Prévia do material em texto
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Camila Cristina de Oliveira Thais Moraes da Costa ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS PATOLOGIAS TRATADAS NO SETOR DE ORTOPEDIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DOM BOSCO LINS- SP 2010 CAMILA CRISTINA DE OLIVEIRA THAIS MORAES DA COSTA ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS PATOLOGIAS TRATADAS NO SETOR DE ORTOPEDIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DOM BOSCO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia sob a orientação da Profª Esp. Ana Claudia de Souza Costa e orientação técnica da Profª Esp. Ana Beatriz Lima. LINS-SP 2010 Oliveira, Camila; Costa , Thais Moraes 045e Estudo Epidemiológico das patologias tratadas no setor de Ortopedia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco: Clínica de Reabilitação Física Dom Bosco/ Camila Oliveira; Thais Moraes Costa. – – Lins, 2010. 100p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2010. Orientadores: Ana Claudia de Souza Costa; Ana Beatriz Lima 1. Fisioterapia. 2.Epidemiologia. 3. Clínica de Reabilitação Física Dom Bosco. I Título CDU 615.8 CAMILA CRISTINA DE OLIVEIRA THAIS MORAES DA COSTA ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS PATOLOGIAS TRATADAS NO SETOR DE ORTOPEDIA NO CENTRO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DOM BOSCO Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Graduação em Fisioterapia. Aprovada em:___/___/___ Banca Examinadora: Profª Orientadora: Ana Claudia de Souza Costa Titulação: Especialista em Neurologia pelo Unisalesiano / Lins Assinatura:____________________________________________ 1º Prof (a):_______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ Assinatura: ___________________________________________ 2º Prof (a):_______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ Assinatura:____________________________________________ A minha família Obrigada por tudo, não tenho palavras para descrever como foi importante o apoio, amor incondicional que a mim foi dado. Dedico a Nilce e Nelson, que em nenhum momento mediram esforços para a realização dos meus sonhos, que me guiaram pelos caminhos corretos, me ensinaram a fazer as melhores escolhas, me mostraram que a honestidade e o respeito são essenciais à vida, e que devemos sempre lutar pelo que queremos. A eles devo a pessoa que me tornei, sou extremamente feliz e tenho muito orgulho por chamá-los de pai e mãe. AMO VOCÊS! Ao meu noivo Michael Sempre serei grata pela sua paciência e compreensão diante das minhas dificuldades durante este tempo. Sem falar dos meus estresses, os quais você às vezes os transformava em motivos de risos, onde eu me refazia e retomava o leme. Obrigada por me compreender e me dar forças. Te amo! A minha parceira de monografia....Thais Obrigada por tudo, pela ajuda nos momentos mais difíceis e conturbados, que não me deixou nunca perder as esperanças. Só você sabe como o caminho foi longo, e aos trancos e barrancos, conseguimos sem deixar que nada nem ninguém atrapalhassem nossa luta. Aos meus amigos Aos amigos da faculdade, pouco tempo talvez para escrever uma história, mas muito para preencher mais um capítulo importante que compõe minha vida, a vocês em especial: Thá, Cocodecá (Ka), Mara, Dedê, Helô, Bell, Indião e Dezza. Aos amigos de perto e de longe, obrigada vocês que aliviaram minhas horas difíceis, me alimentando de certezas, força e alegria, em especial: Alan, Taty, Fer, Iza, Naty (prima). Camila Aos meus pais Por serem à base de tudo e em tudo. O meu sincero agradecimento e reconhecimento a vocês que me deram a vida e me ensinaram a vive – La com dignidade. Por terem se doado por inteiro na concretização desse sonho, muitas vezes abrindo mão dos vossos próprios sonhos. Não bastaria eu dizer que eu não tenho palavras pra agradecer tudo o que vocês fizeram por mim... Por isso de uma forma simples vou dizer tudo o que sinto por vocês...AMOR... Amo muito vocês.... Ao meu irmão Obrigado Thi por tudo que fizeste por mim nesses longos anos juntos e por tudo que ainda vai fazer (rs). Por estar sempre disposto a me ajudar e me dar forças pra continuar. Pelos conselhos, por me ouvir por tantas e tantas vezes, pela paciência, por fazer parte desse sonho também. Te amo meu Sacizinho(rs)!!! Aos meus familiares Mesmo de longe sempre me dando forças para lutar e conquistar todos os meus objetivos...O meu muito obrigada..... Danilo Que esteve ao meu lado em todo o tempo sendo o meu ajudador em tudo até mesmo na monografia...Pelas horas gastas até de madrugada...Prestando atenção nos mínimos detalhes da mesma...Pelo carinho... Paciência..Atenção e Dedicação... Muito Obrigada!!! THAIS AGRADECIMENTOS A Deus Por estar conosco nesses quatro anos nos permitindo vivenciar alegrias e tristezas, sempre nos apoiando e orientando. Palavras são incapazes de expressar a Deus, a gratidão que existe em nosso coração por todo o bem que fez e ainda fará por nós. Ele que em todos os momentos da nossa vida esteve a nos proteger, nos momentos de alegria e nos momentos de sufoco (que não foram poucos...rsrs). Agradecemos-te, por proporcionar todos esses anos de grandes lutas e vitórias, pois sem Ti nada somos, e nada podemos. Camila e Thais A orientadora Ana Pela calma e paciência sempre ofertada nos orientando nessa caminhada para que pudéssemos concluí-la. Nosso muito Obrigada por toda a dedicação... Camila e Thais A orientadora Bia Muito obrigada por toda paciência e dedicação ofertada a nós... Camila e Thais A minha parceira de Monografia....Camila Só Deus sabe o que passamos pra chegar até aqui...O caminho árduo...rsrsrs...... Valeu à pena?...Sim, valeram a pena os dias de angústia, de cansaço, de tédio e exaustão. Valeram a pena todos os passos pelo caminho traçado. Cada momento vivido nessa louca correria em busca de um objetivo em comum....Quero que saiba que você ira pra sempre em meu coração e minhas lembranças... Parceira de todos os momentos.....De repartir as moedas, pegar o busão ou perdê-lo rsrs, e varias outras enrascadas. Te amo...Especial pra mim!!! Thais Ao pessoal da sala em Especial (Mara, Ká, Dedê, Jú, Indião, Bel, Hêlo, Gui e Lee) Há quatros anos estamos juntos, mas apenas no último ano pude conhecer melhor as pessoas maravilhosas que vocês são... Mesmo sendo pessoas tão diferentes nos completamos.... Bel sem comentários...Pessoa incrível amiga em todas as horas,conselheira,loucaaa em todo o tempo rsrs...Deixou saudades Amo você Poia... Hêlo apesar de tudo que houve no primeiro ano, obrigando você a parar o curso....Quero que saiba que você é uma pessoa maravilhosa, linda em todos os sentidos... Saudade Anãzinha... Thais RESUMO A epidemiologia tem se mostrado nos últimos anos ser de grande valia nas diversas áreas da saúde para caracterizar uma determinada população desvelando informações que permitem fazer de dados passados uma importante fonte para projeções futuras. É definida como oestudo da distribuição e dos determinantes das doenças ou condições relacionadas à saúde em populações especificadas. Com o avanço da fisioterapia faz-se necessário tal pesquisa dos pacientes assistidos por esses profissionais no setor de ortopedia, pois, assim se pode ter certa previsibilidade das pessoas que possam vir a usar deste serviço, melhorando desta forma o atendimento realizado pelos profissionais de fisioterapia que atuem em tal área. Com isso, a presente pesquisa tem como objetivo caracterizar os pacientes atendidos no setor da fisioterapia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco no período de 2006 á 2010. Para isso foram coletados dados das fichas de avaliações realizadas em pacientes submetidos ao tratamento da fisioterapia, por ser uma estratégia rápida e flexível para complementar o sistema de informações permanente, já existente, sendo elas: gênero e processo patológico. Foram observados dados de 3116 pacientes de ambos os gêneros sendo que ouve a prevalência do gênero feminino 55% para 45% do gênero masculino. Dentre as 25 patologias estudadas as mulheres prevaleceram em 19 delas, sendo que em 2 delas, prevaleceram com 100%, que foram a Fibromialgia e a Síndrome do Desfiladeiro torácico. A patologia que prevaleceu sobre as demais estudadas foram às fraturas totalizando 878 casos, sendo, superiormente encontrada no gênero masculino 57% para 43% do gênero feminino. Houve uma igualdade na Contratura de Dupuytren sendo 50% dos casos para ambos os gêneros. As afecções de ordem