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EPILEPSIA
Aluna: Dyully Karla
CONCEITO
A crise epiléptica é a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devidos a atividade neuronal anormal excessiva ou síncrona no córtex cerebral. Podendo ser provocada (insulto agudo ao cérebro - AVE/hipoglicemia...) e não provocada (não tem insulto agudo).
Epilepsia é uma doença caracterizada por tendência patológica e duradoura a apresentar crises epilépticas. Pelo menos 2 crises não provocadas em > 24horas.
Classificação e clínica
CRISES FOCAIS: em que as primeiras manifestações clínicas e eletrográficas indicam ativação inicial de sistema de neurônios limitada a uma parte de um hemisfério cerebral. Podem ser: focais sem perda da consciência e com perda da consciência, podendo ambas apresentar manifestações motoras e não motoras, podendo evoluir para crises secundariamente generalizadas. 
        As crises focais mais comuns são de acometimento nos lobos temporais.Pode inicialmente ter quadros prodômicos, geralmente com perda da consciência com postura de olhos abertos sem interação; é frequente automatismos orais e manuais ipsilateral, olhar fixo e postura distônica de mãos contralateral;
*Forma mais comum de epilepsia temporal é a esclerose mesial temporal.
         Nas epilepsias focais frontais (segundo tipo mais comum), pode se manifestar de diversas formas - é comum a curta duração e a tendência a ocorrer durante o sono. Se localizada no córtex motor primário (atividade motora involuntária clônica do lado contralateral); se da área motora suplementar (posturas tônicas assimétricas). Podem cursar com comportamentos hipermotores bizarros.
        Focais parietais e occiptais são incomuns. As occiptais podem ter manifestações visuais (flashes, alucinações...)
CRISES GENERALIZADAS: as primeiras manifestações clínicas indicam envolvimento inicial de ambos os hemisférios cerebrais. Comprometimento do nível de consciência. 
           O subtipo mais comum é ''tônico-clônico generalizada'', caracterizada por perda súbita do nível de consciência, com grito, rigidez e abalos clônicos dos membros, com duração de poucos minutos. Pode apresentar cianose, mordedura de língua e liberação esfincteriana. O paciente permanece por minutos com sonolência exvessiva, agitação ou confusão.
          Crise de ausência, típica da infância e caracterizada por perda breve da consciência, com olhar fixo aberto e praticamente imobilidade.
          A epilepsia mioclônica juvenil é uma síndrome epiléptica generalizada, normalemente iniciada em adolescentes. Combinação clínica variável de convulsão tônico-clônica generalizada, ausência e mioclonias.
Outros tipos: crises clônicas, mioclônicas, tônicas ou atônicas. 
CRISES FOCAIS GENERALIZADAS: combinação de eventos focais e generalizados;
DESCONHECIDAS: sem acesso ao EEG, ou com dados não informativos/normais. Sem causa definida.
CRISES TÔNICAS: Contração global mantida;
Superior a 5-10 segundos – dependendo da consciência (consciente – crise breve; inconsciente – crise longa);
CRISES CLÔNICAS: abalos mioclônicos com intervalos regulares de menos de 1-2 segundos.
CRISES TÔNICO-CLÔNICAS: inicia com a fase tônica (braços extendidos, duros, cruzados. Sinal do 4); fase clônica (flexão dos braços aumenta em amplitude)
MIOCLÔNICAS: contrações leves, não ritmicas. É menos repetitiva e sustentada que o clonus;
ATÔNICAS: redução ou perda súbita do tônus muscular.  Dura de 1-2 segundos, costuma envolver musculatura de cabeça, tronco, queixos ou membros;
HIPERCINÉTICAS: grandes movimentos, proximal. Predominantemente durante o sono. Abrupto e breve. Estereotipadas.
AUSÊNCIA
PARADA COMPORTAMENTAL
AUTONÔMICAS: alteração do SNA
ETIOLOGIa e investigação
É extremamente variada:
- Genéticas (sind. Epilépticas de início na infância);
- Estrutural (AVC, trauma, tumor);
- Metabólica (hipoglicemia, sepse, intoxicações, abstinência);
- Autoimune (encefalites imunomediadas);
- Infecciossa (meningoencefalites, abscesso, HIV...);
- Idiopática.
AVALIAÇÃO LABORATORIAL
Exames laboratoriais para avaliação incial: glicemia, eletrólitos, hemograma, função, função renal, função hepática, urina 1 e em alguns casos exames toxicológicos.
ELETROENCEFALOGRAMA (EEG)
Pode apresentar os biomarcadores da epilepsia – descargas ou paroxismos epileptiformes
NEUROIMAGEM
Pacientes com epilepsia devem ser submetidos ao exame de TC ou RNM de crânio. É preferível a RNM, pela maior resolução e sensibilidade para detecção de anormalidades cerebrais. Mas no PS tem mais acessivel a TC.
TRATAMENTO DA PRIMEIRA CRISE
Nem sempre o paciente que apresentou uma crise epiléptica irá necessitar de medicação. Se tiver maior risco de um novo evento, está indicado início da medicação em monoterapia naqueles com anormalidades epileptiformes no EEG, lesão estrutural, alteração focal ou crise durante o sono. A partir de 2 ou mais crises, é iniciado tratamento de rotina pelo alto risco de novos eventos.
TRATAMENTO DAS EPILEPSIAS
Existem muitas drogas no mercado, divididas em amplo espectro (crises focais e generalizadas – ex: valproato, lamotrigina, levetiracetam e clobazam) e curto espectro (crises focais – ex: carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, gabapentina e lacosamida).
- Indutores enzimáticos (fenitóina, fenobarbital, carbamazepina) são mais problemáticos para interação medicamentosa;
- Antiepilépticos (valproato), associados a malformações fetais;
- Pacientes nefropatas devem evitar medicações com excreção renal – gabapentina, topiramato, levetiracetam e lacosamida;
- Pacientes hepatopatas não devem usar valproato, fenitoína e carbamazepina.
Síndromes epilépticas
Convulsões Febris: mais comuns. Ocorre em crianças entre 3 meses e 5 anos. 
Síndrome De West: início aos 3 a 7 meses. Tríade: espasmos infantis, interrupção ou involução do desenvolvimento neuropsicomotor, EEG com padrão de hipsarritmia. Etiologia variável. TTO: 1 (vigabatrina), 2 (topiramato ou valproato).
Epilepsia de ausência da infância: crianças de 3-12 anos. Crises de ausência típica - geralmente por hiperventilação. TTO: etosuximida
Epilepsia mioclônica juvenil: 13-18 anos, ao acordar, precipitadas por privação de sono, estresse... TTO: valproato/lamotrigina
EPILEPSIA RESOLVIDA
Pacientes que tiveram uma síndrome epiléptica idade-dependente mas agora passaram a idade vulnerável;
Pacientes que ficaram livres de crises por pelo menos 10 anos, sem medicações antiepilépticas nos últimos 5 anos.

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