
O Oriente Médio representa uma subdivisão do continente asiático, compreendendo a porção da Ásia que está localizada a leste da África e ao sul da Europa.
O continente asiático é o maior continente da Terra, apresentando uma área de 44,5 milhões de quilômetros quadrados. Seus limites são: a sudoeste, o mar Vermelho e o Canal de Suez, que o separam da África; a oeste, os montes Urais, que representam o divisor entre Europa e Ásia no conjunto da Eurásia; ainda a oeste, as montanhas do Cáucaso e os mares Cáspio e Negro, que também representam o limite em relação à Europa; é banhado a leste pelo Oceano Pacífico (subdividido em Mar da China Meridional, Mar da China Oriental, Mar Amarelo, Mar do Japão, Mar de Okhotsk e Mar de Bering); ao sul é banhado pelo Oceano Índico (subdividido em Golfo de Áden, Mar Arábico e Golfo de Bengala); e ao norte é banhado pelo Oceano Ártico.
A região do Oriente Médio representa uma área de mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, que se estende no sentido oeste-leste entre o Mar Mediterrâneo e  o Golfo Pérsico, apresentando a predominância de população de origem árabe e de climas secos. Em relação à África, a Península do Sinai está quase integrando o Oriente Médio ao continente africano. A construção do Canal de Suez no século XIX criou uma pequena separação de pouco mais de 50 metros nos pontos mais estreitos. Já em relação à Europa, a Península Anatoliana, onde está localizada a Turquia, determina os limites entre esses dois continentes. A separação é feita pelos estreitos de Bósforo e Dardanelos. O Estreito de Bósforo, que tem uma largura entre 550 e 3.000 metros, é o resultado de uma longa falha tectônica. Localizado um pouco mais na porção oeste do território turco, o Estreito de Dardanelos também pode ser apresentado como um dos limites frente à Europa, com uma largura que varia entre 1.200 e 7.000 metros.
Há uma facilidade de circulação no Oriente Médio em decorrência da presença de golfos e estreitos. O Estreito de Gibraltar controla a rota marítima que liga o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. A passagem entre o Mediterrâneo e o Mar Negro é mais restrita, sendo possível apenas através dos estreitos de Bósforo e Dardanelos, na Turquia. Outras rotas importantes são o Canal de Suez, que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho; Bab elMandeb, um estreito que separa o Mar Vermelho e o Oceano Índico; e o Estreito de Ormuz, que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico, fundamental para os navios petroleiros.
A maior parte dos países do Oriente médio está inserida na Placa Tectônica Arábica.Há forte instabilidade em diversas localidades, como no Irã e especialmente na Turquia, com a ocorrência de fortes terremotos. Tal fenômeno decorre dos contatos entres as placas Arábica, Africana, Euroasiática, Indiana e as microplacas da Anatólia e Helênica. O relevo predominante é planáltico, com destaque para o Planalto de Anatólia, na Turquia, e o Planalto do Irã. Existem poucas planícies, com destaque para a Planície da Mesopotâmia, localizada entre o Irã e o Iraque. As cordilheiras existem em quase toda a região, com alguns picos com mais de 5.000 metros. Os dobramentos modernos têm como principais exemplos a Cordilheira de Zagros, que ocupa a porção leste do Iraque e principalmente o Irã, e a Cordilheira Hindu Kush, entre o Afeganistão e o Paquistão. Na Turquia, ocorrem as cadeias montanhosas de Tauro, ao sul, e a Cordilheira Pôntica, ao nordeste.
Os climas desértico e semiárido são os mais comuns à região. Esses tipos climáticos resultam das latitudes médias que formam zonas de alta pressão atmosférica, dispersoras das massas de ar úmidas. Os conjuntos montanhosos também exercem influência nos aspectos climáticos. Por um lado, produzem um clima ameno por acumularem as chuvas orográficas em áreas de altitudes médias e até mais elevadas. Por outro, favorecem a presença de áreas secas, formando barreiras para a entrada das chuvas no interior do continente. Evidentemente, nas localidades mais elevadas ocorre o clima frio de montanha. Ao longo da história da região, as disputas territoriais tiveram uma ampla ligação com os limites de acesso à água potável e solos agrícolas, e até os dias atuais há uma conotação geopolítica para os locais onde estão localizados os mananciais, lençóis freáticos e cursos da água superficiais.
Nas áreas desérticas, a precipitação é baixa, com média de quatro centímetros por ano. Ao longo da costa do Mar Mediterrâneo, assim como nas proximidades dos mares Negro e Cáspio, a água serve para diminuir as temperaturas extremas do deserto, resultando em um clima mais moderado. Em áreas mais bem servidas por chuvas e rios (como a bacia do Tigre e Eufrates, áreas banhadas pelo rio Jordão e ao longo da costa mediterrânea), a agricultura é mais praticada.  Na Turquia, o clima mediterrâneo favorece a maior ocorrência de chuvas durante os meses de inverno.
Aspectos da População do Oriente Médio: Contextualização Político-Econômica
Aspectos relacionados à geografia humana do Oriente Médio: região marcada por conflitos recentes e pela economia do petróleo.
