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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ – UNINOVAFAPI Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica Orientadora: Prof. Msc. Luciana Melo de Farias Preceptor: Alessandro Carvalho Alves dos Santos Acadêmico: Luis Felipe Carvalho OSTEOARTROSE Teresina - PI Novembro - 2022 INTRODUÇÃO Fonte: (MARTINS et al., 2016). ÓRGÃO EM ESTUDO: ASPECTOS ANATÔMICOS, HISTOLÓGICOS E FISIOPATOLÓGICOS A água representa 66 a 80% de sua estrutura e o material orgânico é composto de 48 a 62% de colágeno tipo II e de 22 a 38% de proteoglicanos A cartilagem normal é um tecido avascular formado por uma grande matriz extracelular e esparsamente povoada de células. INTRODUÇÃO ÓRGÃO EM ESTUDO: ASPECTOS ANATÔMICOS, HISTOLÓGICOS E FISIOPATOLÓGICOS Gordura Visceral Gordura Subcutânea O branco é o tecido adiposo predominante em mamíferos adultos, representando de 15 a 20% do peso corporal em homens e de 20 a 25% em mulheres. Pode ser dividido em subcutâneo (superficial ou profundo) e interno (visceral ou não visceral) (MANCINI, 2020). INTRODUÇÃO DESCRIÇÃO DETALHADA DA DOENÇA A osteoartrose (OA) é definida como uma insuficiência da cartilagem articular decorrente de fatores mecânicos, genéticos, hormonais, ósseos e metabólicos, que acarretam um desequilíbrio entre a degradação e a síntese da cartilagem articular e do osso subcondral (CAMANHO; IMAMURA; ARENDT-NIELSEN, 2011). Fonte: (MAHAN; RAYMOND, 2018). Articulações comumente afetadas INTRODUÇÃO DESCRIÇÃO DETALHADA DA DOENÇA Ela manifesta-se por alterações morfológicas, bioquímicas, moleculares e biomecânicas das células e da matriz extracelular que levam ao amolecimento, fibrilação, ulceração e perda da cartilagem articular, esclerose do osso subcondral, formação de osteófitos e cistos subcondrais (CAMANHO; IMAMURA; ARENDT-NIELSEN, 2011) Fonte: (MAHAN; RAYMOND, 2018). Articulações comumente afetadas INTRODUÇÃO Em geral, a obesidade é definida como uma condição resultante de um desequilíbrio no balanço energético que leva ao acúmulo excessivo de gordura corporal, caracterizado por valores de índice de massa corporal (IMC) iguais ou acima de 30 kg/m2. (ROSSI, 2019). DESCRIÇÃO DETALHADA DA DOENÇA INTRODUÇÃO ETIOPATOGENIA Osteoartrose Obesidade Envelhecimento Impacto da sobrecarga ou lesões por uso repetitivo Distúrbio congênito e mecânico das articulações INTRODUÇÃO EPIDEMIOLOGIA A osteoartrose tem grande incidência, atingindo aproximadamente 20% da população mundial com idade acima de 60 anos (RODRIGUES; DUARTE; FEITOSA, 2019). É a mais comum das doenças reumatológicas, representando uma expressiva causa de afastamento do trabalho e aposentadoria por invalidez no Brasil. Ela acomete mais as mulheres após a quinta década de vida, tendo forte histórico familiar. Além disso, cerca de 50% dos indivíduos acima de 50 anos e cerca de 80% dos acima de 70 anos apresentam sinais radiológicos da doença, no entanto apenas metade destes são sintomáticos (SILVA; MURA, 2011). INTRODUÇÃO FISIOPATOLOGIA Fonte: (MAHAN; RAYMOND, 2018). Do ponto de vista fisiopatológico, a OA é definida como uma insuficiência da cartilagem articular, decorrente do predomínio da degradação sobre a síntese, que evolui com inflamação local, proliferação sinovial e enfraquecimento global dos ligamentos e músculos. A matriz sofre uma degradação, com perda de proteoglicanos e colágeno, acarretando uma hidratação da cartilagem. Paralelamente, existem ativação e proliferação dos condrócitos, síntese aumentada de