reumatológica permaneceram em maior número nas mulheres e nos homens as de ordem ortopédicas. Palavras-chave: Epidemiologia. Ortopedia. Fisioterapia. ABSTRACT Epidemiology has been shown in recent years is of great value in various areas of health to characterize a given population revealing information that allows past data to make an important source for future projections. It is defined as the study of the distribution and determinants of diseases or health-related conditions in specified populations. With the advancement of physical therapy is necessary for patients in such research by these professionals in the field of orthopedics, because then you can have some predictability of persons who may use this service, thereby improving the services provided by the physical therapists acting in that area. Thus, this research aims to characterize the patients treated at the physical therapy at the Center for Physical Rehabilitation Don Bosco from 2006 to 2010. For this, data were collected from records of evaluations in patients undergoing physiotherapy treatment for being a fast and flexible strategy to complement the permanent information system already existing, namely: gender e pathological process. We observed 3116 data from patients of both genders being who hears the prevalence of females 55% to 45% male. Among the 25 conditions studied women prevailed in 19 of them, and in two of them, prevailed with 100%, which were the Fibromyalgia and Thoracic Outlet Syndrome. The condition that prevailed over the other fractures studied were the total 878 cases, and, above found in males 57% to 43% female. There was an equality in Dupuytren's contracture and 50% of cases for both genders. The diseases of rheumatology order remained in greater numbers in women and men in the order of orthopedic. Keywords: Epidemiology. Orthopedics. Physiotherapy. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Numero total de pacientes atendidos no período da pesquisa....... 39 Tabela 2: Patologias relacionadas ao gênero................................................. 40 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................ 13 CAPÍTULO I – EPIDEMIOLOGIA 1 CONCEITO.................................................................................. 16 1.1 Metodologia da Investigação Epidemiológica.................................... 17 1.2 Fatores Sociais.................................................................................... 18 1.2.1 Fatores Socioeconômicos.................................................................. 18 1.3 Variáveis Relacionadas ao Tempo.................................................... 19 1.4 Variáveis Relacionadas ao Espaço................................................... 19 1.5 Variáveis Relacionadas á Pessoa..................................................... 19 1.6 Grupo Étnico...................................................................................... 20 1.7 Idade.................................................................................................. 20 1.8 Gênero............................................................................................... 20 1.9 Estudo Descritivo............................................................................... 21 1.10 Coeficientes ...................................................................................... 21 1.11 Estudo Observacional........................................................................ 22 1.12 Estudo Transversal............................................................................ 22 1.13 Estudo Retrospectivo......................................................................... 22 1.14 Levantamento de Prontuários............................................................ 23 1.15 Incidência........................................................................................... 23 1.16 Prevalência......................................................................................... 23 CAPITULO II – PROCESSOS PATOLÓGICOS INERENTES A PES QUISA..24 2 INTRODUÇÃO................................................................................... 24 2.1 Artrite Reumatóide............................................................................. 24 2.2 Bursite................................................................................................ 25 2.3 Capsulite Adesiva.............................................................................. 25 2.4 Cervicalgia......................................................................................... 25 2.5 Cervicobraquialgia............................................................................. 26 2.6 Contratura de Dupuytren................................................................... 26 2.7 Dedo em gatilho................................................................................. 26 2.8 Epicondilite Lateral............................................................................. 26 2.9 Epicondilite Medial............................................................................. 27 2.10 Entorse de joelho............................................................................... 27 2.11 Entorse de tornozelo.......................................................................... 27 2.12 Escoliose............................................................................................ 28 2.13 Esporão de Calcanêo......................................................................... 28 2.14 Fasceíte Plantar................................................................................. 28 2.15 Fibromialgia........................................................................................ 29 2.16 Fratura.............................................................................................. 29 2.16.1 Fratura de Calcâneo.......................................................................... 29 2.16.2 Fratura de Colles................................................................................29 2.16.3 Fratura de Clavicula........................................................................... 30 2.16.4 Fratura de Escafóide.......................................................................... 30 2.16.5 Fratura de Falange............................................................................. 30 2.16.6 Fratura de Fêmur............................................................................... 31 2.16.7 Fratura de Mão................................................................................... 31 2.16.8 Fratura dos Metatarsianos................................................................. 31 2.16.9 Fratura de Olécrano........................................................................... 32 2.16.10 Fratura da Patela............................................................................... 32 2.16.11 Fratura proximal do Úmero................................................................ 32 2.16.12 Fratura de Rádio e Ulna..................................................................... 33 2.16.13 Fratura de Tíbia................................................................................. 33 2.17 Hérnia de Disco.................................................................................. 33 2.18 Lombalgia e Lombociatalgia.............................................................. 33 2.19 Luxação de Cúbito............................................................................. 34 2.19.1 Luxações interfalangeanas................................................................ 34 2.19.2 Luxações do Joelho........................................................................... 34 2.19.3 Luxações de Quadril.......................................................................... 35 2.19.4 Luxações Subtalares.......................................................................... 35 2.20 Osteoporose....................................................................................... 35 2.21 Osteoartrite........................................................................................ 36 2.22 Paralisia de Bell................................................................................. 36 2.23 Síndrome do Desfiladeiro Torácico.................................................... 36 2.24 Síndrome do Túnel do Carpo............................................................. 