Durante séculos, grande parte do Oriente Médio esteve sob o controle político do Império Otomano, que esteve centrado em Istambul, localizada na atual Turquia. Desde a invasão francesa do Egito em 1798, os países europeus começaram a intervir na política do Oriente Médio. O controle colonial europeu atingiu seu auge ao final da Primeira Guerra Mundial, quando o Império Otomano foi desmembrado e entregue à Grã-Bretanha e França.
Alguns Estados do Oriente Médio (Irã, Egito, Turquia, Iraque e Arábia Saudita) conseguiram a independência da Grã-Bretanha e da França entre as décadas de 1920 e 1930. O restante obteve a independência entre 1944 e 1971. O traçado de suas fronteiras não correspondeu ao ideal de nação ou muito menos aos anseios das sociedades em questão, algo que também foi comum no continenteafricano. Após a independência, com raras exceções, monarcas e ditadores governaram o Oriente Médio. Como em todas as zonas pós-coloniais, o Oriente Médio começou a enfrentar dois desafios: a criação de estabilidade política e o desenvolvimento econômico.
A estabilidade política da região tem sido afetada por fatores internos e externos. Internamente, golpes de Estado, guerras civis, revoluções e disputas por fronteiras contribuíram para a instabilidade política. Externamente, a importância atribuída ao Oriente Médio por potências estrangeiras (Estados Unidos e União Soviética por boa parte do século XX, e alguns Estados europeus) também tem servido como um fator complicador na vida política da região.
Entre as décadas de 1950 e 1970, ocorreu na região uma tentativa de formar uma integração regional a partir de valores e identidade cultural a fim de fortalecer a Liga Árabe, instituição criada após a Segunda Guerra Mundial, e promover o Pan-arabismo. O ex-presidente egípcio Gabal Abdal Nasser foi o principal idealizador desse projeto. Em 1956, o Egito nacionalizou o Canal de Suez, importante passagem entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho, com a reação imediata de França, Inglaterra e Israel, que invadiram o Egito. Devido a acordos estabelecidos pela URSS e Estados Unidos, os países invasores recuaram e o Egito saiu fortalecido, aumentando os ideais do Pan-arabismo. Após a morte de Nasser em 1970 e da Guerra do YomKippur, em 1973, o Pan-arabismo foi lentamente atenuado e acabou desacreditado pelas suas populações.
Durante os anos 1990, alguns Estados do Oriente Médio foram movendo-se lentamente para uma maior democratização. Já bem estabelecida em Israel e Turquia, a democracia começou a mostrar sinais de enraizamento em muitos - mas não em todos - os países do Oriente Médio. Este movimento em direção à democracia é uma resposta às demandas dos cidadãos para uma maior participação na vida política de seus países e as esperanças dos dirigentes políticos de ganhar legitimidade, tanto no seu Estado quanto no exterior.
Os fatores responsáveis pela falta de desenvolvimento econômico na região estão relacionados ao petróleo: as rendas desse recurso estão concentradas no poder de empresas transnacionais que atuam na região e no controle estatal, em geral integrado a oligarquias representadas por príncipes, monarcas e sheiks. Além disso, as divisas do petróleo acabam sendo investidas na própria cadeia produtiva do petróleo (prospecção, extração, comércio, refinamento, produção de derivados etc.), não ocorrendo uma diversificação da estrutura industrial a partir dos ganhos com a venda do petróleo bruto. Cabe ressaltar também as flutuações no valor do barril do petróleo que impedem um planejamento econômico equilibrado e de longo prazo, ainda mais nesses países que dependem exclusivamente da sua extração.
Ainda em 1960, as nações árabes definiram a formação de um cartel que envolvia os grandes produtores mundiais de petróleo, em sua maioria no Oriente Médio: a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). A criação do grupo tinha como maior objetivo reduzir a influência das corporações ocidentais que controlavam a extração e produção de petróleo, que naquele momento eram conhecidas como “as sete irmãs” (atualmente correspondendo às empresas ExxonMobil, ChevronTexaco, Shell e BP). Com os avanços de Israel em direção às áreas palestinas, a OPEP aumentou os valores do barril de petróleo como forma de protesto à falta de iniciativa do mundo ocidental em procurar uma resolução para o conflito. Em 1973, isso resultou no 1º Choque do Petróleo, mas os interesses da OPEP acabaram se restringindo a razões econômicas e, após esse episódio, não foi possível apontar o cartel como defensor dos interesses dos povos árabes, pois mesmo em alguns desses países que detêm as reservas de petróleo, as desigualdades sociais são acentuadas.
Atividade industrial no Oriente Médio
A atividade industrial no Oriente Médio, em sua maioria, está em processo de implantação.
A economia do Oriente Médio está extremamente ligada à produção de petróleo, uma vez que tal subcontinente abriga a maior jazida do minério no mundo.
Em contrapartida, o setor industrial não detém o mesmo destaque, salvo Israel. Só agora que a maioria dos países do Oriente Médio está iniciando um processo efetivo de industrialização. De maneira generalizada, a produção industrial na região gira em torno do seguimento têxtil (confecção de tapetes, como por exemplo, os persas), além das indústrias alimentícias.
