Prévia do material em texto
SBCM – Gastrologia – Michelle Del Nery Gastrite e Gastropatias Introdução O estomago é dividido em: ▪ Fundo gástrico ▪ Cardia ▪ Corpo ▪ Antro ▪ Piloro Possui as células: ➢ Celulas mucosas ➢ Celula parietal: produz acido clorídrico e fator intrínseco ➢ Celula parietal: produz pepsinogênio e lipase gástrica ➢ Celula pilórica - enteroendocrina: produz gastrina Não há relação com o grau de inflamação histológica e a gravidade dos sintomas. Dados clínicos devem ser analisados juntamente com os achados endoscópicos e histológicos. Ou seja, cada caso é um caso. Gastrites Gastrite é um termo relacionado a presença de lesões mucosas gástricas associadas a processo inflamatório em atividade. Gastrite Crônica: 1. Atrófica A atrofia corresponde a redução ou ao desaparecimento de glândulas gástricas nativas, que podem ou não ser substituídas por: ▪ fibrose ▪ e/ou epitélio que normalmente não estaria presente naquele local (metaplasia). Por exemplo, que células intestinais estejam presentes no estômago. Há Hipoprodução de certas substâncias e potencial degeneração neoplásica. Ou seja, há redução de substancias que as células/glândulas do estomago normalmente produziriam, pois elas estarão com função reduzida, por exemplo. Risco potencial de desenvolvimento de câncer gástrico Sistema de estadiamento histológico SISTEMA OLGA (Operative Link for Gastritis Assessment). SBCM – Gastrologia – Michelle Del Nery Para verificar se isto é mais ou menos perigoso para o paciente. ▪ 0 – Sem Atrofia ▪ 1 – Atrofia leve ▪ 2 – Atrofia moderada ▪ 3 – Atrofia acentuada G.A. Metaplásica Ambiental/Multifocal/Tipo B: Caracterizada pelo acometimento predominante em antro ou sob a forma de pangastrite, com atrofia da mucosa e metaplasia intestinal em diversos graus Patogênese: Multifatorial. Papel importante do H. pylori (85% dos pacientes) e outros fatores ambientais. Fatores de risco: H. pylori. Mas também dieta rica em compostos nitrosos, tabagismo, álcool e refluxo biliar crônico. Achados microscópicos: mucosa pálida, com superfície brilhante e vasos mucosos proeminentes. Histologia: Mucosa oxíntica é progressivamente substituída por mucosa metaplásica intestinal e psudopilórica. Numero reduzido de células parietais, pela diminuição da produção de gastrina (redução de células G antrais). Na doença mais avançada, epitélio metaplásico pode substituir quase completamente a mucosa antral normal. Erradicação do H. pylori antes do desenvolvimento de metaplasia intestinal intensa pode ser eficaz na redução da incidência de câncer gástrico. Incerto se afeta a história natural da doença. G.A.Metaplasica Autoimune/Atrofica corporal difusa/do tipo A Associada a resposta imune, ou seja, autoanticorpos contra células parietais e o fator intrínseco, que leva a lesão da mucosa de corpo e fundo gástricos. Associada com a participação do H. pylori na patogênese. Mais comum em mulheres. Hipocloridia/acloridia e deficiência de vitamina B12: ocorre destruição de células parietais mediada por anticorpos e linfócitos T, sendo os alvos a bomba de prótons (H+ K+ - ATPase) e o FI. Ocorre redução da produção de ácido clorídrico e da secreção do FI. Anticorpos anticelulas parietais e anti FI: para serem pesquisados no paciente: Anticorpos anti-FI são menos sensíveis, porem mais específicos do que anticorpos anticélulas parietais para o diagnostico de G.A.M.A. Hipergastrinemia: A hipocloridria determina aumento de secreção de gastrina pelas células G antrais. Pode causar diarreia devido a estimulação do peristaltismo e hipersecreção. Niveis reduzidos de pepsinogênio I: a Reação autoimune destrói também outras estruturas da mucosa oxíntica, como as células zimogênicas principais, que produzem pepsinogênio tipo I. Manifestações clinicas: Sintomatologia inespecífica como dor epigastralgia. Pode ocorrer Anemia microcítica e hipocrômica, secundária a deficiência de ferro e Anemia megaloblástica secundária à deficiência de B12. Anemia perniciosa – doença mais avançada. Hipergastrinemia, resultante da hipocloridria, está relacionada com hiperplasia