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Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 2 GUIA DE SEMINÁRIO DE COLUNA LOMBAR I. ANATOMIA E MORFLOGIA COLUNA LOMBAR MORFOLOGIA PALPATÓRIA LOMBAR Palpação do espaço intervertebral de L4 – L5. Este espaço encontra-se no mesmo nível que a parte mais alta das cristas ilíacas. A apófise espinhosa de S2 encontra-se na parte central de uma linha traçada entre as EIPS. PONTOS DE REFERÊNCIA MORFOLÓGICOS A NÍVEL LOMBAR • L2: na zona horizontal da ponta da 12ª costela. • L4: na linha horizontal da crista ilíaca. • S1: o espaço de um dedo acima da EIPS. VÉRTEBRA LOMBAR TIPO Vista posterior. Vista anterior. • Vista superior. • Vista inferior. • Vista lateral. • Vista oblíqua. ORIENTAÇÃO DAS FACETAS LOMBARES OS EIXOS DOS MOVIMENTOS LOMBARES T12 VÉRTEBRA DE TRANSIÇÃO FORAMES DE CONJUNÇÃO O DISCO INTERVERTEBRAL DISCO ÍNTEGRO INERVAÇÃO DO DISCO LOMBAR DIÂMETROS DOS FORAMES DE CONJUGAÇÃO FORAME DE CONJUGAÇÃO DIÂMETRO VERTICAL DIÂMETRO TRANSVERSAL L3-L4 13,8mm 9,7mm L4-L5 14,2mm 10,6mm L5-S1 ORIFÍCIO EXTERNO 13,2mm 8,9mm L5-S1 ORIFÍCIO INTERNO 11,6mm 12,2mm Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 3 ESPESSURA DA CARTILAGEM ARTICULAR DAS APÓFISES ARICULARES SEGUNDO BONNET ESPAÇOS VERTEBRAIS LADO DIREITO LADO ESQUERDO L4 INFERIOR 1,66mm 1,46mm L5 SUPERIOR 1,90mm 1,94mm L5 INFERIOR 1,90mm 1,94mm S1 2,56mm 2,32mm DIÂMETROS SAGITAIS DO CANAL LOMBAR SEGUNDO BONNET ESPAÇOS VERTEBRAIS DIÂMETRO (MM) ANATOMIA L1 16-29 12,3-22,3 L2 16-28 12,3-21,5 L3 16-27 12,3-20,7 L4 14-27 10,7-20,7 L5 15-29 11,5-22,3 DIÂMETROS SAGITAIS E TRANSVERSAIS DO CANAL LOMBAR SEGUNDO BONNET ESPAÇOS VERTEBRAIS DIÂMETRO ÂNTERO- POSTERIOR DIÂMETRO MÁX. TRANSVERSAL (mm) L1 17 21 L2 16 22 L3 15 23 L4 15.5 23 L5 17 25 LIGAMENTO VERTEBRAL COMUM ANTERIOR LIGAMENTO VERTEBRAL COMUM POSTERIOR LIGAMENTOS ILIOLOMBARES INSERÇÕES MUSCULARES TRANSVERSOS ESPINHOSOS E INTERTRANSVERSOS MASSA SACROLOMBAR SERRÁTIL MENOR PÓSTERO INFERIOR E FÁSCIAS LOMBARES OS MÚSCULOS POSTERIORES • Plano profundo • Plano médio profundo • Plano médio superficial • Plano superficial. MÚSCULOS ANTERIORES LOMBARES PSOAS A VIGA COMPOSTA LOMBO-PÉLVICA A degeneração discal depende do estado tônico da musculatura agonista-antagonista lombo-pélvica que se modifica com os transtornos posturais vertebrais. MÚSCULOS LATERAIS LATEROFLEXÃO DO TRONCO FLEXÃO DE QUADRIL MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL RETOS ABDOMINAIS MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 4 MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMIAL ROTAÇÃO DO TRONCO • Transverso espinhoso. • Oblíquo superficial • Obliquo profundo • Contração sinérgica dos oblíquos MÚSCULOS LATERAIS LATEROFLEXÃO=Contração sinérgica • Quadrado lombar • Obliquo superficial • Obliquo profundo RELAÇÕES NERVOSAS LOMBARES OS GÂNGLIOS LATEROVERTEBRAIS ORTOSSIMPÁTICOS OS NERVOS RAQUÍDEOS PLEXO LOMBAR E LOMBO-SACRO SISTEMA ARTERIAL LOMBAR RELAÇÕESVASCULARES DA COLUNA LOMBAR SISTEMA VENOSO LOMBAR OS PLEXOS VERTEBRAIS VENOSOS RELAÇÕES DAS VÉRTEBRAS LOMBARES II. BIOMECÂNICA A. FISILOGIA ARTICULAR E BIOMECÂNICA DA COLUNA LOMBAR A COLUNA LOMBAR A coluna lombar possui como movimentos maiores a flexão- extensão. Os movimentos de lateroflexão e rotação estão muito limitados neste nível. Sua estabilidade está determinada pela horizontalidade da base do sacro e pelas articulações da pelve. BIOMECÂNICA • A EXTENSÃO: o A extensão é o afastamento de duas extremidades de um arco. Para duas vértebras lombares adjacentes, a extensão é a aproximação das duas apófises espinhosas. o Neste movimento a vértebra superior se desliza para trás. o O centro do movimento é o núcleo. o A espinhosa é posterior e se aproxima da espinhosa subjacente. o As facetas articulares se imbricam. o Há um deslizamento convergente no plano sagital. o O núcleo de desloca adiante. o O movimento está limitado pelas tensões do ligamento vertebral comum anterior e, sobretudo, pelo choque das apófises espinhosas. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 5 • A FLEXÃO: o A flexão é a aproximação das duas extremidades de um arco. Para duas vértebras lombares adjacentes, a flexão é a separação das duas apófises espinhosas, separando ao máximo as facetas articulares. o Neste movimento a vértebra superior desliza-se para frente: o O centro do movimento é o núcleo o A apófise espinhosa está anterior e separada da espinhosa subjacente. o As facetas articulares se desimbricam. o Há deslizamento divergente no plano sagital e o núcleo se desloca para trás. o O movimento está limitado pela tensão capsulo-ligamentar, pelo L.C.V.P e principalmente pelos ligamentos interespinhosos e supra espinhosos. A colocação de tensão destes ligamentos diminui as pressões intradiscais na flexão, evitando o achatamento discal. • A LATEROFLEXÃO: o A lateroflexão ou flexão lateral, é a posição de uma vértebra em uma flexão à direita ou à esquerda do eixo médio do corpo. o Neste movimento a vértebra superior se inclina lateralmente. o O centro do movimento está situado no nível da espinhosa. o A apófise transversa se aproxima a da vértebra subjacente do lado da lateroflexão e se separa do lado oposto. o A faceta articular do lado da lateroflexão está imbricada e desimbricada do lado oposto. o O deslocamento das facetas de produz no plano frontal. o O núcleo de desloca do lado oposto à lateroflexão. o O movimento está limitado pela colocação de tensão do ligamento intertransverso. • A ROTAÇÃO: o A rotação é o movimento ao redor de um eixo que passa pela união lâmina-pedículos- processo espinhoso, sempre está indicado pela posição da face anterior do corpo da vértebra. o Neste movimento a vértebra superior gira. o O processo transverso do lado da rotação é posterior. o O processo espinhoso se desloca ao lado oposto da rotação. o Produz-se um deslizamento diferencial sobre as facetas articulares, uma se desliza para frente e a outra para trás. o A altura global do disco diminui, há um cisalhamento no nível do anele a pressão sobre o núcleo aumenta. o O movimento está limitado pelas fibras do disco, pelas apófises articulares posteriores e pelos ligamentos intertransversos. A CHARNEIRA LOMBOSSACRA • Ligamentos iliolombares e lombossacrais • Flexão – Extensão OS MOVIMENTOS DAS FACETAS Autorizam os movimentos de LATEROFLEXÃO A CHARNEIRA LOMBOSSACRAL • Ligamentos iliolombares e lombossacrais • Lateroflexão Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 6 A LATEROFLEXÃO • O disco L5-S1 é pouco móvel lateralmente • O disco L4-L5 é o mais móvel 5-6o • Os dois últimos níveis inclinam-se juntos 8o • Os demais discos dividem o resto. A amplitude de lateroflexão varia muito. Segundo a idade: os jovens são mais elásticos. Segundo o nível: o mais móvel é L3 – 4, e o menos é L5-S1. O DISCO INTERVERTEBRAL • Permite os movimentos de rotação As facetas articulares posteriores lombares olham para dentro: na rotação o centro do movimento não está no núcleo, ou então na união lâmina-pedículos-processo espinhoso. Existe associado ao movimento de rotação, um movimento menor de deslizamento da vértebra superior sobre a inferior. O disco intervertebral não é solicitado em torção axial, mas em cisalhamento. ROTAÇÃO AUTOMÁTICA DA COLUNA DURANTE A LATEROFLEXÃO • Durante a S de um lado se produz uma R na convexidade. ++ • CAUSAS DA R AUTOMÁTICA: o A S aumenta a pressão do disco do lado da concavidade, como o disco possui forma cuneiforme, a substância tende a escapar do lado aberto, de modo que o lado convexo realiza a R. o Por outro lado, os ligamentos do lado convexo postos em tensão pela S, tendem a deslocar em sentido a linha média, provocando a R na convexidade. O DISCO INTERVERTEBRALPossui um papel amortecedor • Alongamento • Compressão EFEITO DA COMPRESSÃO SOBRE O DISCO A PINÇA DE SOHIER A unidade vertebral representa uma alavanca de interapoio de primeiro grau: com ponto fixo nas facetas, produz uma força de descompressão axial sobre o disco de maneira ativa (músculos posteriores) e passiva. MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL • Variações da lordose lombar • Ação do psoas sobre a coluna. LATEROFLEXÃO DO TRONCO ROTAÇÃO DO TRONCO MÚSCULOS ABDOMINAIS E DIAFRAGMA Os músculos abdominais por sua contração alternada trabalham em <<Antagonismo-Sinergismo>> com o diafragma empurrando e dando um ponto de apoio para baixar o centro frênico. • Inspiração • Expiração Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 7 MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL • O <<Pilar>> pneumático • Manobra de Valsalva • Contração dos abdominais com controle dos esfíncteres e fechamento da glote. MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR O psoas como ponto fixo inferior aumenta a lordose lombar e produz uma antiversão pélvica. A flexão passiva do quadril relaxa o psoas e diminui a lordose; a tração sobre os isquiotibiais arrasta a pelve em retroversão. MÚSCULOS POSTERIORES DO TRONCO Controle da lordose lombar • Papel dos isquiotibiais • Controle do plano posterior CONTROLE DA LORDOSE LOMBAR • POSIÇÃO SENTADA SIMÉTRICA o Pianista o Secretária... • POSIÇÃO ASSIMÉTRICA o Violino o Violão • POSIÇÃO ASTÊNICA o Hiperlordose cervical o Projeção anterior dos ombros o Hipercifose dorsal o Hiperlordose lombar o Hipotonia abdominal o Antiversão pélvica Os músculos posteriores, quando aumentam seu tônus na concavidade aumentam a lordose lombar, pois não podem controlar sozinhos. Em equilíbrio sobre o eixo dos dois quadris, a pelve oscila entre anti e retroversão: • A contração dos glúteos e isquiotibiais lutam contra a antiversão pélvica. • Os adutores e psoas aumentam a antiversão e a