A maioria dos parques industriais presentes dentro do Oriente Médio encontra-se nas principais cidades, tais como Ancara (capital da Turquia), Damasco (Síria), Bagdá (Iraque) e Teerã(Irã).
Todo recurso gerado pela produção petrolífera tem sido empregado no desenvolvimento tecnológico das refinarias e indústrias petroquímicas em países como Irã, Iraque e Arábia Saudita.
Em Israel, apesar das adversidades naturais de ordem climática, o país possui um relativo desenvolvimento industrial, atividade responsável por 30% do PIB (Produto Interno Bruto). O parque industrial desse país é localizado, sobretudo, nas cidades de Telavive e Haifa, as quais detêm cerca de 25% do PEA (População Economicamente Ativa) nacional. Encontra-se também, indústrias tradicionais (alimentícias e têxteis), além de indústrias que atuam na lapidação de diamantes, na produção de equipamento bélico e eletroeletrônicos.
Catar ou Qatar é um país da Ásia Ocidental envolvido pelo Golfo Pérsico. O país, apesar de pequeno em tamanho e número de habitantes, é considerado o mais rico do mundo.
Catar, ou Qatar, é um país localizado na Ásia Ocidental, na Península Arábica (península é uma extensão de terra cercada por água em quase todos os lados), e estende-se até o norte do Golfo Pérsico. O país é considerado um emirado, tendo seu território administrado por um membro da classe dominante, no caso um emir. É uma das nações mais ricas do mundo.
Dados gerais
História e economia
O Catar era considerado um protetorado britânico devido à divisão do Império Otomano. Tornou-se independente do Reino Unido em 1971, vindo a ser um Estado soberano. A dinastia reinante frente ao governo do Catar é a família Al Thani, há quase 150 anos. A monarquia é herdada de pais para filhos.
É atualmente um dos países mais ricos do mundo e com umas das menores cargas tributárias, segundo o Relatório Global de Competitividade. Mas esse histórico de riquezas deu-se a partir dos anos 40, quando se iniciou no país a exploração do petróleo e gás natural.
O país é rico em recursos naturais, sendo um dos maiores produtores de gás natural do mundo. No ano de 1974, o Qatar Petroleum assumiu a exploração e controle do petróleo existente no país, alavancando a economia.
Segundo o Observatório da Complexidade Econômica (OEC), o Catar é a 47º maior economia de exportação do mundo, tendo exportado, em 2017, um total de US$ 52,3 bilhões. As principais exportações do país são o petróleo, petrolíferos refinados, polímeros de etileno e alumínio em formas brutas. Os principais destinos desses produtos são a Coreia do Sul, Japão, Índia, China e Cingapura.
Já no que tange às importações, em 2017 o Catar importou, de acordo também com a OEC, US$ 21,6 bilhões. As principais importações do país são aviões, helicópteros, carros, turbina a gás e joias, e são originadas de países como Reino Unido, França, Alemanha e China. A balança comercial do emirado é, portanto, positiva com saldo de US$ 30,7 bilhões.
Capital do Catar
A capital do Catar é Doha e apresenta um alto desenvolvimento socioeconômico.
Doha é a capital do Catar, sendo a cidade mais populosa do emirado, concentrando mais da metade da população, é extremamente urbanizada. Localiza-se na porção leste do país e conta com aproximadamente um pouco mais de 1.300.000 habitantes. É limitada pelo Golfo Pérsico e possui clima desértico, com temperaturas altíssimas (próximas de 45ºC) ao longo do verão.
Foi oficializada como a capital do país quando o Catar tornou-se independente do Reino Unido. A cidade é conhecida pelo seu acelerado desenvolvimento. Nela encontra-se o que ficou conhecido como a “Cidade da Educação”, iniciativa da Fundação do Catar para a Educação, Ciência e Desenvolvimento Humanitário, desenvolvido em 1997. Sediou diversos eventos como os Jogos Asiáticos de 2006, Jogos Pan-Arábicos 2011 e diversos jogos da Copa da Ásia e, possivelmente, sediará alguns jogos da Copa do Mundo de 2022.
Clima
Por estar localizado em uma região de planície árida basicamente coberta por areia e pouquíssima vegetação nativa, o Catar é uma região de clima desértico com altíssimas temperaturas que variam ao longo do ano entre 14ºC e 45ºC. Possui um verão longo que perdura entre os meses de maio e setembro com temperatura média de 38ºC. As maiores temperaturas, geralmente, são marcadas no mês de julho.
As temperaturas tornam-se amenas entre os meses de dezembro e março, com temperatura média abaixo de 26ºC. Os índices pluviométricos são baixos no período da estação quente e aumentam ao chegar a estação fresca.
População
A população do Qatar ultrapassou os dois milhões de habitantes. Contudo, cerca de 75% da população é composta por estrangeiros oriundos especialmente de outras nações árabes. É em sua maioria urbana, com aproximadamente 90% da população morando nas cidades. O país possui elevados indicadores sociais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH é 0,856, considerado alto e indicando boas condições de saúde, educação e renda.
Catar na Copa do Mundo
O Catar será sede da Copa do Mundo de 2022.