colágeno e proteoglicanos para recuperar a matriz degradada. INTRODUÇÃO MANIFESTAÇÕES CLINICAS Rigidez e limitação do movimento articular Dor Edema Perda do espaço interarticular Sensação de crepitação do osso sobre o osso Formação de Osteófitos FATORES CONDICIONANTES Gênero, idade, trauma, uso excessivo, genética, obesidade, lesões ou cirurgias prévias, esforço ocupacional ou recreacional cumulativo, lesões periarticulares, mau alinhamento articular e fraqueza muscular. INTRODUÇÃO TRATAMENTO Osteoartrose Tratamento clínico Terapia farmacológica: AINE; costicoesteroides; analgésicos tópicos Alterações no comportamento saudável: atividade física, controle de massa corporal, repouso e alivio do estresse sobre as articulações; Alívio não farmacológico: calor e frio, massagens. Tratamento Nutricional Dieta balanceada com quantidade adequada de Kcal para perda de peso ou manutenção da massa corporal adequada; Dieta anti-inflamatória DESENVOLVIMENTO IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE E QUEIXA PRINCIPAL Iniciais do nome M.V. O.C Sexo Feminino Idade 55 anos Ocupação Doméstica Procedência Teresina – Piauí Religião Católico Estado civil União estável Grau de instrução Ensino fundamental Tipo de consulta Consulta de retorno Diagnóstico clínico Osteoartrose Patologias associadas Obesidade grau II Queixa principal “Redução de peso devido as dores na coluna e tratamento da osteoartrose” DESENVOLVIMENTO HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL No ano de 2015, a paciente relatou sentir dores e inchaço no joelho direito, foi ao médico e teve como diagnóstico clínico artrose, foi prescrito um medicamento para a patologia, porém a paciente não soube informar, a paciente disse ter notado uma melhora com o tratamento medicamentoso, porém ao finalizar o mesmo, os sintomas permaneceram. Paciente acredita que o trabalho como doméstica favoreceu as dores no joelho. No ano de 2018, relatou a presença de dores no joelho esquerdo, consecutivamente também apresentou dores na região da cervical e lombar. DESENVOLVIMENTO HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL Em 2021 a paciente foi atendida por um ortopedista, onde o profissional não prescreveu medicação, sugerindo procedimento cirúrgico no joelho direito, no entanto a paciente disse não se sentir segura para realizar o procedimento cirúrgico. A paciente fazia uso de compressa de gelo para auxiliar o tratamento. Atualmente a paciente está em tratamento com o Reumatologista no Hospital Universitário, faz uso do medicamento Naproxena de forma aguda, apenas em momento de dor, é acompanhada por fisioterapeuta, onde realiza exercícios para fortalecimento da musculação, paciente diz se sentir satisfeita com o tratamento de fisioterapia. DESENVOLVIMENTO HISTÓRIA FAMILIAR Mãe hipertensa e diabética; tia e tio sofreram um AVC. HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA Paciente nasceu de parto normal, não soube informar início da fala, não soube informar sobre as vacinas, durante a infância teve sarampo e catapora, realizou um procedimento cirúrgico para retirada de um cisto no ouvido, faz uso de cloridato de fluoxetina de 10 mg como medicamento de forma crônica, não fuma e não faz uso de álcool. DESENVOLVIMENTO HISTÓRIA SOCIOECONÔMICA A paciente reside com uma pessoa em uma casa própria que é de alvenaria, possui piso de cerâmica e teto de telha; Contém água encanada e a coleta de lixo no bairro se dá por 3 dias na semana; A renda familiar é de um salário mínimo mais uma renda extra através