37 2.25 Tendinite............................................................................................ 37 2.26 Tenossinovite De Quervain................................................................ 37 CAPITULO III - PESQUISA .......................................................................... 38 3 Introdução ......................................................................................... 38 3.1 Descrição do trabalho no local de pesquisa....................................... 38 3.2 Apresentação dos Resultados............................................................. 39 3.3 Discussão............................................................................................. 42 3.4 Opinião dos profissionais..................................................................... 43 3.5 Conclusão da pesquisa........................................................................ 44 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................. 45 CONCLUSÃO ............................................................................................... 46 REFERÊNCIAS............................................................................................ 47 APÊNDICE.................................................................................................... 49 13 INTRODUÇÃO Segundo Rouquayrol; Almeida (2003) uma definição precisa do termo epidemiologia não é fácil: sua temática é dinâmica e seu objetivo, complexo. Pode-se de uma maneira simplificada, conceituá-la como: ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas. A epidemiologia é uma maneira de aprender a fazer perguntas e a colher respostas que levam a novas perguntas empregadas no estudo da saúde e da doença das populações. É a ciência básica da medicina preventiva e comunitária, sendo aplicada a uma variedade de problemas. Tem como objetivo conhecer a história, os conceitos e as técnicas epidemiológicas, identificando fatores determinantes no processo saúde-doença em populações humanas, bem como conhecer a metodologia epidemiológica e suas aplicações no campo da saúde coletiva. A grande maioria dos estudos epidemiológicos é observacional e o não experimental refere-se á pesquisa de situações que ocorrem naturalmente. De acordo com Pereira (2007) a sistemática predominante de raciocínio, em epidemiologia, é a própria da lógica indutiva, mediante a qual, partindo-se de certo número de dados, estabelece-se uma proposição mais geral. Por exemplo, a partir da observação de alguns pacientes portadores de uma mesma doença, é possível inferir a epidemiologia desta doença. Sendo um campo da ciência médica preocupada com o inter- relacionamento de vários fatores e condições que determinam a freqüência e a distribuição de um processo infeccioso, uma doença ou um estado fisiológico em uma comunidade humana, ele ocupa-se das circunstâncias em que as doenças ocorrem e nas quais elas tendem a florescer. Conforme referido por Pereira (2007) a epidemiologia tem como objetivo reduzir os problemas de saúde na população, representando um melhor conhecimento da distribuição das doenças, dos fatores que determinam esta distribuição e das possibilidades de êxito das intervenções destinadas a alterá- la. 14 Por algum tempo prevaleceu à idéia de que a epidemiologia restringia-se ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é reconhecido que a epidemiologia trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) da população. Suas aplicações variam desde a descrição das condições de saúde da população, da investigação dos fatores determinantes de doenças, da avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde até a avaliação da utilização dos serviços de saúde, incluindo custos de assistência. Os princípios da epidemiologia como área cientifica esta ligada aos princípios básicos da ciência: observação exata; interpretação correta; explicação racional; e sistematização cientifica. Para Ayres (1995), a epidemiologia tornou-se o saber que mais metalizou os ideais revolucionários da medicina social sendo a mesma nascida das transformações ocorridas nas praticas de saúde. Conforme referido por Pereira (2007), o corpo de conhecimentos da epidemiologia contem numerosos detalhes, informações e formas de abordagens dos problemas de saúde que são uteis para qualquer profissional desta área, em especial, para avaliar as diferentes situações e orientar as ações que se fazem necessárias. Causatis Neto; Ferraz (2002) salienta que a pesquisa traz subsídios para analisar como a Fisioterapia está e como a mesma se reflete em relação à produção cientifica, ou seja, demonstra as áreas que se encontram em déficit de pesquisa, tipo de delineamento inespecífico para a saúde, aspectos humanos envolvidos, dentre outros. A partir de tais contextos inerentes a epidemiologia, bem como interesse da Fisioterapia Ortopédica em traçar um perfil que possa melhor caracterizar a população assistida em uma clinica Ortopédica surgiu à seguinte pergunta problema: Qual a importância de se estabelecer um perfil epidemiológico dos pacientes que são atendidos no setor de ortopedia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco? Em resposta a está questão, foi levantado o seguinte pressupostoque norteou o presente trabalho: a partir da coleta, observação, análise e compreensão dos dados referentes às avaliações Fisioterapêuticas executadas na Clinica de Ortopedia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, no período de 2006 ao primeiro semestre de 2010, que é importante traçarmos um 15 perfil epidemiológico dos pacientes atendidos neste setor, para que os profissionais possam dar melhor atendimento a eles. Para demonstrar a veracidade deste pressuposto foi realizado o presente trabalho cujo principal objetivo foi: caracterizar a população em questão a fim de traçar um perfil epidemiológico dos pacientes atendidos nesta unidade de tratamento e assim contribuir para certa previsibilidade dos casos futuros e um melhor preparo de toda equipe, para um melhor atendimento oferecido aos mesmos. Assim, para melhor compreensão e demonstração dos itens acima citados o presente trabalho fora dividido da seguinte forma: Capítulo l: Conceitua as características de um estudo epidemiológico. Capítulo ll: Demonstra sucintamente definições dos processos patológicos observados durante a execução desta pesquisa. Capítulo lll: Descreve a pesquisa realizada. Encerra o trabalho a discussão, proposta de intervenção, conclusões e apêndice. 16 CAPÍTULO I EPIDEMIOLOGIA 1 CONCEITO A epidemiologia define-se como estudo da distribuição e dos determinantes das doenças em populações humanas. A epidemiologia estruturou-se como disciplina científica mediante o conceito de transmissão de agentes específicos de doenças, definindo a explicação da propagação das epidemias através de uma determinada compreensão da relação entre corpo e meio. (CAD. SAÚDE PÚBLICA, RIO DE JANEIRO, JUL-SET, 2000) Uma importante faceta do trabalho em epidemiologia, que permeia este e os demais usos, consiste em gerar dados quantitativos, corretos, sobre a saúde do conjunto da população ou de seus segmentos, seja em atividades de rotina, seja em investigações especiais. (PEREIRA, 2007, p.17). A Epidemiologia é definida como o estudo da distribuição e dos determinantes das doenças ou condições relacionadas à saúde em populações especificadas. Segundo Pereira (2007) a epidemiologia se refere aos estudos dos fatores que determinam á freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos á saúde e eventos associados á saúde coletiva, propondo medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação das doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. O mesmo autor ainda discorre que a epidemiologia é o ramo da ciência da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores 17 determinantes dos eventos relacionados à mesma. Tais informações assim fornecidas pela epidemiologia podem ser utilizadas para planejar e avaliar estratégias de como prevenir doenças e de como manejar aqueles pacientes na qual a doença já se estabeleceu. De acordo com Leavell; Clark (1976) a epidemiologia propõe uma forma sistemática de descrever o que se sabe a respeito da história natural de uma doença e uma metodologia científica para o preenchimento de lacunas no conhecimento dos elementos da história natural. Trata-se ainda de uma ciência que estuda o processo saúde doença em coletividades humanas, analisando distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos á saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações da mesma. Segundo Rouquayrol; Almeida (2003) a epidemiologia é o eixo da saúde pública. Proporciona as bases para a avaliação das medidas de profilaxia, fornece pistas para o diagnóstico de doenças e enseja a verificação da consistência de hipóteses de causalidade. 