O Catar ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo que será realizada em 2022 em meio a um cenário conturbado de denúncias e acusações de corrupção. O país foi acusado de pagar à FIFA para sediar o torneio. O Mundial realizado no país contará com a construção de oito estádios, estando seis deles localizados na capital Doha. 
Devido às particularidades do país, especialmente, às altas temperaturas no período em que normalmente ocorre o Mundial, houve mudança na data da realização do torneio, que habitualmente é realizado pela Fifa nos meses de junho e julho. O evento será realizado nos meses de novembro e dezembro, com duração de 28 dias, quando as temperaturas no país são mais amenas.
→ Seleção do Catar
A seleção do Catar não possui tradição no futebol e nenhum atleta conhecido internacionalmente. Em 2019, o futebol do país teve motivos para comemorar ao ganhar um título inédito: campeão da Copa da Ásia, disputada nos Emirados Árabes, vencendo a Seleção do Japão na final. Por ser o campeão da Copa da Ásia, a Seleção do Catar disputará no Brasil a Copa América 2019.
→ O que você precisa saber sobre a Copa do Mundo de 2022 no Catar, segundo o Ministério de Relações Exteriores:
1. Há cerca de 800 brasileiros residentes no Catar.
2. Relações homossexuais consensuais entre homens são consideradas crimes no país, podendo haver punição com castigo físico, prisão e deportação.
3. É preciso entrar descalço nas mesquitas.
4. O consumo de álcool só é permitido para muçulmanos em lugares privados.
5. O uso de trajes ocidentais é permitido, não sendo necessário uso de túnicas e véus. Contudo, é preciso evitar o uso de camisetas, blusas curtas, decotes ou qualquer peça de roupa que exponha excessivamente o corpo.
6. Não há mais obrigação de visto para os brasileiros que desejam viajar ao Catar.
O Catar é o país mais rico do mundo?
O Catar é considerado o país mais rico do mundo em relação ao PIB per capita, que é o produto interno bruto do país dividido pelo número de habitantes, segundo o Fundo Monetário Internacional. O PIB do país foi de US$ 166 bilhões, em 2017, e o PIB per capita em torno de US$ 124 mil.
Mapa
O Catar é um país do Oriente Médio de pequena extensão territorial, mas de uma enorme economia.
Criação dos Estados do Oriente Médio
A criação dos Estados do Oriente Médio ocorreu a partir da autorização de potências europeias que haviam colonizado a região.
Atualmente existem no Oriente Médio cerca de 15 países reconhecidos internacionalmente: Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria e Turquia. Todavia, nem sempre foi assim. Essa região foi berço de grandes civilizações (mesopotâmica, sumérica, babilônica e assírica) e foi conquistada por vários outros povos (gregos, romanos e europeus), possuindo, assim, diversas configurações espaciais ao longo de sua história.
Por muitos séculos, essa região pertenceu a dois Impérios, o Império Persa, que se estendia da porção mais a leste da região do Mar Mediterrâneo até o rio Indo, e o império Turco-Otomano, que possuía um grande território na porção oeste. Durante anos,esses dois impérios disputavam entre si e com os países europeus a hegemonia dessa região. No entanto, com o desenvolvimento do capitalismo e a Revolução Industrial, os países europeus adquiriram uma grande superioridade econômica, social e bélica em relação a todos os países do globo.
Buscando obter matéria-prima, mão de obra barata e mercado consumidor para continuar o seu desenvolvimento industrial após a independência dos países americanos, a Europa passou a colonizar a África e a Ásia, iniciando o processo que ficou conhecido como Neocolonização. Com isso, os dois impérios que ocupavam a área que hoje é conhecida como Oriente médio passaram a sofrer grandes perdas territoriais.
Para deter a expansão europeia em seu território, o império Turco-Otomano aliou-se à Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Em contrapartida, os franceses e ingleses passaram a incentivar as diversas tribos árabes que viviam no território Turco-Otomano a combatê-lo durante a guerra em troca da autorização para a constituição dos seus próprios Estados, caso vencessem a guerra. Assim sendo, era comum que os europeus prometessem o mesmo território a diversos povos.
Ao final do primeiro conflito mundial, no entanto, em vez de permitirem a formação dos Estados nacionais tal como prometeram, a França e a Inglaterra dividiram o território do Oriente Médio entre elas, constituindo, em vez de Estados independentes, diversos protetorados. Assim, a criação da maioria dos atuais Estados do Oriente Médio só ocorreu por meio da permissão da França e Inglaterra no decorrer do século XX como resultado do enfraquecimento dessas grandes potências e da pressão dos Estados Unidos, que já eram a maior potência mundial da época e não participavam da divisão nem da África nem da Ásia.
Países do Oriente Médio que foram criados a partir da autorização das potências europeias
Os únicos países que não surgiram a partir da autorização de países europeus foram a Turquia, resquício do império Turco-Otomano, o Irã, descendente do antigo império Persa, e Israel, que foi criado após a Segunda Guerra Mundial para ser o território de milhões de judeus que se encontravam espalhados pelo mundo desde a diáspora judaica, no ano 70 d.C., e que sofreram perseguições em vários países, principalmente na Alemanha.