da venda de bombons; Nega ter tabu alimentar DESENVOLVIMENTO EXAME FÍSICO/CLÍNICO ÓRGÃO E SISTEMAS AVALIAÇÃO Pele Encontra-se com a pele uniforme, mas com unhas quebradiças e relata ter queda de cabelos devido ao uso de produtos químicos Boca e Garganta Possui a boca e garganta sem inflamações; não possui dificuldade para deglutição; paladar e gengivas sem nenhum tipo de alteração; faz uso de prótese dentária. Musculo Esquelético Relata sentir dores na região dos antebraços e nos ombros, seus movimentos não são limitados. Endócrino Não sente fome em excesso, tem sede mediana, urina de forma normal, não possui intolerância ao calor Respiratório Paciente apneica, com ausência de tosse e falta de ar. Paciente encontra-se em bom estado, afebril, orientada e eupneica. DESENVOLVIMENTO EXAME FÍSICO/CLÍNICO ÓRGÃO E SISTEMAS AVALIAÇÃO Cardiovascular Paciente com pressão arterial 13/8 mm/Hg, com ausência de cansaço e pequenos esforços. Trato Gastrointestinal Sem náuseasou vômitos, não possui problemas com indigestão, sem dor, funcionamento intestinal com indicativo de constipação, sem intolerância alimentar. Geniturinário Sem a presença de infecção urinária, anúria ou disúria, urina de forma normal Neurológico Nunca teve convulsões, síncope, paralisia, fraqueza, perda de sensibilidade, sistema nervoso sem alterações Hematológico Paciente nunca precisou de bolsa de sangue, não possui anemia, não tem sangramentos e contusões com facilidade DESENVOLVIMENTO MEDICAMENTOS UTILIZADOS: INTERAÇÃO DROGA - NUTRIENTE DROGA CLASSE DOSE INTERAÇÃO DROGA-NUTRIENTE REFERÊNCIA Cloridrato de Fluoxetina Inibidores seletivos de recaptação de serotonina. 10mg 1x/dia Com alfafa, alho, aipo, babosa, bardana, gengibre, ginseng e urtiga ocorre sinergia no efeito hipoglicemiante. (SALVI; MAGNUS, 2014) Naproxena Anti-Inflamatório Não Esteroidal (AINEs) 500 mg Só em caso de dor aguda Com Uva-ursi, aipo, alcaçuz, alfafa, alho, cogumelo, cúrcuma, erva-doce, gengibre, semente de castanha da índia e semente de uva ocorre sinergia no efeito de agressão à mucosa gastrointestinal e sinergia no efeito anticoagulante, com aumento no risco de sangramento. (SALVI; MAGNUS, 2014) DESENVOLVIMENTO ANAMNESE Preferência alimentar Doces Aversão alimentar Nega possuir Alergia ou intolerância Paciente não possui alergia ou intolerância Horário de maior disposição alimentar Não tem horário de maior disposição Consumo de líquidos Menos de 1,5L/dia de água Etilismo Não faz consumo de bebidas alcoólicas Tabagismo Paciente é ex- fumante (fumou durante 6 meses) e atualmente não fuma. Funcionamento urinário Funcionamento gastrointestinal Paciente sem a presença de infecção urinária, anúria ou disúria, urina de forma normal e a cor da sua urina corresponde aos números 1 e 2, sendo amarelo claro. A paciente possui o funcionamento intestinal com indicativo de constipação. Segundo ela, de acordo com a escala de Bristol, a imagem que mais se assemelha às suas fezes é a do tipo 3. Fonte: Hollanda, J. Hidratação para o atleta. In: João Hollanda Ortopedista de Joelho. Disponível em https://ortopedistadojoelho.com.br/hidratacao-para-o-atleta/ Fonte: Assis, H. Importância da Saúde Intestinal. In: Hevilin Assis Nutricionista. Disponível em https://www.hevilinassisnutricionista.com.br/importancia-da-saude-intestinal// DESENVOLVIMENTO ANAMNESE O consumo de sal da paciente é de 11,11g de sal/dia e segundo o guia de recomendação de quantidade de sal/dia da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2021), o recomendado é de até 5g