1.1.1 Metodologia da investigação Epidemiológica Segundo Leavell; Clark (1976), os princípios da epidemiologia como área científica estão ligados aos princípios básicos da ciência: a observação exata, interpretação correta, explicação racional e sistematização científica. Segundo Pereira, (2007) a identificação do padrão de ocorrência de doenças nas populações humanas e dos fatores que influenciam (determinam, condicionam) tem sido reiteradamente definida como o objeto de estudo da epidemiologia. As Hipóteses epidemiológicas (elemento indispensável de qualquer pesquisa científica) deverão relacionar tais fatores ou variáveis, orientando a forma com que os dados referentes ao agravo e seus fatores condicionantes ou determinantes serão associados bem como o contexto (marco teórico) em que 18 os resultados encontrados serão submetidos à comparação. Na investigação epidemiológica a identificação da doença (definição de caso) tem uma natureza ditada pela comparabilidade potencial e uma tendência à padronização, ao contrário da clínica que reconhece a individualidade de cada paciente. 1.2 Fatores sociais O estudo em nível pré-patogênico da produção da doença em termos coletivos, objetivando o estabelecimento de ações de origem preventiva, deve considerar a doença como fluindo, originalmente, de processos sociais, crescendo através de relações ambientais e ecológicas desfavoráveis, atingindo o homem pela ação direta de agentes físicos, químicos, biológicos psicológicos ao se defrontarem, no indivíduo suscetível, com pré - condições genéticas ou somáticas desfavoráveis. (ROUQUAYROL; ALMEIDA, 2003, p.22) Fatores que constituem esse componente podem ser agrupados didaticamente, para melhor compreensão, tipos gerais cujos limites não se pretendem que sejam claros ou finalmente definidos. 1.2.1 Fatores socioeconômicos Os grupos sociais economicamente privilegiados estão menos sujeitos á ação dos fatores ambientais que ensejam ou estimulam a ocorrência de certos tipos de doenças. Rouquayrol; Almeida (2003) afirma que a incidência é acintosamente elevada nos grupos economicamente desprivilegiados. As pessoas de baixa renda são percebidas como mais doentias propensas a enfermidades graves, permanecendo com doenças amiúdes, morrendo jovens, procriando crianças de baixo peso em maior proporção e a sua taxa de mortalidade é mais elevada. 19 1.3 Variáveis relacionadas ao tempo De acordo com Rouquayrol; Almeida (2003) está variável, trabalha com três conceitos: intervalo de tempo, intervalo cronológico e período. Intervalo de tempo é a quantidade de tempo transcorrido entre dois eventos sucessivos tomados em consideração, é mensurada em número de horas, dias, semanas, meses ou anos. O intervalo cronológico se refere a uma seqüência de alguns anos, especificados, no calendário oficial. O período, por denominação de ordem geral que se dá a partes de tempo delimitadas, marcadas cronologicamente e especificadas. 1.4 Variáveis relacionadas ao espaço Espaço é um conceito básico em epidemiologia. Os estudos epidemiológicos tradicionais abordam a categoria “lugar”, que, diferenciado das características “tempo” e “pessoas”, constitui um dos seus principais elementos de análise. (CAD. SAÚDE PÚBLICA, RIO DE JANEIRO, JUL-SET, 2000). Racionalmente, obedecendo a critérios gerais preestabelecidos e ditados pela observação, o espaço pode ser organizado e subdividido em lugares delimitados e perfeitamente definidos. No entanto, deve-se ser levado em consideração que o espaço físico, apesar de poder ser racionalmente fracionado em lugares que o critério adotado, jamais deixará de ser uma totalidade abrangente.1.5 Variáveis relacionadas á pessoa Leavell; Clark (1976) relata tais variáveis independem do tempo e do espaço. As variáveis são: raça, etnia, cultura, religião e nível socioeconômico. 20 Entre as variáveis utilizadas para descrever a distribuição de um evento, o gênero e a idade são os mais empregados. Duas razões explicam a preferência: a enorme variabilidade dos agraves a saúde em relação ao gênero e a idade, e a facilidade de obtenção de dados sobre as características, com alto grau de precisão. 1.6 Grupo Étnico Esta designação é adotada para caracterizar qualquer grupo que apresente um grau de homogeneidade maior do que o existente na população geral seja quanto á herança biológica comum. Para fins práticos, tais grupos são identificados por termos descritivos que incluem raça ou grupo étnico, local do nascimento (dos indivíduos ou ascendentes). (LESER. W. et.al, 1997, p.70) 1.7 Idade É, provavelmente, a variável mais importante a ser considerada, isoladamente, na epidemiologia descritiva. Por isso, é comum que, em tabulações de dados, seja feita a distribuição das freqüências por classes que abrangem uma idade ou um grupo de idades (faixa etária) de acordo com as peculiaridades do fenômeno estudado. (LESER. W. et.al, 1997, p.60) 1.8 Gênero Durante algum tempo, os termos sexo e gênero eram utilizados indiscriminadamente; na literatura mais recente, entretanto, o termo sexo reserva-se, preferentemente, às características biológicas predeterminadas, relativamente invariáveis, do homem e da mulher, enquanto que gênero é 21 utilizado para assinalar as características socialmente construídas que constituem a definição do masculino e do feminino, em diferentes culturas. Segundo Rouquayrol; Almeida (2003) sob o ponto de vista epidemiológico, essa diversidade biológica e social, dentro das unidades das espécies, implicam em disparidades quanto ás exposições a riscos. As desproporções entre os gêneros se devem a dois fatores que agem em sentidos opostos: o número de nascimentos e os coeficientes de mortalidade que se expressam diferentemente. 1.9 Estudo Descritivo Os estudos descritivos têm por objetivo determinar a distribuição de doenças ou condições relacionadas á saúde, segundo o tempo, o lugar ou as características dos indivíduos, respondendo assim ás perguntas de: quando, onde e quem adoece. As investigações epidemiológicas de caráter descritivo examinam como a incidência ou a prevalência de uma doença ou condição relacionada á saúde varia de acordo com determinadas características como sexo, idade entre outras, informando sobre a freqüência e a distribuição de um evento descrevendo assim os dados colhidos na população. Segundo Pereira (2007) as investigações epidemiológicas, de cunho descritivo, têm o objetivo de informar sobre a distribuição de um evento, na população, em termos quantitativos. 1.10 Coeficientes Coeficientes é a relação entre o número de casos de um evento e uma determinada população, num dado local e época. Segundo Pereira (2007) os coeficientes gerais referem-se a todas as populações, sem divisões por subgrupos e devem ser usados com cautela, pois podem levar a conclusões enganosas, já que as características 22 peculiares a cada população, como sua composição etária e por gênero tem marcada influência sobre eles. Coeficientes específicos são utilizados com finalidade de conhecer mais detalhadamente as situações e mesmo contornar os problemas de necessidades de padronizações que o uso dos coeficientes gerais requer. 1.11 Estudo Observacional Esse tipo de estudo esta reservada á investigação de situações que ocorrem naturalmente. Esse estudo tem como objetivo descrever a distribuição de um parâmetro, na população o que serve para formular hipóteses ou testar uma hipótese sobre a associação entre dois eventos, tentando verificar, se há relação causal entre eles. (PEREIRA, 2007) 1.12 Estudo Transversal Rouquayrol; Almeida (2003), assim define a pesquisa transversal: é o estudo epidemiológico no qual fator e efeito são observados num mesmo momento histórico. 1.13 Estudo Retrospectivo São estudos que avaliam eventos que ocorreram no passado. Esses estudos utilizam de dados do passado sobre a exposição e doença. O seu uso levanta suspeitas por sugerir informação de padronização discutível, a não ser que procedimentos estritos tenham sidos tomados. (PEREIRA, 2007) 23 1.14 Levantamento de Prontuários Os levantamentos em prontuários podem ser feitos por meio de um censo ou mediante amostragem que é uma estratégia econômica, rápida e flexível para complementar o sistema de informações permanente, já existente. Segundo Pereira (2007) a reunião de prontuários de pacientes é outra possibilidade de realização de pesquisas, por intermédio das quais se podem descrever a respectiva história natural. 