Mapa dos países do Oriente Médio
Geopolítica do Oriente Médio
Quando pensamos em Geopolítica do Oriente Médio, facilmente nos lembramos dos elevados números de conflitos.
O Oriente Médio pode ser considerado como a parte do planeta que mais apresenta focos de conflitos, com destaque para as divergências entre árabes e judeus. Fato que teve início a partir da instauração do Estado de Israel, em 1947.
Em 1988, Palestina e Israel iniciaram suas participações em acordos de paz. Em 1993, por exemplo, Yitzhak Rabin, primeiro ministro israelense naquele momento, e Yasser Arafat realizaram um acordo de paz.
Tal acordo tinha caráter interino, dando autogoverno aos palestinos sobre os territórios ocupados, fato que permitiu um cessar fogo. No entanto, isso não foi suficiente, pois os atentados se intensificaram na região, desencadeados pela insatisfação por parte dos grupos radicais palestinos e israelenses. O problema tornou-se ainda maior com a morte do primeiro ministro israelense Yitzhak Rabin, assassinado por um estudante judeu ortodoxo contrário à retirada israelense da Cisjordânia.
Yitzhak foi sucedido por Shimon Peres, que seguiu com o processo de paz iniciado. No ano de 1996, Yasser Arafat foi eleito presidente da Autoridade Palestina com um elevado número de votos (88,1%).
A formação de um Estado palestino não aconteceu de maneira completa, tendo em vista que o controle militar e das relações exteriores ainda era de responsabilidade dos israelenses. No final da década de 90, os conflitos se tornaram frequentes pela iniciativa dos grupos radicais palestinos e israelenses, isso prejudicou o processo de formação do Estado da Palestina.
Os conflitos estenderam-se até os primeiros anos da década de 2000, tendo um aumento significativo na incidência de casos de atentados e confrontos armados, principalmente de ataques suicidas por parte dos palestinos. Desse modo, Israel respondeu rapidamente às ofensivas com diversos ataques ao território palestino, ocasionando a morte de terroristas e civis.
Diante do quadro desolador, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou e propôs, através dos Estados Unidos, a criação de um Estado palestino. Mesmo com essas iniciativas, o quadro geopolítico atual ainda é bastante conturbado, marcado por um elevado número de conflitos armados e atentados. Parece que as divergências não têm fim, tendo em vista que os israelenses culpam palestinos por não punir os extremistas contidos no território de sua atuação. Já os palestinos culpam os israelenses por agravar ainda mais a situação ao responder de forma armada aos ataques terroristas de seus extremistas. Em suma, parece que esse conflito é interminável, diante de tamanha intolerância externalizada pelos dois lados.
Não é possível destacar conflitos no Oriente Médio sem mencionar a questão do Iraque. No ano de 1990, o Iraque invadiu o Kuwait com o pretexto de que esse país não estava cumprindo com as normas da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) quanto ao volume de produção de petróleo. Ofensiva interferida pelos Estados Unidos, com a aprovação da ONU. Desse modo, iniciou a guerra do Golfo, que durou de 17 de janeiro até 28 de fevereiro de 1991, finalizando com a derrota dos iraquianos, frustrando os planos do líder Saddam Hussein. Essa guerra deixou um saldo de centenas de milhares de mortes, sobretudo de soldados e cidadãos do Iraque. Apesar de ter sido derrotado, o líder ditador não foi destituído do cargo, por outro lado, os Estados Unidos instauraram um embargo econômico, fato que intensificou os problemas sociais no Iraque.
Há outro problema geopolítico envolvendo o Iraque, a aspiração do povo curdo em obter sua independência política e territorial. No ano de 1991, os curdos tentaram buscar sua independência em relação ao Iraque, mas foram agressivamente impedidos pelas forças iraquianas que promoveram um verdadeiro massacre, milhares de curdos foram mortos, além disso, aproximadamente 500 mil se refugiaram para as montanhas existentes na região. Isso terminou somente com a intervenção da ONU, que criou uma barreira de proteção em favor desse povo.
Em 2001, no dia 11 de setembro, os Estados Unidos sofreram ataques terroristas, desse modo, o então presidente norte-americano George W. Bush solicitou junto à ONU aprovação para invadir o Iraque, pedido que não obteve aprovação de grande parte dos integrantes da organização. Apesar disso, os Estados Unidos invadiram o Iraque, e, em março de 2003, iniciou uma guerra, provocando a morte de mais de 100 mil pessoas e a rendição daquele país. Além disso, os estadunidenses destituíram Saddam Hussein da presidência do Iraque. Apesar do fim do governo ditador de Saddam, os conflitos ainda ocorreram durante sete anos. Somente em agosto de 2010 o exército dos Estados Unidos se retirou do território iraquiano, entretanto, cerca de 50 mil soldados permanecerão para realizar terinamentos.
Existe ainda, no Oriente Médio, a luta pela posse das bacias hidrográficas e águas subterrâneas, que tem motivado o surgimento de focos de conflitos armados, um exemplo disso é a bacia do rio Jordão, disputada entre Israel, Líbano, Síria e Jordânia. Há também uma acirrada disputa pelas bacias dos rios Tigre e Eufrates por parte da Turquia, Síria e Iraque.