de sal/dia, portanto está bem elevado; O consumo de óleo da paciente é de 15 ml de óleo por dia. De acordo com o guia de recomendação de quantidade de óleo/ dia, o consumo está no padrão, uma vez que o recomendado é de até 16 ml de óleo/dia (OMS,2021). Consumo de Sal Um pacote de sal de 1 kg dura cerca de 45 dias para duas pessoas Consumo de Óleo Uma garrafa de óleo de 900 ml, dura cerca de 1 mês para duas pessoas DESENVOLVIMENTO INQUÉRITO ALIMENTAR DIETA HABITUAL REFEIÇÃO/HORÁRIO ALIMENTO DESCRIÇÃO QUANTIDADE MEDIDA CASEIRA Café da manhã (7:30) Café Adoçante Leite Biscoito Coado Zero stevia Desnatado Integral 225 ml 4 gotas 27 g 40 g 1 xícara 4 gotas 3 col. de sob cheia 5 biscoitos Almoço (12:30) Ovos Salada (cenoura, repolho, tomate) Batata doce Cozidos Crua Cozida 90 g 30 g 40 g 50 g 160 g 2 unidades M 3 col sopa 4 col sopa 5 col sopa 4 pedaços pequenos Jantar (20:00) Melancia Pão Crua Integral 200 g 50 g 1 pedaço médio Pão pequeno Ceia (22:00) Amendoim Cru 38 g 2 col. de sopa DESENVOLVIMENTO INQUÉRITO ALIMENTAR VET MACRONUTRIENTE KCAL G/DIA G/Kg/DIA % 1051,75 kcal CHO 544,04 136,01 1,74 51,73 PTN 178,08 44,52 0,57 16,93 LIP 329,67 36,63 0,47 31,34 DESENVOLVIMENTO INQUÉRITO ALIMENTAR DIETA HABITUAL % ADEQUAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DA DIETA HABITUAL VET (kcal) 1051,75 kcal 71,74% Baixo padrão alimentar CHO (kcal) 544,04 kcal 86,21% Baixo padrão alimentar PTN (kcal) 178,08 kcal 84,65% Baixo padrão alimentar LIP (kcal) 329,67 kcal 156,7 % Excessivo padrão alimentar ZINCO 4,46 mg 55,75% Muito baixo padrão alimentar MAGNÉSIO 183,54 mg 45,88% Muito baixo padrão alimentar CÁLCIO 525,95 mg 52,59% Muito baixo padrão alimentar SELÊNIO 7,37 mcg 13,4% Muito baixo padrão alimentar FIBRAS 8,65 g 43,25% Muito baixo padrão alimentar DESENVOLVIMENTO CARACTERIZAÇÃO DA DIETA HABITUAL A paciente está em um quadro de obesidade grau II e mesmo assim no relatório da sua dieta habitual nota-se um consumo de poucas calorias na sua alimentação. Provavelmente isso ocorreu devido a alguma omissão da paciente, como também pode ser pelo seu consumo habitual aos finais de semana, já que ela relatou que gosta muito de doces, mas na dieta habitual não mencionou fazer consumo deles durante a semana. Percebe-se que a paciente já inclui na sua alimentação frutas, verduras e legumes, além de também gostar de tubérculos e alimentos integrais. O seu consumo de proteínas mostra-se mais restrito, tendo sido relatado somente a ingestão de ovos durante o almoço, não tendo sido feito menção a nenhum tipo de carne. Outra observação importante é que o consumo de sal está acima do recomendado, mas o de óleo está dentro do padrão. DESENVOLVIMENTO AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EXAMES BIOQUÍMICOS EXAMES VALOR REFERÊNCIA CLASSIFICAÇÃO Hemoglobina 13,7g/dL 12 a 16g/dL para mulheres Normal Hematócrito 39,3 % 37 a 47% para mulheres Normal Glicemia em Jejum 98 g/dL 70 a 99 g/dL Normal Hemoglobina Glicada 6% 4 a 6% Limítrofe Colesterol Total 170 mg/dL < 190 mg/dL Normal HDL 48 mg/dL >40 mg/dL Normal DESENVOLVIMENTO AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EXAMES BIOQUÍMICOS EXAMES VALOR REFERÊNCIA CLASSIFICAÇÃO LDL 97 mg/dL < 130 mg/dL Normal VLDL 25 mg/dL - Normal Triglicerídeos 147 mg/dL < 150 mg/dL Normal Ácido Úrico 3,4 mg/dl 1,9 a 7,5 mg/dL para mulheres Normal Ureia 26 mg/dL 10 a 45 mg/dL Normal Creatinina 0,59 mg/dL 0,5 a 1,2 mg/dL Normal DESENVOLVIMENTO AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Apesar de apresentar o quadro clínico