lordose lombar. L3 possui um papel de relevo muscular entre os fascículos lombares do grande dorsal e os fascículos do espinhal do tórax. L3 é a vértebra mais móvel da coluna lombar, seus platôs vertebrais são paralelos. É a vértebra mais adaptativa, portanto, frequentemente localiza-se nela hipomobilidades compensatórias de fixações sacroilíacas, sacrolombares ou toracolombares. T12 é uma vértebra tipo charneira, sua metade superior é torácica e sua metade inferior lombar: é uma zona de frequentes fixações devido às inserções do diafragma. EXTENSÃO DO TRONCO AMPLITUDES ARTICULARES LOMBARES SEGMENTARES EM GRAIS, SEGUNDO ADAMS E HUTTON (1988) Nível Flexão Extensão Lateroflexão Rotação L1-L2 8O 5O 10O 2O L2-L3 10 O 3 O 11 O 2 O L3-L4 12 O 1 O 10 O 3 O L4-L5 13 O 2 O 6 O 3 O L5-S1 9 O 5 O 13 O 2 O Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 8 PRESSÕES DISCAIS A NÍVEL L5-S1 DURANTE OS MOVIMENTOS DO TRONCO, SEGUNDO SHULTZ (1979) MOVIMENTOS PRESSÕES (Kg Pa/cm2 ) Pa= Pascal Flexão 267 Lateroflexão 268 Extensão 49 Rotação 32 FORÇAS DE COMPRESSÃO SOBRE O DISCO INTERVERTEBRAL, SEGUNDO NACHEMSON (1981) ATIVIDADES PRESSÕES (Kg/cm2) Decúbito 250 Bipedestação 500 Sentado reto 700 Em pé segurando uma carga de 10 kg 1-900 Em pé segurando uma carga pesada 6.000/9.000 STRESS EM TORÇÃO QUE PODEM SUPORTAR OS DISCOS INTERVERTEBRAIS, SEGUNDO SHULTZE (1979) VARIÁVEL CERVICAL DORSAL LOMBAR Ruptura por torção (Kg/cm2) 56 87/273 463 Estiramento por torção (Kg/cm2) 0,52 46 61 Ângulo máximo de torção 35o 15/29 o 15 o B. LEIS DE FRYETTE HARRISSON FRYETTE • Descreveu as leis mecânicas vertebrais em Osteopatia. LEMBRETE DA FISIOLOGA ARTICULAR DA FLEXÃO-EXTENSÃO VERTEBRAL • Extensão • Flexão EXTENSÃO LOMBAR AS LEIS DE FRYETTE • Posição neutra. • 1ª Lei de Fryette (NSR, FSR, ESR). • 2ª Lei de Fryette (FRS, ERS) BIOMECÂNICA VERTEBRAL SEGUNDO AS LEIS DE FRYETTE • 1ª LEI DE FRYETTE: NSR o N neutra ou easy-flexion: o Em easy-flexion, posição neutra das facetas, estas são paralelas; há ausência de contato articular. o “Quando uma vértebra, ou um grupo vertebral está em easy-flexion (N), para realizar uma rotação (R) para um lado, a vértebra ou grupo vertebral está obrigada a realizar primeiro uma inclinação lateral (S) para o lado oposto”. o BIOMECÂNICA DA NSR DIREITA Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 9 ▪ 1º Tempo: A vértebra estando previamente em easy-flexion realiza uma inclinação lateral (S) à esquerda. ▪ 2º Tempo: Este movimento de S produz um movimento de deslizamento lateral na convexidade formada a direita. ▪ 3º Tempo: Produz-se uma rotação à direita, ou seja, na convexidade, portanto a espinhosa está deslocada para a concavidade. o Na NSR direita: ▪ A vértebra está inclinada a esquerda. ▪ Deslizamento lateral ou side shift na convexidade. ▪ A transversa está posterior e alta à direita ▪ A apófise espinhosa está desviada para a esquerda, o corpo vertebral gira à direita. ▪ O disco está comprimido à esquerda. ▪ OBS.: De fato, é possível observar um comportamento biomecânico na lei tipo NSR, com uma ligeira flexão ou uma muito ligeira extensão, porém, sem contato das apófises articulares posteriores como o que se produz na 2ª lei, ou seja, em ERS-FRS. o Observaremos, portanto, movimentos em: ▪ ESR ▪ FSR • 2ª Lei de Fryette: ERS, FRS o Quando uma vértebra ou se encontra em um estado de hiperflexão ou de hiperextensão, para realizar uma inclinação lateral, esta vértebra é obrigada a realizar primeiro uma rotação do mesmo lado. o BIOMECÂNICA DA ERS-FRS ESQUERDA. ▪ 1º Tempo: A vértebra estando previamente colocada em hiperflexão ou em hiperextensão, realiza uma rotação à esquerda. ▪ 2º Tempo: Produz-se um deslizamento lateral para a convexidade à direita. ▪ 3º Tempo: A vértebra realiza uma lateroflexão (S) à esquerda. A apófise espinhosa está bloqueada para a convexidade, porém a vértebra gira na concavidade. • NA ERS ESQUERDA: ▪ A vértebra está inclinada à esquerda. ▪ A apófise espinhosa está desviada à direita, o corpo vertebral está girado à esquerda. ▪ A apófise espinhosa está próxima da subjacente (estaria separada em caso de FRS). ▪ O disco está comprimido à esquerda. ▪ Há um deslizamento lateral na convexidade. MOVIMENTOS DA COLUNA LOMBAR LEIS DE FRYETTE • 1ª LEI DE FRYETTE: Em posição neutra, flexão e extensão a rotação vertebral se produz na convexidade. • 2ª LEI DE FRYETTE: Em posição de hiperflexão e hiperextensão a rotação vertebral se produz na concavidade. ESCOLIOSE • Do lado da perna curta, o ilíaco adota uma posição ântero-interna e o sacro está em torsão intraóssea do lado curto. • A coluna lombar está em NSR do lado curto e as dorsais em NSR do lado oposto. • As cervicais adaptam em convexidade do lado curto seguindo a 2ª lei de Fryette (ERS em grupo). Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 10 III. PATOLOGIA MÉDICA FRATURAS DA COLUNA LOMBAR 1. LOCALIZAÇÃO a. FRATURA DAS LÂMINAS: • Podem ser unilaterais ou bilaterais. • São produzidas por um choque em extensão. • Provocam uma espondilolistese. b. FRATURA DAS APÓFISES TRANSVESAS: • Frequentemente são múltiplas. • A tração do quadrado lombar pode provocar um deslocamento para baixo e para fora. c. FRATURA DAS APÓFISES ESPINHOSAS: • São raras. • São produzidas por um golpe direto. 2. SINAIS CLÍNICOS: a. Dor local. b. Espasmo dos espinhais. 3. TRATAMENTO a. Lombostato durante 3 – 4 semanas. FRATURA DO PROCESSO ESPINHOSO FRATURA DO PROCESSO TRANSVERSO CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS POR EXPLOSÃO • A: Fratura das duas placas terminais. • B: Fratura da placa terminal superior. • C: Fratura da placa terminal inferior. • D: Explosão por rotação. • E: Explosão por flexão lateral. (Denis et al, 1984) A PATOLOGIA DISCAL • Mecanismo clássico da lombalgia discal • A hérniadiscal verdadeira • Fissura do disco • Ruptura das fibras do anel • Migração do núcleo pulposo A PATOLOGIA DISCAL • H. Subligamentar • H. Foraminal • H. Extrusa • H. Migrada Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 11 HÉRNIA DISCAL Ao contrário da protrusão discal, na hérnia há ruptura da capa mais externa do anel fibroso e do ligamento comum vertebral posterior e exteriorização da substância nuclear do disco intervertebral. LOMBOCIATALGIA E POSIÇÃO ANTÁLGICA DISPOSIÇÃO DAS RAÍZES NERVOSAS LCVP POSIÇÃO ANTÁLGICA PATOLOGIA DO FORAME DE CONJUGAÇÃO A ARTROSE A perda do jogo articular é o berço da artrose, que provoca um aumento das forças de pressão e atrito, portanto, a prevenção possui um papel fundamental. 1. Fisiopatologia da artrose: a. Lesões da cartilagem articular: • A erosão da cartilagem articular e a diminuição do espaço articular aumentam as forças de pressão e o coeficiente de atrito (diminui seu papel amortecedor, aumenta a transmissão de pressão aos ossos). • Em nível da coluna afeta principalmente: 1. Processos articulares posteriores 2. Articulação disco-corpórea. b. Lesões dos ossos: • Osteonecrose subcondral resultante da erosão da cartilagem que permite o aumento de forças de pressão e de atrito. • Osteofitos: o melhor meio fisiológico para lutar contra os excessos de pressão que não são absorvidos pelo disco. c. Lesões sinoviais: • Inflamação sinovial de origem mecânica hidrartrose. d. Lesões cápsulo ligamentares : • Restrição e espessamento da cápsula que provoca uma restrição articular. e. Lesões dos músculos: • Contraturas, espasmos reflexos, fibrose. 2. Sinais clínicos da artrose: a. Sinais radiológicos: • Pinçamentos articulares, osteocondensação subcondral, osteofitos. • Discoartrose, retrolistese. b. Dor: • Dor à mobilidade articular (dor mecânica), que melhora com o repouso e aumenta com o frio, a umidade e alterações barométricas. • Existe uma dor matinal que desaparece aos 30 minutos. 3. Objetivos do tratamento osteopático: a. Restaurar ou melhorar a função articular: • Técnicas articulatórias. • Thrust em rotação +++. b. Proporcionar conforto: • Diminuindo os espasmos articulares. • Streching. • Músculo energia. • Neuromuscular. • Diminuindo as fixações articulares osteopáticas: Thrust. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 12 • Utilizando técnicas de analgesia: 1. Auriculoterapia. 2. Acupuntura. • Trigger Points • Termoterapia • Eletroterapia DISCOARTROSE E ESTENOSE MEDULAR Sintomas: • Claudicação intermitente. • Ciatalgia basculante • Dor que diminui na flexão lombar. • Dor que aumenta na extensão lombar e com a marcha. ESTENOSE MEDULAR • Normal • Congênita • Degenerativa Canal medular de tamanho normal. Estenose congênita do canal medular Estenose foraminal DISCOARTROSE E ESTENOSE MEDULAR IV. DIAGNÓSTICO OSTEOPÁTICO ARTROSE E ARTRITE REUMATÓIDE ARTRITE REUMATÓIDE ARTROSE Doença inflamatória do tecido conjuntivo com interesse principalmente e, sobretudo a Sinovial, frequentemente afeta vísceras e provoca mal estar geral. Doença degenerativa, afeta principalmente a cartilagem e sem manifestações viscerais associadas: doença geralmente local. De origem ainda desconhecida, em geral se atribui a um mecanismo infeccioso ou imunológico. De causa mecânica, traumática ou associada à senilidade. Sinais locais de calor, enrijecimento e tumefação. Dor mecânica na função articular, cede com o repouso. Sinais de alteração do estado geral. Nenhum sinal clínico inflamatório, inclusive se há tumefação (articulação fria). Sinais radiológicos: Pinçamento de interlinhas articulares com: • Desmineralização das superfícies articulares. • Erosão e irregularidades destas superfícies. Sem osteófitos. Sinais radiológicos: Antecedem aos sinais clínicos. • Pinçamento da interlinha articular associada a reações osteofitárias. • Condensação nas facetas articulares e geodos no seio de condensação. Sinais biológicos: • Sedimentação globular elevada. • Os testes biológicos (?) inflamatórios estão perturbados. Sinais biológicos: • Sedimentação globular normal. • Os testes biológicos de inflamação são normais. Líquido articular de composição inflamatória: Mais de 2.000 células/mm3 com mais de 50% de polinucleares. Líquido articula de composição mecânica: Menos de 500 elementos/mm3 com menos de 25% de polinucleares. Albumina claramente inferior a 30g/litro. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 13 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DOR SEGUNDO O TECIDO AFETADO • Dor discal • Dor ligamentar • Dor muscular • Dor articular • Dor referida visceral DAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DA DOR A NÍVEL LOMBOPÉLVICO 1. DOR DISCAL a. Agudo. b. Aparecimento sem tempo de latência quando o peso do corpo está sobre o disco. c. Aumenta com: • A gravidade • A posição sentada • Flexão anterior de tronco • A tosse • Força para defecar 2. DOR LIGAMENTAR: a. A dor aparece por: • Manter uma mesma posição por um tempo prolongado. • Ao final das amplitudes articulares. • Tempo de latência entre 10 min. e 1 h. • Dor tipo queimadura. b. CÁPSULA INTERAPOFISÁRIA: • Dor lombar unilateral que aumenta com a S-R homolateral. c. LIGAMENTOS ILIOLOMBARES: • Dor referida no metâmero de L5. • Aumenta com a F e a S contralateral. • Dor lombar baixa unilateral ou sacroilíaca, às vezes inguinal. d. LIGAMENTOS INTERESPINHOSOS: • Dores em barra sobre a linha média da coluna, que aumenta com a flexão anterior sustentada e durante o endireitamento. • Dores referidas no metâmero. 3. DOR MUSCULAR: a. Dor ao movimento: o movimento doloroso indica o músculo lesionado. b. O movimento oposto que estira o músculo provoca um rebote muscular devido ao espasmo. c. Dor surda, difusa, dores referidas (Travell). d. Dor isquêmica que aumenta com a contração isométrica. 4. DOR DE ORIGEM NEURAL: a. Dor periférica (raiz, tronco ou nervos periféricos) b. Filiforme (o paciente mostra o trajeto com o dedo) 5. DOR REFERIDA VISCERAL: a. Dor rítmica que depende da função visceral. b. Zona somática dolorosa em relação com a disfunção. c. A dor não aumenta com o movimento. TERRITÓRIO DOLOROSO NA LOMBOCIATALGIA DORES REFERIDAS DO CÓLON • Ângulo hepático. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 14 • Ângulo esplênico. • Cólon ascendente. • Cólon descendente. • Cólon sigmóide. • Reto. LOMBALGIAS Existem duas grandes categorias de lombalgias que se diferenciam pelo modo como afeta os tecidos: • Lombalgias lombossacrais com cordões miálgicos nos glúteos. • As lombalgias baixas de origem alta toracolombar com um infiltrado celular lombar no glúteo máximo. DOR AO REALIZAR MOVIMENTOS ATIVOS • Flexão – Kappa 0.65 (Van Dillen). • Extensão RITMO LOMBOPÉLVICO DURANTE A FLEXÃO • À esquerda: coluna em posição vertical com sua lordose fisiológica (x) (AS=ângulo saco). • No centro: durante a flexão a lordose se inverte progressivamente (Y), simultaneamente a pelve báscula para frente e o ângulo sacro aumenta (B), o centro de gravidade se desloca para trás (P), a coluna dorsal se desloca sem modificar sua curvatura. • À direita: a coluna lombar está em flexão completa (Z), a rotação da pelve é completa (C) e os quadris são deslocados para o centro de gravidade com o objetivo de manter o equilíbrio, a coluna dorsal não sofre nenhuma modificação. DOR NOS MOVIMENTOS ATIVOS • Lateroflexão – Kappa 0.60 (Haswell). • Rotação. TESTE NA LATEROFLEXÃO Um ponto de quebra na lateroflexão indica uma disfunção somática subjacente ERS ou FS do lado contralateral, o ponto de quebra corresponde à hipermobilidade reativa. ESTUDO GLOBAL DOS MOVIMENTOS VERTEBRAIS • Disfunção em E.R.S esquerda • Disfunção F.R.S direita • Disfunção N.S.R esquerda REFLEXOS• Teste de Lasègue o Kappa 0.56 (Bertinson) o Sensibilidade 0.33 (Viikari-Juntura). o Especificidade (Viikari-Juntura). 1.0 • Teste de Braggard o Kappa 0.65 (Van Dillen) TESTE DE GAENSLIN • Outros nomes: Torção pélvica com rotação posterior do íleo, pelvic torção, posterior rotation of ilium. • Utilização: indicaria uma disfunção sacroilíaca. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 15 • Diagnóstico diferencial: Outras dores de origem sacroilíaca, coxalgia e dor L5-S1. • Prova de Gaenslin. • Predomínio: 34.3% de lombosacralgia (Laslett e Williams) • Fiabilidade: Laslett e Williams Kappa 0.73 (p<0.001) e ICC 88.2%, Dreyfus Kappa de 0.61. • Validade: Dreyfus sensibilidade 68% e especificidade 35 % Russel sensibilidade 21% e especificidade 90%. • A dor ao executar esta manobra indica alteração patológica na região da articulação sacroilíaca. TESTE DO TAMBOR Kappa, sensibilidade e especificidade desconhecidas. QUICK SCANNING DA REGIÃO LOMBAR Kappa 0.57 (Hicks) TERMOGRAFIA Kappa, sensibilidade e especificidade desconhecidas. AVALIAÇÃO DAS DERMALGIAS REFLEXAS VERTEBRAIS Dor referida a partir dos ramos cutâneos. A manobra do palpado rodado a nível lombar. Kappa, sensibilidade e especificidade desconhecidas. PALPAÇÃO DOS PROCESSOS ESPINHOSOS Kappa 0.65 PROCURA DA LESÃO MAIOR PELA PRESSÃO LATERAL OPOSTA • Ao pressionar lateralmente de direita à esquerda o processo espinhoso B provoca dor (x). Para saber se a causa da dor localiza-se no segmento AB ou o BC realiza-se pressões laterais: o Mantendo a pressão sobre B de direita a esquerda e realizando simultaneamente uma contra pressão sobre A em sentido inverso, a dor não se modifica. o No entanto, a mesma manobra levada a cabo sobre C aumenta notavelmente a dor. O que indica que a causa se encontra no segmento BC. Kappa, sensibilidade e especificidade desconhecidas. PALPALCÃO DAS FACETAS: SINAL DA CAMPAINHA Kappa, sensibilidade e especificidade desconhecidas. TESTE DE MITCHELL • 1º TEMPO: posição NEUTRA (grupo vertebral em NSR) • 2º TEMPO: ESFINGE o Se a posterioridade aumenta em extensão = F.R.S o Se a posterioridade desaparece em extensão = E.R.S • 3º TEMPO: MAHOMA o Se a posterioridade aumenta em flexão = E.R.S o Se a posterioridade desaparece em flexão = F.R.S Kappa, sensibilidade e especificidade desconhecidas. TESTE DE MOBILIDADE ANALÍTICA • Extensão • Flexão Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 16 • Rotação Kappa 0.65 DISFUNÇÕES LOMBARES Curva de Hadley. Desdobramento da borda posterior do corpo vertebral que traduz uma rotação. MÚLTIPLAS DIFUNÇÕES LOMBARES V. PATOLOGIA 1. QUADRADO LOMBAR TESTE PARA O QUADRADO LOMBAR • NORMAL: quadrado lombar e abdutores do quadril fortes. • QUADRADO LOMBAR FORTE E ASDUTORES DE QUADRIL FRACOS (Ruptura no nível do flanco, diminui a distância flanco-pelve) L4-L5-S1. • QUADRADO LOMBAR FRACO E ABDUTORES DE QUADRIL FORTES (Aumento da distância flanco-pelve, o ombro não descola da mesa) L1-L2. DIAGNÓSTICO DE UM ESPASMO DO QUADRADO LOMBAR 1. Assimetria com escoliose devido ao quadrado lombar 2. A cunha colocada abaixo do ísquio do lado saudável corrige a assimetria. 3. A cunha colocada abaixo do ísquio do lado afetado aumenta a assimetria. TESTE DE FLEXÃO EM PÉ PARA OS MÚSCULOS DA CADEIA POSTERIOR Se o quadrado lombar está retraído, a coluna dorso-lombar apresenta um achatamento ou uma concavidade. DOR REFERIDA DO MÚSCULO QUADRADO LOMBAR STRECHING DO QUADRADO LOMBAR* • Ponto fixo no tronco*. • Braço de alavanca inferior. SPRAY AND STRETCH DO QUADRADO LOMBAR*. 2. ESPINHAIS LOMBARES GRUPO MUSCULAR POSTERIOR PROFUNDO São os músculos do canal vertebral, os músculos espinhais em contato com a coluna. Estes músculos estão inervados pelo ramo posterior do nervo espinhal. Seu sistema geral está baseado na direção de seus fascículos carnosos. • MULTÍFIDO: o Está disposto em espiga, como as tenhas de um telhado. Existem seis fascículos musculares por espiga lombar. Sua inervação individualizada forma uma unidade anatomofisiológica. o É o músculo mais extenso da coluna, vai de C2 ao sacro, e se compõe de 150 fascículos individuais. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 17 o É o músculo ais profundo da coluna, se encontra colado às lâminas das vértebras. o Existem duas disposições anatômicas descritas: ▪ Segundo TROLARD: As fibras obliquas para baixo e para fora, partem da lâmina de uma vértebra para terminar sobre a apófise transversa das quatro vértebras subjacentes. ▪ Segundo WINCKLER: Suas fibras partem da lâmina e processo espinhoso de quatro vértebras suprajacentes, terminando na apófise transversa da quarta vértebra subjacente. o NOTA: um espasmo destes músculos provocará lesões vertebrais em extensão (E), rotação (R) e lateroflexão (S) do mesmo lado, podendo afetar a uma vértebra ou a um grupo de quatro vértebras. o DORES REFERIDAS DOS MÚSCULOS MÚLTÍFIDOS. • INTERESPINHAIS: o Estes músculos estão situados a um lado e outro da linha média. Vão de um processo espinhoso a outro. o OBS: um espasmo deste músculo limita a flexão segmentar da vértebra. • ESPINHAL: o Está situado por trás do multífido. Parte por baixo dos processos espinhosos de T11- T12-L1-L2 e se insere nos processos espinhosos de T1-T2-T3-T4-T5-T6. o OBS.: Relação fisiológica entre charneira toracolombar e cérvicotorácica. • LATÍSSIMO DO DORSO: o Parte da 2ª à 12ª costela, para terminar sobre o processo transverso das vértebras dorsais e lombares. o DOR REFERIDA DOS MÚSCULOS ILIOCOSTAIS. • ILIOCOSTAL LOMBAR: o Parte do ângulo posterior das oito últimas costelas, e se insere sobre os processos transversos das vértebras lombares, sobre o sacro e sobre a crista ilíaca. ATIVIDADE DOS MÚSCULOS NA FLEXÃO DE TRONCO A flexão de tronco é um movimento em duas partes que envolvem tanto a coluna como a pelve. Nos primeiros 60o a pelve está fixada pelos músculos glúteos, enquanto que a região lombar flexiona gradualmente, acompanhada pelo relaxamento progressivo dos eretores e dos músculos superficiais da coluna. Na 2ª fase há um movimento adicional por volta dos 25o que se obtém por relaxamento da pelve em relação aos fêmures. Na flexão completa todos os músculos estão relaxados e o peso do tronco é suportado pelos ligamentos e uma extensão passiva dos músculos. Partindo da posição de flexão completa, a extensão até a posição neutra acontece em ordem inversa: a extensão da pelve é seguida pela extensão da coluna lombar. REPERCUSSÕES MUSCULARES DAS DISFUNÇÕES VERTEBRAIS LOMBARES As lesões vertebrais devidas ao sistema muscular estão acompanhadas de pontos dolorosos, “PONTOS GATILHO”, que se localizam nos músculos cujo tônus está perturbado. Estes “PONTOS GATILHO” ou “PONTOS TRIGGERS” se produzem por: • A alteração dos fusos neuromusculares de diferentes grupos de fibras musculares, como consequência das lesões vertebrais. • A facilitação nervosa a nível medular. Os pontos gatilho criam um arco reflexo patológico que mantém a disfunção somática: São a consequência e a causa das lesões vertebrais. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 18 PAPEL DOS MÚSCULOS NA ORIGEM DA DISFUNÇÃO SOMÁTICA OSTEOPÁTICA Estes pontos gatilhos apenas são dolorosos à palpação profunda. Possuem um ponto de partida isquêmico: de regra se produzem pela função muscular intensa (a função tônica em particular), pela fadiga muscular. Os pontos gatilhos miofasciais são extremamente comuns e são responsáveis por rigidezes articulares e restrição de movimentos, fenômenos que predominam sobre a dor. São o centro de hiperirritabilidades dos músculos esqueléticos ou das fáscia. Sua compressão desperta, ou não, dores referidas características, assim como fenômenos ortossimpáticos. Os pontos gatilhos podem estar latentes e persistir anosapós um traumatismo, predispondo crises dolorosas e disfunções. DISTENSÕES MUSCULARES • ETIOLOGIA: o TRAUMATISMO: Como consequência de um esforço, as estruturas periarticulares (músculos, tendões, ligamentos) são estirados anormalmente. ▪ Podem ser produzidas ao realiza uma atividade não habitual ou ao retornar a prática de um esporte após um longo tempo. • FISIOPATOLOGIA: o Distinguem-se três graus de lesão: ▪ GRAU 1: ESTIRAMENTO SIMPLES • Produz-se um estiramento muscular com alongamento das fibras de actina e miosina. Cicatriza em 8 dias. ▪ GRAU 2: Ruptura de algumas fibras musculares com espasmo protetor: o conjunto muscular está intacto. Cicatriza de 2 a 3 semanas. ▪ GRAU 3: Ruptura muscular com instabilidade articular. A recuperação de produz com 6 semanas. • SINTOMAS E DIAGNÓSTICO: o INSPEÇÃO: ▪ Dor difuso durante o movimento: A dor se produz em um ou dois movimentos do tronco (principalmente quando de alonga ou quando realiza uma contração excêntrica deste músculo). ▪ O paciente mostra com a sua mão uma vasta zona na região lombar e pélvica: existe uma saliência devido ao espasmo reativo. • PALPAÇÃO: o Põe em evidência um cordão rígido muito doloroso nos espinhais. • AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE (são testados os 6 movimentos do tronco): o 1º Dor o movimento contra resistência, de origem muscular. o 2º Dor durante a mobilização passiva, de origem ligamentar (ao final da amplitude). o 3º Dor nos movimentos passivos e ativos, de origem articular. • PROTOCOLO DE TRATAMENTO: o FASE AGUDA: (durante 3 ou 4 dias haverá inflamação e possível inchaço). TODA MANIPULAÇÃO E TODA TRAÇÃO ESTÁ CONTRA INDICADA NAS 3 PRIMEIRAS SEMANAS: ▪ Taping. ▪ Frio/calor. ▪ Repouso na cama ++. ▪ U.S, Correntes elétricas. ▪ Antiinflamatórios, miorrelaxantes. o APÓS A FASE AGUDA: ▪ Streching. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 19 ▪ Trações. ▪ Manipulações em caso de aderências articulares. ▪ Calor. TEMPO DE CICATRIZAÇÃO Tempo de cicatrização 1o GRAU= 8 A 15 DIAS 2O GRAU= 3/4 SEMANAS 3o GRAU= 5/10 SEMANAS TAPING LOMBAR STRETCHING DOS ESPINHAIS EM FLEXÃO* RELAXAMENTO MIOFASCIAL DOS ESPINHAIS INIBIÇÃO DOS ESPINHAIS LOMBARES* TÉCNICA NEUROMUSCULAR PARA OS ESPINHAIS LOMBARES* PRINCIPIOS DO SPRAY AND STRETCH Representação esquemática das vias neurógenas patológicas e ação de spray frio sobre a pele, e sobre o ponto gatilho miofascial ativo. O frio inibe a dor e o espasmo reflexo, o que permite o alongamento passivo completo do músculo. PRINCIPIOS DO SPRAY AND STRETCH • Rotadores • Espinhais em flexão 3. AS DISFUNÇÕES SOMÁTICAS VERTEBRAIS DISFUNÇÃO EM NSR A vértebra está em easy-flexion, a rotação se efetua do lado da convexidade. • A vértebra está inclinada para a concavidade. • O processo espinhoso está desviado para a concavidade: está separado da espinhosa subjacente em caso de FSR. o Está próximo do processo espinhoso subjacente em caso de ESR. o Está distante do processo espinhoso subjacente em caso de FSR. As lesões em NSR são as mais frequentes das lesões de grupo. São uma adaptação a uma lesão primária supra ou subjacente (ERS,FRS). É o tipo de adaptação que encontramos nas escolioses. Ao nível lombar, o músculo psoas é responsável pelas lesões em NSR de L1 a L5. São lesões em grupo, várias vértebras giram para o mesmo lado, na convexidade. META DA MANIPULAÇÃO: Produzir uma derrotação da vértebra colocada no ápice do grupo adaptativo, produzindo uma nova convexidade em posição neutra das facetas. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 20 OBS.: Definimos a lesão osteopática em função dos parâmetros que estão livres. Em uma lesão de FRS direita, a flexão, a lateroflexão (S) esquerda e a rotação direita estão livres. Os movimentos limitados serão a extensão, lateroflexão esquerda e a rotação esquerda já que estes movimentos correspondem à colocação de tensão do músculo em espasmo que rejeita o alongamento. DISFUNÇÃO EM ERS A vértebra está em posição não neutra (hiperflexão ou hiperextensão), a rotação se realiza na concavidade: É uma lesão de imbricação, em compressão: há dor em flexão anterior. A lesão de imbricação se coloca na concavidade, do lado da posterioridade. A lesão está fixada pelo espasmo do transverso espinhoso homolateral. A vértebra está inclinada na concavidade. O processo transverso está posterior e baixo na concavidade. O processo espinhoso está desviado para a convexidade. O espaço interespinhoso subjacente está fechado. A posterioridade desaparece em extensão e aumenta em flexão: • À palpação, em decúbito dorsal podemos detectar as lesões em NSR. • Em posição de esfinge as lesões FRS. • Em posição sentada com tronco em flexão, detectamos as lesões de ERS. • Em uma lesão ERS direita os movimentos limitados são flexão e um pouco de lateroflexão esquerda. A meta da manipulação é abrir a faceta direita imbricada. DISFUNÇÃO EM FRS Estas lesões são isoladas, pelo fato de que o controle nervoso ao nível dos músculos transversos é muito fino e voltado para baixo, contrariamente ao psoas. É uma lesão em desimbricação: a dor é igualmente intensa, o sujeito que apresenta este tipo de lesão terá uma atitude antálgica em flexão anterior, a lordose será dolorosa. A lesão de desimbricação se localiza do lado contrário à posterioridade: o disco intervertebral fixa a lesão. O disco faz uma protrusão posterolateralmente e bloqueia em desimbricação a faceta articular inferior do lado oposto à rotação vertebral. Durante a HIPERFLEXÃO, o disco se desliza para trás, a vértebra gira na concavidade e o núcleo pulposo se move para a convexidade formada. O espasmo dos lateroflexores do lado da rotação fixa a posição vertebral. Vários destes parâmetros limitados podem ser dolorosos, mas o movimento mais doloroso será em sentido oposto ao parâmetro maior. Habitualmente este parâmetro maior é a flexão ou a lateroflexão. Em uma lesão do tipo FRS direita: • Os movimentos livres são a flexão, a lateroflexão direita e a rotação direita. • Os movimentos limitados e dolorosos são a extensão, a lateroflexão esquerda e a rotação esquerda. A lesão de desimbricação localiza-se do lado contrário à posterioridade: o disco desliza pósterolateralmente à esquerda e bloqueia a faceta esquerda em abertura: a rotação se produz na concavidade. O espaço interespinhoso está aberto. A posterioridade desaparece em flexão e aumenta em extensão. Os movimentos limitados são extensão e lateroflexão esquerda. A meta da manipulação é fechar a faceta esquerda desimbricada. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 21 HIPOMOBILIDADE E HIPERMOBILIDADE COMPENSATÓRIA No corpo, toda perda de mobilidade de um elemento articular (HIPOMOBILIDADE) causa prejuízo de outra zona que deverá compensar esta falta de mobilidade com um funcionamento excessivo (HIPERMOBILIDADE) Esta zona de hipermobilidade pode ser supra ou subjacente à fixação articular. A zona de HIPERMOBILIDADE COMPENSATÓRIA se caracteriza por uma HIPOTONIA muscular: é o aumento das dores espontâneas devido à inflamação dos tecidos periarticulares (músculos, ligamentos, cápsulas, discos) que pode causar uma irritação das raízes nervosas por edema e anoxia tecidual. Por regra geral os sinais clínicos estão relacionados com a zona hipermóvel, os testes de mobilidade são negativos. Estas zonas de hipermobilidade compensatória favorecem o aparecimento de artrose vertebral. Às vezes o problema é mais complicado devido ao fato que a hipermobilidade e a 1ª fixação podem existir no mesmo complexo articular: este caso se ocorre particularmente ao nível vertebral, onde podemos observar uma faceta articular fixada de um lado enquanto que a dor aparece do lado oposto devido a sobrecarga reacional articular. A marcha, no caso de fixação sacro-ilíaca, pode ser a fonte de hipermobilidade reacional lombar quefavorece a degeneração discal e as ciatalgias. HIPERMOBILIDADE REACIONAL E FIXAÇÕES ARTICULARES A NÍVEL DA COLUNA LOMBAR Hipermobilidade de uma faceta por consequência de uma fixação da faceta do lado oposto. Hipermobilidade do disco intervertebral por consequência de uma fixação de uma faceta articular. DOR LOMBA NA LATEROFLEXÃO ESQUERDA DOR NA FLEXÃO LOMBAR DOR NA EXTENSÃO LOMBAR AS FIXAÇÕES LOMBARES EM EXTENSÃO (HIPERLORDOSE) Estas fixações em extensão favorecem a hiperpressão das facetas articulares e a protrusão dos discos intervertebrais nos forames de conjunção. Existe associada uma fibrose do psoas e dos espinhais. LESÕES PRIMÁRIAS E ADAPTAÇÃO Toda lesão primária precisa de uma ADAPTAÇÃO. A adaptação não precisa sempre de um tratamento. A lesão primária é sempre uma lesão não neutra, em FLEXÃO-EXTENSÃO (ERS/FRS). A adaptação supra ou subjacente é sempre em posição neutra das facetas, em NSR (rotoescoliose); a lateroflexão se produz do lado oposto à rotação que se faz na convexidade com uma posição paralela das facetas. As LESÕES NÃO NEUTRAS lesionam UMA SÓ VÉRTEBRA, as adaptações neutras afetam um grupo de vértebras (Martindale). 