1.15 Incidência A incidência traduz a idéia de intensidade com que acontece a doença em uma população. Fletcher (2006) afirma que incidência refere-se a novos casos da doença que ocorrem em uma população inicialmente livre da doença ou a novos desfechos relacionados à doença. 1.16 Prevalência Prevalência são o número total de casos de uma doença, existentes num determinado local e período, descrevendo assim a força com que subsistem as doenças nas coletividades. Pereira (2007) descreve que a prevalência é útil em planejamentos e administrações de serviços e de programas, e que quando se trata de prever necessidades de serviços o conhecimento da prevalência é suficiente. 24 CAPITULO II PROCESSO PATOLÓGICO INERENTE Á PESQUISA 2.1 INTRODUÇÃO Kumar, Abbas; Fausto (2005) descreve que a palavra patologia significa, literalmente, o estudo (logos) do sofrimento (pathos). Mais especificamente, é uma disciplina que liga as ciências básicas á prática clínica e se devota ao estudo das alterações estruturais e funcionais que ocorrem nas células, tecidos e órgãos decorrentes de doenças. A patologia tenta explicar as causas e os motivos dos sinais e sintomas que os pacientes manifestam fornecendo, ao mesmo tempo, uma base racional para a abordagem clínica e o tratamento. Chandrasoma e Taylor (1993) descrevem que a patologia é o estudo da doença. No seu sentido mais amplo, é o estudo de como os órgãos e os tecidos de um corpo saudável se modificam e se tornam doentes. Conforme discorrido por Kumar, Abbas; Fausto (2005) os quatros aspectos das doenças que formam a patologia são as suas causas (etiologia), os mecanismos de seu desenvolvimento (patogenia), as alterações estruturais induzidas nas células e nos órgãos (alterações morfológicas) e as conseqüências funcionais das alterações morfológicas (significado clínico). Segundo Kumar, Abbas; Fausto (2005) existe duas classes principais de fatores etiológicos para se desencadear uma patologia: fatores intrínsecos ou genéticos, e adquiridos. Neste capítulo serão citados os processos patológicos relacionados à pesquisa. 2.1 Artrite Reumatóide 25 Segundo Hansel e Dintzis, (2007) a artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica sistêmica que se manifesta por poliartrite crônica bilateral simétrica, freqüentemente marcada por remissões e exacerbações. As regiões mais comumente afetadas são as articulações interfalangeanas e metacarpofalangeanas proximais das mãos, cotovelos, joelhos, tornozelos e coluna espinhal. 2.2 Bursite Bursite é a inflamação da bursa, pequena bolsa contendo líquido que envolve as articulações e funciona como amortecedor entre ossos, tendões e tecidos musculares. Goldman e Ausiello (2005) descrevem que a bursite desencadeia umderrame ou edema similar ao da sinovite, mas limitado apenas á bursa. 2.3 Capsulite Adesiva Segundo David e Lloyd (2001) caracteriza-se por dor progressiva e restrição de todos os movimentos glenoumerais, acompanhados por recuperação espontânea lenta e, em geral, parcial entre seis meses e dois anos. 2.4 Cervicalgia Segundo Basile Junior e Barros Filho (1995) a cervicalgia é geralmente insidiosa, sem causa aparente, mais raramente se inicia de maneira súbita, geralmente relacionada com movimentos bruscos do pescoço, longa permanência em posição forçada, esforço ou trauma. Melhora nitidamente com 26 o repouso e se exacerba com a movimentação. Com freqüência, há espasmo muscular e pontos de gatilho. 2.5 Cervicobraquialgia Dor ao nível da nuca com irradiação para o ombro, braço e antebraço, podendo atingir a mão e ser única ou bilateral. (ACHILES FILHO, C. 1980). 2.6 Contratura de Dupuytren Segundo Hansel e Dintzis, (2007) nódulos fibrosos e faixas semelhantes a cordões na fáscia palmar provocam contraturas de flexão dos dedos. A contratura de Dupuytren é uma lesão nodular, fibrosante na fáscia palmar, que forma faixas fibrosas principalmente na região do 4º e 5º dedo, os quais podem se tornar fixos em flexão, sendo que os tendões flexores não estão afetados. (SKARE, T. L. 1999, p 236). 2.7 Dedo em gatilho David; Carol, e Lloyd; Jill (2001) descreve que o dedo em gatilho é o tremor ou a paralisação de um dedo durante a extensão ou flexão ativa, causada por um nódulo, tenossinóvia ou tendão espessado preso á polia flexora proximal, média ou distal. 2.8 Epicondilite Lateral (Cotovelo de Tenista) 27 Para David; Carol, e Lloyd, (2001) o cotovelo de tenista é uma afecção comum e dolorosa, decorrente de atividades profissionais ou atléticas. Esse termo serve para designar dor e hipersensibilidade na região do epicôndilo lateral do cotovelo. O paciente apresenta queixas de dor quando segura objetos ou faz o movimento de supinação do braço. (SKARE, T. L. 1999, p 237). 2.9 Epicondilite Medial (Cotovelo de Golfista) Skare, (1999) afirma que é um acometimento semelhante ao do cotovelo de tenista do ponto de vista clínico, fisiopatológico e de tratamento. A diferença consiste na localização do processo que está no epicôndilo medial e no fato de que é bem menos comum. 2.10 Entorse de Joelho Dujardin, Barsotti e Cancel (2002), afirmam que é o tipo de acidente que acomete o desportista jovem e ativo (rúgbi, futebol), mas podem ser encontrados também em todas as idades, e por isso os métodos terapêuticos deverão ser adaptados as necessidades. O diagnóstico precisa ser preciso e precoce, baseado em testes dinâmicos de distensão. 2.11 Entorse de Tornozelo A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação. A entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas freqüentemente encontradas na população ativa, que geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais. 28 A entorse do tornozelo pode evoluir com complicações, com vários graus de limitação funcional. 2.12 Escoliose Sato (2004) descreve que a escoliose é uma curvatura não- fisiológica que ocorre no plano frontal da coluna vertebral. Segundo a Scoliosis Research Society, as escolioses podem ser classificadas em estruturada e não estruturada. As estruturadas subdividem-se em: idiopática, congênita, doenças reumáticas, traumáticas, dentre outras. As escolioses não- estruturadas podem ter origem: postural, compensatória, por irritação de raiz nervosa, inflamatória e tumoral (tumores vertebrais). 2.13 Esporão de Calcâneo O esporão do calcâneo faz parte do quadro de Fasceíte Plantar e se caracteriza por um crescimento ósseo no calcâneo, mas é importante salientar que o esporão não ocorre na fáscia plantar e sim no músculo flexor curto dos dedos, o qual é adjacente à fáscia. Apenas 50% das pessoas com fasceíte têm esporão e 10% das pessoas sem dor no calcâneo também tem esporão. 2.14 Fasceíte Plantar Dor que surge na superfície ântero – medial da tuberosidade do calcâneo, mas pode aplicar-se a qualquer distúrbio doloroso que ocorra em qualquer ponto da fáscia plantar. (DAVID C e LLOYD J. 2001, p 138). 29 2.15 Fibromialgia A fibromialgia é uma síndrome reumática não articular no sentido de que apresenta dor generalizada na locomoção, fadiga e sono não reparador. Outras características são rigidez matutina, humor depressivo, cefaléias tensionais, síndrome do intestino irritável e fenômeno de Raynaud, além de queixas de tumefação das articulações na ausência de tumefação real. (DAVID, C e LLOYD J. 2001, p 136). 2.16 Fratura As fraturas podem ser classificas de vários modos: (1) pela localização anatômica (terço proximal, médio ou distal da diáfise; (2) pela direção da linha da fratura (transversa, oblíqua, espiral); e (3) conforme a fratura seja linear ou cominutiva (isto é, com múltiplas extensões, dando origem a muitos fragmentos pequenos). As fraturas são ditas expostas quando os tecidos moles sobrejacentes foram rompidos, expondo a fratura ao ambiente exterior, ou fechadas, quando a pele ainda está intacta. 2.16.1 Fratura de Calcâneo Elas são relativamente freqüentes (2% das fraturas) e as mais freqüentemente graves. Sua gravidade é devida: á complexidade habitual dos traços de fratura; a importância dos desvios que vão modificar os apoios posteriores do pé (varo) e o jogo das articulações adjacentes: subtalar, essencialmente, e mais acessoriamente, mediotársica; á presença habitual de edema e de distúrbios tróficos. 