de artrose e obesidade grau II, a paciente encontra-se dentro dos valores de referência em praticamente todos os exames que foram apresentados por ela. Somente a hemoglobina glicada encontra-se no limite com o valor de 6% indicando um risco de pré-diabetes na paciente, apesar de sua glicose em jejum ser de 98g/dL. Isso se deve ao fato de que a hemoglobina glicada oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e ao sofrer menor variabilidade dia a dia e independer do estado de jejum para sua determinação (Diretriz Sociedade Brasileira de Diabetes, 2020). EXAMES BIOQUÍMICOS DESENVOLVIMENTO AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA VALOR CLASSIFICAÇÃO REFERÊNCIA PARÂMETROS VALOR CLASSIFICAÇÃO REFERÊNCIA ALTURA 1,44 m - - PESO ATUAL 77,9 kg - - PESO IDEAL 43,47 kg - - PESO AJUSTADO 52,07 kg - - IMC 37,63 kg/m² Obesidade grau II (OMS, 2005) CMB (cm e %) 27,15 cm e 97% Eutrofia (FRISANCHO,1981) CB (cm e %) 35 cm e 113% Sobrepeso (FRISANCHO,1981) PCT (mm e %) 25 mm e 96% Eutrofia (FRISANCHO,1981) Balanço Energético (IN-1.2) Ingestão de Líquidos (IN-3.1) Balanço de Nutrientes (IN-5.5) Ingestão de Proteínas (IN-5.7.1) Ingestão de Carboidratos e Fibras (IN-5.8.1 e IN-5.8.5) Ingestão de Vitaminas (IN-5.9.2; IN-5.9.3; IN-5.9.4 e IN-5.9.5) Ingestão de Minerais (IN- 5.10.1; IN-5.10.4; IN-5.10.8; IN-5.10.11) Condição do Peso Corporal (NC-3.3.4) Atividade Física e Função (CN-2.1) DESENVOLVIMENTO DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL - ASBRAN TRATAMENTO DIETÉTICO VIA, CONSISTÊNCIA E CARACTERISTICAS DA DIETA VET MACRONUTRIENTE KCAL G/DIA G/KG/DIA % 1445,17 kcal/dia CHO 859,48 214,87 4,12 59,47 PTN 289,36 72,34 1,38 20,02 LIP 296,37 32,93 0,63 20,51 Análise da dieta prescrita A paciente não possui problemas de deglutição e mastigação dos alimentos, sendo assim a dieta será por via oral e com consistência livre. TRATAMENTO DIETÉTICOVIA, CONSISTÊNCIA E CARACTERISTICAS DA DIETA RECOMENDAÇÃO DIETA PRESCRITA % ADEQUAÇÃO CLASSIFICAÇÃO VET (kcal) 1466,51 kcal 1445,17 kcal 98,54% Adequado padrão alimentar CHO (kcal) 867,00 kcal 859,48 kcal 99,13% Adequado padrão alimentar PTN (kcal) 291,59 kcal 289,36 kcal 99,23% Adequado padrão alimentar LIP (kcal) 307,96 kcal 296,37 kcal 96,23% Adequado padrão alimentar FIBRAS 20 a 30 g 23,11 g 92,44% Adequado padrão alimentar TRATAMENTO DIETÉTICO MICRONUTRIENTE ANALISADO - MAGNÉSIO A hipomagnesemia também induz a resistência à insulina, por favorecer o aumento da concentração intracelular de cálcio. O cálcio intracelular inibe a ativação da fosfoserina fosfatase 1 estimulada pela insulina, reduzindo a captação e o armazenamento de glicose, bem como ativa a proteína quinase C, o que favorece a fosforilação do substrato 1 do receptos de insulina (IRS-1) no resíduo serina, impedindo sua interação com o receptos de insulina e assim prejudica a ativação das enzimas fosfatidil-inositol 3-quinase (PI3K) e proteína quinase B ou Akt da via de sinalização da ação da insulina. (COZZOLINO, 2016). Assim, é importante enfatizar a ação do magnésio como um antagonista natural do cálcio e que a redução do magnésio no compartimento extracelular induz um aumento na concentração de cálcio intracelular, favorecendo a ativação de células fagocitárias e a produção de citocina (DE PAIVA SOUSA et al., 2020). Além disso, um aumento na ingestão desse micronutriente constitui-se como um fator protetor de futuras lesões osteoarticulares (DA SILVA et al., 2019). TRATAMENTO DIETÉTICO MICRONUTRIENTE ANALISADO - MAGNÉSIO Já que a RDA de magnésio