Rastro de destruição: resultado da guerra do Líbano em 2006
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) foi fundada em setembro de 1960, em Bagdá, Iraque. É uma organização que administra os assuntos e interesses relacionados ao petróleo e sua exploração, produção e exportação/importação pelo mundo.
Seus membros atuam de maneira conjunta para que haja um controle dos preços dos barrisde petróleo, visando à competitividade e estabilidade no mercado petrolífero.
Vale lembrar que a sigla dessa organização em inglês é Opec - OrganizationofthePetroleumExporting Countries.
Função da Opep
Em seu estatuto, a Opep defende a “coordenação e unificação das políticas petrolíferas dos Países Membros e a determinação dos melhores meios para salvaguardar os seus interesses, individual e coletivamente”.
Dessa forma, é uma organização que garante que os preços do petróleo oriundo de seus países-membros sejam praticados de forma conjunta e equilibrada. 
Muitos analisam a Opep como um cartel que controla os preços do petróleo, sua produção e distribuição. Entretanto, para os defensores de que a Opep não é um cartel, a justificativa faz referência a alguns fracassos históricos dessa organização no controle dos preços e em crises envolvendo o combustível fóssil, como as crises da década de 1970.
De qualquer forma, o funcionamento da organização ocorre de forma cartelizada, com um rígido controle entre os países-membros e seus respectivos mercados.
Membros da Opep
Desde que foi fundada, a Opep já teve diversos membros, como Indonésia, Equador e Catar, que atualmente não fazem parte.
Quando foi criada, em 1960, a Opep contou com a participação de cinco países, considerados os países fundadores:
· República Islâmica do Irã
· Iraque
· Kuwait
· Arábia Saudita
· Venezuela
Durante o século XX e XXI, outros países entraram na organização:
· Líbia (1962)
· Emirados Árabes Unidos (1967)
· Argélia (1969)
· Nigéria (1971)
· Gabão (1975)
· Angola (2007)
· Guiné Equatorial (2017)
· Congo (2018)
Bandeira da Opep.
História da Opep
Fundada em 14 de setembro 1960, em Bagdá, Iraque, a Opep é uma organização intergovernamental permanente, que nasceu com o objetivo de melhorar a produção de petróleo no mundo, com abastecimento eficiente e justo para quem consome e retornos econômicos legítimos para as nações produtoras.
Isso ocorreu para contrapor a prática da época, monopolizada pelo conglomerado de empresas petrolíferas conhecido como as Sete Irmãs (Chevron, Exxon, Gulf, Mobil, Texaco, Shell e British Petroleum). Esse conglomerado explorava as reservas de petróleo pagando baixos royalties nas localidades que detinham tais reservas e alcançavam grandes lucros.
O combate ao lucro exacerbado das Sete Irmãs foi um dos motivos para o surgimento da Opep, que viu seus países-membros alcançarem cenário de prestígio e destaque internacional quando o assunto era petróleo.
Nas primeiras décadas de vida, em 1960 e 1970, a Opep desempenhou um papel importante no controle de preços e contribuiu, de forma significativa, para o enriquecimento de seus filiados, como os países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Kuwait e Catar).
Contudo, nos anos 1980, a temática ambiental ganhou força nos debates internacionais. Devido a isso, a Opep teve de rever seus conceitos sobre exploração de petróleo para readequar-se aos novos tempos que estavam emergindo.
Nos últimos anos, a Opep debateu questões energéticas sustentáveis, mas sem perder o foco petrolífero, sua fonte de riqueza. Novos países tentam aderir a esse seleto grupo, como o Brasil, mas ainda sem sucesso.
Importância da Opep
Sabemos que o petróleo e seus derivados são a fonte de energia e combustão mais importantes do mundo, presente no cotidiano desde num copo plástico até nos mais sofisticados carros. Devido a isso, a Opep, controlando a produção, exportação e o preço desse combustível fóssil, possui um grande poder nas relações econômicas mundiais.
O preço do petróleo afeta a vida de bilhões de pessoas.
Qualquer variação no preço, mesmo que mínima, afeta a vida de bilhões de pessoas, o crescimento econômico de países, e afeta, direta ou indiretamente, o cotidiano de inúmeras localidades.
Com todo esse poder em mãos, a Opep desempenha um papel fundamental no globo, sendo acompanhada por mercados, bolsas de valores e investidores do mundo todo.
Entretanto, apesar de ter uma grande importância e influência global, vale lembrar que essa organização atua para defender os direitos de seus membros, mesmo que isso vá na contramão dos direitos e benefícios para a maioria da população mundial, o que faz críticos da organização dizerem que ela é um oligopólio bem parecido com as Sete Irmãs.
Políticas de controle da Opep
Como o objetivo da Opep é controlar a produção e o preço do petróleo dos seus países-membros, a organização atua diretamente com cotas máximas de barris de petróleo por dia. Tal ação é para evitar/amenizar crises econômicas, com superprodução ou escassez do produto.
Essa coordenação da produção nos países-membros da Opep pode ser considerada positiva no sentido de que o preço não suba exorbitantemente. Contudo, pode ser considerada uma prática de cartel, mesmo que a própria organização não use esse termo, pois a disponibilidade do produto seria ofertada de acordo com os interesses dos países produtores.