2.16.2 Fratura de Colles 30 Segundo Ribeiro, (1984) essas fraturas são comuns, particularmente em pessoas idosas, e, na grande maioria das vezes, são decorrentes de queda com a mão estendida e apoio sobre a face volar do punho. Deve-se observar se a fratura ocorre na metáfise do rádio, podendo ou não se estender á superfície articular, com ou sem luxação do carpo. 2.16.3 Fratura de Clavícula São as fraturas mais comuns na infância segundo Ribeiro, Edson Passos (1984) aparece com freqüência como resultado de traumatismo obstétrico, onde existe uma importante diferenciação com lesões do plexo braquial, sendo que estes dois eventos podem coexistir no recém-nato. As fraturas diafisárias da clavícula em crianças resultam de quedas sobre o ombro, e, de acordo com a quantidade de força transmitida e seu tempo de duração. 2.16.4 Fratura de Escafóide As fraturas do escafóide estão entre as fraturas mais comuns do punho depois das fraturas do rádio distal, e representam a fratura mais comum de um osso do carpo. A posição do escafóide no lado radial do punho, como uma extensão proximal do radio do polegar, torna-o vulnerável á lesão. 2.16.5 Fratura de falange São traumatismos freqüentes e normalmente considerados benignos, dependendo, portanto, de cuidados chamados de “pequena cirurgia”, no entanto, atualmente, não podem mais ser tratados com uma redução e uma 31 contenção aproximativas. Há uma tendência crescente para o tratamento com ortopedia cirúrgica fina, mesmo que a maioria dos casos seja tratada ortopedicamente: calos viciosos e rigidezes serão, ainda, seqüelas freqüentes. (REIS, F. B. D. 1998). 2.16.6Fratura de Fêmur As fraturas de fêmur do terço proximal são graves, quase sempre de tratamento cirúrgico, e apresentam uma taxa de mortalidade e morbidade relativamente alta, visto que a maioria destas fraturas acomete pessoas de faixa etária elevada. (RIBEIRO, E. P. 1984) 2.16.7 Fratura de Mão As fraturas de mão são muito comuns por ocorreremem ossos pequenos e serem por essa razão considerada lesões menores, estas fraturas muitas vezes são relegadas ao tratamento pelos membros mais inexperientes da equipe médica. Infelizmente, os resultados do tratamento das fraturas da mão não são universalmente bons, e de fato a incidência de rigidez, pseudartrose, incapacidade funcional prolongada e perda da econômica são notáveis. 2.16.8 Fratura dos metatarsianos e das falanges São lesões muito freqüentes, ligadas geralmente a um esmagamento gerador de contusão, de edema e freqüentemente de distúrbios tróficos secundários. Um grande número de lesões isoladas dos metatarsianos e das falanges depende de um tratamento comum, mas todo comprometimento ao 32 apoio da 1ª e da 5ª fileiras necessita, por outro lado, de uma restauração cuidadosa. A mobilização precoce e a drenagem linfática manual podem ajudar muito na prevenção dos distúrbios tróficos e algodistróficos. (DUJARDIN, BARSOTTI, CANCEL, 2002). 2.16.9 Fratura de Olécrano Podem ocorrer isoladas ou em combinações com outras lesões traumáticas do cotovelo. Resultam, em geral, de quedas sobre o cotovelo fletido e podem ser desviadas pela ação do tríceps braquial. As fraturas sem desvio são convenientemente tratadas por imobilização gessada por quatro semanas, sendo que, nas lesões desviadas, há indicações de redução cruenta e fixação interna. (RIBEIRO, E. P. 1984) 2.16.10 Fratura da Patela Segundo Reis, (1998) as fraturas de patela ocorrem por ação direta de forças, em quedas ou pancadas diretas na face anterior do joelho, por tração do quadríceps ou na associação dos dois mecanismos. A ação direta de forças tende a produzir fraturas cominutivas e estreladas, enquanto as conseqüentes a mecanismos indiretos tendem a ser transversas. Pode, porém, ocorrer freqüentemente mecanismo misto. 2.16.11 Fratura proximal do Úmero As fraturas do úmero são vistas em todas as faixas etárias, mas são mais freqüentes nos pacientes idosos. O trauma é quase sempre indireto, e o diagnóstico clínico é feito pela história da queda, dor á palpação do ombro e 33 dificuldade de movimentação, principalmente uma abdução ativa e passiva extremamente dolorosa. 2.16.12 Fratura de Rádio e Ulna Os mecanismos de lesão que causam fraturas do rádio e ulna são miríade. De longe o mais comum é alguma forma de acidente de veículo. Acidente de motocicleta tem causado um número crescente destas fraturas nos últimos anos. 2.16.13 Fratura de Tíbia A perna é bastante suscetível ao trauma, sobre tudo decorrente de acidentes de tráfego, principalmente nos casos de atropelamento ou quedas de motocicleta. As fraturas do planalto tibial quase sempre ocorrem por mecanismo indireto, levando á incongruência articular e a deformidade de eixo inaceitável. (RIBEIRO, E. P. 1984) 2.17 Hérnia de Disco Consiste no extravasamento do material nuclear do disco (núcleo pulposo) para dentro do anel fibroso. Nos casos mais graves, o núcleo pode protruir através do anel e ficar como um fragmento livre em canal vertebral. A causa é, em geral, traumática, mas, em muitos casos, não existe uma história de um trauma específico ou ligado ao seu aparecimento. (SKARE, T. L. 1999) 2.18 Lombalgia e Lombociatalgia 34 Segundo Sato (2004) a lombalgia é definida como dor na região póstero inferior do tronco compreendida entre o último arco costal e a prega glútea. Lombociatalgia é definida como dor lombar que se irradia pelo território de inervação do ciático. 2.19 Luxação de Cúbito Depois das luxações da articulação escapulo umeral, as do cotovelo são as mais comuns. São acompanhadas, freqüentemente, por fraturas segmentares que aumentam o risco de instabilidade. Raramente elas apresentam complicações vásculo-nervosas associadas. Com freqüência, acarretam uma pequena limitação residual da extensão. Assim, elas evoluem entre a rigidez e a instabilidade. (DUJARDIN, BARSOTTI, CANCEL, 2002). 2.19.1Luxações Interfalangeanas As luxações das interfalangeanas são facilmente reduzidas. Na maioria das vezes, o próprio paciente executa a manobra. Clinicamente, além da deformidade, o paciente não consegue executar nenhum movimento articular devido ao bloqueio instalado. Nesses casos o que se deve fazer são a redução com bloqueio anestésico digital e a imobilização em extensão por duas semanas. Algumas somente são reduzidas por métodos cirúrgicos, sendo conhecidas como luxações complexas. (DUJARDIN, BARSOTTI, CANCEL, 2002). 2.19.2 Luxações do joelho 35 São lesões raras, mas graves, que podem atingir todas as faixas etárias. Sua gravidade está ligada não somente ás rupturas ligamentares múltiplas, mas também ás complicações vasculares com freqüência ignoradas. (REIS, 1998). 2.19.3 Luxações do Quadril Qualquer luxação do quadril necessita de um traumatismo importante que explica a freqüência das lesões associadas locais ou gerais. A vascularização da cabeça do fêmur, freqüentemente maltratada em conseqüência do comprometimento da circunflexa posterior, é a origem das necroses cefálicas secundárias freqüentes e por isso justifica, entre outros, o dogma de uma redução em extrema urgência. (DUJARDIN, BARSOTTI, CANCEL, 2002). 2.19.4 Luxações Subtalares Segundo Dujardin, Barsotti e Cancel, (2002) privilégio dos indivíduos jovens, estas luxações são raras e atingem de fato duas articulações: subtalares e mediotársica. Elas são vistas, principalmente, na posição de instabilidade maior da articulação subtalar, ou seja, na inversão do pé. As lesões associadas osteoarticulares são freqüentes e dirigem o seu prognóstico. 2.20 Osteoporose 36 Hansel e Dintzis (2007) classificam esta, como redução da massa de osso normalmente mineralizado até um ponto em que não mais proporciona suporte mecânico adequado. 2.21 Osteoartrite A Osteoartrite também chamada de osteoartrose ou doença articular degenerativa é a doença reumática mais comum segundo Skare (1999) e se caracteriza pela perda progressiva da cartilagem articular e alterações reativas a margem das juntas e do osso subcondral. É uma doença muito comum, lentamente progressiva, afetando o indivíduo a partir da meia-idade e atingindo principalmente articulações que suportam peso. Clinicamente se caracteriza por dor, deformidade, limitação do movimento e progressão lenta para a perda de função articular. 2.22 Paralisia de Bell A paralisia facial unilateral de início agudo freqüentemente ocorre de forma idiopática. A etiologia e a fisiopatologia permanecem desconhecidas. Os pacientes tipicamente notam a paralisia facial pela inspeção no espelho pela manhã, e o distúrbio parece ter surgido durante á noite em muitos casos. O início da paralisia facial pode ser anunciado ou acompanhado por dor atrás da orelha. Na maioria dos casos, o prognóstico é bastante favorável. (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005 p. 2791). 