para mulheres é de 310 a 320 mg/dia, foi orientado à paciente a suplementação de 140 mg de Magnésio, pois por meio da dieta prescrita ela só conseguirá atingir 176,99 mg. QUANTIDADE DE MAGNÉSIO (mg) % ADEQUAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DIETA HABITUAL 183,54 mg 45,88% Muito baixo padrão alimentar DIETA PRESCRITA 176,99 mg 44,24% Muito baixo padrão alimentar TRATAMENTO DIETÉTICO FIBRAS, ÁGUA E ÁCIDOS GRAXOS FIBRAS ÁGUA Além de dieta hipocalórica para promover o balanço energético negativo, a alimentação na osteoartrose deve priorizar a substituição de carboidrato de alto índice glicêmico por alimentos ricos em proteínas e fibras (LOPEZ, 2012). Na dieta prescrita para a paciente foi adotado 23,11g/dia de fibras As recomendações informam que a ingestão hídrica é de 35 ml por kg de peso. De acordo com essa recomendação, a paciente necessita de 2,7 Litros/dia. TRATAMENTO DIETÉTICO FIBRAS, ÁGUA E ÁCIDOS GRAXOS ÁCIDOS GRAXOS Os ácidos graxos poli-insaturados estão envolvidos de modo direto com o estado inflamatório da osteoartrose, uma vez que diversas substâncias pró-inflamatórias são sintetizadas pela atividade da enzima COX no metabolismo do ácido linoleico (ômega 6), cuja forma predominante é o ácido araquidônico (COZOLLINO; COMINETTI, 2013). Em contrapartida, leucotrienos, com propriedades anti-inflamatórias, também são produzidos pela lipo-oxigenase (LOX) por meio da metabolização dos ácidos graxos da família do ácido linolênico (ômega 3) (COZOLLINO; COMINETTI, 2013). TRATAMENTO DIETÉTICO FIBRAS, ÁGUA E ÁCIDOS GRAXOS ÁCIDOS GRAXOS Ácidos graxos saturados: Ingestão inferior a 7% das calorias totais diárias Ácidos graxos monoinsaturados: Ingestão de 15 % do valor calórico total da dieta Ácidos graxos poli insaturados: Ingestão de 5 a 10 % do valor calórico total da dieta Ácidos graxos trans: Excluir a ingestão deste ácido graxo da dieta Fonte: (FALUDI et al., 2017) TRATAMENTO DIETÉTICO OBJETIVO DA DIETA A dieta prescrita tem por objetivo principal ser uma dieta anti-inflamatória para melhorar o estado nutricional da paciente que sofre com as dores da osteoartrite, além de auxiliar na perda de peso, pois ela possui obesidade grau II. Ela foi montada de forma bem simples, com alimentos acessíveis considerando o grau socioeconômico e a seletividade alimentar da paciente. O VET utilizado foi de 1445,17 kcal/ dia com 59,47% de CHO, 20,02% de PTN e 20,51% de LIP. TRATAMENTO DIETÉTICO OBJETIVO DA DIETA Hipocalórica – objetivando a redução de peso da paciente Normoglicidica – priorizando alimentos in natura, integrais e fontes de carboidratos complexos Normoproteica – priorizando carnes magras, como frango e peixe Hipolipidica – priorizando ácidos graxos poliinsaturados A prescrição da dieta para portadores de osteoartrose deve incluir uma restrição calórica moderada, mediante alimentação balanceada que se caracteriza por ser composta de 20% a 30% de gorduras, 55% a 60% de carboidratos e 15% a 20% de proteínas, como também pela redução da quantidade total de gordura, e privilegiando o consumo de carboidratos integrais, vegetais e frutas. TRATAMENTO DIETÉTICO CARDÁPIO QUALITATIVO E QUANTITATIVO HORÁRIO/ REFEIÇÃO PREPARAÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE MEDIDA CASEIRA (7:30) Desjejum Café Leite desnatado Pão de forma integral Ovo cozido Adoçante Stevia Café Leite desnatado Pão integral Ovo Adoçante 150 ml 10 g 25 g 45 g 4 gotas ¾ xícara de café 2 col. Sob rasa 1 fatia 1 unidade média 4 gotas (10:00) Lanche da manhã Mamão Chia por