Brasil na Opep
O Brasil não faz parte da Opep. Segundo a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), o Brasil ocupa o 15º lugar no ranking das maiores reservas de petróleo do mundo. Uma posição privilegiada, mas que não significa muito quando se trata de entrar na Opep. Isso porque há países com mais reservas do que o Brasil, como o Canadá (2º no ranking), que não participam da organização.
Uma das justificativas para o Brasil não entrar na Opep seria a cartelização dos preços dos barris de petróleo. Os últimos presidentes do país demostraram-se contra essa prática, pois é algo que encarece o petróleo para as nações menos desenvolvidas.
Além disso, em 1954, foi criada a Petrobras, uma empresa genuinamente brasileira que nasceu com o objetivo de produzir petróleo em solo brasileiro e não depender tanto das empresas transnacionais e, posteriormente, dos países da Opep.
Curiosidades sobre a Opep
Observe algumas curiosidades sobre essa organização mundialmente poderosa.
· De toda a reserva mundial comprovada, 79,4% dela estão em países-membros da Opep.
· A Venezuela é o país do globo com as maiores reservas de petróleo do mundo, 25%, seguida pela Arábia Saudita, 22%, ambos países-membros da Opep.
· A língua oficial da Opep é o inglês.
· A primeira sede da Opep foi em Genebra, na Suíça. Atualmente, a sede está localizada em Viena, Áustria.
Sede da Opep. Viena, Áustria.
· Existe um fundo econômico, o Fundo da Opep, destinado a políticas de investimento em infraestrutura em vários países. Esse fundo foi criado em 1976 e é administrado por 12 países: Argélia, Equador, Gabão, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, e Venezuela.
Oriente Médio e a escassez de água
A escassez de água no Orienta Médio é um problema tão grave que gera conflitos entre o Oriente Médio é um subcontinente da Ásia que possui clima árido, por isso não há muitos recursos hídricos (água subterrânea, rios e lagos) na região.
Os países que fazem parte do Oriente Médio são ricos em petróleo, no entanto, são pobres em água. Essas nações enfrentam sérios problemas relacionados à escassez de água.
Diversos países, como a Arábia Saudita e as pequenas nações do Golfo Pérsico, fazem dessalinização da água do mar, mesmo assim são grandes compradores de água mineral.
Na região do Oriente Médio, os países que detêm em seu território nascentes de água, rios e aquíferos, são privilegiados por possuir esse riquíssimo e raro recurso.
Diante da escassez de água, surgem conflitos entre países para definir quem domina as pouquíssimas bacias hidrográficas e águas subterrâneas. Um exemplo de disputa por água existe entre Israel, Líbano, Síria e Jordânia, que, por serem países fronteiriços, disputam o domínio da Bacia do rio Jordão.
No ano de 1967, Israel invadiu a Síria, que abriga em seu território a colina de Golã, onde está a nascente do rio Jordão. Esse rio é praticamente a única fonte de água para Israel e Jordânia.
O Oriente Médio, nos últimos anos, apresentou um crescimento populacional, o que elevou o consumo de água e reduziu a quantidade da mesma disponível nosmananciais, fato que tem contribuído para agravar ainda mais os focos de conflito entre os países.
Outro foco de conflito acontece nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates. Ambos nascem em território turco e o escoamento de suas águas segue rumo ao Golfo Pérsico; abastecendo a Síria e o Iraque.
Diante disso, esses países temem o controle turco sobre as nascentes dos rios; pois a Turquia pode represar suas águas para realização de irrigação, construção de usinas hidrelétrica ou para qualquer outro fim. Dessa forma, o abastecimento da Síria e do Iraque ficaria comprometido.
Rio Jordão, um dos mais importantes recursos hídricos do Oriente Médio
Formação e organização do território brasileiro
Os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral em decorrência do modo de ocupação do território brasileiro.
O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km². Em virtude de sua extensão territorial, o Brasil é considerado um país continental por ocupar grande parte da América do Sul. O país se encontra em quinto lugar em tamanho de território.
A população brasileira está irregularmente distribuída, pois grande parte da população habita na região litorânea, onde se encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do que uma herança histórica, resultado da forma como o Brasil foi povoado, os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral.
Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha. Esse tratado dividia as terras da América do Sul entre Portugal e Espanha.
Os principais acontecimentos históricos que contribuíram para o povoamento do país foram:
No século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a principal atividade econômica desse período foi o cultivo de cana para produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa, a produção era destinada à exportação. As propriedades rurais eram grandes extensões de terra, cultivadas com força de trabalho escrava. O crescimento da exportação levou aos primeiros centros urbanos no litoral, as cidades portuárias.
Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pastoril que adentrou a oeste do país e também pela descoberta de jazidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Esse período foi chamado de aurífero e fez surgir várias cidades.
Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de urbanização foi a produção de café, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Essa atividade também contribuiu para o surgimento de várias cidades.
 
Território brasileiro: localização, extensão e fronteiras
O território brasileiro possui uma grande extensão com amplas fronteiras terrestres e marítimas. É considerado, por isso, um país com dimensões continentais.