2.23 Síndrome do Desfiladeiro Torácico 37 É causada pela compressão do feixe vásculo - nervoso destinado ao membro superior quando este atravessa o canal cérvico - axial. Existem três pontos onde a compressão pode ocorrer: O espaço triangular entre os músculos escalênicos; O espaço costoclavicular; Sob o músculo peitoral menor. (SKARE, T. L. 1999). 2.24 Síndrome do Túnel do Carpo Ocorre quando existe compressão do nervo mediano ao nível do punho. Os achados mais comuns são: parestesias (formigamento com queimação) matinais na distribuição do nervo mediano. Os sintomas podem ser apenas sensoriais ou podem incluir incoordenação motora. (SKARE, T. L.1999). 2.25 Tendinite Sendo a inflamação dos tendões, a tendinite segundo Goldman e Ausiello (2005),é dolorosa com amplitude de movimento ativo ou passivo quando o tendão inflamado é exposto a carga e pode causar pouco edema e se presente está limitado á estrutura tenossinovial. 2.26 Tenossinovite de Quervain Segundo Skare (1999) é uma tenossinovite estenosante do abdutor longo ou do extensor curto do polegar. O processo inflamatório torna esses tendões espessados e, por isso, eles ficam presos ao atravessar uma bainha fibrosa ao nível do processo estilóide do rádio. O paciente se queixa de dor ao mobilizar o polegar ou o punho. 38 CAPITULO III A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO Para caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à fisioterapia entre os anos de 2006 e primeiro semestre de 2010, tratados no setor de Ortopedia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, foram coletados e analisados dados das fichas de avaliações fisioterapêuticas de todos os pacientes que passaram por essa unidade. Sendo considerados critérios de exclusão para tal aqueles que se apresentavam incompletos. Foram obtidos os seguintes dados: gênero e processo patológico. Desta forma totalizando 3116 sujeitos de ambos os gêneros avaliados e tratados na clinica de Ortopedia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco durante o período pré-estabelecido para esta. Os métodos utilizados na presente pesquisa foram os seguintes: Método de observação sistemática: foram observados, analisados, registrados e comparados os dados obtidos nas fichas de avaliações fisioterapêuticas dos pacientes submetidos à avaliação e tratamento na clínica de Ortopedia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco no período de 2006 ao primeiro semestre de 2010, cujos dados foram posteriormente tabulados e tratados em planilhas do Microsoft Office Excel (Microsoft Corporation®). Estatístico: de forma ilustrativa e descritiva serão apresentadas tabelas contendo as variáveis analisadas e comparadas entre si. 3.1 Descrição do Trabalho no Local da Pesquisa A pesquisa foi realizada no setor de Ortopedia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, no período compreendido entre o primeiro semestre de 39 2006 ao primeiro semestre de 2010, totalizando 9 semestres de estudo. Foram considerados critérios de exclusão para o mesmo, fichas que apresentavam dados incompletos dos pacientes que foram submetidos ao tratamento fisioterapêutico ortopédicos. Após a realização desta etapa, as variáveis sofreram comparação e os resultados tratados sobre a forma de tabelas para então serem levantadas as considerações pertinentes aos resultados apresentados nesta. Desta forma foram averiguados 3116 prontuários de pacientes de ambos os gêneros, os quais se encontravam arquivados no setor de Fisioterapia, fora também obtido termo de consentimento do fisioterapeuta responsável pelo setor de origem dos dados para utilização dos mesmos contidos nesta (Apêndice A). 3.2 Apresentação dos Resultados A seguir serão explicitados os dados de acordo com o delineamento adotado para esta. Tabela 1: Numero total de pacientes atendidos no período da pesquisa. Paciente Nº % Gênero Feminino 1713 55% Gênero Masculino 1403 45% Total 3116 100% Fonte: Elaborada pelos autores, 2010. Este gráfico demonstra que foram identificados 55% de casos do gênero feminino (1713) e 45% de casos do gênero masculino (1403), denotando 40 prevalência para o gênero feminino durante o período da pesquisa que abrange desde o primeiro semestre de 2006 ao primeiro semestre de 2010. Tabela 2: Patologias relacionadas ao gênero. Patologias Gênero Masculino (%) Gênero Feminino (%) TOTAL Artrite reumatóide 2 13% 13 87% 15 Bursite 32 33% 65 67% 97 Capsulite Adesiva 2 40% 3 60% 5 Cervicalgia 15 26% 43 74% 58 Cervicobraquialgia 23 29% 55 71% 78 Contratura de Dupuytren 1 50% 1 50% 2 Dedo em gatilho 2 40% 3 60% 5 Entorse 126 58% 90 42% 216 Epicondilite Lateral/Medial 28 53% 25 47% 53 Escoliose 110 31% 243 69% 353 Esporão de Calcâneo 27 25% 81 75% 108 Fasceíte Plantar 4 31% 9 69% 13 Fibromialgia 0 0% 18 100% 18 Fraturas 502 57% 376 43% 878 Hérnia de Disco 44 59% 30 41% 74 Lombalgia 65 45% 80 55% 145 Lombociatalgia 63 47% 72 53% 135 Luxação 82 67% 41 33% 123 Osteoartrite 154 36% 275 64% 429 Osteoporose 2 22% 7 78% 9 Paralisia de Bell 35 49% 36 51% 71 Síndrome do Desf. Torácico 0 0% 3 100% 3 Síndrome do Túnel do Carpo 3 30% 7 70% 10 Tendinite 79 37% 132 63% 211 Tenossinovite de Quervain 2 29% 5 71% 7 TOTAL GERAL 3116 Fonte: Elaborada pelos autores, 2010. 41 Pode-se notar a prevalência das Fraturas sobre todas as outras patologias sendo 878 casos para 429 Osteoartrites, 353 Escolioses, 216 Entorses, 211 Tendinites, 145 Lombalgias, 135 Lombociatalgias, 123 Luxações, 108 Esporões, 97 Bursites, 78 Cervicobraquialgias, 74 Hérnias de Disco, 71 Paralisias de Bell, 58 Cervicalgias, 53 Epicondilites, 18 Fibromialgias, 15 Artrites reumatóide, 13 Fasceites Plantar, 10 Síndromes do Túnel do Carpo, 9 Osteoporoses, 7 Tenossinovites de Quervain, 5 Capsulites Adesivas e Dedos em Gatilho, 3 Síndromes do Desfiladeiro Torácico e 2 Contraturas de Dupuytren. Percebe-se que as patologias tiveram variações entre os gêneros sendo que as mulheres prevaleceram em 19 delas: Osteoartrite (64% para 36%), Escoliose (69% para 31%), Tendinite (63% para 37%), Lombalgia (55% para 45%), Lombociatalgia (53% para 47%), Esporão (75% para 25%), Bursite (67% para 33%), Cervicobraquialgia (71% para 29%) Paralisia de Bell (51% para 49%), Cervicalgia (74% para 26%), Fibromialgia (100%), Artrite Reumatóide (87% para 13%), Fasceite Plantar (69% para 31%), Síndrome do Túnel do Carpo (70% para 30%), Osteoporose (78% para 22%), Tenossinovite de Quervain (71 para 29%), Capsulite Adesiva (60% para 40%), Dedo em Gatilho (60% para 40%) e Síndrome do Desfiladeiro Torácico (100%). Os homens prevalecem em 5 patologias: Fraturas (57% para 43%), Entorse (58% para 42%), Luxação (67% para 33%), Hérnia de Disco (59% para 41%) e Epicondilite (53% para 47%). Nota-se que as mulheres prevaleceram com 100% em 2 das patologias estudadas que são a Fibromialgia e a Síndrome do Desfiladeiro Torácico, o que não ocorreu no gênero oposto, no presente estudo. Na contratura de Dupuytren nota-se também a igualdade entre os grupos sendo 50% para cada gênero. Em relação às patologias acometidas nota-se a prevalência das fraturas, sobre as demais patologias totalizando 878 pacientes tratados, sendo mais freqüente no gênero masculino. Nota-se que a osteoartrite vem em seguida, totalizando 429 casos atingindo, maiormente o gênero feminino. Levando em consideração todos os indivíduos pesquisados 3116, que corresponde ao primeiro semestre de 2006 ao primeiro semestre de 2010 constata-se que as mulheres foram o maior grupo tratado prevalecendo nas 42 patologias reumáticas, sendo que o gênero masculino prevaleceu nas patologias de ordem ortopédicas. 