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1/2 Cientistas desvendam mistérios magnéticos de Júpiter para melhorar as previsões meteorológicas espaciais da Terra A aurora foi fotografada em 2014 durante uma série de observações de luz ultravioleta ultravioleta-luz do telescópio espacial Hubble, ocorrendo quando a sonda Juno da NASA se aproximou e entrou em órbita ao redor de Júpiter. Crédito: NASA, ESA e J. Nichols, Universidade de Leicester. Pesquisadores da Universidade do Alasca Fairbanks fizeram descobertas inovadoras sobre Júpiter, que poderiam não apenas lançar luz sobre o maior planeta do nosso sistema solar, mas também nos ajudar a entender melhor e prever as condições climáticas espaciais que afetam a Terra. Liderada por Peter Delamere, professor do Instituto Geofísico da UAF, a equipe tem estudado a magnetosfera de Júpiter – o escudo magnético que protege o planeta dos ventos solares. Suas descobertas, detalhadas em um artigo publicado na AGU Advances, revelam mais sobre a estrutura dessa magnetosfera e contribuem para um debate científico de longa data sobre se as linhas do campo magnético nos pólos de Júpiter estão abertas ou fechadas. As magnetosferas são cruciais porque influenciam a forma como os planetas interagem com o vento solar – o fluxo de partículas carregadas emitidas pelo sol. https://dx.doi.org/10.1029/2023AV001111 2/2 A magnetosfera da Terra, por exemplo, é principalmente aberta nos pólos, o que afeta nossas redes elétricas e sistemas de comunicação durante tempestades solares. A equipe de Delamere usou dados da sonda Juno da NASA, que orbita Júpiter desde 2016, para estudar os pólos norte e sul do planeta. Esses dados os ajudaram a identificar áreas onde a magnetosfera de Júpiter tem linhas de campo magnético abertas, confirmando modelos anteriores e fornecendo novos insights sobre como essas linhas de campo aberto funcionam. Linhas de campo magnético abertas são como portas abertas que permitem que as partículas do vento solar interajam diretamente com a atmosfera de um planeta, ao contrário das linhas fechadas que remontam ao planeta. Essa interação é crucial para criar fenômenos como auroras – as brilhantes exibições de luz no céu vistas perto dos pólos da Terra. A aurora de Júpiter, no entanto, se comporta de maneira diferente da Terra, sugerindo diferenças na forma como sua magnetosfera é estruturada. A nova pesquisa confirma que Júpiter tem campos magnéticos fechados e abertos em seus pólos, com os abertos permitindo que as partículas do vento solar afetem a atmosfera do planeta. Esse entendimento é vital porque ajuda os cientistas a prever como magnetosferas semelhantes podem se comportar em outras partes do universo. Também aumenta nossa capacidade de prever o clima espacial, o que pode ter impactos significativos na Terra, interrompendo satélites, comunicações e sistemas de energia. A pesquisa também oferece uma imagem mais clara dos processos dinâmicos em jogo na atmosfera de Júpiter, onde íons - um tipo de partícula carregada - são encontrados movendo-se em direções que se correlacionam com as linhas de campo magnético aberto e fechado. Este movimento contribui para a nossa compreensão geral de como planetas gigantes como Júpiter interagem com seus ambientes espaciais. O trabalho de Delamere e sua equipe acrescenta uma peça importante ao quebra-cabeça da ciência planetária e ajuda a preencher a lacuna de conhecimento entre os fenômenos magnetosféricos da Terra e de Júpiter. Eles planejam apresentar mais de suas descobertas na próxima Conferência sobre Magnetosferas dos Planetas Exteriores, prometendo mais informações sobre essas complexas mecânicas celestes.