cima Mamão Chia 170 g 5 g 1 fatia média 1 colher de sob HORÁRIO/ REFEIÇÃO PREPARAÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE MEDIDA CASEIRA (13:30) Almoço Salada crua Couve manteiga cozida Peito de frango grelhado Arroz com açafrão Feijão cozido Abacaxi Azeite de oliva extravirgem Tomate Alface Repolho Cenoura Couve Frango Arroz Açafrão Feijão Abacaxi Azeite 50 g 15 g 40 g 50 g 34 g 70 g 100 g 4 g 130 g 75 g 2 g 2 col. Sopa cheia 3 folhas pequenas 1 colher e ½ sopa 2 col. Sopa cheia 2 folhas pequenas 1 pedaço pequeno 4 col. Sopa cheia 1 col. Sobremesa 2 conchas pequenas 1 fatia média 1 col. chá HORÁRIO/ REFEIÇÃO PREPARAÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE MEDIDA CASEIRA (15:30) Lanche da tarde Banana amassada com canela e aveia + um punhado de amendoim Banana Aveia Canela Amendoim 40 g 30 g 2 g 15 g 1 unidade 2 col. Sopa 1 col. chá 1 col. sopa (19:00) Jantar Salada crua (alface, tomate e pepino) Sardinha refogada Batata doce cozida Melancia Azeite de oliva extravirgem Alface Tomate Pepino Sardinha sem óleo Batata doce Melancia Azeite de oliva extravirgem 20 g 30 g 30 g 55 g 160 g 200 g 2 g 2 folhas médias 2 col. Sopa rasa 2 col. Sopa rasa ½ lata 4 pedaços pequenos 1 fatia média 1 col. chá (22:00) Ceia Manga Manga 140 g 1 unidade média TRATAMENTO DIETÉTICO SUPLEMENTAÇÃO Estudos clínicos sobre a suplementação dietética com ômega 3 demonstraram capacidade de modulação da inflamação envolvida na patogênese de doenças de origem inflamatória, como a osteoartrite (MOREIRA, 2015). Devido a isso foi recomendado a suplementação de Ômega 3 para a paciente, além da suplementação de 140 mg de magnésio. TRATAMENTO DIETÉTICO ORIENTAÇÕES GERAIS Mastigar bem os alimentos para ajudar na saciedade; Não assistir televisão ou usar o celular quando estiver se alimentando; Consumir frutas e hortaliças; Evitar o consumo de alimentos ultra processados; Evitar consumo de margarinas e manteigas em excesso; Não ingerir líquidos durante as refeições, mas sim entre elas; Tentar respeitar os horários ao máximo, mas não criar neuroses quanto a isso e evitar períodos longos de jejum; Evitar alimentos gordurosos, doces, refrigerantes, salgadinhos e industrializados em geral, ou seja, alimentos que não estejam no plano alimentar; Dormir bem; Praticar exercícios físicos diariamente. TRATAMENTO DIETÉTICO ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA Consumir 2,7 litros de água por dia; As bebidas podem ser adoçadas com adoçante Stevia 100% (adoçante mais natural dentre os adoçantes, ao comprar verifique se na composição tem realmente apenas stevia, pois existem alguns que apresentam outras substâncias) ou açúcar do tipo demerara (1 col. de sobremesa). Mas se conseguir não usar adoçante e nem açúcar, apenas o sabor natural dos alimentos, melhor! Como estratégia você pode aos poucos ir reduzindo a ingestão de adoçante,até não sentir mais necessidade Frango, peixe e carne devem ser assados no forno ou na grelha, não devem ser fritados com uso de óleo e no caso de serem cozidos, deve-se evitar usar óleo no preparo, ou usar o mínimo possível. Se não tiver como assar no forno ou grelha podem ser assados em frigideira antiaderente usando um pouco de água e azeite de oliva. Para obter um melhor sabor, pode-se fazer uso de temperos naturais como cebola, coentro, salsa, alho, dentre outros de preferência; TRATAMENTO DIETÉTICO ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA Sardinha geralmente é obtida enlatada, então quando for consumi-la descarte a conserva