3.3 DISCUSSÃO Segundo Pereira (2007) a epidemiologia se refere aos estudos dos fatores que determinam á freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos á saúde e eventos associados á saúde coletiva, propondo medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação das doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. Sendo assim pode-se observar a importância do conhecimento e categorização epidemiológica dos pacientes submetidos à fisioterapia ortopédica demonstrando os principais eventos que possam contribuir para analisar as patologias mais freqüentes e o gênero, maiormente acometido em ambos os pesquisados. Malta; et al. (2008) descreve que as informações referentesa saúde são essenciais para o planejamento, monitoramento e a gestão das intervenções para a saúde de uma população alvo, colaborando para o monitoramento das mudanças epidemiológicas sofridas por elas. Com isso é possível desenvolver um conjunto de ações que permitem conhecer as afecções predominantes e identificar a população mais susceptível a desenvolvê-las e assim fornecer subsídios para melhor tratá-la e elaborar um plano preventivo. Para Pereira (2007) algumas condições incidem mais no gênero masculino: coronariopatias, neoplasias do aparelho respiratório e acidentes de trânsito, já outras incidem mais no gênero feminino: varizes, artrites e doenças reumáticas, sendo que no geral as mulheres aparentam adoecer mais do que os homens. O presente trabalho pode observar e demonstrar coerência com tal autor, tendo em vista os resultados obtidos no mesmo, pois as mulheres 43 tiveram prevalência sobre os homens nas patologias estudadas e também sobre as patologias de ordem reumáticas. Goldman e Ausiello (2005) relatam que a Artrite reumatóide tem maior prevalência nas mulheres e é duas ou três vezes maior que nos homens. No presente trabalho observou-se maior prevalência para o gênero feminino sendo 87% dos casos para 13% do gênero masculino, demonstrando assim que o mesmo condiz com os dados reportados pelo autor. Goldman e Ausiello afirmam que a Fibromialgia atinge cerca de 2% das mulheres e 0,5 dos homens. Pode-se observar que neste trabalho as mulheres prevaleceram com 100% dos casos tratados condizendo assim com os dados referidos pelo autor. Kumar, Abbas; Fausto (2005) relata que a Síndrome do Túnel do Carpo é a neuropatia de encarceramento mais comum e que as mulheres são mais comumente afetadas que os homens. De acordo com a pesquisa realizada nota-se realmente um maior número no gênero feminino 70% para 30% dos homens. Um estudo epidemiológico numa clinica ortopédica se faz necessário devido à grande importância de sua intervenção atuando como, por exemplo, em prevenção, alem de contribuir para informações adicionais para toda equipe envolvida nesta unidade. 3.4 Opinião dos profissionais Fisioterapeuta, gênero feminino, Eis seu depoimento: As patologias com maior número de incidência atendidas no setor de Fisioterapia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, no meu ponto de vista são as traumato-ortopédicas e reumatológicas, eventualmente surgem algumas de origem respiratória e vascular. Nas traumato-ortopédicas são pessoas do gênero masculino e adulto jovem, no caso das reumatológicas a incidência é maior no gênero feminino na idade adulta. 44 Fisioterapeuta, gênero masculino, Eis seu depoimento: Acredito que as de origem ortopédicas são as mais atendidas neste setor, sendo o gênero feminino mais acometido. Fisioterapeuta, gênero masculino, Eis seu depoimento: Com certeza da área ortopédica (coluna vertebral), são as mais atendidas aqui na clínica, sendo ambos os gêneros afetados. 3.5 Conclusão da pesquisa Dentre as patologias estudadas as fraturas prevaleceram sobre as demais totalizando 878 casos, sendo mais freqüente no gênero masculino, vindo em seguida as osteoartrites totalizando 429 casos, atingindo principalmente as mulheres. Ao observar todos os indivíduos pesquisados constata-se que as mulheres foram o maior grupo tratado prevalecendo nas patologias reumáticas, sendo que o gênero masculino prevaleceu nas patologias ortopédicas. 45 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Sendo o ramo da ciência da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados à mesma, a epidemiologia fornece informações que podem ser utilizadas para planejar e avaliar estratégias de como prevenir doenças e de como manejar aqueles pacientes na qual a doença já se estabeleceu. Com a realização deste trabalho, visou-se destacar a importância de um estudo epidemiológico na Clínica de Ortopedia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, além de fornecer informações importantes para toda equipe envolvida na assistência a esses pacientes e as necessidades individuais de cada caso. Sendo este assunto amplo de extrema importância e pouco explorado, propõem-se a realização de outras pesquisas referentes ao perfil epidemiológico de pacientes assistidos pela fisioterapia ortopédica, analisando parâmetros não utilizados neste trabalho ou até mesmo correlacionando outros dados. 46 CONCLUSÃO Após análise dos dados obtidos na presente pesquisa, pode-se concluir que fora possível traçar um perfil epidemiológico através da apreciação de 3116 prontuários de pacientes de ambos os gêneros submetidos à Fisioterapia Ortopédica no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco. Salientando-se que este método é de extrema importância para melhor compreensão daqueles que necessitem de cuidados e melhores respaldos do Fisioterapeuta Ortopedista. O perfil epidemiológico dos 3116 pacientes assistidos pela Fisioterapia Ortopédica escolhida para está desvelou prevalência de uma população do gênero feminino sendo 55% para 45% do gênero masculino. A patologia de maior incidência sobre as demais estudadas foram às fraturas prevalecendo nos homens seguidos das osteoartrites que prevaleceram nas mulheres. Observou-se ainda que as afecções reumáticas prevaleceram nas mulheres sendo que nos homens sua prevalência foi as afecções ortopédicas. As condições supradescritas se referem à epidemiologia dos casos através de prontuários arquivados no setor de Fisioterapia Ortopédica do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco. Ressaltando-se determinadas peculiaridades que por ventura possam despertar interesse e aprofundamento de tal assunto inerente a procedimentos específicos ou gerais para futuras pesquisas que realizem levantamentos de dados, categorizando ainda mais a população assistida pelos profissionais que promovem assistência a esses diversos processos patológicos; proporcionando melhor entendimento e atendimento ao paciente, bem como contribuir com enriquecimento de dados para que tal setor promova melhores atribuições terapêuticas aqueles que necessitem dessa assistência. 47 REFERÊNCIAS ACHILES FILHO, C. Clinica Reumatologica. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 1980. AYRES, J. R. M. Epidemiologia e emancipação. São Paulo: Hubitec- Abrasco, 1995. BASILE, J. C. R.; DE BARROS F., T. E. P. Coluna Vertebral. São Paulo: Sarvier, 1995. CAUSATIS NETO, R.; FERRAZ P. S. Analise de produção cientifica de resumo publicado na revista fisioterapia Brasil em 2001. Fisioterapia Brasil: _São Paulo, v.3, n. 3, p. 170-178, mai/ jun 2002. CHANDRASOMA, P.; TAYLOR R. C. Patologia Básica . Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1993. CZERESNIA, D. e RIBEIRO, A. M. O conceito de espaço em epidemiologia: Uma interpretação histórica e epistemológica. Scielo, São Paulo 17 jul-set. 2000. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v16n3/2947a.pdf> Acesso em: 13 mai. 2010. DAVID, C.; LLOYD, J. Cash: Reumatologia para Fisioterapeutas. São Paulo: Premier , 2001. DUJARDIN, C.; BARSOTTI, J; CANCEL, J. Guia Prático de Traumatologia. 4. ed. Barueri: Manole, 2002. FLETCHER, R. H.; S. W. Epidemiologia Clinica: Elementos Essenciais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. GOLDMAN, L; AUSIELLO, D. Tratado de Medicina Interna. 22. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. HANSEL, D. E; DINTZIS, R. Z. Fundamentos de Patologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 48 KUMAR, V.; ABBAS, A. K; FAUSTO, N. Patologia: bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. LEAVELL, H.; CLARK, E. G. Medicina Preventiva. São Paulo; McGraw-HILL doBrasil, 1976. LESER, W. et al. Elementos de Epidemiologia Geral. São Paulo: Atheneu, 1997. MALTA, D. C. et al. Inquéritos nacionais de saúde: experiência acumulada e proposta para o inquérito de saúde brasileiro. Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo, v. 11, n. 1, p. 159 – 167 2008. PEREIRA, M. G. Epidemiologia: Teoria e Pratica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. REIS, F. B. D. Traumatologia. São Paulo: USP- Universidade de São Paulo, 1998. RIBEIRO, E. P. Traumatologia Osteoarticular. 1. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984. ROUQUAYROL, M. Z. ; ALMEIDA, N. F. Epidemiologia e saúde . 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, Medsi, 2003. SATO, E. Reumatologia . Barueri: Manole, 2004. SKARE, T. L. Reumatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 49 APÊNDICE 50