4. PATOLOGIA OSTEOPÁTICA LOMBALGIA BAIXA E DORSALGIAS BAIXAS PATOLOGIA OSTEOPÁTICA DA COLUNA LOMBAR DOR REFERRIDA A PARTIR DOS RAMOS CUTÂNEOS LESÕES CÁPSULO-ARTICULARES 1. CAUSAS: Traumas diretos ou indiretos. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 22 2. CONSEQUÊNCIAS: • Facilitação medular => Hipo ou Hipertonia. • Espasmo muscular. • Neuropatia de encarceramento. • Estase vascular por compressão da rede arteriovenosa. • Ortossimpaticotonia local. 3. SINTOMAS: • Limitação de movimento, parada brusca ao final da amplitude articular. • Dor ao movimento. • Dor agudo em repouso. 4. TRATAMENTO: Thrust para inibir o arco reflexo. DORES REFERDAS A PARTIR DAS FACETAS L1-L2 E L4-L5 PATOLOGIA LIGAMENTAR 1. CAUSAS: • A mais frequente é o trauma direto. 2. CONSEQUÊNCIAS: • Espasmo muscular. • Reflexos simpáticos neurovasculares. • Estase sanguínea. • Restrição de mobilidade. • Dores referidas ligamentares. 3. SINTOMAS: • Dor ao final do movimento ativo. • Dor no movimento passivo. • Dores referidas a partir dos ligamentos. • Reação vascular com inflamação. 4. TRATAMENTO: • Técnica de bombeio. • Técnica articulatória. DOR REFERIDA A PARTIR DOS LIGAMENTOS INTERESPINHOSOS SEGUNDO LEWIS E KELLGREEN STRECHING DOS LIGAMENTOS INTERESPINHOSOS COMPENSAÇÕES POSTURAIS DE UMA PERNA CURTA DOR REFERIDA A PARTIR DOS LIGAMENTOS ILIOLOMBARES STRECHING DOS LIGAMENTOS ILIOLOMBARES DISFUNÇÕES MUSCULARES 1. CAUSAS: Um trauma. 2. CONSEQUÊNCIAS: • Lesão vertebral depois do traumatismo. • Facilitação medular: o Hipotonia por inibição dos receptores de Golgi. o Hipertonia pela hiperatividade gamma. o Desequilíbrio muscular e articular nas hipotonias. o Restrição do jogo articular nas hipertonias. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 23 3. DIAGNÓSTICO: • Nas hipertonias: o Dor ao movimento. Haverá uma dor isquêmica por neuropatia de encarceramento e dores referidas a nível lombar. o Rebote no teste muscular. o Sensação de cordão à palpação. • Nas hipotonias: o Fraqueza no teste muscular. o O músculo oposto ao movimento será doloroso. 4. TRATAMENTO: • Nas hipotonias: o Técnicas de músculo energia para reforçar. o Tratamento do antagonista hipertônico. • Nas hipertonias técnicas de inibição: o Técnicas de Jones. o Técnicas de stretching. o Técnicas neuromusculares. 5. PSOAS FISIOLOGIA DO MÚSCULO PSOAS • PONTO FIXO PROXIMAL: o O psoas é o flexor de quadril em flexão máxima e em flexão contra resistência. Possui um papel adutor em flexão de 90o , assim como de rotador. o O ilíaco participa na marcha. • PONTO FIXO DISTAL: o Em decúbito supino provoca uma ANTIVERSÃO da pelve e uma ROTAÇÃO CONTRALATERAL. o Em posição bípede com ponto fixo sobre a face anterior da sacroilíaca, coloca a pelve em RETROVERSÃO. • PSOAS MÚSCULO ANTIGRAVITACIONAIS o Em decúbito supino é lordosante e provoca uma antiversão da pelve. Em carga é cifosante e coloca a pelve em retroversão. o O psoas junto com os espinhais se comporta como um dos elementos da viga composta lombar. o O psoas rigidifica a coluna lombar para a estabilidade em condições estáticas de bipedestação. EQUILÍBRIO TÔNICO AGONISTA-ANTAGONISTA E TORÇÃO PÉLVICA • Se o tônus dos músculos que fornecem tensão à coluna lombar é equilibrado (viga composta), a pelve é estável e não há torção. o Papel antagonista-agonista dos músculos psoas e espinhais lombares. • No lado esquerdo o tônus muscular é normal porém no lado direito o espasmo do psoas inibe os espinhas lombares homolaterais (antagonista) o que permite a rotação anterior do ilíaco e encurtamento da perna. o Rotação posterior do ilíaco e desequilíbrio tônico agonista-antagonista • No lado esquerdo o tônus muscular é normal porém no lado direito o espasmo dos espinhais lombares inibe o psoas homolateral (antagonista) o que permite a rotação anterior do ilíaco e alongamento da perna. o Rotação anterior do ilíaco e desequilíbrio tônico agonista-antagonista Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 24 • De um lado o espasmo do psoas produz uma rotação posterior do ilíaco e um encurtamento da perna e inibe aos espinhais homolaterais (antagonista). No lado contrario o espasmo dos espinhais lombares inibe o psoas homolateral (antagonista) e permite a rotação anterior do ilíaco e o alongamento da perna. Existe maior diferença de longitude das pernas por que de um lado existe o encurtamento e do outro o alongamento. • O espasmo do psoas (agonista) inibe os espinhais lombares (antagonista) produz uma retroversão unilateral da pelve com rotação posterior do ilíaco e uma perda da lordose lombar. o Rotação posterior do ilíaco e desequilíbrio tônico agonista-antagonista ADAPTAÇÃO E FENÔMENO LESIONAL DO PSOAS A adaptação vertebral pode resultar de um espasmo muscular, por exemplo do psoas. • Causas do espasmo do Psoas: o Patologia renal. o Infecção/Toxemia. o Fixações toracolombares (facilitação medular). • Os músculos que necessitam de mais adaptação em caso de espasmo são: o Psoas o Quadrado lombar o Escalenos o Iliocostal o Suboccipitais (Retos posteriores maior e menor) DORES REFERIDAS DO PSOAS A PSOÍTE 1. ETIOLOGIA: a. INTOXICAÇÃO: O psoas é o músculo “acumulador de lixo” do corpo. b. TRAUMA LOCAL: Tipo wiplash. c. TENSÃO MECÃNICA PERSISTENTE d. ATITUDES VICIOSAS: Posição sentada. e. LESÃO LOMBAR ALTA: Por Fryette. f. LESÃO COXOFEMORAL 2. CLÍNICA: a. PSOÍTE BILATERAL • O paciente está inclinado para frente, com a coluna rígida, pode flexionar para frente, porém não pode endireitar-se. • Se a psoíte é bilateral, porém um psoas está mais inflamado que o outro, o paciente estará mais inclinado de um lado. b. PSOÍTE UNILATERAL: • O paciente está inclinado para frente e lateralmente. • As vértebras lombares (salvo L5) giram ligeiramente ao lado convexo. • O membro inferior está em rotação externa. 3. DIAGNÓSTICO: • A atitude antálgica do paciente: Dificuldade para endireitar-se quando se levanta da cadeira. a. ANAMNESE: • Buscar os focos infecciosos. • Relembrar os gestos starter. • Serviço de tênis ou o smatch voleyball • Interrogar sobre uma eventual colite. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 25 • Enfermidades, principalmente de origem visceral. • Acidentes. b. EXAME DO PACIENTE: • Inclinação para frente: é possível que seja quase exclusivamente pela coxofemoral, as duas restantes (lombar e sacroilíacas) estão rígidas. Ao endireitar-se haverá uma tendência a dobrar os joelhos. • Inclinação para trás: levanta a cabeça e flexiona os joelhos, porém a região lombar não participa no movimento (o que lembra a contraturado psoas). • Examinar a dobra inguinal: 1. Pronunciado se o psoas está encurtado. 2. Apagado se o psoas está distendido. 4. RADIOLOGIA: a. Mostra a capacidade do psoas: • Fibrose será branca, larga e reta. • A irritação será menos branca e apresentará uma borda externa inflamada. • Nos casos crônicos, os dois psoas estarão fibrosados e apresentam umas largas bandas de cada lado da região lombar. 5. TRATAMENTO: a. Deve-se tratar os dois psoas, pois um estará inflamado e o outro fibrosado. b. Reconhecer e suprimir os focos tóxicos. c. Em seguida, eliminar os problemas da articulação coxofemoral (técnica atual para corrigir a rotação externa ou a rotação interna). d. Massagem do psoas. e. Repouso. RELAÇOES DO PSOAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS 1. COM O DIAFRAGMA: a. O arco do psoas l1-l2 inserção do diafragma. b. A fáscia ilíaca suporte do fígado. c. O espasmo do psoas explica o fenômeno da perna curta; será responsável por lesões vertebrais tipo N.S.R e de lesões de flexão da articulação coxofemoral. O psoas está envolvido na bronquite, a asma, nos problemas de fígado e vesícula biliar. 2. COM O PLEXO LOMBAR: encontra-se entre os dois planos do psoas. 3. COM O URETER: Situa-se no plano interno do psoas. Torção dos ureteres por espasmos do psoas. 4. COM A SACROILÍACA: O psoas a cruza adiante-> Torção do sacro: Extensão/Flexão, rotação e inclinação lateral. 5. COM OS NERVOS SIMPÁTICOS: (repercussão do espasmo do psoas +++) a. Intervém na regulação do tônus neurovegetativo dos órgãos genitourinários (ereção, frigidez). A cadeia simpática lombar é constituída por 5 gânglios latero-vertebrais, desta cadeia simpática nascem dois ramos comunicantes em direção aos nervos espinhais do plexo lombar. Seus feixes estão profundamente escondidos abaixo dos arcos fibrosos do psoas. TESTE DE EXTENSIBILIDADE DO PSOAS BUSCA DA PERNA CURTA ANATÔMICA Medição desde um ponto não fixo até um ponto fixo para estabelecer a diferença aparente na longitude das pernas. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 26 BUSCA DA PERNA CURTA ANATÔMICA Diferença na longitude das tíbias. Diferença na longitude dos fêmures. TESTE DO PSOAS TÉCNICA NEUROMUSCULAR DO PSOAS TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR PARA O PSOAS*EXERCÍCIOS DOMICILIARES EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO DOS FLEXORES DE QUADRIL VI. RX A. APRESENTAÇÃO FRATURAS TRAUMATOLOGIA DA COLUNA PELVE • ENTORSES SACROILÍACOS o Diástase sacroilíaca. o Entorse sacroilíaco. • LUXAÇÕES SACROILÍACAS o Luxação sacroilíaca. o Luxação em livro aberto. • FRATURAS DA PELVE o Fratura de Duverney. o Fratura do anel púbico. • FRATURAS POR AVULSÃO o Fratura da EIAI. o Fratura do ísquio. • Fratura da pelve o Fratura de Malgaigne. o Fratura vertical do sacro. • LESÕES DO CÓCCIX o Subluxação anterior do cóccix. o Fratura do cóccix. • TRAUMATOLOGIA DA COLUNA TORÁCICA TRAUMATOLOGIA DA COLUNA TORÁCICA • FRATURAS TORÁCICAS POR ESMAGAMENTO • FRATURAS TORÁCICAS POR ESMAGAMENTO • FRATURAS TORÁCICAS o Fraturas costais. o Fratura por esmagamento do corpo de L2. TRAUMATOLOGIA DA COLUNA LOMBAR • FRATURAS ESMAGAMENTO L5 • FRATURAS LOMBARES POR AVULSÃO o Fraturas dos processos transversos L2-L2-L3. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 27 TRAUMATOLOGIA DA COLUNA CERVICAL • WHIPLASH CERVICAL o Perda da lordose cervical • ANOMALIAS PÓS-TRAUMÁTICAS DA CURVA CERVICAL o Mielopatia por inversão da curva cervical. o Estenose medular por espondilolistese cervical. • SINAIS RADIOLÓGICOS DE INSTABILIDADE C1-C2 • SUBLUXAÇÃO ANTERIOR DO ATLAS POR RUPTURA DO LIGAMENTO TRANSVERSO • SUBLUXAÇÃO ANTERIOR DO ATLAS POR RUPTURA DO LIGAMENTO TRANSVERSO o Subluxação anterior do atlas com incidência em flexão (B). • CHICOTE CERVICAL E ESPONDILOLISTESES • LUXAÇÃO DA FACETA DE C5 • LUXAÇÃO ANTERIOR DE C5 • FRATURAS DO OCCIPITAL • FRATURAS DAS MASSAS LATERAIS DO ATLAS o Incidência transoral normal o Fratura da massa lateral esquerda do atlas • FRATURA DO ARCO POSTERIO DO ATLAS • FRATURA DO ARCO POSTERIOR DO ATLAS • FRATURA DO PROCESSO ODONTÓIDE DO AXIS • FRATURA DO PROCESSO ODONTÓIDE DO ÁXIS o Tipo 1 o Tipo 2 o Tipo 3 • FRATURAS DOS PROCESSOS ODONTÓIDES DO ÁXIS o Incidência dinâmica em extensão o Incidência dinâmica em flexão • FRATURA DE HANGMAN • FRATURA CERVICAL E LINHA DE GEORGES • FRATURA DO POCESSO ESPINHOSO DE C6 B. MALFORMAÇÕES MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DA COLUNA • ANQUILOSES VERTEBRAIS o Anquilose cervical o Anquilose lombar • MALFORMAÇOES CONGÊNITAS LOMBARES • VÉRTEBRA EM BORBOLETA • HEMIVÉRTEBRA ESPINHA BÍFIDA • Consiste na falta de união dos dois hemiarcos posteriores no nível do processo espinhoso. • Habitualmente consiste em um achado radiológico casual. • ESPINHA BÍFICA SACRA • ESPINHA BÍFIDA TORÁCICA • ESPINHA BÍFIDA L5 Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 28 ANOMALIAS DE TRANSIÇÃO LOMBOSSACRAL • Podem consistir em sacralização ou lombarização das últimas vértebras lombares. • As formas assimétricas são acompanhadas de escoliose. • SACRALIZAÇÕES DE L5 o Sacralização unilateral articulada apenas à esquerda. o Sacralização bilateral articulada. • O DISCO CHARNEIRA NA SACRALIZAÇÃO DE L5 • SACRALIZAÇÃO BILATERAL NÃO ARTICULADA o O sacro e L5 possuem um aspecto de cabeça de coruja. • SACRALIZAÇÃO BILATERAL NÃO ARTICULADA. • SACRALIZAÇÕES DE L5 o Sacralização unilateral articulada à direita e outra malformação à esquerda. o Sacralização unilateral não articulada à direita. • LOMBARIZAÇÃO DE S1 • TROPISMO DAS FACETAS LOMBOSSACRAS o Uma faceta se encontra no plano frontal e outra no plano sagital ESPONDILOLISTESE • A – INCIDÊNCIA DE FRENTE: o Sinal do chapéu de NAPOLEÃO ao contrário. • B – INCIDÊNCIA DE PERFIL: o LINHA DE ULMAN: ▪ A perpendicular desenhada a partir da horizontal que passa pelo platô do sacro deve chegar ao limite anterior do corpo vertebral de L5: Se esta perpendicular corta o corpo de L5, existe uma espondilolistese. • C- INCIDÊNCIA OBLÍQUA: o Apresenta a ruptura do pescoço do cachorrinho, que traduz a lise ístmica. CLASSIFICAÇÃO DE MEYERDING: • INSIDÊNCIA DINÂMICA: Estabilidade da espodilolistese. • Sobrepõem 3 incidências de perfil: flexão, posição neutra e extensão. • Medem o deslocamento da borda posterior de L5 ou L4 entre a posição neutra e flexão, entre extensão e posição neutra. • Um deslocamento de 4 mm traduz uma instabilidade da espondilolistese (prognóstico ruim). CLASSIFICAÇÃO DE MEYERDING: • Ausência de espondilolistese • Espondilolistese grau 1 • Espondilolistese grau 2 • Espondilolistese grau 3 • Espondilolistese grau 4 ESPONDILOLISTESES IRM IRM de perfil, espondilolisteses MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS CERVICAIS Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 29 VII. TRATAMENTO OSTEOPÁTICO TÉCNICAS DE STRECHING TÉCNICA ARTICULATÓRIA EM LATEROFLEXÃO-ROTAÇÃO* PRINCÍPIOS DO THRUST EM FINTA ANTERIOR A FORÇA LIBERADA DO THRUST SE OBTÉM POR VÁRIAS AÇÕES SIMULTÂNEAS DO OPERADOR: 1. Um impulso exercido ao final da expiração do terapeuta e inclusive do paciente: no tempo expiratório se reduz o slack e a colocação de tensão, o thrust se efetua ao final da expiração. 2. Uma flexão dos quadris sob o troco ao redor do eixo do acetábulo. 3. Ação dos tornozelos que propulsionam o corpo para frente com impulso do hálux do pé. 4. Flexão dos joelhos como um velocista em posição de saída. 5. Deslocamento do corpo inteiro a partir dos tornozelos na direção do thrust. 6. Um “Body Drop” utilizando o tronco como uma alavanca, esta alavanca eleva os ombros; a força se transmite ao deixar cair o tronco entre os membros superiores rígidos. A flexão de joelhos é freiada bruscamente. 7. Ritmo e coordenação entre as diferentes ações,no momento oportuno parar executar o thrust. 8. Impulso permitido pela contraçãomuscular explosiva: este impulso é o que efetua a correção anatômica. 9. Swing do tronco e a cintura escapular com os acetábulos como pivô. AS TÉCNICAS INDIRETAS NO NÍVEL DA COLUNA LOMBAR 1. OBJETIVOS: o Corrigir de maneira “específica” no nível vertebral em disfunção. o Restaurar o jogo articular normal. o Abrir as facetas a 90o , para provocar um ARCO REFLEXO AFERENTE que normalize os espasmos dos músculos que fixam a lesão, assim como a lesão circulatória local. 2. PRINCÍPIOS: o Colocação de tensão e thrust por meio dos braços de alavanca. 3. POSIÇÃO DO PACIENTE: o Decúbito lateral com obliqüidade para frente da pelve de 65o para permitir a rotação das lombares a partir da pelve. Suas mãos repousam sobre seu flanco à altura das costelas baixas. 4. POSIÇÃO DO TERAPEUTA: o Em pé em finta anterior à altura do abdome, seu centro de gravidade por cima da articulação a manipular. 5. POSIÇÃO DA MÃO: o Contato com a gema dos dedos sobre o processo espinhoso do segmento lesionado, com o objetivo de controlar a colocação de tensão. 6. TÉCNICA: o 1º TEMPO: Coloca-se o braço de alavanca primário →POSIÇÃO NEUTRA até o segmento em disfunção tracionando o braço inferior até obter uma zona plana dos espinhas sobre 3 níveis vertebrais, incluindo o nível a manipular. o 2º TEMPO: Colocam-se as alavancas secundárias (estabilização). ▪ A) PARÂMETROS MENORES para melhorar a colocação de tensão e diminuir a força necessária para o thrust → COMPRESSÃO – TRAÇÃO, DESIZAMENTO Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 30 LATERAL, DESLIZAMENTO ANTERO-POSTERIOR. É necessário deixar um pouco de jogo articular. ▪ B) PARÂMETROS MENORES → LATEROFLEXÃO-ROTAÇÃO OPOSTA. o 3º TEMPO: THRUST AUMENTANDO O BRAÇO DE ALAVANCA SOBRE A PELVE POR MEIO DE UM BODY DROP. TÉCNICA DE THRUST EM ROTAÇÃO PARA DISFUNÇÃO SOMÁTICA LOMBAR EM ERS DE L3-L4 (TÉCNICA DE LA BUFANDA) * TÉCNICA DE THRUST EM ROTAÇÃO PARA DISFUNÇÃO SOMÁTICA LOMBAR EM ERS DE L3-L4 (TÉCNICA COM TRAÇÃO) * TÉCNICA DE THRUST EM LATERALIDADE PARA DISFUNÇÃO SOMÁTICA LOMBAR EM FRS L3-L4* PRINCÍPIOS DAS TÉCNICAS INDIRETAS COM THRUST EM LOMBAR ROLL. LESÕES PROBLEMA MECÂNICO METAS POSIÇÃO REDUÇÃO DO SLACK APLICAÇÃO DE TENSÃO THRUST ERSd Imbricação da faceta direita Abrir a faceta direita Decúbito lateral esquerdo Deslizamento anterior F.Sd.Re Rotação esquerda FRSd Desimbricação da faceta esquerda Fechar a faceta esquerda Decúbito lateral direito Deslizamento lateral E.Se.Rd Lateralidade da esquerda para a direita N.Se.Rd Convexidade direita com rotação automática do grupo vertebral Inverter convexidade, promover derrotação do ápex. Decúbito lateral esquerdo Nenhum deslizamento ou deslizamento anterior N.Sd.Re Rotação esquerda TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR PARA N.S.RE DE L3 OU L2* • METAS: Inverter a convexidade para produzir uma derrotação do ápex do grupo vertebral. • PACIENTE: Decúbito lateral direito. • TERAPEUTA: Em pé. • CONTATOS: o Mão direita controla os pés do paciente. o Mão esquerda controla o espaço interespinhoso L2-L3. • BARREIRA MOTORA: o Posição NEUTRA L3-L3. o S.E. • COTRAÇÕES ISOMÉTRICAS: o S.D: Empurrar os pés em direção ao solo. TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR PARA UMA LESÃO E.R.S DIREITA DE L3* • METAS:Abrir a faceta direita e L3 imbricada. • PACIENTE: Decúbito lateral direito. • TERAPEUTA: Em pé, à direita do paciente. • CONTATOS: o Mão esquerda sobre a faceta direita de L3. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 31 o Mão direita em baixo dos pés. • BARREIRA MOTORA: o F.Se.Re • CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS: o SD: Empurrar os pés para baixo. TÉCNICA DE ENERGIA USCULAR PARA UMA LESÃO F.R.S ESQUERDA DE L3* • METAS: Fechar a faceta direita de L3 desimbricada. • PACIENTE: Sim esquerdo. • TERAPEUTA: Em pé, à direita do paciente. • CONTATOS: o Mão direita sobre a faceta direita de L3. o Mão esquerda em baixo dos pés. • BARREIRA MOTORA: o E.Sd.Rd • CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS: o Si: Empurrar os pés para baixo. PRINCÍPIOS DAS TÉCNICAS DE ENERGIA MUSCULAR LESÕES PROBLEMA MECÂNICO BARREIRA MOTORA POSIÇÃO CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA ERSd Imbricação da faceta direita FReSe Decúbito lateral Flexão lateral direita FRSd Desimbricação da faceta esquerda EReSe SIM esquerdo Flexão lateral esquerda N.Se.Rd Convexidade direita com rotação automática do grupo vertebral N.Sd da vértebra ápex da curva Decúbito lateral esquerdo ++ ou direito Flexão lateral esquerda* *O princípio de correção em caso de lesão em ERS ou FRS é o relaxamento pós isométrico, em caso de lesão NSR é uma correção miotensiva: a contração em lateroflexão, em posição neutra das facetas traciona sobre as vértebras que giram automaticamente em rotação em direção à nova convexidade formada (utiliza-se a vértebra ápex como vértebra “starter”). Técnicas de energia muscular para as vértebras lombares segundo Fred Mitchell. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 32 ANATOMIA LOMBAR GENERALIDADES DA COLUNA LOMBAR A coluna vertebral é o eixo do corpo. É constituída por múltiplas peças sobrepostas unidas entre si por estruturas ligamentares e musculares que permitem responder às solicitações mecânicas contraditórias como a rigidez e a flexibilidade. A coluna deve realizar três funções: • Estática • Cinética • Proteção Se descompusermos a estrutura de uma vértebra qualquer, podemos observar duas partes principais: Corpo vertebral: (parte anterior) que constitui a parte estática da coluna vertebral e garante a sua solidez. Arco posterior: (parte posterior) com forma de ferradura, constituído pelos pedículos, lâmina, processos transversos, processo espinhoso e facetas articulares. É a parte dinâmica da coluna vertebral. Os corpos vertebrais aumentam progressivamente de volume de C3 até L5. Possuem forma de cunha como os discos intervertebrais, o que determina as curvaturas raquídeas que, como já sabemos, são quatro: • Lordose cervical • Cifose dorsal • Lordose lombar • Cifose sacrococcígea. Alguns autores consideram a curva do occipital como o cume das curvaturas vertebrais. Na região lombar o ápex da curvatura está situado ao nível de L3. Esta vértebra tem uma função de relevo muscular entre o ilíaco (grande dorsal) e a coluna dorsal (epiespinhoso). O tipo e amplitude de movimento da coluna vertebral estão determinados pela orientação das facetas articulares posteriores que atuam como guia. Estas não estão preparadas para suportar o peso do corpo, mas na coluna lombar a absorção da carga ao nível interapofisário é muito mais importante, o que induz uma maior frequência de aparecimento de processos de processos artrósicos. VÉRTEBRA LOMBAR CORPO VERTEBRAL Com forma de rim é mais largo que no sentido anteroposterior e é mais largo que alto. Seu contorno é escavado exceto na parte mais posterior, onde é quase plano. Na sua periferia, o osso está formado por osso compacto, enquanto que na zona central se trata de osso esponjoso. É maior o diâmetro transversal que o anteroposterior. Na periferia encontramos osso compacto e na zona central osso esponjoso. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 33 LÂMINAS As lâminas são muito altas e se dirigem para trás, para dentro e para baixo. PROCESSO ESPINHOSO É uma lâmina grossa, retangular, dirigida para posterior e engrossada na ponta, que surge da união das duas lâminas vertebrais. PROCESSO COSTIFORME São erroneamente denominadas processo transverso, porém, na realidade são apêndices de costelas que se inserem nas articulações. Dirigem-se obliquamente para trás e para fora. PEDÍCULOS Porção óssea curta que une o arco posterior ao corpo vertebral. Insere na face posterior do corpo na região superior externa. Formaum limite superior e inferior dos forames de conjugação. FACETAS ARTICULARES • Superiores: ➢ Nasce na borda superior da lâmina na sua união como pedículo. ➢ A direção da faceta articular é para trás, para dentro e para cima. • Inferiores: ➢ Nasce da borda inferior do arco posterior, próximo da união da lâmina com o processo espinhoso. ➢ A direção da faceta articular inferior é para cima e para frente, para fora e para baixo. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 34 FORAME VERTEBRAL Tem forma triangular e está delimitado pelo arco posterior e pela face posterior do corpo vertebral. CARACTERISTICAS ESPECIAIS DE ALGUMAS VERTEBRAS LOMBARES Algumas vértebras lombares possuem características especiais: • 1ª vértebra lombar: seus processos costiformes são mais curtos. • 3ª vértebra lombar: encontra-se horizontal, com relação ao resto da coluna lombar. Recebe as forças que vem da parte superior e inferior da coluna. É a que possui maior mobilidade. • 5ª vértebra lombar: Possui o corpo vertebral mais alto na parte anterior que na posterior (forma de cunha) e suas facetas articulares inferiores se encontram mais separadas. É uma vértebra de transição. O forame de conjugação possui na maioria dos casos mais de um centímetro de altura. O nervo, a artéria e a veia somente ocupam 1/3 do espaço e o resto do forame está composto por tecido conjuntivo e adiposo. SISTEMA ARTICULAR E LIGAMENTAR A união dos corpos vertebrais origina uma articulação que é uma anfiartrose e a as facetas articulares artródias, segundo o ponto de vista biomecânico, trocoide ou pivô, a partir de uma descrição anatômica. Alguns autores denominam sindesmoses à união das lâminas por meio dos ligamentos amarelos. LIGAMENTO LONGITUDINAL ANTERIOR Na região ventral dos corpos vertebrais, que se estende desde o occipital até a 2ª vértebra sacra onde termina em sua face anterior. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 35 Este ligamento une a parte anterior dos corpos vertebrais realizando um freio anterior para o deslizamento dos discos intervertebrais, sobre os quais não se insere, o que faz com que as hérnias discais anteriores sejam raras. É pouco inervado e pouco sensível, portanto não é responsável direto das dores lombares, mas sim de fixações dos corpos vertebrais e do disco intervertebral. LIGAMENTO LONGITUDINAL POSTERIOR Na região ventral dos corpos vertebrais. É muito mais fino que o anterior e se estende desde o forame occipital ao longo da borda posterior dos corpos vertebrais para terminar na zona da 2ª vértebra sacra, onde se prolonga a través do filum terminal até o cóccix. Sua característica principal é que seu formato é ondulado já que se insere nos pedículos, as lâminas e nos discos intervertebrais o que faz com que o núcleo pulposo fique retido em sua inserção posterior, porém não pode fazer o mesmo na direção posterolateral, por sua morfologia. Este ligamento está ricamente inervado pelo nervo de Luschka. LIGAMENTOS ILIOLOMBARES: Possuem um papel importante no que se refere à união da coluna lombar com a pelve. Possui dois fascículos: • Superior: que se dirige do vértice da transversa da quarta lombar para baixo, para fora e para trás até a crista ilíaca. • Inferior: parte do vértice e bordo inferior do processo transverso da 5ª lombar e se dirige para baixo e para fora para inserir-se na crista ilíaca pela frente e por dentro do fascículo precedente. Distinguem-se às vezes dois feixes, um estritamente ilíaco e outro sacro mais vertical que termina na parte mais anterior da articulação sacroilíaca e na base sacra. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 36 Estes ligamentos limitam: • Movimentos de inclinação lateral (contralateral à inclinação). • Flexão: o fascículo superior. • Extensão: o fascículo inferior. OUTROS REFORÇOS ARTICULARES • As cápsulas articulares. • Ligamentos intertransversos: ao nível do processo transverso. • Ligamentos amarelos: de uma lâmina a lâmina. • Ligamento interespinhoso e supraespinhoso: dirigem-se de um processo espinhoso a outro. Estão ricamente inervados e realizam um freio muito poderoso para a flexão anterior da coluna. SISTEMA MUSCULAR OS MÚSCULOS DO GRUPO POSTERIOR Plano profundo • Transverso - espinhoso: Suas fibras partem da lâmina de uma vértebra e termina nos processos espinhosos das quatro vértebras subjacentes (segundo Trolard). Há outra teoria que fala de uma origem nas lâminas e processos espinhosos das quatro vértebras suprajacentes e se dirigem para o processo transverso da vértebra subjacente (segundo Winckler). • Interespinhais: Situados em ambos os lados da linha média e unem dois processos espinhosos. • Espinhais torácicos: Está situado a cada lado dos interespinhosos, caudal às espinhosas das duas primeiras lombares e das duas últimas dorsais e se inserem nas espinhosas de T1-T10. • Longuíssimo do dorso: músculo alargado situado por fora do espinhal dorsal, ascende pela face posterior do tórax para fixar nas costelas até a altura de T2 e nas transversas das lombares e torácicas. • Iliocostal: é uma massa muscular situada atrás e externamente ao espinhal dorsal e longuíssimo, ascende pela face posterior inserindo nas 10 últimas costelas (próximo do ângulo posterior). Todos estes músculos se unem na parte inferior lombar formando a massa comum, cujas inserções são um tendão profundo que se confunde com a aponeurose do grande dorsal. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 37 Plano médio: • Serrátil posterior inferior: é o único músculo do plano médio, situado sobre a musculatura profunda e coberto pela musculatura superficial. Originam-se nos processos espinhosos que T10-L3 e se insere nas 4 últimas costelas. Plano superficial: • Grande dorsal: se origina na aponeurose lombar e nos processos espinhosos de T7-T12, cobre toda a musculatura lombar dirigindo-se de modo oblíquo em direção ao ombro para inserir no fundo do sulco bicipital. A ação dos músculos posteriores é a extensão da coluna lombar, ainda que uma contração acentue a lordose lombar. Como ação complementar, são músculos acessórios da expiração. GRUPO LATEROVERTEBRAL QUADRADO LOMBAR Reconhecem-se três fascículos: • Feixes iliocostais: da borda inferior da última costela, para baixo até o terço posterior da crista ilíaca. • Feixes costolombares: desde a última costela até o extremo lateral do processo costiforme das quatro últimas lombares. • Feixes iliolombares: desde a extremidade do 5º processo costiforme para a parte posterolateral da crista ilíaca. Está inervado pelas raízes de T12 e ramos posteriores do plexo lombar. Este músculo apresenta dois pontos gatilho superficiais e dois profundos. Os superficiais encontram –se por baixo da 12ª costela e por cima da crista ilíaca. Os profundos situam-se diante dos processos transversos de L3 e L4. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 38 A dor referida que apresenta o músculo ao se encontrar em disfunção, se localiza no nível da articulação sacroilíaca homolateral e a porção inferior externa desde a nádega ao ísquio. Pode também apresentar dores referidas no trocânter e a parte externa do quadril. Semiologicamente, na inspeção, encontraremos uma elevação da asa ilíaca, descida do ombro, concavidade lombar e descida da 12ª costela do lado espasmado. Para realizar o teste muscular utilizaremos duas manobras: • Paciente em decúbito lateral solicita-se inclinação lateral de tronco. • Paciente em decúbito supino, o terapeuta segura o membro inferior do lado do músculo a testar e solicita ao paciente que resista à tração que será exercida sobre o membro. O teste muscular deve ser realizado de ambos os lados para estabelecer parâmetros comparativos. Em posição sentada podemos observaruma assimetria com uma escoliose devido ao espasmo do músculo. Se colocarmos um apoio no ísquio do lado oposto se corrigirá a atitude escoliótica e se colocamos no lado afetado aumentaremos a assimetria. Em decúbito dorsal, se realizamos a medição da largura funcional dos membros inferiores encontraremos do lado do espasmo uma perna curta. Ao colocar sob o ísquio um apoio, se igualará a longitude dos membros; se o colocarmos do lado oposto, a perna curta aparecerá ainda mais curta. ILIOPSOAS Está formado por dois músculos, o psoas e o ilíaco. O primeiro se origina nos processos transversos das vértebras lombares e nas faces laterais do corpo vertebral da última torácica e de todas as lombares, assim como nos discos intervertebrais. O segundo, na face interna da crista ilíaca. Amos fascículos terminam no trocânter menor. As dores referidas provocadas por este músculo: • Zona paraespinhal entre T12 e parte anterior da crista ilíaca. • Zona da articulação sacroilíaca. • Metade da crista ilíaca. O ponto gatilho encontra-se sobre o tendão terminal do psoas. No nível do abdome, na união do terço médio com o terço externo da linha que une o umbigo à EIAS. O psoas possui uma influência na articulação sacroilíaca importante; quando se encontra em espasmo, a fixa. Quando está hipotônica, produz uma instabilidade articular. Da mesma maneira influência sobre a coluna lombar, no caso de hipertonia bilateral aumenta a lordose fisiológica e no caso contrário diminui. O psoas em espasmo unilateral produz também adaptações vertebrais em grupo em NSR. As causas deste espasmo podem ser várias, uma patologia renal, infecções, fixações toracolombares ou devido a uma toxemia. Devemos recordar que este músculo se relaciona com o diafragma, plexo solar, plexo lombar, cadeia laterovertebral simpática lombar, utereteres, apêndice, ASI, coxofemoral e charneira toracolombar, portanto, todo processo lesional repercutirá nestes níveis e vice-versa. Do ponto de vista osteopático, é o elemento mais importante no tratamento da coluna lombar sem esquecer sua influência sobre a pelve. É o flexor mais importante do quadril associado aos músculos ilíacos com quem trabalha em sinergia quando o ponto fixo se encontra na lombar. Caso o ponto fixo Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 39 situe-se no nível do quadril, uma contração bilateral do psoas provoca aumento da lordose lombar. Se for produzida uma contração unilateral provoca lordose, lateroflexão homolateral e rotação para o lado oposto. É o músculo que fixa a posição antálgica em caso de ciática ou hérnia discal. Por sua inserção lateral dos corpos vertebrais e os discos, quando se encontra contraído fixa a posição da protrusão discal provocando uma adaptação vertebral na 1ª lei de Fryette (N.S.R.). É fundamental diminuir o espasmo do psoas para poder diminuir a hiperpressão discal, a atitude antálgica e tratar a coluna lombar. MÚSCULOS DA PAREDE ANTERIOR DO ABDÔMEN Distribuídos de profundo a superficial: TRANSVERSO DO ABDÔMEN: Origina-se na face interna das 6 últimas cartilagens nos processos transversos, crista ilíaca e parte externa do ligamento inguinal e se insere na linha Alba, os fascículos inferiores do oblíquo menor o tendão conjunto que se insere no púbis. Nos ¾ superior passa por trás do reto e na parte inferior o faz pela frente e o limite entre eles forma o arco de Douglas. Inervação: últimos intercostais e os nervos abdominogenitais. Ação: • Comprime as vísceras. • Expiração. OBLÍQUO INTERNO Sua origem é na parte exterior do ligamento inguinal, crista ilíaca e aponeurose posterior do oblíquo externo que termina nas lombares e se insere na 12ª costela e processo xifóide até o púbis. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 40 Inervação: intercostal inferior e abdominogenital. Ação: • Expiração. • Inclinação homolateral. • Rotação homolateral. OBLÍQUO EXTERNO Origina-se na face externa das últimas costelas, onde se entrecruzam com o serrátil maior e as três últimas o fazem com o grande dorsal e se insere na parte mais inferior na crista ilíaca e nas aponeuroses do oblíquo interno e termina com a crista ilíaca, borda anterior do ilíaco e ligamento inguinal, nos dois ramos do púbis, no púbis oposto e linha Alba. Inervação: últimos intercostais. Ação: • Expiração. • Bilateral: flexor do tronco. • Unilateral: rotação contralateral. RETO ABDOMINAL Origina-se na borda superior do púbis e se insere na face externa e borda inferior das cartilagens costais V, VI, VII e processo xifóide. Inervação: últimas intercostais. Ação: flexão de tronco comprime as vísceras. Tipo: face anterior do abdômen. Os abdominais cumprem um papel fundamental na bipedestação, já que são os encarregados de estabilizar a pelve. Atuam sinergicamente com os glúteos e isquiotibiais. Um sujeito que não contrai seus abdominais aumentará a antiversão pélvica e o iliopsoas levará a coluna vertebral para frente. Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 41 BIBLIOGRAFIA: • Ricard F. Tratamiento osteopático de las lumbalagias y lumbociaticas por hernias discales. 2ª ed. Medos; 2013 • *I.A. Kapandji. Cuadernos de fisiología articular, tomo 3. 3º Edición., Edit Masson • Ruiz Liard A, Latarjet M. Anatomia Humana. 4ª ed. Buenos Aires: Médica Panamericana; 2011 • Schúnke M, Schulte E, Schumacher U, Voll M, Wesker K. Prometheus: texto y atlas de anatomía. 2ª ed. Buenos Aires; Madrid: Médica Panamericana; 2010 Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 42 BIOMECÂNICA A coluna lombar possui como movimentos maiores a flexão e a extensão: os movimentos de lateroflexão e rotação estão muito limitados a este nível. Sua estabilidade está condicionada pela horizontalidade da base do sacro e pelas articulações da pelve. MOVIMENTO DE EXTENSÃO A extensão é “a aproximação das extremidades de um arco”. Entendemos que o movimento de extensão a nível lombar como parte da extensão global da coluna vertebral cujos dois extremos se afastam. A nível local durante a extensão se dá a aproximação das duas extremidades do arco que forma uma lordose. Para duas vértebras lombares adjacentes, a extensão é a aproximação dos dois processos espinhosos. Realiza-se com um eixo transversal em um plano sagital. • Neste movimento a vértebra superior desliza para trás. • O centro do movimento é o núcleo. • A espinhosa está posterior e se aproxima à espinhosa subjacente. • As facetas articulares se imbricam. • Há um deslizamento convergente no plano sagital. • O núcleo se desliza para frente, colocando em tensão as fibras anteriores do anel fibroso. • O movimento está limitado pelas tensões capsulares, pelo ligamento longitudinal anterior e, principalmente, pelo choque das espinhosas. Na coluna lombar a amplitude do movimento é de 30º (Ver tabela). Os seguintes músculos são agonistas da extensão da coluna lombar. 1. Transverso espinhoso. 2. Interespinhoso 3. Espinhal dorsal 4. Serrátil posterior e inferior 5. Longuíssimo do dorso. 6. iliocostal. 7. Grande dorsal. MOVIMENTO DE FLEXÃO A flexão é a aproximação das duas extremidades de um arco que forma uma cifose. Entendemos que o movimento e flexão a nível lombar como parte da flexão global da coluna vertebral cujos dois extremos se aproximam. Para duas vértebras lombares adjacentes, a flexão é a separação das apófises espinhosas, separando-se ao máximo as facetas articulares. Realiza-se com um eixo transversal em um plano sagital. Neste movimento a vértebra superior se desliza para frente: Coluna Lombar ESCOLA DE OSTEOPATIA DE MADRID - BRASIL 43 • O centro do movimento é o núcleo. • O processo espinhoso está anterior e separado da espinhosa