líquida e lave-a em água corrente de maneira cuidadosa para retirar o excesso do líquido da conserva. Porém se for possível consumi-los in natura, melhor ainda; As saladas devem ser regadas com azeite de oliva extravirgem; Não exagerar na ingestão de sal, sempre controlar a quantidade e eliminar os temperos prontos ao preparar os alimentos. Use temperos naturais, como hortelã, cebolinha, cebola, alho, orégano, manjericão, coentro, limão, dentre outros de sua preferência. São opções saudáveis de temperos e são muito saborosos; Temperar o frango, carne, peixe, ovos ou omelete com temperos naturais, deixando as preparações muito mais saborosas e apetitosas! Sugestões de temperos naturais: alho (em pó ou desidratado), cebola (fresca ou desidratada), cominho, curry, orégano, páprica, pimentas, coentro, cheiro verde, dentre outros. Pode usar os temperos de sua maior preferência! CONSIDERAÇÕES FINAIS CORRELAÇÃO DA PATOLOGIA COM O ESTILO DE VIDA A paciente sofre de osteoartrite e encontra-se acima do peso com diagnóstico de obesidade grau II. Observa-se que é uma pessoa sedentária, com um trabalho desgastante, que é o serviço de doméstica, o que provavelmente contribuiu para o início da sua doença reumática. Na sua dieta habitual já consome algumas frutas, verduras e legumes, sendo uma dieta deficiente em proteínas e pobre em vários outros nutrientes essenciais. CONSIDERAÇÕES FINAIS IMPORTÂNCIA DA DIETA PRESCRITA A dieta prescrita tem por objetivo suprir as necessidades nutricionais da paciente e ser uma dieta anti-inflamatória para melhorar o seu estado nutricional. No que diz respeito à aderência, estratégias como a inclusão de alimentos já consumidos habitualmente pela paciente, assim como a inclusão de outros de baixa densidade energética que possibilite o consumo de maior volume de alimentos (ricos em água e fibras e menos calóricos) pode contribuir para emagrecimento e manutenção da perda do peso, à medida que comer pequenos volumes resulta em insatisfação, menor sensação de saciedade e abandono do tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS CONTRIBUIÇAO DO ESTUDO PARA FUNDAMENTAÇAO DO EXERCICIO PROFISSIONAL O presente caso clínico fez com que eu aprofundasse o meu conhecimento sobre a patologia osteoartrose e entendesse que até os menores fatores podem contribuir para a melhora do quadro de um paciente. Consegui compreender a importância não só dos macronutrientes e de um balanço energético negativo, como também dos micronutrientes e da devida atenção que deve ser dada a eles. Isso me ajudará no futuro exercício da profissão, pois terei um olhar mais criterioso para os futuros pacientes que se encontrarem em situações parecidas. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. ABESO, 4ª edição. São Paulo, 2016 AMARAL, Odete; PEREIRA, Carlos. Obesidade da genética ao ambiente. Millenium-Journal of Education, Technologies, and Health, n. 34, p. 311-322, 2016. BRITO, Sarah Aline Curioso de Freitas; DE ARAÚJO, Vitória Regina Quirino; SOUSA, Emanuela Tavares Cavalcante de; LEITE, Etcheverry Silva. IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA OSTEOARTROSE: RELATO DE EXPERIÊNCIA. 2017. CAMANHO, Gilberto Luís. Tratamento da osteoartrose do joelho. Rev Bras Ortop, v. 36, n. 5, p. 135-40, 2001. CAMANHO, Gilberto Luis; IMAMURA, Marta; ARENDT-NIELSEN, Lars. Gênese da dor na artrose. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 46, p. 14-17, 2011. REFERÊNCIAS CASANOVA, Daiane Fontana et al. 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