O território brasileiro possui como característica principal a sua grande extensão, o que o faz ser considerado como um país de dimensões continentais, ou seja, apresenta uma área equivalente à de um continente, detendo 8.514.876 km² de extensão. Por definição, todo país ou região que apresente uma área maior que a da Austrália (7.692.024 km²) é considerado continental, pois esse país equivale à extensão, quase totalmente, do menor continente existente na Terra, a Oceania.
Assim sendo, o Brasil é o quinto maior país existente, ficando atrás de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Sua área é tão grande que, a título de comparação, é pouco menor que a Europa, que possui cerca de 10,5 milhões de km². Dessa forma, podemos ter uma ideia do quanto o espaço geográfico e também o meio natural do nosso país são amplos e diversos, apresentando as mais distintas características.
A extensão do território brasileiro é marcada pela grande distanciação de seus pontos extremos de localização. No sentido norte-sul, o Brasil possui uma distância de 4.394 km entre o Monte Caburaí – ponto localizado no estado de Roraima e posicionado no extremo norte do país – e o Arroio Chuí, esse último posicionado no extremo sul, no Rio Grande do Sul. Já no sentido leste-oeste, a distância é bastante parecida, com 4.319 km separando a Nascente do Rio Moa (Acre), no extremo oeste, da Ponta do Seixas (Paraíba), no extremo leste.
Mapa dos pontos extremos brasileiros *
Em termos de posição, a localização do território brasileiro é considerada a partir de vários fatores. O nosso país encontra-se em três hemisférios diferentes ao mesmo tempo: a maior parte no hemisfério sul, uma pequena parte no hemisfério norte e todo o seu território no hemisfério oeste. É cortado ao norte pela Linha do Equador e ao Sul pelo Trópico de Capricórnio, apresentando 92% de sua área em uma zona tropical.
Outro aspecto da posição geográfica do Brasil são as suas latitudes e longitudes, ou seja, as suas coordenadas geográficas, que costumam ser medidas a partir da Linha do Equador (latitudes) e a partir do Meridiano de Greenwich (longitudes). Sendo assim, em termos latitudinais, o território brasileiro estende-se desde algo próximo aos 5º Norte até cerca de 33º Sul. Em termos longitudinais, a extensão vai desde os 35º oeste até um pouco menos que os 75º oeste. Mas isso se desconsiderarmos algumas ilhas oceânicas situadas no Atlântico, essas posicionadas em longitudes um pouco menores.
Em razão de sua larga extensão no sentido leste-oeste, o Brasil apresenta uma variação grande de fusos horários, totalizando quatro regiões distintas. O primeiro fuso está duas horas atrasado em relação ao Meridiano de Greenwich (-2GMT, portanto) e abrange apenas as ilhas do Atlântico. O segundo e mais importante fuso (-3GMT) abrange a maioria dos estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal e a capital Brasília, sendo, portanto, o horário oficial do país. O terceiro fuso (-4GMT) abrange alguns estados a oeste, a saber: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a maior parte do Amazonas. Já o quarto fuso (-5GMT) abrange uma pequena parte oeste do Amazonas e o estado do Acre.
 
As fronteiras do Brasil
Ao todo, o Brasil apresenta 23.102 km de fronteiras, sendo que 15.735 km são compostos por fronteiras terrestres e 7.367 km são fronteiras marítimas. Na América do Sul, o Brasil faz fronteira com quase todos os países do continente, com exceção apenas do Chile e também do Equador, o que representa toda a faixa de limitações terrestres do nosso país.
O Brasil faz fronteira com quase todos os países da América do Sul
Já nas áreas oceânicas, as fronteiras brasileiras estendem-se durante todo o Oceano Atlântico e são formadas quase que totalmente por praias e regiões completamente habitáveis, elevando o potencial turístico brasileiro. Vale lembrar que, além do espaço terrestre, o Brasil detém soberania sobre 12 milhas além do litoral (Mar Territorial), sem falar nas zonas contíguas e zonas econômicas exclusivas, que foram estabelecidas em tratados internacionais.
Em geral, quando falamos em território brasileiro, falamos em um espaço muito amplo e privilegiado, pois, além de ser um dos maiores países do mundo, o Brasil também é um dos que possuem as maiores áreas habitáveis e produtivas. Isso acontece porque os países maiores do que o nosso apresentam, em geral, muitas áreas inóspitas, como regiões polares, montanhosas ou desérticas, o que praticamente inexiste no Brasil. Portanto, em termos naturais, podemos dizer que o Brasil é um espaço dotado de inúmeras riquezas e importâncias.
O território brasileiro possui muitas características peculiares
Divisão político-administrativa do Brasil
O Brasil é um país autônomo e independente politicamente, possui um território dividido em estados, que nesse caso são vinte seis, além do distrito federal que representa uma unidade da federação que foi instituída com intuito de abrigar a capital do Brasil e também a sede do Governo Federal.
Foram vários os motivos que levaram o Brasil a realizar uma divisão interna do território, dentre eles os fundamentais foram os fatores históricos e político-administrativos. Esse processo teve início ainda no período colonial, momento

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