de células enterocromafins e com tu. Carcinoides. Aspectos Endoscopicos: Atrofia de corpo e fundo gástricos. Antro preservado. Atrofia – apagamento das pregas e mucosa fina. Doença moderada – pseudopólipos podem ser visualizados (mucosa oxíntica normal). Doença avançada – intensas atrofia e vasos submucosos visíveis. Obs: pseudopolipos são áreas de mucosa normal com áreas de mucosa doente ao redor. SBCM – Gastrologia – Michelle Del Nery Histologia: Biopsiar os pólipos e a mucosa adjacente com atrofia mais evidente. Nos casos em que há anemia perniciosa, observa-se inflamação da mucosa oxíntica com metaplasia intestinal, pilórica e/ou células acinares pancreáticas. Fatores de risco para câncer gástrico: Anemia perniciosa, pois indica que a doença esta muito avançada. Gravidade da atrofia, que é classificada pelo Sistema Olga. Duração da doença. Idade superior a 50 anos. Obs: ainda não há consenso para o rastreamento do CA gástrico. Associação com outras doenças autoimunes, como: DM 1, Doença autoimune da tireoide, Pancreatite autoimune, Doença celíaca. Gastrites Infecciosas: Diversos microorganismos podem causar gastrite crônica. Ocorre principalmente nos pacientes imunodeprimidos: que tomam medicação imunomoduladora. Obs: tabela no ANEXO I Gastrites Granulomatosas: O granuloma é composto por macrófagos, células epitelioides, células gigantes e cercado por linfócitos T e, em alguns casos por plasmócitos. 1. Doença de Crohn: Pode acometer qualquer parte do TGI, desde a boca até o ânus. Antro e duodeno, atividade da DC. Na endoscopia, os achados são: Erosões aftoides, úlceras, espessamento das pregas, nódulos, eritemas e estenose. Histologia: granulomas, inflamação transmural crônica, úlceras, fibrose submucosa crônica. 2. Sarcoidose: Doença granulomatosa sistêmica. Raro TGI. Sintomas: Epigastralgia, náuseas, vômitos, perda ponderal, sangramentos, obstrução pilórica e anemia perniciosa. Na endoscopia, os achados são: estenose distal, úlceras ou erosões pilóricas, atrofia, pregas gástricas espessas com aparência pavimentada difusa ou mucosa normal. Histologia: granulomas não caseosos. Gastrites Especiais: 1. Gastrite Linfocitica Pode estar associada à doença celíaca ou secundaria a resposta imune contra H. pylori. Na endoscopia: pregas gástricas espessas, modularidade e erosão aftosa. Na histologia, há infiltrado intraepitelial exuberante rico em linfócitos T, aplainamento do epitélio e perda da secreção de mucina apical. Relação linfócitos/células epiteliais > 25/100 2.Gastrite eosinofilica: Rara, etiologia desconhecida. Infiltração intestinal. Gastroenterite eosinofílica. Sintomas: dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia e perda de peso. Na endoscopia, há espessamento das pregas gástricas. Na histologia – infiltração de >20 eosinófilos por campo de alta resolução. Abscesso eosinofílico nas criptas gástricas, necrose com neutrófilos e regeneração epitelial. Gastropatia Gastropatia denota lesões da mucosa gástrica associadas a regeneração celular e reepitelização, com mínima ou nenhuma inflamação. SBCM – Gastrologia – Michelle Del Nery Reativa: •Uso de AINEs •Ao inibir a cicloxigenase (COX) há redução das prostaglandinas •São responsáveispor estimular a secreção de mucina e de bicarbonato •mecanismos de defesa da mucosa gástrica Hipertensiva Portal: •Ectasias vasculares e congestão decorrentes da hipertensão portal. •Causa importante de HDA – Hemorragia Digestiva Alta, com sangramentos crônicos oligo/assintomáticos • EDA – mucosa com aspecto em “pele de cobra”. Hiperplásica: •Doença de Menetrier e Doença de Zollinger- Ellinson SBCM – Gastrologia – Michelle Del Nery Gastrites Crônica H. pylori Atrófica G.A. Metaplásica Ambiental/Multifocal/Tipo B G.A.Metaplasica Autoimune/Atrofica corporal difusa/do tipo A Infecciosa Citomegalovirus Gastrite flegmonosa M. tuberculosis Sifilis Candidiase H. capsulatum Especiais Linfocitica Eosinofilica Granulomatosas Doença de Crohn Sarcoidose Gastropatias Reativa Hipertensiva Portal Hiperplasica SBCM – Gastrologia – Michelle Del Nery ANEXO I – Gastrites Infecciosas